domingo, 30 de dezembro de 2012

Não há pachorra...


Acho que estou a ficar velho, e tenho que começar a dizer: “no meu tempo...”. Eu, que sempre defendi que, o tempo de cada um, só acaba quando morrermos, e/ou, quando já ninguém se lembrar de nós.

Não é o caso do meu antepassado José António Toureiro, que me anda a dar a volta à cabeça apesar de já ter «batido as botas» há mais de 250 anos, e anda agora a ser recordado e remexido no seu esquife, por este aprendiz de rato de arquivos. Mas isto são contas de outro terço, que mais lá para diante darei conta ,se a tanto, me ajudar o engenho e a pouca arte, já que os malandros dos clérigos do século XVIII deveriam ter chumbado todos a caligrafia, pois não há quem os perceba. Mas em frente que vem gente!

Vem isto a propósito de uma notícia de ontem, quando um tal Secretário de Estado da Saúde, de nome Leal da Costa, terá apelado ao bom senso e participação colectiva dos portugueses, para que, cada um, faça alguma coisa pela sua própria saúde, nomeadamente, através de actividades de prevenção de determinadas doenças, que são, facilmente evitáveis, com simples medidas de “higiene individual”; como é o caso, da maior epidemia dos nossos tempos, a Diabetes. Já que, dessa forma, todos poderíamos contribuir para a sobrevivência de um Serviço Nacional de Saúde em risco e ligado às máquinas, contribuindo assim, para diminuir os seus avultados custos. Afirmou ainda, que esta doença, só com Medicamentos, gasta aos contribuintes, 100 milhões de euros em cada ano, com uma tendência crescente com custos incalculáveis para o futuro, e, só por si, arrasará todo e qualquer SNS, por muito forte que seja, independentemente do governo que nos (des) governe.

Eu acrescento ainda, só para dar mais um toque ao drama, se aos medicamentos, juntarmos outros  custos  com o tratamento das complicações desta doença: custos com pessoal, tratamento dos olhos, a quantidade de diabéticos que acabam nas máquinas de hemodiálise, as amputações, os cuidados com a enorme incidência nas tromboses e outros acidentes isquémicos que se devem à Diabetes; certamente, 500 milhões de euros por ano de impostos dos contribuintes, não darão para pagar os custos desta epidemia.

Os técnicos de saúde sabem, desde há muitos anos, que a maioria destes gastos, poderiam ser facilmente evitáveis através da implementação de medidas simples de prevenção, das quais destaco um passeio diário de 30 a 40 minutos, percorrendo 3 a 4 quilómetros, já que não tenho muita fezada   em programas alimentares de dietas milagrosas, a não ser que seja por outra epidemia: a fome. Posso afirmar, com toda a convicção, que no tempo do meu antepassado Toureiro, a Diabetes não preocupava ninguém.

Parece-me pois a mim, incrédulo observador do mundo, do mais elementar bom senso, que um governante venha apelar à consciencialização e participação dos cidadãos na Prevenção desta catástrofe social. Que só pode ser evitada ou aliviada, através da participação individual de cada um. Não para erradicar na totalidade os seus custos ou consequências, mas para se minimizar os seus efeitos para valores compatíveis e sustentáveis com aquilo que podemos gastar através dos nossos parcos impostos.

Foi por isso, com alguma indignação e mesmo revolta, que assisti ao coro de críticas, essas sim disparatadas, de uma série de papalvos e pategos, para além de alguns “chico-espertos”, como se pode ver aqui, a quem é dado tempo de antena, por tudo e por nada, a dizerem que "essas declarações eram mais um ataque contra o SNS, que já não se pode estar doente, que são uma insensibilidade social, que o governante disse que as pessoas são responsáveis por adoecerem, que são declarações cínicas e hipócritas, que já não podemos ter consultas nos serviços de saúde, que as taxas moderadoras são um roubo, para que serve o nosso (?) dinheiro dos impostos, e, que o governante se deveria demitir imediatamente, etc., etc."

A maioria desses críticos são pessoas bem instaladas no “sistema” social e político em Portugal. São difusores de uma filosofia de “pseudo-esquerda” (estão no PCP, no PS, no Bloco, mas também os há, e muitos, no PSD e mesmo no CDS), aproveitadores de uma "escola" de parasitas pós 25 de Abril (sem nada terem a ver com os seus valores), que só reclamam direitos, sem nunca falarem ou porem em prática os deveres que os possam sustentar. Baseiam a sua retórica em chavões do politicamente correcto; acreditam, ou querem-nos fazer acreditar, que há coisas que não têm preço, que os custos estão cabimentados em receitas imaginárias; pedem emprestado e esquecem-se no dia seguinte de que o fizeram, e, dizem que pensavam que não era para pagar; pensam que os recursos são inesgotáveis, a vaca sempre há-de dar o leite, senão, aqueles que cá ficarem que fechem a porta; os nossos vindouros (os nossos filhos, de quem dizem gostar muito), hão-de pagar as nossas dívidas, nem que seja com a fome, com a guerra, e com a vida...

São estes mesmos “pseudo-esquerdistas”, que no dia-a-dia enchem a boca com argumentos balofos, sem quaisquer fundamentos; apropriam-se de frases filosóficas, como a proferida por Jonh kennedy, quando afirmou que “não perguntem o que é que a américa pode fazer por vós, mas sim, o que é que vocês podem fazer pela américa...”; porque é fino, é cool, ou é trendy. Mas que depois, na prática, acham que isso é sempre para os "outros", e  reagem como virgens ofendidas quando alguém em Portugal diz a mesma coisa, mas sobre algo concreto: No caso, a sustentabilidade do SNS.

Claro que a culpa não é deles, mas de quem lhes mete o microfone à frente e dá tempo de antena (os seus amigos instalados nos órgãos de comunicação social), sempre ávidos de polémicas da treta, mas sem nunca proporcionarem debates de "frente a frente" sérios e esclarecedores, dizendo que não há tempo, porque temos que sair para a "publicidade". O que lhes interessa é a polémica, o sensacionalismo, o negócio do seu bolso! Mas quem se lixa vai sendo sempre, o mexilhão, isto é, o povo português.

Razão tinha aquele imperador romano, quando questionou o seu subalterno, sobre que povo seria esse dos lusitanos, que nem se governam nem se deixam governar...

Muitos destes “papagaios falantes e líderes de opinião”, estarão amanhã, noite de fim-de-ano, nos melhores hotéis do Rio de Janeiro, do Bahrain, das Caraibas, do Funchal, do Algarve, do Porto, ou em Cascais; a encher o bandulho do bom e do melhor e a festejar com o melhor champanhe do mercado. Mergulhados nos seus indispensáveis “spas-zen”, a receber a chegada do que apelidam “ano maldito” de 2013. No próximo fim-de-semana, será vê-los nas “manif” da capital, ou em qualquer televisão da treta, a fazerem opinião, a lançarem veneno sobre aqueles a quem o flagelo do desemprego bateu à porta, ou por eles foram enganados em investimentos ruinosos do conto do bandido.

E eu a lembrar-me do Aleixo: "vós que lá do vosso império/proclamais um mundo novo/calai-vos, que pode o povo/querer um mundo novo a sério". Não confundir com o seu (deles) "à seria?". 

Entretanto, estejam descansados e calmos. Mexam o menos possível esses “cusarrões” descomunais, essas barrigas de alambique, e essa bochechas da melhor manteiga becel, que as vossas pílulas milagrosas para o colesterol e diabetes já estão a ser confeccionadas.

Já agora, aproveitem e peçam aos “vossos” doutores de família que devem também estar por aí, à custa de vos terem encharcado com carradas desses venenos milagrosos (e os 700 euros/mês de aumento médio que vão receber a partir de Janeiro de 2013), as respectivas receitas do SNS, claro, para quando chegarem, na quarta-feira, aumentarem a dose. Porque não há excessos, que esses comprimidos doirados não curem! Eu escrevi doirados, não escrevi azuis!

O dinheiro dos impostos dos contribuintes há-de dar para isso e, muito mais!

Anda-me a faltar a paciência...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ano novo, tudo na mesma: Festas em Agosto e missa no natal...


Siga a balhação...

Longe da cidade via tudo conforme os conhecidos padrões do que é suposto. Seguiam-se as doutrinas e, a lei natural: missa ao domingo, festa em Agosto. Honesta, penitente, era a população, por maior bem, tinha o coração.

Numa noite fria, avistou-se um vulto com intenções menos que claras, num dia sem sombras dignas do oculto com aparições breves e raras... E assomou à praça e abrindo uma tenda com um estranho nome pintado à mão...

Chegou o desilusionista pronto para levar ódios e almas às maiores das salvações. Chegou o desilusionista, mago habilitado por diplomas das melhores instituições.

Foram avançando, primeiro a medo, depois com o gás da admiração. Putos à frente, velhos em segredo, numa densa roda de tensão, e quase hipnotizados já juravam ver, um milagre pronto a acontecer!

E uma cabra abracadabra tomou de assalto aquele lugar, o feitiço das palavras que se ouviam cantar!

La-la-la-lala..., gritava forte a multidão! La-la-la-lala..., a cruel desilusão...

Chegou o desilusionista pronto para curar utopia e as paixões e outros tipos de ilusões. Constrói espantosos números com verdades bem mais raras, que ficções.

E uma cabra abracadabra tomou de assalto aquele lugar, e o feitiço das palavras que se ouviam cantar!

La-la-la-lala..., gritava forte a multidão! La-la-la-lala..., a cruel desilusão... 


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Porque hoje é natal...


Três estrelas de alumínio a luzir num céu de querosene, um bêbedo julgando-se césar, faz um discurso solene. Sombras chinesas nas ruas, esmeram-se aranhas nas teias, impacientam-se gazuas, corre o cavalo nas veias.

Há uma luz branca na barraca, lá dentro uma sagrada família, à porta um velho pneu com terra, onde cresce uma buganvília. É o presépio de lata: Jingle bells, jingle bells... 

Oiçam um choro de criança, será branca, negra, ou mulata? Toquem as trompas da esperança e, assentem bem qual a data!

A lua leva a boa nova aos arrabaldes mais distantes, avisa os pastores sem tecto, e tristes reis magos errantes. E vem um sol de chapa fina subindo a anunciar o dia, dois anjinhos de cartolina vão cantando aleluia. É o presépio de lata: Jingle bells, jingle bells...

Nasceu enfim, o Menino, foi posto aqui à falsa fé, a mãe deixou-o sozinho e, o pai, não se sabe quem é!

É o presépio de lata:Jingle bells, jingle bells...


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Em dia de fim do mundo!

Levantei-me, hoje, meia hora mais cedo que o costume, não fosse o mundo acabar e, eu não dar por nada, por estar a dormir.

Como de costume, para não alterar a rotina (que lá por acabar o mundo não é motivo para sedentarismos), lá me meti a caminho para a minha actividade matinal de percorrer os 10 mil metros da praxe, e nada sucedeu. Já passaram as 11 horas e 12 minutos da chegada do solstício de inverno e, nem um sinal do fim. Creio que há boa maneira portuguesa, vai chegar atrasado.

Entretanto vou embrenhar-me na tarefa que me tem apaixonado nestes últimos tempos, consultar registos, à procura das minhas origens. De onde vim, e quem me precedeu nesta roda vida.

Hoje irei entrar na época pós 1755, data também apocalíptica, em que um terramoto devastador, ocorrido na costa portuguesa, fez terminar o mundo para muitos milhares de nossos antepassados, e logo aproveitado pela igreja católica, de toda a Europa, como mais um sinal, de advertência divina ao povo, de que o fim estaria próximo, por isso era melhor que se portassem bem... 

Infelizmente, nesse dia primeiro de Novembro, aconteceu mesmo, mas só para alguns! Outros, mais não fizeram nos séculos seguintes, tal como hoje, aproveitar a insipiência do povo.

E em Marvão, que repercussões dessa catástrofe natural e filosófica? Como se vivia nessa época, que faziam os moleiros do Fraguil e da Ribeira da ponte velha? Por onde andaria um tal João Gonçalves Bugalhão e sua mulher Cândida Rosa, que terão vivido por essa altura? Dela já sabemos, era ter filhos, muitos filhos, de 18 em 18 meses. Mas ele, esse enigmático, que faria e quem seria? E os seus antecessores seriam serranos ou toureiros?

Se um amanhã houver, e antes que chegue a inquisição, talvez venha a contar-vos estas pequenas estóreas...  

sábado, 15 de dezembro de 2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

De vez em quando...

Vá lá Manu, que não há muitos "estranjas" que tenham a honra de aqui por as guitarras! Mas tu, como és um mal vestido, e, clandestino, dedilha lá para o Buga, como si yo fuera maradona...







domingo, 9 de dezembro de 2012

Do Baú...


Prometo não falar de amor de gostar e sentir, portanto não vou rimar com dor um mentir. Joga-se pelo prazer de jogar e até perder, invadem-se espaços, trocam-se beijos sem escolher. Homens temporariamente sós..., que cabeças no ar!

Não interessam retratos de solidão interior, não há qualquer tragédia, mas um vinho a beber. Partidas, regressos, conquistas a fazer, tudo anotado numa memória que quer esquecer. Homens sempre, sempre sós, preferem perder...

Homens sempre, sempre sós, são bolas de ténis no ar, muito batidos saltam e acabam por enganar! Homens sempre sós, nunca conseguem casar...




(Ver ecrã inteiro)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vamos a contas (sérias)...


Temos assistido nos últimos tempos a um ruído ensurdecedor, sobre as perdas de rendimentos dos trabalhadores por conta de outrem e pensionistas, devido ao aumento de impostos para o ano de 2013. Apelidadas por alguns, como “um roubo ou assalto à mão armada, e outras coisas parecidas”, a maioria devia era estarem calados, pois muitos deles, são os grandes responsáveis pela situação a que chegámos.

É claro que, a maioria das pessoas, gostaria de não ter qualquer corte nos seus rendimentos e, se possível, que eles até fossem aumentando, nem que fosse à custa de dinheiro emprestado, que mais tarde ou mais cedo, alguém haveria de pagar. Isso também eu queria, mas as coisas mudaram e, dificilmente, voltarão ao que eram, independentemente, de quem venham a ser os mandantes no futuro.

Agora que a coisa começa a ficar mais clara, a assentar a poeira e, a serem conhecidos dados mais concretos, vou aqui tentar fazer uma análise, mais ou menos objectiva, sobre o que irá mudar em 2013, para que cada um tire as suas ilações. Se estiver enganado, reconhecerei o erro e pedirei desculpa.

Convém previamente esclarecer que, segundo me informei, os contribuintes com rendimentos até 570 € mensais, que são mais de 2 milhões (entre trabalhadores e pensionistas), irão continuar isentos do pagamento de IRS, e no caso dos pensionistas receberão o correspondente a 14 salários anuais.

Vejamos então 5 exemplos:

1º Exemplo:

- Em 2012, um funcionário público que tenha um vencimento mensal de 1 200 €, pagou de IRS (11%) cerca de 132 €/mês; para a CGA (11%) 132 €; para a ADSE (1,5%) 18 €. O que quer dizer que recebe de valor líquido 918 €/mês, durante 12 meses.

- Em 2013, o mesmo funcionário, depois da reposição do subsídio de Natal em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 1 300 € /mês; pagará: de IRS 293 € (24,1%); para a CGA 143 € (11%); para a ADSE 19,5 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 845 €. Menos 70 €/mês do que em 2012.

2º Exemplo:

- Em 2012, um funcionário público que tenha um vencimento mensal de 3 000 €, pagou de IRS (25%) cerca de 750 €/mês; para a CGA (11%) 330 €; para a ADSE 45 € (1,5). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 875 €/mês, durante 12 meses.

- Em 2013, o mesmo funcionário, depois da reposição do subsídio de Natal em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 3 250 € /mês; pagará: de IRS 978 € (30,1%); para a CGA 357 € (11%); para a ADSE 49 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 866 €. Menos 9 €/mês do que em 2012.

3º Exemplo:

- Em 2012, um Aposentado que tenha uma Pensão mensal de 1 500 €, paga de IRS 195 € (13%); para a ADSE 22,5 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 280 €, durante 12 meses.

- Em 2013, o mesmo Aposentado, depois da reposição do subsídio de Natal e 10% do Subsídio de Férias em duodécimos, passará a ter uma Pensão 1 640 €; pagará: de IRS 382 € (25,5%); para a ADSE 22,5 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 235 €. Menos 45 €/mês do que em 2012.

4º Exemplo:

- Em 2012, um Trabalhador do Sector Privado que tenha um vencimento mensal de 1 200 €, paga de IRS cerca de 132 € (11%); para a Seg. Social 132 €. O que quer dizer que recebe de valor líquido, cerca de 13 104 €/ano, pago em 14 meses (936 €/mês).

- Em 2013, o mesmo Trabalhador do Sector Privado, depois da diluição do subsídio de Férias em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 1 300 €; pagará: de IRS 340 € (26,2%); para a Seg. Social 143 € (11%). O que quer dizer que recebe de valor líquido, cerca de 10 621 €/ano (pago em 13 meses), 817 €/mês. Menos 119 €/mês, e só receberá 13 meses. O que dará um corte anual de 2 483 euros.

5º Exemplo:

- Em 2012, um Trabalhador do Sector Privado que tenha um vencimento mensal de 900 €, paga de IRS cerca de 60 € (6,5%); para a Seg. Social 100 € (11%). O que quer dizer que recebe de valor líquido de cerca de 10 360 €/ano, pago em 14 meses (740 €/mês).

- Em 2013, o mesmo Trabalhador do Sector Privado, depois da diluição do subsídio de Férias em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 975 €; pagará: de IRS 235 € (24,2%); para a Seg. Social 107 € (11%). O que quer dizer que receberá de valor líquido, cerca de 8 229 €/ano, pago em 13 meses (633 €/mês). Menos 107 €/mês, e só receberá 13 meses. O que dará um corte anual de 2 130 euros.

Resumindo: Os Trabalhadores do Sector Privado, destes exemplos, perderão entre 110 a 120 €/mês, e ainda um mês de ordenado, o que dá, anualmente, perdas médias de 2 salários mensais. Algo muito parecido ao que já tinha acontecido com os Funcionários do Estado e com os Pensionistas em 2012.

Os nossos governantes, mostram assim, que sabem fazer contas, pelo menos, no que toca a “cortes”...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Para Reflectir...


Não sou, nos dias de hoje, um grande admirador da personagem Álvaro Cunhal, embora respeite o seu percurso e a sua maneira de estar, bem como o seu contributo para a restauração de um regime, mais ou menos democrático, em Portugal.

Ao rever esta intervenção em 1999, acho que devíamos todos reflectir, sobre o seu conteúdo. Até porque, 13 anos depois, parece que muita gente já pensa assim, até o “nosso” Cavaco manda uns “bitaites” sobre a coisa (melhor seria que admitisse os seus erros e responsabilidades estratégicas).

No que me diz respeito, as minhas grandes divergências com as filosofias comunistas têm sobretudo a ver, com as grandes diferenças entre a teoria e as práticas dessas correntes. Exactamente aquilo que eles mais criticam nas outras forças políticas. 

Não deixem também de observar a figura sinistra e oportunista do seu interlocutor. Esse não mudou em nada...


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu tinha era uma Dyane...

Vem dar uma voltinha na minha lambreta, deixa de pensar no tal "Vilela" que tem carro e barco à vela. O pai tem, a mãe também, que é tão tão, sempre a preceito, cá para mim, no meu conceito, se é tão tão e, tem tem tem…, tem de ter algum defeito...

Vem dar uma voltinha na minha lambreta, vê só como é bonita, é vaidosa, a rodinha mais vistosa deixa um rasto de cometa. É baixinha mas depois, parece feita para dois, sem falar nos eteceteras que fazem de nós heróis!
Eu sei que tenho estilo gingão, volta e meia vai ao chão, quando faz de cavalinho, mas depois, passa-lhe a dor, endireita o guiador e regressa de beicinho, para o pé do seu amor!
Vem dar uma voltinha na minha lambreta, eu juro que guio devagarinho, tu só tens de estar juntinha, por razões de segurança! E se a estrada nos levar, noite fora até mar, páro na beira da esperança com a luzinha a alumiar!
E deixar de pensar no tal "Vilela", que tem carro e barco à vela! O pai tem, a mãe também… Que é tão tão, sempre a preceito, cá para mim, no meu conceito, se é tão tão e tem tem tem…, tem que ter algum defeito…


domingo, 2 de dezembro de 2012

Autárquicas 2013 (2)

Fiquei muito satisfeito com o que li neste artigo do Jornal Público, que informa que, o Governo Central, se prepara para aprovar uma Lei para “agregar municípios”, numa proposta parecida com aquela que aqui defendi neste artigo.



Neste segundo Post sobre a temática “Autárquicas”, abordo o tema da Reforma Administrativa, que tanto se fala e que muito se irá falar no futuro. Apesar dos muitos atritos, lobbies e interesses instalados (daqueles que se dizem progressistas, mas que na prática, são de um conservadorismo atroz), a coisa terá que suceder.

Nada é definitivo na vida, e se o mundo é composto de mudança, como dizia Camões, é urgente que tal suceda em Portugal. A actual divisão administrativa, feita no século XIX, quando ainda se andava de “burro e de carroça”, não pode ser a do século XXI.

Sou por isso favorável, a uma Reforma Administrativa, que tenha em conta a nova realidade do país, que seja mais eficiente e eficaz para todas as partes, com excepção claro, dos “mamões” que têm andado a viver do "status quo" instalado, e que o dominam.

O distrito de Portalegre passou de 200 000 habitantes em 1950, para cerca de 118 000 em 2011. Existem actualmente concelhos que perderam mais de metade da população nos últimos 50 anos. E hoje chega-se com maior facilidade de Marvão ou Castelo de Vide a Portalegre, do que chegavam os nossos avós de SA das Areias a Marvão, ou da Póvoa a C. de Vide.

Em termos financeiros, nos últimos 10 anos, as transferências do Orçamento Geral do Estado para os municípios, aumentaram quase 50%. Passaram de cerca de 4 000 milhões, para mais de 7 000 milhões de euros em cada ano. No caso de Marvão essas transferências, praticamente, duplicaram: 2,5 milhões de euros em 2001; para 4,7 milhões em 2010.

Mesmo assim, este aumento colossal de Receitas do OGE, não evitou que, actualmente, se estime que dívida das Autarquias seja superior a 12 000 milhões de euros. Tal tem sido o rol de asneiras que se têm feito em obras sem qualquer interesse, a não ser para os seus promotores e para os reis do betão e da electricidade.

Há 100 anos, após a então Reforma Administrativa, os Executivos da gestão autárquica, na maior parte dos municípios, tinham custo “zero”, porque eram exercidos de forma voluntária. Hoje são exercidos por um excesso de “profissionais da política”, que num concelho como Marvão ou Castelo de Vide custam, em cada mandato (4 anos), mais de meio milhão de euros aos contribuintes; e num concelho como Portalegre os custos serão superiores a 1 milhão de euros ao erário público.

Em minha opinião, não sou partidário a qualquer extinção ou integração de concelhos. Estas unidades territoriais têm, na sua maioria, mais de 800 anos de história. Fazer de um marvanense castelo-vidense, ou de um arronchense monfortense, de um avisense souselense, ou vice-versa, era votar a reforma ao fracasso e tirar identidade aos cidadãos.

O que eu proponho são mudanças nas “administrações políticas”, com uma diminuição drástica do número de vereadores, assessores, e, administradores das pseudo empresas municipais e afins. Passando para uma “integração” de Gestões Inter-Municipais conjuntas destes territórios. E com uma melhor rentabilização dos diversos Técnicos e trabalhadores autárquicos.

A exemplo do que defendia há dias Fernando Costa, presidente das Caldas da Rainha, considerado um autarca modelo, dando como exemplo a junção de 3 municípios na área das Caldas (litoral), poder-se-iam assim poupar, disse ele "só em órgãos de gestão (vereações + Assembleias), cerca de 1 milhão de euros/mandato; e estimava que, em todo o país através de uma economia de escala, se poderia chegar a uma poupança de 2 000 milhões de euros/ano" (isto sim, verdadeiras gorduras de que tantos falam).

Convém dizer ainda, que não sou favorável a uma Reforma “a régua e esquadro”. A realidade do Interior de Portugal é diferente do Litoral, e legislar tudo por igual no Terreiro do Paço, será mais um erro crasso, que esperemos que não aconteça, mas duvido! Já que os interessados se vão opor, mais uma vez, a qualquer discussão sobre o tema, e com isso, obrigar o poder central a legislar por igual, e como sempre com prejuízo do interior.


Na minha opinião aqui fica mais um tema que deveria estar na “ordem do dia” para discutir nas próximas autárquicas. Não apenas em Marvão, mas em todos os conselhos vizinhos, entretanto aqui deixo a minha proposta de agregação/junção/associação de municípios para o nordeste alentejano.

Com "padrinho" e tudo, aqui fica a proposta para o Agrupamento Concelhio de Ammaia:




Os restantes agrupamentos do distrito de Portalegre poderiam ser:

- Elvas e Campo Maior: 31 000 habitantes

- Ponte de Sôr, Avis: 21 000 habitantes

- Crato, Nisa e Gavião: 16 000 habitantes

- Sousel, Fronteira e Alter: 12 500 Habitantes

sábado, 1 de dezembro de 2012

Vem aí o novo D. Sebastião...


Há 30 anos na política, o novo “salvador” Socialista, só agora fez a brilhante conclusão, que em baixo se publica, e que apaixona muitos e muitos fãs.


Foi:

- Militante da Juventude e do Partido Socialista, foi deputado na Assembleia Municipal de Lisboa, entre 1982 e 1993.

- Entre 1991 e 1995 foi também deputado à Assembleia da República.

- Em 1993 candidatou-se a presidente da Câmara Municipal de Loures, sendo eleito vereador.

- Membro do Secretariado Nacional do PS entre 1987 e 1990, e voltou a integrar o Secretariado Nacional do PS desde 1994.

- Secretário de Estado (1995-1997)

- Ministro dos Assuntos Parlamentares (1997-1999)

- Ministro da Justiça no XIV Governo (1999-2002).

- Presidente do Grupo Parlamentar do PS, de 2002 a 2004  

- Deputado e vice-presidente no Parlamento Europeu, entre 2004 e 2005.

- Ministro de Estado e da Administração Interna (2005-2007),


Declarações de A. Costa na "Quadratura do Círculo":

“A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos  para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil.

Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir. E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.

Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia.

Portanto não é aceitável agora dizer (e podemos todos concluir) acho que devemos concluir que errámos. Agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!”

Ah, ganda Costa, se não tivessem já descoberto a pólvora, certamente, tu serias o descobridor. Mas devias ter pensado nisso durante os 15 anos em que tiveste responsabilidades governativas! Ou não?

É caso para dizer: “Oh Costa dedica-te à pesca! Ou à agricultura...”

Leituras de fim-de-semana...

Classificação Bugalhónica - ****

Pedro Correia fez ontem, no Delito de Opinião, uma análise ligeira, mas séria e acutilante, a respeito do XIX Congresso do PCP, suas teorias e práticas, e sobre a qual aqui deixo um resumo:

“Passam as décadas, mas o PCP permanece igual a si próprio: tolerante e solidário com ditaduras, implacavelmente crítico com as democracias. Imaginam por instantes um partido da oposição - assumindo que ele existisse - reclamar hoje, como reclama Jerónimo de Sousa, que a palavra seja "devolvida ao povo", senhor do seu "próprio destino", através de eleições democráticas e livres, em Havana, Pequim ou Pionguiangue?
Pois, ninguém imagina. Nem sequer os dirigentes do PCP, que têm um discurso para consumo interno e outro, muito diferente, em matéria de política internacional. Reivindicando mais democracia aqui enquanto aplaudem ditaduras noutros quadrantes.”

É caso para dizer: “... faz aquilo que eu prego, mas atenção, conta que eu nunca o farei”.

E querem eleições (devolver a palavra ao povo, dizem), porque um tal de passos, terá prometido umas coisas   em tempos, e estará a fazer outras!... Mas ainda se permite aos “jerónimos” terem estes desabafos, e, congressos! 

Como seria se as posições se invertessem? Para os coelhos e..., para os outros!


Do Baú...

A vida vai torta e jamais se endireita, o azar persegue, esconde-se à espreita. Nunca dei um passo que fosse o correcto, eu nunca fiz nada que batesse certo!

Enquanto esperavas no fundo da rua, pensava em ti e, em que sorte era a tua. Quero-te tanto...

De modo que a vida é um circo de feras, e uns, entre tantos, são as minhas feras. Nunca dei um passo que fosse o correcto, eu nunca fiz nada que batesse certo!
Quero-te tanto...




(Ver ecrã inteiro)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Quanto custa nascer em Portugal!

Na semana passada tive a oportunidade de, aqui, felicitar a ULSNA (Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano), pela sua contribuição estratégica de voltar a fazer nascer mais cerca de 200 portugueses/ano em Portugal.

Como aí descrevo, esses infantes lusos, tinham a desdita de terem de emigrar, mesmo antes de nascerem. Hoje, quero voltar ao tema. Não ao facto de voltarem a nascer portugueses no seu país, mas à problemática de “como se nasce em Portugal, mais concretamente, no Alto Alentejo”, e, sobretudo, quanto é que isso custa!

Como é do conhecimento geral, o Distrito de Portalegre é o menos populoso do país, apenas cerca de 118 000 almas por aqui vivem; é o mais envelhecido, o que tem menor número de mulheres em idade fértil e, logicamente, aquele em que nascem menos crianças. Pelas minhas contas nascerão menos de 800 crianças/ano.

Nos concelhos mais pequenos (Alter, Arronches, C. Vide, Crato, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, e mesmo Sousel e Avis) a quantidade de mulheres grávidas/ano, andarão à volta de uma dúzia. A maioria dos Centros de Saúde destes concelhos tem, pelo menos 3 médicos de família, e meia-dúzia de enfermeiros. O que quer dizer que a cada médico, por exemplo, mais não terá que, uma média, de 4 grávidas/ano para vigiar e seguir.

Não consegui apurar quantos especialista na área tem, actualmente, a Maternidade do Hospital de Portalegre, mas entre “residentes e contratados” andarão à volta de meia-dúzia, mais coisa menos coisa. O que dará uma média para seguimento e vigilância, de situações de Risco em saúde materna, de 150 grávidas/ano. Número muito inferior ao que está preconizado pelas instituições nacionais e estrangeiras para estas actividades, e, para as quais, estes serviços públicos de saúde (SNS), deveriam dar resposta. Sem que as futuras mães, a não ser que fosse por sua “livre” opção, tivessem que recorrer à dispendiosa assistência particular privada.

No fim-de-semana passado, quando jantava com uns amigos, constatei que 2 deles se preparavam para serem pais nas próximas duas semanas e, ao perguntar-lhes onde as suas companheiras faziam a vigilância da gravidez, a resposta foi unânime: Em consultórios privados, pela módica quantia de, pelo menos, 60 euros cada visita. Constatei ainda, que se tratavam de gravidezes perfeitamente normais, de mulheres jovens, 1ª gravidez, nada de qualquer Risco, que me tenha apercebido. Ainda lhes perguntei, quantas consultas haviam tido? Ao que me informaram que era uma por mês, e duas no último mês.

Tendo em conta que o protocolo de consultas se fez a partir do 3º mês, pelo menos 8 consultas haviam sido, a multiplicar por 60 euros, ficou a “brincadeira” à volta de 500 euros. Supondo que, no 1º ano de vida dos futuros rebentos o ritual se vai manter, embora com outros “mestres”, pelo menos mais 500 euros irão ser extorquidos aos progenitores.

Tudo somado serão, pelo menos, só para Consultas Normais de Vigilância: 1 000 euros, 200 mocas em moeda antiga.

Convém ainda, informar que todas as instâncias das especialidades, consideram a Gravidez e a Vigilância das Crianças no 1º ano de vida, fenómenos completamente normais, que existem desde que o “mundo é mundo”; e que o seu seguimento e vigilância devem ser feitos nos Cuidados de Saúde Primários/Centros de Saúde, gratuitamente, pelos médicos e enfermeiros de família, que têm formação suficiente, que para isso lhes pagamos e recebem, e, só devem ir para os especialistas as situações de Risco.

Todas essas actividades, já foram financiadas pelos nossos Impostos, que não param de aumentar. Andarem a “cobrar” uns, e a pagar outros, mais 1 000 euros para Consultas Normais de Vigilância de Gravidez e de Saúde Infantil, é um abuso, para não lhe aplicar outro adjectivo. E todos aqueles que os pagam deveriam apresentar os custos à ULSNA, para serem ressarcidos, e para que esta, descontasse nos ordenados daqueles que deveriam ter prestado os cuidados e não o fizeram. Não será difícil identificar os prevaricadores:

Aqueles que não fizerem, ficam sem menos 2 messes de ordenado, a juntar aos outros 2 que o Gaspar e o Coelho já retiveram para financiar essas actividades.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ainda sobre a ETAR da Beirã

Hoje, quando procurava algumas memórias do Fórum Marvão, deparei-me com este Post do amigo Fernando Bonito, datado de 8 de Novembro de 2009, com base numa notícia publicada no Jornal Fonte Nova (certamente com origem na CM de Marvão), vejamos o que dizia:

“Finalmente a ETAR na Beirã

Na anterior Assembleia Municipal, aí pelo início de 2006, foi promovida a descentralização de algumas sessões, tendo sido realizada uma em cada freguesia do concelho. Foi uma excelente ideia, já que nessas assembleias normalmente havia mais gente a assistir e discutiam-se sempre alguns “assuntos locais”.

Lembro-me que na realizada na freguesia da Beirã foi debatida a questão dos esgotos nessa localidade, tendo sido frisado por alguns membros da Assembleia aí moradores que os mesmos corriam a céu aberto; o cheiro era nauseabundo; e que, inclusivamente, os esgotos inundavam terrenos de particulares, como por exemplo do antigo (e actual) membro da AM, Prof. José Garraio.

E que a situação se mantinha assim já há largos anos!

Lembro-me de, na altura, pensar que essa era uma situação insustentável e que, além das questões estratégicas (as quais me despertavam sempre mais atenção) estas também eram questões prementes que urgia resolver.

E que em décadas não se tinha investido no concelho em outras infra-estruturas com a “desculpa” que tinha sido necessário dar prioridade ao saneamento básico e, no entanto, ainda existiam situações destas…

Este assunto era, portanto, lamentável e a sua resolução envolvia grande urgência. Foi a conclusão!

Foi, por isso, com satisfação que hoje li a notícia no “Fonte Nova” que aqui vos trago:

Finalmente, vai ser construída uma nova ETAR na Beirã para que os esgotos não corram a céu aberto!

Bonito Dias"


Já passaram 3 anos, e o "Finalmente" não apareceu..., Construa-se porra!

Deixem-se de interesses pessoais mesquinhos, e cuidem do bem público...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Perguntas que incomodam (3)

Porque é que ainda não foi construída a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Beirã-Marvão, que deveria ter sido construída no mandato de António Andrade, fez parte dos Programas Eleitorais dos 2 mandatos de Manuel Bugalho, fez parte das promessas eleitorais de Vítor Frutuoso, chegou a ter instalado em 2009/10 o Estaleiro de Obras para a sua construção pelas Águas do Norte Alentejano; e até hoje, continua sem sinal para a sua construção?     

domingo, 25 de novembro de 2012

Do Baú...

"O dia fez-se noite na praia deserta, a brisa do mar, ficou quente contigo...

E a água salgada que bebi do teu corpo, embriagou-me! Talvez até estejas em qualquer lado, e a pensar em mim.

Talvez até estejas no teu quarto e, me desejes aí..."

sábado, 24 de novembro de 2012

Leituras de fim-de semana...

Classificação Bugalhónica - *****

"Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise"

(Entrvista de  Ricardo Arroja, autor do livro "As contas políticamente incorretas da economia portuguesa", ao Vida Económica, tirada daqui).

Vida Económica (VE) - No livro "As contas políticamente incorretas da economia portuguesa" analisa as causas da crise portuguesa. Quais são?


Ricardo Arroja (RA) - Não quis escrever um livro demasiado circunstancial, mas algo que combinasse os aspetos circunstanciais de um passado recente com uma perspetiva mais histórica e abrangente do país. Assim, o livro tem uma chamada histórica que vai até ao período do Marquês de Pombal, ou seja, períodos em que também atravessámos crises de balanças de pagamento.

VE - Que factos destaca dessa retrospetiva?

RA - Os elementos que me chamaram a atenção e que ajudam a explicar o momento em que nos encontramos são, em primeiro lugar, um problema crónico na balança comercial que faz com que, tradicionalmente, as nossas exportações não cubram as importações. Pior, nos momentos de maior abertura, sobretudo quando tivemos riquezas externas, como o comércio das Índias, o ouro do Brasil ou os fundos de coesão da União Europeia (UE), os défices agravaram-se.

De certo modo, abdicámos de ter estrutura produtiva interna na agricultura, nas pescas e na indústria, o que nos levou a estar mais dependentes da produção estrangeira e redundou nesta crise de pagamentos que temos. Um segundo elemento diz respeito aos desvios orçamentais e à dívida do Estado. Em Portugal, nos últimos 40 anos, temos tido uma série consecutiva de maus processos orçamentais que levam a que as contas públicas estejam permanentemente deficitárias. É extraordinário que o último ano de contas públicas excedentárias seja anterior ao 25 de Abril. Naturalmente que a dívida pública cresceu imenso. Naquela altura, rondava os 15% do PIB, hoje está estimada em 120% do PIB.

Outro traço característico da nossa economia é que, sempre que houve uma descentralização financeira do Estado, houve um descontrolo das contas públicas. Isso é visível nas últimas três décadas, mas já não é de agora, de resto foi o Marquês de Pombal que criou o Tesouro Geral em 1761. É curioso que uma das medidas criadas pelo Governo e pela "troika" para controlar as finanças públicas é precisamente a centralização da vida financeira na figura do ministro das Finanças. Em suma, os dois traços principais que identifiquei são uma tendência, sobretudo, em momentos em que recebemos riqueza externa, para abdicarmos de estrutura produtiva interna e importarmos consumo; e uma tendência para o descontrolo orçamental sempre que há descentralização financeira do Estado.

VE - Concorda com a centralização financeira do Estado?

RA - Eu estou de acordo com a centralização financeira do Estado. O que se verifica também, é que este é um país com uma tradição de descentralização administrativa, a comunidade local tem um peso importante em Portugal. Os dois conceitos não são contraditórios. É possível ter uma centralização financeira do Estado, permitindo ao mesmo tempo uma descentralização administrativa do Estado. Como proponho no livro, isto resolver-se-ia se todos os impostos fossem centralizados no Ministério das Finanças e que a sua redistribuição pudesse ser feita para as regiões em função do PIB per capita de cada região. Isso permitiria um controlo das contas públicas ao mesmo tempo de um efeito de redistribuição que beneficiaria quem menos tem.

VE - Em relação à balança de pagamentos, qual o desafio?

RA - Existe hoje em Portugal a ideia de que as exportações serão a panaceia da economia. O que concluí na análise histórica é que, sempre que houve crise de pagamentos - e os períodos que mais se assemelham ao atual são o de Marquês de Pombal e o do fim da Primeira República -, existiu uma política de substituição de importações. Ou seja, as exportações são importantes, mas tem sido primeiro pela via da substituição de importações e só depois pelo fomento das exportações que problemas como este têm sido resolvidos.

VE - Um pouco o contrário do que tem sido feito no presente. Que avaliação faz da estratégia seguida pelo Governo?


RA - O problema é que hoje não temos instrumentos macroeconómicos. Não temos política monetária e temos a questão de o mercado único europeu obrigar à livre circulação de bens e serviços. O mercado único é uma das coisas boas da integração europeia - não está em causa -, mas neste período, em que precisamos de estimular a substituição de importações, é um obstáculo, pois, no limite, precisaríamos de impor barreiras aduaneiras. Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise.

VE - Esse facto vai impedir ou, pelo menos, prolongar a recuperação?

RA - O programa da "troika" tem uma série de reformas estruturais da economia, como a flexibilização do mercado laboral, uma maior concorrência interna, a redução das rendas, entre outras, que são essenciais para aumentar a baixa competitividade da economia portuguesa. Aquele que me parece o caminho mais equilibrado é dar indicações à "troika" que todas as reformas vão ser feitas, mas, ao mesmo tempo, solicitar aos credores externos que permitam uma válvula de escape: um mecanismo, provavelmente de natureza fiscal, que permita dar prioridade ao investimento que é feito em Portugal.

Não está em causa a origem do capital, seria todo bem-vindo. Isso iria permitir uma dinâmica de crescimento ao mesmo tempo que se implementam as reformas estruturais e a austeridade orçamental, absolutamente essenciais. Tudo isto tem de ser negociado no quadro europeu. Se é possível ou não, cabe aos políticos aferirem. Sem este compromisso, receio que tudo o que nos vai sobrar vai ser a espiral recessiva.

VE - Vê vontade política na UE para haver essa válvula de escape?

RA - A situação na Grécia está perto da rutura e já se fala em novo "haircut". [Tanto a grega como a portuguesa] são economias cuja estrutura produtiva é muito menos competitiva que os parceiros europeus e que destruíram a capacidade produtiva nos últimos anos. A nossa produção agrícola baixou, em certos domínios, para metade, as nossas pescas baixaram para metade, a indústria desapareceu. Tudo aquilo que era a estrutura produtiva portuguesa entrou em colapso. Porquê? Porque recebemos fundos da UE para nos modernizarmos e, no processo, fomos importando tudo o que a Europa produzia.

Neste momento, precisamos de voltar a produzir cá dentro. Enquanto durarem os programas de austeridade, é do interesse da UE permitir que exista uma válvula de escape, um mecanismo que permita tornar atraente do ponto de vista fiscal o investimento nos países mais afetados, para promover o investimento, o emprego e o crescimento, contrabalançando o efeito recessivo da austeridade.

Caso contrário, só há duas alternativas, ou avançamos para uma federação europeia - o que, à luz da história, é uma utopia - ou esta desigualdade entre os países da periferias e os países do centro vão agravar-se. Nesse cenário, as consequências políticas e sociais são imprevisíveis e por isso é que eu digo que é do interesse da UE que os países tenham essa válvula de escape.

VE - Posso concluir das suas palavras que, no estado em que a UE está, ou avança para um federalismo, que considera utópico, ou regride para uma menor integração?

RA - No livro faço justamente essa questão. A UE, nomeadamente a Zona Euro, está perante um dilema: ou moeda única ou mercado único. Os dois são, neste momento, incompatíveis para Portugal, para a Grécia e, eventualmente, para a própria Espanha, pois falta a tal válvula de escape.

Em Portugal, a nossa produção por hora são 17 euros, a média europeia é acima de 30 euros e no Luxemburgo esse valor é de mais de 60 euros.

Quando as diferenças são desta ordem, não poderemos competir de igual para igual. Dir-se-á, vamos fazer reestruturações e apostar na educação. Façamo-lo, mas isso demora tempo. Entretanto, no curto prazo, o desemprego aumenta, temos recessão, falências, pelo que é preciso encontrar um equilíbrio. Este equilíbrio virá de menor integração ou IRC mais baixo ou barreiras aduaneiras ou mecanismos que permitam esses países saírem temporariamente da moeda única.

VE - Concordaria com uma saída negociada de Portugal do euro?

RA - Creio que os portugueses gostam do euro. Não vejo neste momento condições reunidas para, por nossa vontade, sairmos do euro. Acho, contudo, que, se a avenida for esta, mais dia, menos dia, vamos ficar mais sensibilizados para soluções de rutura como essa. Uma saída negociada teria de envolver uma redenominação da nossa dívida em escudos. Essa medida permitir-nos-ia, no curto prazo, reganhar competitividade e estimular a substituição de importações.

No entanto, essa política teria de ser muito bem pensada, pois facilmente se poderia cair na tentação de fabricar dinheiro, que, se não for controlado, resulta em inflação. Daí que, neste debate entre moeda única ou mercado único, considero que seria menos turbulento e mais sustentável que pudéssemos sair temporariamente do mercado único ou termos medidas que replicassem isso.

Os valores da dívida são assombrosos. Pelas minhas contas, a dívida oficial é de 120% do PIB, mas se a isso somarmos o endividamento do setor empresarial do Estado, os encargos com PPP e os pagamentos atrasados do Estado, vamos para 170% do PIB, o que dá a cada cidadão português 30 mil euros só à conta das dívidas do Estado (sem as dívidas pessoais).

E se afunilarmos o campo de análise e tomarmos apenas em linha de conta só os cidadãos em idade ativa, então aí a dívida sobe para 55 mil euros por cidadão (sem as dívidas pessoais). Sem crescimento, isto é impagável, pelo que alguma coisa tem de ser feita. A negociação honrada de que fala o Dr. Miguel Cadilhe vai ser, certamente, o caminho a seguir.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Portugueses já nascem em Portugal!


Há meia dúzia de anos, no distrito de Portalegre, em mais uma diabrura da estratégia socrática e “sus muchachos”, onde nasciam menos de 1 000 crianças por ano, e na sequência do encerramento do serviço de maternidade de Elvas, decidiu-se que a melhor maneira de parir, seria fazê-lo em Badajoz - Espanha.

Não me custa aceitar que isso teria alguma comodidade para as gentes de Elvas e Campo Maior, mas em minha opinião, tal não passava de uma das maiores aberrações, estando essas futuras mães a menos de 45 minutos de um Serviço de Obstetrícia distrital, no Hospital de Portalegre. Tempo, aliás inferior, ao de qualquer mulher gasta se morar em Sousel, Avis, ou mesmo numa freguesia de Marvão, como por exemplo Beirã.

Se outra razão não houvesse, o simples facto de fazer nascer portugueses em Espanha já era degradante, já que não se trata de qualquer acto médico especial, que não pudesse ter resposta entre portas. Pois desde que o mundo é mundo, sempre as mulheres pariram.

Esse acordo com “nuestros hermanos” era também muito oneroso financeiramente para o Estado português. Mas nada que não fosse fácil para essa corja que governou o país, e o empenhou até ao tutano, pois não pensavam pagar, como sempre fizeram. Como é exemplo, o aumento de 105 000 milhões de euros com que brindaram o aumento da dívida pública em 6 anos, mais 10 500 euros a cada português que mandavam parir a Badajoz. E que o seu “filósofo-mor”, ainda tem o desplante de afirmar que “as dívidas públicas não são para pagar, são para gerir...”!

Sim, sim! O problema é quem paga os Juros! E a negação às gerações vindouras, que ele mandava parir a Espanha, poderem desfrutar das mesmas premissas pedinchonas. A não ser que as dívidas não tenham limites!

Por isso, foi com grande satisfação, que hoje ouvi esta notícia da Rádio Portalegre, em que nos primeiros 11 meses de 2012, apenas tinham nascido uma dúzia de crianças em Badajoz, quando em 2011 ali haviam nascido 182 portuguesinhos. Em contrapartida, na maternidade de Portalegre, desde Janeiro deste ano, já nasceram mais 120 Portugueses que em 2011.

E não consta, senhor Rondão, que a mortalidade ou morbilidade infantil tenham tido algum acréscimo...

"Os Inocentes": Um filme à portuguesa (1)


Uma das melhores piadas. Almeida Santos sobre Armando Vara:

«Se não acreditasse que o Armando Vara é um homem sério e honesto, eu não estaria aqui a defendê-lo», salientou o antigo presidente da Assembleia da República e do PS.

Deve ser deve....



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pérolas do investimento à portuguesa...

Houve uma época recente na política portuguesa, para considerar bom, tudo o que fossem “Despesas com Investimentos”, nem que fosse para fazer Ninhos de Poupa. Foi assim que surgiram as dezenas de auto-estradas, as centenas de rotundas, os megas jardins, os estádios de futebol, as piscinas em todas as paróquias, os polis, a grande frota de automóveis públicos, os jipes com fundos comunitários, os túneis, algumas vivendas dignas de palácios, e, muitas e muitas luzes, e luzinhas, etc.

 Não existia campanha eleitoral local, em que os candidatos de todas as forças políticas, não prometessem aos seus fregueses alguns destes melhoramentos, ou até vários. Conta-se até que, um destes vendilhões de recursos públicos, ter ido ao ponto de prometer, que se ganhasse as eleições, mandaria erguer uma Ponte lá na sua aldeia! E quando alguém o questionou para que serviria a Ponte à terra, se ali não havia qualquer rio ou riacho, o dito, terá dito, que tal não seria impeditivo de “tal obra”, pois na próxima campanha construir-se-ia um Rio!

As imagens que hoje aqui vos trago, representam o exemplo de algumas dessas alucinações eleitorais, como era o caso de por, pelo menos uma, "alampadazinha" de iluminação pública junto da casa do freguês, ou no caminho contíguo, embora se soubesse de antemão, que jamais por lá passaria alguém. Mas parecia bem.

Figura 1 - "Nota informativa" existente em metade das Iluminárias no Jardim do Tarro em Portalegre.



Neste caso, parece que cumpriram um duplo objectivo: serviram para enganar a populaça, e ganhar votos, quando foram construídos; e, com o maior dos requintes e desplantes, preparam-se agora, para voltarem a ser bandeira eleitoral, pela sua desactivação.

Apresento-vos de seguida, dois exemplos destes devaneios modernaços, no caso, as super iluminações dos espaços púbicos: O Jardim do Tarro em Portalegre; e um pseudo Parque de Estacionamento na Portagem em Marvão que só funciona 3 meses por ano.

Figura 2 - Tudo à grande, iluminação dupla, que a malta é rica



Figura 3 - A malta é rica mas não é para sempre!



Cada um que julgue por si a beleza e a função de cada Obra. Mas os seus custos, desde os honorários dos distintos “arquitectos” paisagísticos, aos dos materiais e fabrico, a implementação e alimentação de tais maravilhas, pagas por todos nós, para funcionarem e, deixarem de o fazer, não serão nada de desperdiçar nos tempos que correm.

Figura 4 - Super iluminação (cerca de 20 pontos de luz), do Parque de Estacionamento da Portagem, Marvão.


Para quando a colocação nas Iluminarias marvanenses de uma “pérola informativa” do género de Portalegre? Seria um bom slogan para as próximas eleições!

Os responsáveis por estas megalomanias, são todos aqueles que ocuparam os cargos autárquicos dos últimos 35 anos, desde os municipais, aos das freguesias, a quem agora, deveriam ser apresentadas contas, e exigir-se a reposição dos custos.

No que me diz respeito, há mais de 25 anos (como se pode ler neste Post sobre: “desorganização e desperdício”, ou  ainda aqui: "quem paga é o zé..."), que me venho insurgido contra esta “parvoíce” que não serve a ninguém, a não ser aos cegos. Não aos que foram amputados do seu órgão da visão, mas todos aqueles que não viram, e que parece, não querem ainda ver.

Não há almoços grátis, nem custos que não sejam imputados. Talvez que só aprendamos quando, com tanta “iluminação” não virmos o essencial, que para alguns, já é o pão da boca...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Por qué no te callas?


“O que espera o Governo para se demitir”

(Mário Soares hoje no DN)



... quem dá tempo de antena a este homem tem menos juízo do que ele?

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem são essas mulheres?

Quando ontem cheguei a casa deparei-me, mais uma vez, no Canal Público RT1, com mais um concerto do “Toni Carreira”. Quer gostemos, ou não, do género, não deixa de ser um fenómeno digno de avaliação e reflexão. Pena é, que outros músicos portugueses não tenham o mesmo tratamento.

Não nego que, até eu, tenho uma certa simpatia pelo dito, não sei bem porquê, mas tenho. O que duvido é que, se alguma vez, teria a coragem de assistir a um desses espectáculos, nem que fosse pela experiência, única, de sentir o odor de tanta mulher junta.

O que mais salta à vista nesses concertos, para além do excelente grupo de músicos e coros que o acompanham, e, do grande cenário de luzes e cores, são as Salas cheias, a abarrotar mesmo em tempos de crise financeira, sobretudo, de mulheres, muitas mulheres. Novas e velhas, gordas e magras, maquilhadas e por maquilhar, bonitas e feias, alegres e tristes, vestes garridas ou de negro vestidas, as que riem e as que choram, as que gritam e as completamente silenciosas, solteiras e casadas, viúvas e divorciadas, ricas e pobres, com formação superior ou analfabetas, perfumadas e as nem por isso, solitárias ou em clubes de fãs, vindas de perto maa também de longe, de Portugal ou do estrangeiro, discretas e extravagantes; mas sempre muitas, e, muitas mulheres!

Mas o que mais me intriga é o que pensam e sentem essas mulheres, que se revêem nesses poemas redondos e que os sabem de “cor e salteados”, e que, pronunciam sobretudo, o sofrimento, a dor, a solidão, o destino (ai destino, ai destino), a paixão e amores não correspondidos, a traição, as outras que lhes roubam o “objecto” do seu prazer, as mágoas, as saudade, o adeus, e novamente o adeus, o “pecado” e os pecados, o abandono, e novamente a traição, o choro com lágrimas e as lágrimas com sofrimento, a despedida e nunca o regresso, a culpa e raramente o perdão, a inveja, e novamente a solidão, estar com outra mas ainda pensando em ti, o amor a três, os amores secretos, os enganos e desenganos, as perdições, o fim, sempre o fim, o fruto proibido, os lados negros, a mentira, e novamente a mentira, não voltarei, mas continuarei a amar-te, pode até já ser tarde demais, as promessas e mais promessas, e ainda, mais uma promessa, só deus há-de saber, estas coisas do diabo, o que vai ser de mim, agora que já não és minha, e novamente a solidão, quem será a outra, e ou quantas serão afinal, e quantas já foram, isso é traição a duplicar, se tu te vais, e se me vais deixar, sem me dizeres ao menos, adeus, ainda serei feliz sem ela, e se não for com ela, serei sempre o teu amor escondido, mas preciso de outro, para que todos vejam, uma noite com ela, mas sem a outra saber, vou-me embora, mas viver sem ti não é viver, mas tenho que te esquecer, etc., etc.

Que parece ser tudo o contrário que as mulheres dizem querer ou gostar, ou estarei enganado, ou onde se revêem as mulheres no fenómeno Toni Carreira!

Quem são afinal essas mulheres? Ou, quem são, concretamente, as mulheres...




Um exemplo de boa gestão!

Participei este fim-de-semana numa Assembleia-Geral de uma pequena associação desportivo cultural do concelho de Marvão, o Grupo Desportivo Arenense. Praticamente o único clube do concelho com uma prática regular de actividades desportivas, sobretudo o futebol de formação; mas também a malha; e este ano com a participação de uma equipa no campeonato distrital de futsal; para além da organização e participação em algumas actividades de índole cultural em todo o concelho; e a disponibilização de uma Sede social para convívio da comunidade arenense e marvanense.

Foi positivo verificar que os seus corpos gerentes, ao longo dos 2 últimos anos, realizaram esse conjunto de actividades através de uma gestão financeira brilhante, onde as Receitas superaram as Despesas em cerca de 11 000 euros.

É de realçar que este exercício financeiro, não foi apenas alcançado devido a atribuição de subsídios de Entidades Públicas (como são exemplo a maioria das sua congéneres distritais ou mesmo nacionais). Apesar dessas verbas serem essenciais (cerca de 11 000 euros/ano). No entanto, elas apenas representam cerca de 30% das Receitas Totais do Clube, que teve uma média de Receitas de 35 000 euros/ano.

Nos tempos que correm, bem podem estes voluntários do associativismo ser apontados como exemplo público de boa gestão, e de adaptação aos novos tempos e, às dificuldades de gerir seja uma família, seja uma instituição, ou um estado.

Para informação geral, convém recordar, que esta associação esteve em vias de fechar as portas em 2006, quando após uma “gestão aventureira e megalómana”, deixou um passivo, ou dívida efectiva, de cerca de 22 600 euros. Tendo em conta que, actualmente, as dívidas são ZERO euros (como foi salientado na assembleia), e que existe um saldo de cerca de 21 000, quer dizer que em 6 anos, e da responsabilidade das últimas 3 Direcções, o GDA teve um exercício financeiro positivo de cerca de 44 000 euros.

Resta dizer que a Direcção presidida por Dionísio Gordo amortizou cerca de 7 300 euros; a presidida por mim amortizou cerca de 12 000 euros; e a actual presidida por Luis Barradas amortizou 3 300 euros.

Num outro ponto da Assembleia-Geral procedeu-se à eleição dos novos Corpos Gerentes para o biénio 2012/2014, que são praticamente a continuidade dos actuais, cujos grandes objectivos apresentados são: a legalização da Sede para propriedade do clube (em processo bastante adiantado); uma possível alteração dos Estatutos, tornando-os mais actuais e de acordo com as novas leis gerais; e uma continuação do desenvolvimento das actividades que vêm sendo praticadas.

Boa sorte rapaziada...