quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Quanto custa nascer em Portugal!

Na semana passada tive a oportunidade de, aqui, felicitar a ULSNA (Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano), pela sua contribuição estratégica de voltar a fazer nascer mais cerca de 200 portugueses/ano em Portugal.

Como aí descrevo, esses infantes lusos, tinham a desdita de terem de emigrar, mesmo antes de nascerem. Hoje, quero voltar ao tema. Não ao facto de voltarem a nascer portugueses no seu país, mas à problemática de “como se nasce em Portugal, mais concretamente, no Alto Alentejo”, e, sobretudo, quanto é que isso custa!

Como é do conhecimento geral, o Distrito de Portalegre é o menos populoso do país, apenas cerca de 118 000 almas por aqui vivem; é o mais envelhecido, o que tem menor número de mulheres em idade fértil e, logicamente, aquele em que nascem menos crianças. Pelas minhas contas nascerão menos de 800 crianças/ano.

Nos concelhos mais pequenos (Alter, Arronches, C. Vide, Crato, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, e mesmo Sousel e Avis) a quantidade de mulheres grávidas/ano, andarão à volta de uma dúzia. A maioria dos Centros de Saúde destes concelhos tem, pelo menos 3 médicos de família, e meia-dúzia de enfermeiros. O que quer dizer que a cada médico, por exemplo, mais não terá que, uma média, de 4 grávidas/ano para vigiar e seguir.

Não consegui apurar quantos especialista na área tem, actualmente, a Maternidade do Hospital de Portalegre, mas entre “residentes e contratados” andarão à volta de meia-dúzia, mais coisa menos coisa. O que dará uma média para seguimento e vigilância, de situações de Risco em saúde materna, de 150 grávidas/ano. Número muito inferior ao que está preconizado pelas instituições nacionais e estrangeiras para estas actividades, e, para as quais, estes serviços públicos de saúde (SNS), deveriam dar resposta. Sem que as futuras mães, a não ser que fosse por sua “livre” opção, tivessem que recorrer à dispendiosa assistência particular privada.

No fim-de-semana passado, quando jantava com uns amigos, constatei que 2 deles se preparavam para serem pais nas próximas duas semanas e, ao perguntar-lhes onde as suas companheiras faziam a vigilância da gravidez, a resposta foi unânime: Em consultórios privados, pela módica quantia de, pelo menos, 60 euros cada visita. Constatei ainda, que se tratavam de gravidezes perfeitamente normais, de mulheres jovens, 1ª gravidez, nada de qualquer Risco, que me tenha apercebido. Ainda lhes perguntei, quantas consultas haviam tido? Ao que me informaram que era uma por mês, e duas no último mês.

Tendo em conta que o protocolo de consultas se fez a partir do 3º mês, pelo menos 8 consultas haviam sido, a multiplicar por 60 euros, ficou a “brincadeira” à volta de 500 euros. Supondo que, no 1º ano de vida dos futuros rebentos o ritual se vai manter, embora com outros “mestres”, pelo menos mais 500 euros irão ser extorquidos aos progenitores.

Tudo somado serão, pelo menos, só para Consultas Normais de Vigilância: 1 000 euros, 200 mocas em moeda antiga.

Convém ainda, informar que todas as instâncias das especialidades, consideram a Gravidez e a Vigilância das Crianças no 1º ano de vida, fenómenos completamente normais, que existem desde que o “mundo é mundo”; e que o seu seguimento e vigilância devem ser feitos nos Cuidados de Saúde Primários/Centros de Saúde, gratuitamente, pelos médicos e enfermeiros de família, que têm formação suficiente, que para isso lhes pagamos e recebem, e, só devem ir para os especialistas as situações de Risco.

Todas essas actividades, já foram financiadas pelos nossos Impostos, que não param de aumentar. Andarem a “cobrar” uns, e a pagar outros, mais 1 000 euros para Consultas Normais de Vigilância de Gravidez e de Saúde Infantil, é um abuso, para não lhe aplicar outro adjectivo. E todos aqueles que os pagam deveriam apresentar os custos à ULSNA, para serem ressarcidos, e para que esta, descontasse nos ordenados daqueles que deveriam ter prestado os cuidados e não o fizeram. Não será difícil identificar os prevaricadores:

Aqueles que não fizerem, ficam sem menos 2 messes de ordenado, a juntar aos outros 2 que o Gaspar e o Coelho já retiveram para financiar essas actividades.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ainda sobre a ETAR da Beirã

Hoje, quando procurava algumas memórias do Fórum Marvão, deparei-me com este Post do amigo Fernando Bonito, datado de 8 de Novembro de 2009, com base numa notícia publicada no Jornal Fonte Nova (certamente com origem na CM de Marvão), vejamos o que dizia:

“Finalmente a ETAR na Beirã

Na anterior Assembleia Municipal, aí pelo início de 2006, foi promovida a descentralização de algumas sessões, tendo sido realizada uma em cada freguesia do concelho. Foi uma excelente ideia, já que nessas assembleias normalmente havia mais gente a assistir e discutiam-se sempre alguns “assuntos locais”.

Lembro-me que na realizada na freguesia da Beirã foi debatida a questão dos esgotos nessa localidade, tendo sido frisado por alguns membros da Assembleia aí moradores que os mesmos corriam a céu aberto; o cheiro era nauseabundo; e que, inclusivamente, os esgotos inundavam terrenos de particulares, como por exemplo do antigo (e actual) membro da AM, Prof. José Garraio.

E que a situação se mantinha assim já há largos anos!

Lembro-me de, na altura, pensar que essa era uma situação insustentável e que, além das questões estratégicas (as quais me despertavam sempre mais atenção) estas também eram questões prementes que urgia resolver.

E que em décadas não se tinha investido no concelho em outras infra-estruturas com a “desculpa” que tinha sido necessário dar prioridade ao saneamento básico e, no entanto, ainda existiam situações destas…

Este assunto era, portanto, lamentável e a sua resolução envolvia grande urgência. Foi a conclusão!

Foi, por isso, com satisfação que hoje li a notícia no “Fonte Nova” que aqui vos trago:

Finalmente, vai ser construída uma nova ETAR na Beirã para que os esgotos não corram a céu aberto!

Bonito Dias"


Já passaram 3 anos, e o "Finalmente" não apareceu..., Construa-se porra!

Deixem-se de interesses pessoais mesquinhos, e cuidem do bem público...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Perguntas que incomodam (3)

Porque é que ainda não foi construída a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Beirã-Marvão, que deveria ter sido construída no mandato de António Andrade, fez parte dos Programas Eleitorais dos 2 mandatos de Manuel Bugalho, fez parte das promessas eleitorais de Vítor Frutuoso, chegou a ter instalado em 2009/10 o Estaleiro de Obras para a sua construção pelas Águas do Norte Alentejano; e até hoje, continua sem sinal para a sua construção?     

domingo, 25 de novembro de 2012

Do Baú...

"O dia fez-se noite na praia deserta, a brisa do mar, ficou quente contigo...

E a água salgada que bebi do teu corpo, embriagou-me! Talvez até estejas em qualquer lado, e a pensar em mim.

Talvez até estejas no teu quarto e, me desejes aí..."

sábado, 24 de novembro de 2012

Leituras de fim-de semana...

Classificação Bugalhónica - *****

"Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise"

(Entrvista de  Ricardo Arroja, autor do livro "As contas políticamente incorretas da economia portuguesa", ao Vida Económica, tirada daqui).

Vida Económica (VE) - No livro "As contas políticamente incorretas da economia portuguesa" analisa as causas da crise portuguesa. Quais são?


Ricardo Arroja (RA) - Não quis escrever um livro demasiado circunstancial, mas algo que combinasse os aspetos circunstanciais de um passado recente com uma perspetiva mais histórica e abrangente do país. Assim, o livro tem uma chamada histórica que vai até ao período do Marquês de Pombal, ou seja, períodos em que também atravessámos crises de balanças de pagamento.

VE - Que factos destaca dessa retrospetiva?

RA - Os elementos que me chamaram a atenção e que ajudam a explicar o momento em que nos encontramos são, em primeiro lugar, um problema crónico na balança comercial que faz com que, tradicionalmente, as nossas exportações não cubram as importações. Pior, nos momentos de maior abertura, sobretudo quando tivemos riquezas externas, como o comércio das Índias, o ouro do Brasil ou os fundos de coesão da União Europeia (UE), os défices agravaram-se.

De certo modo, abdicámos de ter estrutura produtiva interna na agricultura, nas pescas e na indústria, o que nos levou a estar mais dependentes da produção estrangeira e redundou nesta crise de pagamentos que temos. Um segundo elemento diz respeito aos desvios orçamentais e à dívida do Estado. Em Portugal, nos últimos 40 anos, temos tido uma série consecutiva de maus processos orçamentais que levam a que as contas públicas estejam permanentemente deficitárias. É extraordinário que o último ano de contas públicas excedentárias seja anterior ao 25 de Abril. Naturalmente que a dívida pública cresceu imenso. Naquela altura, rondava os 15% do PIB, hoje está estimada em 120% do PIB.

Outro traço característico da nossa economia é que, sempre que houve uma descentralização financeira do Estado, houve um descontrolo das contas públicas. Isso é visível nas últimas três décadas, mas já não é de agora, de resto foi o Marquês de Pombal que criou o Tesouro Geral em 1761. É curioso que uma das medidas criadas pelo Governo e pela "troika" para controlar as finanças públicas é precisamente a centralização da vida financeira na figura do ministro das Finanças. Em suma, os dois traços principais que identifiquei são uma tendência, sobretudo, em momentos em que recebemos riqueza externa, para abdicarmos de estrutura produtiva interna e importarmos consumo; e uma tendência para o descontrolo orçamental sempre que há descentralização financeira do Estado.

VE - Concorda com a centralização financeira do Estado?

RA - Eu estou de acordo com a centralização financeira do Estado. O que se verifica também, é que este é um país com uma tradição de descentralização administrativa, a comunidade local tem um peso importante em Portugal. Os dois conceitos não são contraditórios. É possível ter uma centralização financeira do Estado, permitindo ao mesmo tempo uma descentralização administrativa do Estado. Como proponho no livro, isto resolver-se-ia se todos os impostos fossem centralizados no Ministério das Finanças e que a sua redistribuição pudesse ser feita para as regiões em função do PIB per capita de cada região. Isso permitiria um controlo das contas públicas ao mesmo tempo de um efeito de redistribuição que beneficiaria quem menos tem.

VE - Em relação à balança de pagamentos, qual o desafio?

RA - Existe hoje em Portugal a ideia de que as exportações serão a panaceia da economia. O que concluí na análise histórica é que, sempre que houve crise de pagamentos - e os períodos que mais se assemelham ao atual são o de Marquês de Pombal e o do fim da Primeira República -, existiu uma política de substituição de importações. Ou seja, as exportações são importantes, mas tem sido primeiro pela via da substituição de importações e só depois pelo fomento das exportações que problemas como este têm sido resolvidos.

VE - Um pouco o contrário do que tem sido feito no presente. Que avaliação faz da estratégia seguida pelo Governo?


RA - O problema é que hoje não temos instrumentos macroeconómicos. Não temos política monetária e temos a questão de o mercado único europeu obrigar à livre circulação de bens e serviços. O mercado único é uma das coisas boas da integração europeia - não está em causa -, mas neste período, em que precisamos de estimular a substituição de importações, é um obstáculo, pois, no limite, precisaríamos de impor barreiras aduaneiras. Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise.

VE - Esse facto vai impedir ou, pelo menos, prolongar a recuperação?

RA - O programa da "troika" tem uma série de reformas estruturais da economia, como a flexibilização do mercado laboral, uma maior concorrência interna, a redução das rendas, entre outras, que são essenciais para aumentar a baixa competitividade da economia portuguesa. Aquele que me parece o caminho mais equilibrado é dar indicações à "troika" que todas as reformas vão ser feitas, mas, ao mesmo tempo, solicitar aos credores externos que permitam uma válvula de escape: um mecanismo, provavelmente de natureza fiscal, que permita dar prioridade ao investimento que é feito em Portugal.

Não está em causa a origem do capital, seria todo bem-vindo. Isso iria permitir uma dinâmica de crescimento ao mesmo tempo que se implementam as reformas estruturais e a austeridade orçamental, absolutamente essenciais. Tudo isto tem de ser negociado no quadro europeu. Se é possível ou não, cabe aos políticos aferirem. Sem este compromisso, receio que tudo o que nos vai sobrar vai ser a espiral recessiva.

VE - Vê vontade política na UE para haver essa válvula de escape?

RA - A situação na Grécia está perto da rutura e já se fala em novo "haircut". [Tanto a grega como a portuguesa] são economias cuja estrutura produtiva é muito menos competitiva que os parceiros europeus e que destruíram a capacidade produtiva nos últimos anos. A nossa produção agrícola baixou, em certos domínios, para metade, as nossas pescas baixaram para metade, a indústria desapareceu. Tudo aquilo que era a estrutura produtiva portuguesa entrou em colapso. Porquê? Porque recebemos fundos da UE para nos modernizarmos e, no processo, fomos importando tudo o que a Europa produzia.

Neste momento, precisamos de voltar a produzir cá dentro. Enquanto durarem os programas de austeridade, é do interesse da UE permitir que exista uma válvula de escape, um mecanismo que permita tornar atraente do ponto de vista fiscal o investimento nos países mais afetados, para promover o investimento, o emprego e o crescimento, contrabalançando o efeito recessivo da austeridade.

Caso contrário, só há duas alternativas, ou avançamos para uma federação europeia - o que, à luz da história, é uma utopia - ou esta desigualdade entre os países da periferias e os países do centro vão agravar-se. Nesse cenário, as consequências políticas e sociais são imprevisíveis e por isso é que eu digo que é do interesse da UE que os países tenham essa válvula de escape.

VE - Posso concluir das suas palavras que, no estado em que a UE está, ou avança para um federalismo, que considera utópico, ou regride para uma menor integração?

RA - No livro faço justamente essa questão. A UE, nomeadamente a Zona Euro, está perante um dilema: ou moeda única ou mercado único. Os dois são, neste momento, incompatíveis para Portugal, para a Grécia e, eventualmente, para a própria Espanha, pois falta a tal válvula de escape.

Em Portugal, a nossa produção por hora são 17 euros, a média europeia é acima de 30 euros e no Luxemburgo esse valor é de mais de 60 euros.

Quando as diferenças são desta ordem, não poderemos competir de igual para igual. Dir-se-á, vamos fazer reestruturações e apostar na educação. Façamo-lo, mas isso demora tempo. Entretanto, no curto prazo, o desemprego aumenta, temos recessão, falências, pelo que é preciso encontrar um equilíbrio. Este equilíbrio virá de menor integração ou IRC mais baixo ou barreiras aduaneiras ou mecanismos que permitam esses países saírem temporariamente da moeda única.

VE - Concordaria com uma saída negociada de Portugal do euro?

RA - Creio que os portugueses gostam do euro. Não vejo neste momento condições reunidas para, por nossa vontade, sairmos do euro. Acho, contudo, que, se a avenida for esta, mais dia, menos dia, vamos ficar mais sensibilizados para soluções de rutura como essa. Uma saída negociada teria de envolver uma redenominação da nossa dívida em escudos. Essa medida permitir-nos-ia, no curto prazo, reganhar competitividade e estimular a substituição de importações.

No entanto, essa política teria de ser muito bem pensada, pois facilmente se poderia cair na tentação de fabricar dinheiro, que, se não for controlado, resulta em inflação. Daí que, neste debate entre moeda única ou mercado único, considero que seria menos turbulento e mais sustentável que pudéssemos sair temporariamente do mercado único ou termos medidas que replicassem isso.

Os valores da dívida são assombrosos. Pelas minhas contas, a dívida oficial é de 120% do PIB, mas se a isso somarmos o endividamento do setor empresarial do Estado, os encargos com PPP e os pagamentos atrasados do Estado, vamos para 170% do PIB, o que dá a cada cidadão português 30 mil euros só à conta das dívidas do Estado (sem as dívidas pessoais).

E se afunilarmos o campo de análise e tomarmos apenas em linha de conta só os cidadãos em idade ativa, então aí a dívida sobe para 55 mil euros por cidadão (sem as dívidas pessoais). Sem crescimento, isto é impagável, pelo que alguma coisa tem de ser feita. A negociação honrada de que fala o Dr. Miguel Cadilhe vai ser, certamente, o caminho a seguir.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Portugueses já nascem em Portugal!


Há meia dúzia de anos, no distrito de Portalegre, em mais uma diabrura da estratégia socrática e “sus muchachos”, onde nasciam menos de 1 000 crianças por ano, e na sequência do encerramento do serviço de maternidade de Elvas, decidiu-se que a melhor maneira de parir, seria fazê-lo em Badajoz - Espanha.

Não me custa aceitar que isso teria alguma comodidade para as gentes de Elvas e Campo Maior, mas em minha opinião, tal não passava de uma das maiores aberrações, estando essas futuras mães a menos de 45 minutos de um Serviço de Obstetrícia distrital, no Hospital de Portalegre. Tempo, aliás inferior, ao de qualquer mulher gasta se morar em Sousel, Avis, ou mesmo numa freguesia de Marvão, como por exemplo Beirã.

Se outra razão não houvesse, o simples facto de fazer nascer portugueses em Espanha já era degradante, já que não se trata de qualquer acto médico especial, que não pudesse ter resposta entre portas. Pois desde que o mundo é mundo, sempre as mulheres pariram.

Esse acordo com “nuestros hermanos” era também muito oneroso financeiramente para o Estado português. Mas nada que não fosse fácil para essa corja que governou o país, e o empenhou até ao tutano, pois não pensavam pagar, como sempre fizeram. Como é exemplo, o aumento de 105 000 milhões de euros com que brindaram o aumento da dívida pública em 6 anos, mais 10 500 euros a cada português que mandavam parir a Badajoz. E que o seu “filósofo-mor”, ainda tem o desplante de afirmar que “as dívidas públicas não são para pagar, são para gerir...”!

Sim, sim! O problema é quem paga os Juros! E a negação às gerações vindouras, que ele mandava parir a Espanha, poderem desfrutar das mesmas premissas pedinchonas. A não ser que as dívidas não tenham limites!

Por isso, foi com grande satisfação, que hoje ouvi esta notícia da Rádio Portalegre, em que nos primeiros 11 meses de 2012, apenas tinham nascido uma dúzia de crianças em Badajoz, quando em 2011 ali haviam nascido 182 portuguesinhos. Em contrapartida, na maternidade de Portalegre, desde Janeiro deste ano, já nasceram mais 120 Portugueses que em 2011.

E não consta, senhor Rondão, que a mortalidade ou morbilidade infantil tenham tido algum acréscimo...

"Os Inocentes": Um filme à portuguesa (1)


Uma das melhores piadas. Almeida Santos sobre Armando Vara:

«Se não acreditasse que o Armando Vara é um homem sério e honesto, eu não estaria aqui a defendê-lo», salientou o antigo presidente da Assembleia da República e do PS.

Deve ser deve....



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pérolas do investimento à portuguesa...

Houve uma época recente na política portuguesa, para considerar bom, tudo o que fossem “Despesas com Investimentos”, nem que fosse para fazer Ninhos de Poupa. Foi assim que surgiram as dezenas de auto-estradas, as centenas de rotundas, os megas jardins, os estádios de futebol, as piscinas em todas as paróquias, os polis, a grande frota de automóveis públicos, os jipes com fundos comunitários, os túneis, algumas vivendas dignas de palácios, e, muitas e muitas luzes, e luzinhas, etc.

 Não existia campanha eleitoral local, em que os candidatos de todas as forças políticas, não prometessem aos seus fregueses alguns destes melhoramentos, ou até vários. Conta-se até que, um destes vendilhões de recursos públicos, ter ido ao ponto de prometer, que se ganhasse as eleições, mandaria erguer uma Ponte lá na sua aldeia! E quando alguém o questionou para que serviria a Ponte à terra, se ali não havia qualquer rio ou riacho, o dito, terá dito, que tal não seria impeditivo de “tal obra”, pois na próxima campanha construir-se-ia um Rio!

As imagens que hoje aqui vos trago, representam o exemplo de algumas dessas alucinações eleitorais, como era o caso de por, pelo menos uma, "alampadazinha" de iluminação pública junto da casa do freguês, ou no caminho contíguo, embora se soubesse de antemão, que jamais por lá passaria alguém. Mas parecia bem.

Figura 1 - "Nota informativa" existente em metade das Iluminárias no Jardim do Tarro em Portalegre.



Neste caso, parece que cumpriram um duplo objectivo: serviram para enganar a populaça, e ganhar votos, quando foram construídos; e, com o maior dos requintes e desplantes, preparam-se agora, para voltarem a ser bandeira eleitoral, pela sua desactivação.

Apresento-vos de seguida, dois exemplos destes devaneios modernaços, no caso, as super iluminações dos espaços púbicos: O Jardim do Tarro em Portalegre; e um pseudo Parque de Estacionamento na Portagem em Marvão que só funciona 3 meses por ano.

Figura 2 - Tudo à grande, iluminação dupla, que a malta é rica



Figura 3 - A malta é rica mas não é para sempre!



Cada um que julgue por si a beleza e a função de cada Obra. Mas os seus custos, desde os honorários dos distintos “arquitectos” paisagísticos, aos dos materiais e fabrico, a implementação e alimentação de tais maravilhas, pagas por todos nós, para funcionarem e, deixarem de o fazer, não serão nada de desperdiçar nos tempos que correm.

Figura 4 - Super iluminação (cerca de 20 pontos de luz), do Parque de Estacionamento da Portagem, Marvão.


Para quando a colocação nas Iluminarias marvanenses de uma “pérola informativa” do género de Portalegre? Seria um bom slogan para as próximas eleições!

Os responsáveis por estas megalomanias, são todos aqueles que ocuparam os cargos autárquicos dos últimos 35 anos, desde os municipais, aos das freguesias, a quem agora, deveriam ser apresentadas contas, e exigir-se a reposição dos custos.

No que me diz respeito, há mais de 25 anos (como se pode ler neste Post sobre: “desorganização e desperdício”, ou  ainda aqui: "quem paga é o zé..."), que me venho insurgido contra esta “parvoíce” que não serve a ninguém, a não ser aos cegos. Não aos que foram amputados do seu órgão da visão, mas todos aqueles que não viram, e que parece, não querem ainda ver.

Não há almoços grátis, nem custos que não sejam imputados. Talvez que só aprendamos quando, com tanta “iluminação” não virmos o essencial, que para alguns, já é o pão da boca...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Por qué no te callas?


“O que espera o Governo para se demitir”

(Mário Soares hoje no DN)



... quem dá tempo de antena a este homem tem menos juízo do que ele?

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem são essas mulheres?

Quando ontem cheguei a casa deparei-me, mais uma vez, no Canal Público RT1, com mais um concerto do “Toni Carreira”. Quer gostemos, ou não, do género, não deixa de ser um fenómeno digno de avaliação e reflexão. Pena é, que outros músicos portugueses não tenham o mesmo tratamento.

Não nego que, até eu, tenho uma certa simpatia pelo dito, não sei bem porquê, mas tenho. O que duvido é que, se alguma vez, teria a coragem de assistir a um desses espectáculos, nem que fosse pela experiência, única, de sentir o odor de tanta mulher junta.

O que mais salta à vista nesses concertos, para além do excelente grupo de músicos e coros que o acompanham, e, do grande cenário de luzes e cores, são as Salas cheias, a abarrotar mesmo em tempos de crise financeira, sobretudo, de mulheres, muitas mulheres. Novas e velhas, gordas e magras, maquilhadas e por maquilhar, bonitas e feias, alegres e tristes, vestes garridas ou de negro vestidas, as que riem e as que choram, as que gritam e as completamente silenciosas, solteiras e casadas, viúvas e divorciadas, ricas e pobres, com formação superior ou analfabetas, perfumadas e as nem por isso, solitárias ou em clubes de fãs, vindas de perto maa também de longe, de Portugal ou do estrangeiro, discretas e extravagantes; mas sempre muitas, e, muitas mulheres!

Mas o que mais me intriga é o que pensam e sentem essas mulheres, que se revêem nesses poemas redondos e que os sabem de “cor e salteados”, e que, pronunciam sobretudo, o sofrimento, a dor, a solidão, o destino (ai destino, ai destino), a paixão e amores não correspondidos, a traição, as outras que lhes roubam o “objecto” do seu prazer, as mágoas, as saudade, o adeus, e novamente o adeus, o “pecado” e os pecados, o abandono, e novamente a traição, o choro com lágrimas e as lágrimas com sofrimento, a despedida e nunca o regresso, a culpa e raramente o perdão, a inveja, e novamente a solidão, estar com outra mas ainda pensando em ti, o amor a três, os amores secretos, os enganos e desenganos, as perdições, o fim, sempre o fim, o fruto proibido, os lados negros, a mentira, e novamente a mentira, não voltarei, mas continuarei a amar-te, pode até já ser tarde demais, as promessas e mais promessas, e ainda, mais uma promessa, só deus há-de saber, estas coisas do diabo, o que vai ser de mim, agora que já não és minha, e novamente a solidão, quem será a outra, e ou quantas serão afinal, e quantas já foram, isso é traição a duplicar, se tu te vais, e se me vais deixar, sem me dizeres ao menos, adeus, ainda serei feliz sem ela, e se não for com ela, serei sempre o teu amor escondido, mas preciso de outro, para que todos vejam, uma noite com ela, mas sem a outra saber, vou-me embora, mas viver sem ti não é viver, mas tenho que te esquecer, etc., etc.

Que parece ser tudo o contrário que as mulheres dizem querer ou gostar, ou estarei enganado, ou onde se revêem as mulheres no fenómeno Toni Carreira!

Quem são afinal essas mulheres? Ou, quem são, concretamente, as mulheres...




Um exemplo de boa gestão!

Participei este fim-de-semana numa Assembleia-Geral de uma pequena associação desportivo cultural do concelho de Marvão, o Grupo Desportivo Arenense. Praticamente o único clube do concelho com uma prática regular de actividades desportivas, sobretudo o futebol de formação; mas também a malha; e este ano com a participação de uma equipa no campeonato distrital de futsal; para além da organização e participação em algumas actividades de índole cultural em todo o concelho; e a disponibilização de uma Sede social para convívio da comunidade arenense e marvanense.

Foi positivo verificar que os seus corpos gerentes, ao longo dos 2 últimos anos, realizaram esse conjunto de actividades através de uma gestão financeira brilhante, onde as Receitas superaram as Despesas em cerca de 11 000 euros.

É de realçar que este exercício financeiro, não foi apenas alcançado devido a atribuição de subsídios de Entidades Públicas (como são exemplo a maioria das sua congéneres distritais ou mesmo nacionais). Apesar dessas verbas serem essenciais (cerca de 11 000 euros/ano). No entanto, elas apenas representam cerca de 30% das Receitas Totais do Clube, que teve uma média de Receitas de 35 000 euros/ano.

Nos tempos que correm, bem podem estes voluntários do associativismo ser apontados como exemplo público de boa gestão, e de adaptação aos novos tempos e, às dificuldades de gerir seja uma família, seja uma instituição, ou um estado.

Para informação geral, convém recordar, que esta associação esteve em vias de fechar as portas em 2006, quando após uma “gestão aventureira e megalómana”, deixou um passivo, ou dívida efectiva, de cerca de 22 600 euros. Tendo em conta que, actualmente, as dívidas são ZERO euros (como foi salientado na assembleia), e que existe um saldo de cerca de 21 000, quer dizer que em 6 anos, e da responsabilidade das últimas 3 Direcções, o GDA teve um exercício financeiro positivo de cerca de 44 000 euros.

Resta dizer que a Direcção presidida por Dionísio Gordo amortizou cerca de 7 300 euros; a presidida por mim amortizou cerca de 12 000 euros; e a actual presidida por Luis Barradas amortizou 3 300 euros.

Num outro ponto da Assembleia-Geral procedeu-se à eleição dos novos Corpos Gerentes para o biénio 2012/2014, que são praticamente a continuidade dos actuais, cujos grandes objectivos apresentados são: a legalização da Sede para propriedade do clube (em processo bastante adiantado); uma possível alteração dos Estatutos, tornando-os mais actuais e de acordo com as novas leis gerais; e uma continuação do desenvolvimento das actividades que vêm sendo praticadas.

Boa sorte rapaziada...

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Afirmações que nos sossegam...

Tó Zé Seguro afirma que:

- Se for primeiro-ministro, a austeridade será necessidade e não prioridade.



É sempre bom saber Tó Zé. E já agora, porque perguntar não ofende: Será menor ou será maior?

Perguntas que incomodam (2)


Para nosso conhecimento e julgamento:

- Os organizadores e facilitadores destes eventos (Manifestação) terão alguma responsabilidade nisto?

- Não deveriam ser os primeiros a evitar estas cenas? 

- Ou com um “lamentamos”, limpam as mãos e seguem em frente?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Perguntas que incomodam (1)

Algumas organizações sindicais, queixaram-se ontem, que houve trabalhadores que não aderiram à “greve geral (?) ”, porque os seus rendimentos já são tão reduzidos que não se poderiam dar ao luxo de perder um dia de ordenado!

Numa altura em que constatamos que existe um “exército” de sindicalistas profissionais, a maioria a viver à custa dos impostos dos contribuintes, quer os das instituições e empresas públicas onde deveriam trabalhar, quer das contribuições sindicais, quando a maioria deles não põe os pés, há dezenas de anos, no seu local de trabalho, convém questionar:

- Porque não usam os sindicatos as quotizações dos associados e lhes pagam o dia da greve?

- Para que servem as quotizações de cada associado?

- E porque é que havemos de ter sindicalistas profissionais? Não seriam mais importantes estarem nos seus locais de trabalho, em contacto diário com aqueles que dizem representar?

Nota: Não estou a falar de cor, em 1971 já era sindicalizado, como se pode ver por exemplo na Carteira Profissional que aqui publico (de 1976). Fui sindicalista voluntário e nunca profissionalizado, e mantive-me sindicalizado até ao último dia de actividade em 2009. 

Figura 1 - Cartão de Sócio do STIMMMDL, com a profissão de Preparador Auxiliar de Trabalho

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Subir de escalão: Mais de 10 000 visitantes...

O “Retórica” alcançou hoje o patamar dos 10 000 visitantes. Sendo que, no último mês em que procedi à sua reactivação com regularidade, o número de visitas atingiu as 1 000, numa média de 33 visitas/dia.

Não sei dizer se a quantidade de visitas que vêm a este Blog, serão muitas ou poucas, mas fiquei impressionado pelo aumento de visitantes do último mês, sobretudo, por se tratar de um pequeno espaço de reflexão individual, e que apesar de já ter mais de 4 anos de existência, está a agora a dar os primeiros passos com regularidade.

Apesar da sua finalidade ser uma espécie de “diário” onde vou postando as minhas ideias e reflexões sobre o mundo que me rodeia, não nego que, é com alguma satisfação que constato que existem pessoas que se interessam por tal.

Por isso deixo aqui o meu obrigado a todos aqueles que por aqui passam, independentemente, da vossa avaliação. Para quem escreve em espaço público é sempre agradável saber que temos algum eco. Vão aparecendo e digam qualquer coisa sempre que vos aprouver, nem que seja para discordarem. Serão bem-vindos todos os que vierem por bem.

João Bugalhão

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O porco comilão e a vaca a secar...

Reflexões sobre Orçamento Geral do Estado 2013 (1)

Muito se tem falado, e escrito, nos últimos tempos sobre Finanças e Economia (muito mais de Finanças do que de Economia). Em minha opinião, para a maioria dos portugueses, pouco dados a essas coisas das contas, é como se andassem por aí uma serie de sacerdotes a dizerem a missa em latim.

Mas, o facto, é que toda a gente fala e em todo lado. Basta ao passar por um pequeno ajuntamento de pessoas, afinarmos um pouco os ouvidos, e do que falam eles? Contas à vida e à crise. A maioria das vezes referem-se ao geral, ao grande, ao Estado, “O Orçamento”, aquele que não entendemos, porque se refere a valores de tal ordem de grandeza, que os mesmos estão fora do nosso alcance perceptivo.


Muitas vezes, preocupados com esses números, esquecemo-nos que, todos nós somos financeiros e orçamentistas, mais que não seja, na nossa própria casa e na nossa vida diária, uns melhores outros piores. No Estado, só variam a ordem de grandeza dos valores. E como diz, e repete o Medina Carreira, muitas vezes, seria preferível ter uma “dona de casa” como ministra das finanças e economia, do que um qualquer “sábio”, oriundo, de um qualquer gabinete.

Assim, o que aqui hoje vos trago são 2 bonecos e a sua história: “O Porco e Vaca”, onde pretendo mostrar, com valores aproximados, a minha visão do OGE para 2013.

A “Vaca” que representa o conjunto das “Receitas do Estado”, vindas dos vários Impostos, e já quase chupada até ao tutano para retirar todo o “leite” possível; Para alimentar um “Porco”, que representa as “Despesas do Estado”, acompanhado do conjunto de filhotes “os porquinhos gastadores”, que o perseguem na ânsia de manterem o seu quinhão, e, em que cada um, se sente mais importante que os seus irmãozinhos.

Figura 1 – As Despesas do Estado previstas para 2013 (Figura de minha autoria)


Nota explicativa da Figura 1:

1 – O “porquinho Despesas com Pessoal”, contém o total das despesas previstas com o pessoal em toda a Administração Pública, e correspondem respectivamente: Autarquias e Administrações Regionais (2,9 mM), Saúde (3,3 mM), Educação e Ciência (5,2mM), Defesa Nacional e Administração Interna (2,9 mM), e Despesas com Pessoal de outros Ministérios e Organismos (4,7 mM).

2 – No “porquinho Restantes" estão as despesas (com excepção do pessoal) de Economia e Emprego, Agricultura, Justiça e Outras Despesas De Organismos (?).

3 – No “porquinho das Prestações Sociais”, estas são as seguintes: Pensões da Segurança Social (15 000 Milhões); Pensões da Caixa Geral de Aposentações (8 300 Milhões); Subsídios de Desemprego e Apoios Sociais (2 700 Milhões); e Formação Profissional (2 000 Milhões).


Figura 2 - Previsão das Receitas do Estado para 2013 (Figura de minha autoria)


    (Para ler melhor os valores: clicar no botão direito do"rato" e "abrir hiperligação")

Mesmo depois de completamente chupada, o leite da Vaca não consegue responder às necessidades cada vez maiores do “Porco” e dos seus filhotes comilões. E mesmo este ano, depois de todos os aumentos, e se as coisas correrem bem, ainda vai ter que se pedir cerca de 7, 2 mil milhões de litros (ou como quem diz: euros), de leite às amigas, “o tal malfadado deficit”, que lhes vai ficar a dever e com juros.

A bem da verdade e olhando um pouco para história desta pobre democracia, convém que se saiba, que desde 1974 esse “deficit” já soma cerca de 180 000 milhões de litros (euros), numa média anual  de 5 000 Milhões/ano, mas que nos últimos 7 anos (consulado Sócrates), o endividamento rondou, em média, os 15 000 Milhões por ano, num total de 105 000 milhões de euros, perdão de litros. O que quer dizer que, se este ano se cumprisse o programa, o endividamento com “as vacas vizinhas” cairia para metade dos últimos anos!

Se tiverem por aí alguma correcção ou opinião diferente, não se evitem, mandem para analisarmos...

PS: Tá bem Seguro, eu sei que dívida, no próximo ano, aumentará mais 7 000 milhões de euros, perdão de litros. Mas isso, é metade do que vinha sendo no tempo do teu antecessor correligionário, digo eu!

Para a dona Merkel, com "carinho" ...

Vá lá senhora vá escolher o seu par: alguém para a amar! A europa agradece...


(Ver ecrã completo)

domingo, 11 de novembro de 2012

sábado, 10 de novembro de 2012

Leituras de fim-de-semana...

No Blog "o insurgente", encontrei este Post denominado "os devoristas". A inveja que tenho de não ser eu o seu autor, mas, como o subscrevo na íntegra, espero que o António Maria não se importe:


"Quem andou a comprar dívida portuguesa não foi a Alemanha, foi a banca portuguesa e a Caixa (que se sobre endividaram junto do BCE, e a quem deixaram umas cautelas de risco elevado), assim como —pasme-se— o principal fundo de pensões do estado… português!

Desafio, pois, o PS do inseguro Seguro, o PCP do megafone Jerónimo, e o Bloco do reciclado Mao, a desfazerem este nó! Quem pagará a reestruturação que defendem para a gigantesca dívida pública portuguesa? Se a dita dívida está em boa parte sentada ao colo dos bancos indígenas à beira da falência, do banco público, igualmente insolvente, e do fundo de pensões do tal estado social, cuja liquidez dá para oito meses, a quem servirão as vossas desmioladas alternativas ao memorando da Troika assinado pelos três partidos do arco da desgovernação?

Se quiserem não pagar, ou pagar menos, já sabem quem ficará com o calote ao colo, não é? E então?

A Autoeuropa, a SAP e a Simens são algumas das empresas que funcionam bem em Portugal há décadas, ao contrário de tudo o que vem dos piratas do PS, dos piratas do PSD, dos piratas do BES, da Mota-Engil, do Grupo Mello e do resto da corja de imbecis e de ladrões que levaram o país à bancarrota e insistem em roubar o que resta.

Usar a Alemanha, a tia Merkel, e a Troika, como bodes expiatórios da pirataria local é mais uma prova de demência de uma parte dos indígenas da Tugolândia, que assim bem merece a má sorte que lhes caiu em cima.

Há uns séculos atrás a mesma corja de então expulsou sucessiva e alegremente os judeus, culpando-os da bancarrota do país. Expulsou os Jesuítas da Lusitânia do oeste e do Brasil. E, algumas décadas depois, extinguiu as ordens religiosas, para depois vender a pataco conventos e igrejas, cujas pedras foram usadas para fazer muros, casotas e tanques de água, deixando à vista até hoje cicatrizes escandalosas na paisagem de ruínas de pedra que abunda pelo país. Em todos estes casos citados o objetivo foi o mesmo: obter liquidez para tapar as finanças públicas arruinadas. Os criminosos de então são os mesmos de hoje: a corja dos rendeiros e dos burros com poder a soldo dos primeiros.

Ou seja, expulsámos, sucessivamente, gente que sabia fazer dinheiro, mas sobretudo gente culta e que sabia pensar. Ficaram, já então, a maltratar este pobre país, os burros do poder, os cretinos assessores, os rendeiros de sempre e os putos e putas da corte. A comandar ficaram e estão, lançando milho à populaça estupidamente agradecida — como galinhas.

Uma vez mais, a mesma corja de burros dominantes, incultos e criminosos, lança o povo contra os credores, no preciso momento em que estes enviam o dinheiro que paga mensalmente os vencimentos da função pública, dos governantes, e os lucros usurários dos banqueiros e dos rendeiros protegidos desta cloaca da Europa.

Há porém uma diferença: desta vez, não conseguirão expropriar os credores externos. Apenas podem roubar a Previdência Social e rebentar de vez com o estado social — o que têm estado a fazer nas costas dos eleitores.

E assim, não pagar é assunto muito sério também, cujo preço só poderá ser o fim deste imprestável regime, desta democracia populista, desta partidocracia sem concerto nem conserto, de mais uma cleptocracia disfarçada.

Espero bem que, desta vez, esta bancarrota arruíne boa parte da corja que matou, uma vez mais, Portugal. Os portugueses pobres e remediados estão a ser arruinados diariamente, pelo que nada têm que temer da ruína dos ricos que assaltam o país cantando e rindo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Autárquicas 2013 (1)

Com este título, inicio hoje uma rubrica dedicada às próximas eleições autárquicas, que se realizarão em Outubro do próximo ano. Esta será a minha forma, enquanto cidadão e munícipe, de intervir sobre esse acto de expressão democrática.

Com um ano de antecedência, aqui deixarei o meu olhar e algumas opiniões, sobre o que for observando nesta temática, quer a nível nacional, quer ao nível da minha terra, o concelho de Marvão.

Fa-lo-ei, de forma avulsa, ao sabor do que for ocorrendo, ao invés de uma intervenção sistematizada, que tantas vezes tenho usado no passado. Aqui darei conhecimento do que for sabendo, nunca me coibindo de fazer a minha crítica ou dar a minha opinião.

Este 1º Post, surge na sequência de uma entrevista a que acabei de assistir de Fernando Costa, Presidente há mais de 25 anos, da Câmara das Caldas da Rainha, eleito nas listas do PSD. Aqui deixo, para reflexão, algumas ideias soltas:

- No caso das Caldas da Rainha, concelho com cerca de 54 000 mil habitantes, 250 Km2, a Vereação Municipal é composta por ele, Fernando Costa, e 2 vereadores a tempo inteiro; não tem Empresas Municipais. E afirmou que, não só não tem dívidas, como até tem superávite.

- No caso do concelho Marvão, actualmente, existe: 1 Presidente, 2 Vereadores a tempo inteiro, e 1 Assessor, para uma população de 3 500 habitantes e 155 Km2. Quando nos primeiros 20 anos de poder autárquico (1976 – 2005), e quando a população era o dobro, o Município só tinha o Presidente e 1 Vereador a tempo inteiro.

Pergunta-se:

Será que para as próximas eleições, alguma força política concorrente terá a coragem de propor para Marvão, uma Vereação a tempo inteiro, composta apenas por 1 Presidente e 1 Vereador? A poupança durante o mandato seria superior a 200 mil euros e poderia ser usada para apoios sociais!

A ver vamos! Mas olhem que a malta não é rica, e o país está falido...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Cada português deve 20 mil euros!


Como se pode ler aqui a Dívida Pública cresceu 20 vezes desde 1974.

"Em 1974 a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, da riqueza gerada no ano do 25 de Abril. Hoje, equivale a perto de 120% do PIB."

Como explicar isto? Respondam doutores: Mário Soares, Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes, Vítor Constâncio, Durão Barroso, Jorge Sampaio, Francisco Louçã, Marcelo, Sousa Tavares; e engenheiros Guterres e Sócrates, etc.?

Será que isto é fruto da política do governo de Passos Coelho?

domingo, 4 de novembro de 2012

Democracia e Constitucionalidade

- Demitir um governo que tem maioria na Assembleia da República (Jorge Sampaio em 2004), será “ democrático e constitucional”?

- Passar uma dívida pública de 60% para 120% do Produto Interno Bruto (Sócrates e PS entre 2005 e 2011), será “democrático e constitucional”?

- Duplicar a dívida pública em seis anos (Sócrates e PS entre 2005 e 2011), será “democrático e constitucional”?

- Acumular défices orçamentais alicerçados em dívida (todos os governos desde 1974), será “democrático e constitucional”?

- Contrair empréstimos internacionais, com juros elevadíssimos, que constituirão encargos incomportáveis para as gerações futuras (governos desde 2000), será “democrático e constitucional”?

- Ser o país mais endividado da zona euro (em 2011) será “democrático constitucional”?

- Conduzir Portugal à bancarrota (Mário Soares: 1977 e 1983; Sócrates: 2011), será “democrático e constitucional”?

- Um "juiz sindical" em 2012  fazer declarações como: "ou nos dão mais grana ou chubamos o Orçamento de Estado" (Mouraz Lopes), será "democrático e constitucional"?

sábado, 3 de novembro de 2012

Ai que estão a ir às penas dos “papagaios”...

De acordo com o Orçamento de Estado, as pensões vão ser cortadas em 2013. A redução será de 3,5% para pensões entre 1.350 euros e os 1.800 euros brutos. Acima deste valor e até 3.750 euros, a redução será progressiva até atingir 10%. Já quem recebe uma pensão superior a 3.750 euros brutos terá um corte de 10% ao que se soma mais uma redução de 15% sobre o valor que excede os 3.750 e os 5.030 euros e de 40% sobre o valor que excede este último e os 7.545 euros.

Talvez assim se perceba porque andam aí muitos “papagaios”, em todos os tempos de antena e programas televisivos da treta, a dar ao rabo. É que desta vez, também lhes vão tocar, e parece que bem fundo.

O que não me parece bem é andarem a instrumentalizar aqueles que não vão ter cortes, (todos os que têm pensões abaixo dos 1 350 euros e que são cerca de 80% dos pensionistas), com a ajuda de “jornalistas” e órgãos de informação que só estão interessados em lançar a confusão através daquilo que referem como audiências.

A lista de alguns "figurões" aqui fica (poderia referir muitos mais), sobretudo os tais “papagaios”, que mais não fazem que defender o seu próprio rabo.

Isto são valores mensais:

- Mário Soares – 40 000

- Cavaco Silva – 11 700

- Eduardo Catroga – 9 700

- Alberto João Jardim – 7 900

- Almeida Santos – 4 400

- Manuel Alegre – 3 200

- Zita Seabra – 3 000

- Marques Mendes – 2 900

- Helena Roseta – 2 800

- Ferreira Leite – 2 700

- Jorge Coelho – 2 400

- Ângelo Correia – 2 200

- Armando Vara – 2 000 (tadinho...)

- António Vitorino – 2 000

- Dias Loureiro – 1 700 (coitado...)

Oh "coelhinho", se não arranjas um regime de excepção para as "aves falantes", se os gajos te apanham, até te tiram a pele!!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

pequenas memórias (1)

Para mim o dia de todos os santos estará sempre ligado àquele longínquo primeiro dia de Novembro de 1966. E sempre que a data chega, não consigo deixar de a recordar.

Diga-se, previamente, que eu era por esses tempos, catraio de 9 anos de idade, e o dia dos santos, era assim que o denominávamos, só mais tarde é que vim a saber que pertencia a todos, era desejado pela gaiatada da aldeia com muitos dias de antecedência.

Nessa data, quase de madrugada, para sermos os primeiros a chegar, juntávamo-nos em pequenos grupos, para a “esmola” dar para todos, e lá íamos nós, bolsa a tiracolo, de porta em porta, pedir os santinhos. Nesse ano, lá fui na companhia de mais duas amigas mais ou menos da minha idade.

Era assim que percorríamos toda a Abegôa (aldeia do concelho de Marvão) e seus arredores, aceitando tudo o que nos davam, que ia das nozes às romãs; do rebuçado de meia-tostão às bolinhas de chocolate tipo joaninha; um tostão, quando muito dois, porque os jovens paroquianos eram muitos e o dinheiro já naquela época não abundava; mas também uns copitos de jeropiga, licor, ou aguardente “frôxa”, já que essa léria dos menores não poderem beber bebidas com espírito ainda estava para ser engendrada, e a data era mesmo para festejar aqueles que tinham alma grande, então venha de lá um copito que, só um, não há-de fazer mal.

Só que, copito aqui copito ali, chegava-se ao fim do dia, e a “carga”, que não era só das diversas dádivas que enchiam a bolsa, lá começava a tombar, e era aí que, muitas vezes, as “doçuras” descambavam para as “travessuras”.

Foi assim, que nessa tarde, eu e as outras duas santinhas, não sei se por retaliação a alguma doçura mais amarga, ou fruto de algum exagero das tais espirituosas, ou ainda quem sabe, fruto da maldade típica das crianças que éramos, que sem se saber lá muito bem porquê, desatámos à pedrada à canalização, quase megalítica, que ligava a fonte ao tanque da ti Jaquina do Mané Pedro! E daí à sua demolição, foi um instante.

Não deve ter sido muito difícil, à proprietária, deslindar os autores da façanha destruidora, pois na manhã seguinte, a dita, apresentou-se em minha casa dando conta a minha mãe dos acontecimentos da véspera.

As consequências, não se fizeram tardar com umas boas “orelhadas” correctivas, e a proibição de voltar, nos próximos tempos, à propriedade da vizinha Jaquina, onde eu tanto gostava de ir para brincar com o seu neto Jaquim Manel.

O período de interdição de voltar ao “local do crime” perdurou por diversos anos e, a partir daí, o nosso parque de diversão infantil passou a ser em campo neutro, a casa da ti Júlia. Ambos ficámos a ganhar!