segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem são essas mulheres?

Quando ontem cheguei a casa deparei-me, mais uma vez, no Canal Público RT1, com mais um concerto do “Toni Carreira”. Quer gostemos, ou não, do género, não deixa de ser um fenómeno digno de avaliação e reflexão. Pena é, que outros músicos portugueses não tenham o mesmo tratamento.

Não nego que, até eu, tenho uma certa simpatia pelo dito, não sei bem porquê, mas tenho. O que duvido é que, se alguma vez, teria a coragem de assistir a um desses espectáculos, nem que fosse pela experiência, única, de sentir o odor de tanta mulher junta.

O que mais salta à vista nesses concertos, para além do excelente grupo de músicos e coros que o acompanham, e, do grande cenário de luzes e cores, são as Salas cheias, a abarrotar mesmo em tempos de crise financeira, sobretudo, de mulheres, muitas mulheres. Novas e velhas, gordas e magras, maquilhadas e por maquilhar, bonitas e feias, alegres e tristes, vestes garridas ou de negro vestidas, as que riem e as que choram, as que gritam e as completamente silenciosas, solteiras e casadas, viúvas e divorciadas, ricas e pobres, com formação superior ou analfabetas, perfumadas e as nem por isso, solitárias ou em clubes de fãs, vindas de perto maa também de longe, de Portugal ou do estrangeiro, discretas e extravagantes; mas sempre muitas, e, muitas mulheres!

Mas o que mais me intriga é o que pensam e sentem essas mulheres, que se revêem nesses poemas redondos e que os sabem de “cor e salteados”, e que, pronunciam sobretudo, o sofrimento, a dor, a solidão, o destino (ai destino, ai destino), a paixão e amores não correspondidos, a traição, as outras que lhes roubam o “objecto” do seu prazer, as mágoas, as saudade, o adeus, e novamente o adeus, o “pecado” e os pecados, o abandono, e novamente a traição, o choro com lágrimas e as lágrimas com sofrimento, a despedida e nunca o regresso, a culpa e raramente o perdão, a inveja, e novamente a solidão, estar com outra mas ainda pensando em ti, o amor a três, os amores secretos, os enganos e desenganos, as perdições, o fim, sempre o fim, o fruto proibido, os lados negros, a mentira, e novamente a mentira, não voltarei, mas continuarei a amar-te, pode até já ser tarde demais, as promessas e mais promessas, e ainda, mais uma promessa, só deus há-de saber, estas coisas do diabo, o que vai ser de mim, agora que já não és minha, e novamente a solidão, quem será a outra, e ou quantas serão afinal, e quantas já foram, isso é traição a duplicar, se tu te vais, e se me vais deixar, sem me dizeres ao menos, adeus, ainda serei feliz sem ela, e se não for com ela, serei sempre o teu amor escondido, mas preciso de outro, para que todos vejam, uma noite com ela, mas sem a outra saber, vou-me embora, mas viver sem ti não é viver, mas tenho que te esquecer, etc., etc.

Que parece ser tudo o contrário que as mulheres dizem querer ou gostar, ou estarei enganado, ou onde se revêem as mulheres no fenómeno Toni Carreira!

Quem são afinal essas mulheres? Ou, quem são, concretamente, as mulheres...




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