Houve uma época recente na política portuguesa, para considerar bom, tudo o que fossem “Despesas com Investimentos”, nem que fosse para fazer Ninhos de Poupa. Foi assim que surgiram as dezenas de auto-estradas, as centenas de rotundas, os megas jardins, os estádios de futebol, as piscinas em todas as paróquias, os polis, a grande frota de automóveis públicos, os jipes com fundos comunitários, os túneis, algumas vivendas dignas de palácios, e, muitas e muitas luzes, e luzinhas, etc.
Não existia campanha eleitoral local, em que os candidatos de todas as forças políticas, não prometessem aos seus fregueses alguns destes melhoramentos, ou até vários. Conta-se até que, um destes vendilhões de recursos públicos, ter ido ao ponto de prometer, que se ganhasse as eleições, mandaria erguer uma Ponte lá na sua aldeia! E quando alguém o questionou para que serviria a Ponte à terra, se ali não havia qualquer rio ou riacho, o dito, terá dito, que tal não seria impeditivo de “tal obra”, pois na próxima campanha construir-se-ia um Rio!
As imagens que hoje aqui vos trago, representam o exemplo de algumas dessas alucinações eleitorais, como era o caso de por, pelo menos uma, "alampadazinha" de iluminação pública junto da casa do freguês, ou no caminho contíguo, embora se soubesse de antemão, que jamais por lá passaria alguém. Mas parecia bem.
Figura 1 - "Nota informativa" existente em metade das Iluminárias no Jardim do Tarro em Portalegre.
Neste caso, parece que cumpriram um duplo objectivo: serviram para enganar a populaça, e ganhar votos, quando foram construídos; e, com o maior dos requintes e desplantes, preparam-se agora, para voltarem a ser bandeira eleitoral, pela sua desactivação.
Apresento-vos de seguida, dois exemplos destes devaneios modernaços, no caso, as super iluminações dos espaços púbicos: O Jardim do Tarro em Portalegre; e um pseudo Parque de Estacionamento na Portagem em Marvão que só funciona 3 meses por ano.
Figura 2 - Tudo à grande, iluminação dupla, que a malta é rica
Figura 3 - A malta é rica mas não é para sempre!
Cada um que julgue por si a beleza e a função de cada Obra. Mas os seus custos, desde os honorários dos distintos “arquitectos” paisagísticos, aos dos materiais e fabrico, a implementação e alimentação de tais maravilhas, pagas por todos nós, para funcionarem e, deixarem de o fazer, não serão nada de desperdiçar nos tempos que correm.
Figura 4 - Super iluminação (cerca de 20 pontos de luz), do Parque de Estacionamento da Portagem, Marvão.
Para quando a colocação nas Iluminarias marvanenses de uma “pérola informativa” do género de Portalegre? Seria um bom slogan para as próximas eleições!
Os responsáveis por estas megalomanias, são todos aqueles que ocuparam os cargos autárquicos dos últimos 35 anos, desde os municipais, aos das freguesias, a quem agora, deveriam ser apresentadas contas, e exigir-se a reposição dos custos.
No que me diz respeito, há mais de 25 anos (como se pode ler neste Post sobre: “desorganização e desperdício”, ou ainda aqui: "quem paga é o zé..."), que me venho insurgido contra esta “parvoíce” que não serve a ninguém, a não ser aos cegos. Não aos que foram amputados do seu órgão da visão, mas todos aqueles que não viram, e que parece, não querem ainda ver.
Não há almoços grátis, nem custos que não sejam imputados. Talvez que só aprendamos quando, com tanta “iluminação” não virmos o essencial, que para alguns, já é o pão da boca...
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