domingo, 30 de dezembro de 2012

Não há pachorra...


Acho que estou a ficar velho, e tenho que começar a dizer: “no meu tempo...”. Eu, que sempre defendi que, o tempo de cada um, só acaba quando morrermos, e/ou, quando já ninguém se lembrar de nós.

Não é o caso do meu antepassado José António Toureiro, que me anda a dar a volta à cabeça apesar de já ter «batido as botas» há mais de 250 anos, e anda agora a ser recordado e remexido no seu esquife, por este aprendiz de rato de arquivos. Mas isto são contas de outro terço, que mais lá para diante darei conta ,se a tanto, me ajudar o engenho e a pouca arte, já que os malandros dos clérigos do século XVIII deveriam ter chumbado todos a caligrafia, pois não há quem os perceba. Mas em frente que vem gente!

Vem isto a propósito de uma notícia de ontem, quando um tal Secretário de Estado da Saúde, de nome Leal da Costa, terá apelado ao bom senso e participação colectiva dos portugueses, para que, cada um, faça alguma coisa pela sua própria saúde, nomeadamente, através de actividades de prevenção de determinadas doenças, que são, facilmente evitáveis, com simples medidas de “higiene individual”; como é o caso, da maior epidemia dos nossos tempos, a Diabetes. Já que, dessa forma, todos poderíamos contribuir para a sobrevivência de um Serviço Nacional de Saúde em risco e ligado às máquinas, contribuindo assim, para diminuir os seus avultados custos. Afirmou ainda, que esta doença, só com Medicamentos, gasta aos contribuintes, 100 milhões de euros em cada ano, com uma tendência crescente com custos incalculáveis para o futuro, e, só por si, arrasará todo e qualquer SNS, por muito forte que seja, independentemente do governo que nos (des) governe.

Eu acrescento ainda, só para dar mais um toque ao drama, se aos medicamentos, juntarmos outros  custos  com o tratamento das complicações desta doença: custos com pessoal, tratamento dos olhos, a quantidade de diabéticos que acabam nas máquinas de hemodiálise, as amputações, os cuidados com a enorme incidência nas tromboses e outros acidentes isquémicos que se devem à Diabetes; certamente, 500 milhões de euros por ano de impostos dos contribuintes, não darão para pagar os custos desta epidemia.

Os técnicos de saúde sabem, desde há muitos anos, que a maioria destes gastos, poderiam ser facilmente evitáveis através da implementação de medidas simples de prevenção, das quais destaco um passeio diário de 30 a 40 minutos, percorrendo 3 a 4 quilómetros, já que não tenho muita fezada   em programas alimentares de dietas milagrosas, a não ser que seja por outra epidemia: a fome. Posso afirmar, com toda a convicção, que no tempo do meu antepassado Toureiro, a Diabetes não preocupava ninguém.

Parece-me pois a mim, incrédulo observador do mundo, do mais elementar bom senso, que um governante venha apelar à consciencialização e participação dos cidadãos na Prevenção desta catástrofe social. Que só pode ser evitada ou aliviada, através da participação individual de cada um. Não para erradicar na totalidade os seus custos ou consequências, mas para se minimizar os seus efeitos para valores compatíveis e sustentáveis com aquilo que podemos gastar através dos nossos parcos impostos.

Foi por isso, com alguma indignação e mesmo revolta, que assisti ao coro de críticas, essas sim disparatadas, de uma série de papalvos e pategos, para além de alguns “chico-espertos”, como se pode ver aqui, a quem é dado tempo de antena, por tudo e por nada, a dizerem que "essas declarações eram mais um ataque contra o SNS, que já não se pode estar doente, que são uma insensibilidade social, que o governante disse que as pessoas são responsáveis por adoecerem, que são declarações cínicas e hipócritas, que já não podemos ter consultas nos serviços de saúde, que as taxas moderadoras são um roubo, para que serve o nosso (?) dinheiro dos impostos, e, que o governante se deveria demitir imediatamente, etc., etc."

A maioria desses críticos são pessoas bem instaladas no “sistema” social e político em Portugal. São difusores de uma filosofia de “pseudo-esquerda” (estão no PCP, no PS, no Bloco, mas também os há, e muitos, no PSD e mesmo no CDS), aproveitadores de uma "escola" de parasitas pós 25 de Abril (sem nada terem a ver com os seus valores), que só reclamam direitos, sem nunca falarem ou porem em prática os deveres que os possam sustentar. Baseiam a sua retórica em chavões do politicamente correcto; acreditam, ou querem-nos fazer acreditar, que há coisas que não têm preço, que os custos estão cabimentados em receitas imaginárias; pedem emprestado e esquecem-se no dia seguinte de que o fizeram, e, dizem que pensavam que não era para pagar; pensam que os recursos são inesgotáveis, a vaca sempre há-de dar o leite, senão, aqueles que cá ficarem que fechem a porta; os nossos vindouros (os nossos filhos, de quem dizem gostar muito), hão-de pagar as nossas dívidas, nem que seja com a fome, com a guerra, e com a vida...

São estes mesmos “pseudo-esquerdistas”, que no dia-a-dia enchem a boca com argumentos balofos, sem quaisquer fundamentos; apropriam-se de frases filosóficas, como a proferida por Jonh kennedy, quando afirmou que “não perguntem o que é que a américa pode fazer por vós, mas sim, o que é que vocês podem fazer pela américa...”; porque é fino, é cool, ou é trendy. Mas que depois, na prática, acham que isso é sempre para os "outros", e  reagem como virgens ofendidas quando alguém em Portugal diz a mesma coisa, mas sobre algo concreto: No caso, a sustentabilidade do SNS.

Claro que a culpa não é deles, mas de quem lhes mete o microfone à frente e dá tempo de antena (os seus amigos instalados nos órgãos de comunicação social), sempre ávidos de polémicas da treta, mas sem nunca proporcionarem debates de "frente a frente" sérios e esclarecedores, dizendo que não há tempo, porque temos que sair para a "publicidade". O que lhes interessa é a polémica, o sensacionalismo, o negócio do seu bolso! Mas quem se lixa vai sendo sempre, o mexilhão, isto é, o povo português.

Razão tinha aquele imperador romano, quando questionou o seu subalterno, sobre que povo seria esse dos lusitanos, que nem se governam nem se deixam governar...

Muitos destes “papagaios falantes e líderes de opinião”, estarão amanhã, noite de fim-de-ano, nos melhores hotéis do Rio de Janeiro, do Bahrain, das Caraibas, do Funchal, do Algarve, do Porto, ou em Cascais; a encher o bandulho do bom e do melhor e a festejar com o melhor champanhe do mercado. Mergulhados nos seus indispensáveis “spas-zen”, a receber a chegada do que apelidam “ano maldito” de 2013. No próximo fim-de-semana, será vê-los nas “manif” da capital, ou em qualquer televisão da treta, a fazerem opinião, a lançarem veneno sobre aqueles a quem o flagelo do desemprego bateu à porta, ou por eles foram enganados em investimentos ruinosos do conto do bandido.

E eu a lembrar-me do Aleixo: "vós que lá do vosso império/proclamais um mundo novo/calai-vos, que pode o povo/querer um mundo novo a sério". Não confundir com o seu (deles) "à seria?". 

Entretanto, estejam descansados e calmos. Mexam o menos possível esses “cusarrões” descomunais, essas barrigas de alambique, e essa bochechas da melhor manteiga becel, que as vossas pílulas milagrosas para o colesterol e diabetes já estão a ser confeccionadas.

Já agora, aproveitem e peçam aos “vossos” doutores de família que devem também estar por aí, à custa de vos terem encharcado com carradas desses venenos milagrosos (e os 700 euros/mês de aumento médio que vão receber a partir de Janeiro de 2013), as respectivas receitas do SNS, claro, para quando chegarem, na quarta-feira, aumentarem a dose. Porque não há excessos, que esses comprimidos doirados não curem! Eu escrevi doirados, não escrevi azuis!

O dinheiro dos impostos dos contribuintes há-de dar para isso e, muito mais!

Anda-me a faltar a paciência...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ano novo, tudo na mesma: Festas em Agosto e missa no natal...


Siga a balhação...

Longe da cidade via tudo conforme os conhecidos padrões do que é suposto. Seguiam-se as doutrinas e, a lei natural: missa ao domingo, festa em Agosto. Honesta, penitente, era a população, por maior bem, tinha o coração.

Numa noite fria, avistou-se um vulto com intenções menos que claras, num dia sem sombras dignas do oculto com aparições breves e raras... E assomou à praça e abrindo uma tenda com um estranho nome pintado à mão...

Chegou o desilusionista pronto para levar ódios e almas às maiores das salvações. Chegou o desilusionista, mago habilitado por diplomas das melhores instituições.

Foram avançando, primeiro a medo, depois com o gás da admiração. Putos à frente, velhos em segredo, numa densa roda de tensão, e quase hipnotizados já juravam ver, um milagre pronto a acontecer!

E uma cabra abracadabra tomou de assalto aquele lugar, o feitiço das palavras que se ouviam cantar!

La-la-la-lala..., gritava forte a multidão! La-la-la-lala..., a cruel desilusão...

Chegou o desilusionista pronto para curar utopia e as paixões e outros tipos de ilusões. Constrói espantosos números com verdades bem mais raras, que ficções.

E uma cabra abracadabra tomou de assalto aquele lugar, e o feitiço das palavras que se ouviam cantar!

La-la-la-lala..., gritava forte a multidão! La-la-la-lala..., a cruel desilusão... 


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Porque hoje é natal...


Três estrelas de alumínio a luzir num céu de querosene, um bêbedo julgando-se césar, faz um discurso solene. Sombras chinesas nas ruas, esmeram-se aranhas nas teias, impacientam-se gazuas, corre o cavalo nas veias.

Há uma luz branca na barraca, lá dentro uma sagrada família, à porta um velho pneu com terra, onde cresce uma buganvília. É o presépio de lata: Jingle bells, jingle bells... 

Oiçam um choro de criança, será branca, negra, ou mulata? Toquem as trompas da esperança e, assentem bem qual a data!

A lua leva a boa nova aos arrabaldes mais distantes, avisa os pastores sem tecto, e tristes reis magos errantes. E vem um sol de chapa fina subindo a anunciar o dia, dois anjinhos de cartolina vão cantando aleluia. É o presépio de lata: Jingle bells, jingle bells...

Nasceu enfim, o Menino, foi posto aqui à falsa fé, a mãe deixou-o sozinho e, o pai, não se sabe quem é!

É o presépio de lata:Jingle bells, jingle bells...


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Em dia de fim do mundo!

Levantei-me, hoje, meia hora mais cedo que o costume, não fosse o mundo acabar e, eu não dar por nada, por estar a dormir.

Como de costume, para não alterar a rotina (que lá por acabar o mundo não é motivo para sedentarismos), lá me meti a caminho para a minha actividade matinal de percorrer os 10 mil metros da praxe, e nada sucedeu. Já passaram as 11 horas e 12 minutos da chegada do solstício de inverno e, nem um sinal do fim. Creio que há boa maneira portuguesa, vai chegar atrasado.

Entretanto vou embrenhar-me na tarefa que me tem apaixonado nestes últimos tempos, consultar registos, à procura das minhas origens. De onde vim, e quem me precedeu nesta roda vida.

Hoje irei entrar na época pós 1755, data também apocalíptica, em que um terramoto devastador, ocorrido na costa portuguesa, fez terminar o mundo para muitos milhares de nossos antepassados, e logo aproveitado pela igreja católica, de toda a Europa, como mais um sinal, de advertência divina ao povo, de que o fim estaria próximo, por isso era melhor que se portassem bem... 

Infelizmente, nesse dia primeiro de Novembro, aconteceu mesmo, mas só para alguns! Outros, mais não fizeram nos séculos seguintes, tal como hoje, aproveitar a insipiência do povo.

E em Marvão, que repercussões dessa catástrofe natural e filosófica? Como se vivia nessa época, que faziam os moleiros do Fraguil e da Ribeira da ponte velha? Por onde andaria um tal João Gonçalves Bugalhão e sua mulher Cândida Rosa, que terão vivido por essa altura? Dela já sabemos, era ter filhos, muitos filhos, de 18 em 18 meses. Mas ele, esse enigmático, que faria e quem seria? E os seus antecessores seriam serranos ou toureiros?

Se um amanhã houver, e antes que chegue a inquisição, talvez venha a contar-vos estas pequenas estóreas...  

sábado, 15 de dezembro de 2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

De vez em quando...

Vá lá Manu, que não há muitos "estranjas" que tenham a honra de aqui por as guitarras! Mas tu, como és um mal vestido, e, clandestino, dedilha lá para o Buga, como si yo fuera maradona...







domingo, 9 de dezembro de 2012

Do Baú...


Prometo não falar de amor de gostar e sentir, portanto não vou rimar com dor um mentir. Joga-se pelo prazer de jogar e até perder, invadem-se espaços, trocam-se beijos sem escolher. Homens temporariamente sós..., que cabeças no ar!

Não interessam retratos de solidão interior, não há qualquer tragédia, mas um vinho a beber. Partidas, regressos, conquistas a fazer, tudo anotado numa memória que quer esquecer. Homens sempre, sempre sós, preferem perder...

Homens sempre, sempre sós, são bolas de ténis no ar, muito batidos saltam e acabam por enganar! Homens sempre sós, nunca conseguem casar...




(Ver ecrã inteiro)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vamos a contas (sérias)...


Temos assistido nos últimos tempos a um ruído ensurdecedor, sobre as perdas de rendimentos dos trabalhadores por conta de outrem e pensionistas, devido ao aumento de impostos para o ano de 2013. Apelidadas por alguns, como “um roubo ou assalto à mão armada, e outras coisas parecidas”, a maioria devia era estarem calados, pois muitos deles, são os grandes responsáveis pela situação a que chegámos.

É claro que, a maioria das pessoas, gostaria de não ter qualquer corte nos seus rendimentos e, se possível, que eles até fossem aumentando, nem que fosse à custa de dinheiro emprestado, que mais tarde ou mais cedo, alguém haveria de pagar. Isso também eu queria, mas as coisas mudaram e, dificilmente, voltarão ao que eram, independentemente, de quem venham a ser os mandantes no futuro.

Agora que a coisa começa a ficar mais clara, a assentar a poeira e, a serem conhecidos dados mais concretos, vou aqui tentar fazer uma análise, mais ou menos objectiva, sobre o que irá mudar em 2013, para que cada um tire as suas ilações. Se estiver enganado, reconhecerei o erro e pedirei desculpa.

Convém previamente esclarecer que, segundo me informei, os contribuintes com rendimentos até 570 € mensais, que são mais de 2 milhões (entre trabalhadores e pensionistas), irão continuar isentos do pagamento de IRS, e no caso dos pensionistas receberão o correspondente a 14 salários anuais.

Vejamos então 5 exemplos:

1º Exemplo:

- Em 2012, um funcionário público que tenha um vencimento mensal de 1 200 €, pagou de IRS (11%) cerca de 132 €/mês; para a CGA (11%) 132 €; para a ADSE (1,5%) 18 €. O que quer dizer que recebe de valor líquido 918 €/mês, durante 12 meses.

- Em 2013, o mesmo funcionário, depois da reposição do subsídio de Natal em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 1 300 € /mês; pagará: de IRS 293 € (24,1%); para a CGA 143 € (11%); para a ADSE 19,5 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 845 €. Menos 70 €/mês do que em 2012.

2º Exemplo:

- Em 2012, um funcionário público que tenha um vencimento mensal de 3 000 €, pagou de IRS (25%) cerca de 750 €/mês; para a CGA (11%) 330 €; para a ADSE 45 € (1,5). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 875 €/mês, durante 12 meses.

- Em 2013, o mesmo funcionário, depois da reposição do subsídio de Natal em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 3 250 € /mês; pagará: de IRS 978 € (30,1%); para a CGA 357 € (11%); para a ADSE 49 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 866 €. Menos 9 €/mês do que em 2012.

3º Exemplo:

- Em 2012, um Aposentado que tenha uma Pensão mensal de 1 500 €, paga de IRS 195 € (13%); para a ADSE 22,5 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 280 €, durante 12 meses.

- Em 2013, o mesmo Aposentado, depois da reposição do subsídio de Natal e 10% do Subsídio de Férias em duodécimos, passará a ter uma Pensão 1 640 €; pagará: de IRS 382 € (25,5%); para a ADSE 22,5 € (1,5%). O que quer dizer que recebe de valor líquido 1 235 €. Menos 45 €/mês do que em 2012.

4º Exemplo:

- Em 2012, um Trabalhador do Sector Privado que tenha um vencimento mensal de 1 200 €, paga de IRS cerca de 132 € (11%); para a Seg. Social 132 €. O que quer dizer que recebe de valor líquido, cerca de 13 104 €/ano, pago em 14 meses (936 €/mês).

- Em 2013, o mesmo Trabalhador do Sector Privado, depois da diluição do subsídio de Férias em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 1 300 €; pagará: de IRS 340 € (26,2%); para a Seg. Social 143 € (11%). O que quer dizer que recebe de valor líquido, cerca de 10 621 €/ano (pago em 13 meses), 817 €/mês. Menos 119 €/mês, e só receberá 13 meses. O que dará um corte anual de 2 483 euros.

5º Exemplo:

- Em 2012, um Trabalhador do Sector Privado que tenha um vencimento mensal de 900 €, paga de IRS cerca de 60 € (6,5%); para a Seg. Social 100 € (11%). O que quer dizer que recebe de valor líquido de cerca de 10 360 €/ano, pago em 14 meses (740 €/mês).

- Em 2013, o mesmo Trabalhador do Sector Privado, depois da diluição do subsídio de Férias em duodécimos, passará a ter um vencimento mensal de 975 €; pagará: de IRS 235 € (24,2%); para a Seg. Social 107 € (11%). O que quer dizer que receberá de valor líquido, cerca de 8 229 €/ano, pago em 13 meses (633 €/mês). Menos 107 €/mês, e só receberá 13 meses. O que dará um corte anual de 2 130 euros.

Resumindo: Os Trabalhadores do Sector Privado, destes exemplos, perderão entre 110 a 120 €/mês, e ainda um mês de ordenado, o que dá, anualmente, perdas médias de 2 salários mensais. Algo muito parecido ao que já tinha acontecido com os Funcionários do Estado e com os Pensionistas em 2012.

Os nossos governantes, mostram assim, que sabem fazer contas, pelo menos, no que toca a “cortes”...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Para Reflectir...


Não sou, nos dias de hoje, um grande admirador da personagem Álvaro Cunhal, embora respeite o seu percurso e a sua maneira de estar, bem como o seu contributo para a restauração de um regime, mais ou menos democrático, em Portugal.

Ao rever esta intervenção em 1999, acho que devíamos todos reflectir, sobre o seu conteúdo. Até porque, 13 anos depois, parece que muita gente já pensa assim, até o “nosso” Cavaco manda uns “bitaites” sobre a coisa (melhor seria que admitisse os seus erros e responsabilidades estratégicas).

No que me diz respeito, as minhas grandes divergências com as filosofias comunistas têm sobretudo a ver, com as grandes diferenças entre a teoria e as práticas dessas correntes. Exactamente aquilo que eles mais criticam nas outras forças políticas. 

Não deixem também de observar a figura sinistra e oportunista do seu interlocutor. Esse não mudou em nada...


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu tinha era uma Dyane...

Vem dar uma voltinha na minha lambreta, deixa de pensar no tal "Vilela" que tem carro e barco à vela. O pai tem, a mãe também, que é tão tão, sempre a preceito, cá para mim, no meu conceito, se é tão tão e, tem tem tem…, tem de ter algum defeito...

Vem dar uma voltinha na minha lambreta, vê só como é bonita, é vaidosa, a rodinha mais vistosa deixa um rasto de cometa. É baixinha mas depois, parece feita para dois, sem falar nos eteceteras que fazem de nós heróis!
Eu sei que tenho estilo gingão, volta e meia vai ao chão, quando faz de cavalinho, mas depois, passa-lhe a dor, endireita o guiador e regressa de beicinho, para o pé do seu amor!
Vem dar uma voltinha na minha lambreta, eu juro que guio devagarinho, tu só tens de estar juntinha, por razões de segurança! E se a estrada nos levar, noite fora até mar, páro na beira da esperança com a luzinha a alumiar!
E deixar de pensar no tal "Vilela", que tem carro e barco à vela! O pai tem, a mãe também… Que é tão tão, sempre a preceito, cá para mim, no meu conceito, se é tão tão e tem tem tem…, tem que ter algum defeito…


domingo, 2 de dezembro de 2012

Autárquicas 2013 (2)

Fiquei muito satisfeito com o que li neste artigo do Jornal Público, que informa que, o Governo Central, se prepara para aprovar uma Lei para “agregar municípios”, numa proposta parecida com aquela que aqui defendi neste artigo.



Neste segundo Post sobre a temática “Autárquicas”, abordo o tema da Reforma Administrativa, que tanto se fala e que muito se irá falar no futuro. Apesar dos muitos atritos, lobbies e interesses instalados (daqueles que se dizem progressistas, mas que na prática, são de um conservadorismo atroz), a coisa terá que suceder.

Nada é definitivo na vida, e se o mundo é composto de mudança, como dizia Camões, é urgente que tal suceda em Portugal. A actual divisão administrativa, feita no século XIX, quando ainda se andava de “burro e de carroça”, não pode ser a do século XXI.

Sou por isso favorável, a uma Reforma Administrativa, que tenha em conta a nova realidade do país, que seja mais eficiente e eficaz para todas as partes, com excepção claro, dos “mamões” que têm andado a viver do "status quo" instalado, e que o dominam.

O distrito de Portalegre passou de 200 000 habitantes em 1950, para cerca de 118 000 em 2011. Existem actualmente concelhos que perderam mais de metade da população nos últimos 50 anos. E hoje chega-se com maior facilidade de Marvão ou Castelo de Vide a Portalegre, do que chegavam os nossos avós de SA das Areias a Marvão, ou da Póvoa a C. de Vide.

Em termos financeiros, nos últimos 10 anos, as transferências do Orçamento Geral do Estado para os municípios, aumentaram quase 50%. Passaram de cerca de 4 000 milhões, para mais de 7 000 milhões de euros em cada ano. No caso de Marvão essas transferências, praticamente, duplicaram: 2,5 milhões de euros em 2001; para 4,7 milhões em 2010.

Mesmo assim, este aumento colossal de Receitas do OGE, não evitou que, actualmente, se estime que dívida das Autarquias seja superior a 12 000 milhões de euros. Tal tem sido o rol de asneiras que se têm feito em obras sem qualquer interesse, a não ser para os seus promotores e para os reis do betão e da electricidade.

Há 100 anos, após a então Reforma Administrativa, os Executivos da gestão autárquica, na maior parte dos municípios, tinham custo “zero”, porque eram exercidos de forma voluntária. Hoje são exercidos por um excesso de “profissionais da política”, que num concelho como Marvão ou Castelo de Vide custam, em cada mandato (4 anos), mais de meio milhão de euros aos contribuintes; e num concelho como Portalegre os custos serão superiores a 1 milhão de euros ao erário público.

Em minha opinião, não sou partidário a qualquer extinção ou integração de concelhos. Estas unidades territoriais têm, na sua maioria, mais de 800 anos de história. Fazer de um marvanense castelo-vidense, ou de um arronchense monfortense, de um avisense souselense, ou vice-versa, era votar a reforma ao fracasso e tirar identidade aos cidadãos.

O que eu proponho são mudanças nas “administrações políticas”, com uma diminuição drástica do número de vereadores, assessores, e, administradores das pseudo empresas municipais e afins. Passando para uma “integração” de Gestões Inter-Municipais conjuntas destes territórios. E com uma melhor rentabilização dos diversos Técnicos e trabalhadores autárquicos.

A exemplo do que defendia há dias Fernando Costa, presidente das Caldas da Rainha, considerado um autarca modelo, dando como exemplo a junção de 3 municípios na área das Caldas (litoral), poder-se-iam assim poupar, disse ele "só em órgãos de gestão (vereações + Assembleias), cerca de 1 milhão de euros/mandato; e estimava que, em todo o país através de uma economia de escala, se poderia chegar a uma poupança de 2 000 milhões de euros/ano" (isto sim, verdadeiras gorduras de que tantos falam).

Convém dizer ainda, que não sou favorável a uma Reforma “a régua e esquadro”. A realidade do Interior de Portugal é diferente do Litoral, e legislar tudo por igual no Terreiro do Paço, será mais um erro crasso, que esperemos que não aconteça, mas duvido! Já que os interessados se vão opor, mais uma vez, a qualquer discussão sobre o tema, e com isso, obrigar o poder central a legislar por igual, e como sempre com prejuízo do interior.


Na minha opinião aqui fica mais um tema que deveria estar na “ordem do dia” para discutir nas próximas autárquicas. Não apenas em Marvão, mas em todos os conselhos vizinhos, entretanto aqui deixo a minha proposta de agregação/junção/associação de municípios para o nordeste alentejano.

Com "padrinho" e tudo, aqui fica a proposta para o Agrupamento Concelhio de Ammaia:




Os restantes agrupamentos do distrito de Portalegre poderiam ser:

- Elvas e Campo Maior: 31 000 habitantes

- Ponte de Sôr, Avis: 21 000 habitantes

- Crato, Nisa e Gavião: 16 000 habitantes

- Sousel, Fronteira e Alter: 12 500 Habitantes

sábado, 1 de dezembro de 2012

Vem aí o novo D. Sebastião...


Há 30 anos na política, o novo “salvador” Socialista, só agora fez a brilhante conclusão, que em baixo se publica, e que apaixona muitos e muitos fãs.


Foi:

- Militante da Juventude e do Partido Socialista, foi deputado na Assembleia Municipal de Lisboa, entre 1982 e 1993.

- Entre 1991 e 1995 foi também deputado à Assembleia da República.

- Em 1993 candidatou-se a presidente da Câmara Municipal de Loures, sendo eleito vereador.

- Membro do Secretariado Nacional do PS entre 1987 e 1990, e voltou a integrar o Secretariado Nacional do PS desde 1994.

- Secretário de Estado (1995-1997)

- Ministro dos Assuntos Parlamentares (1997-1999)

- Ministro da Justiça no XIV Governo (1999-2002).

- Presidente do Grupo Parlamentar do PS, de 2002 a 2004  

- Deputado e vice-presidente no Parlamento Europeu, entre 2004 e 2005.

- Ministro de Estado e da Administração Interna (2005-2007),


Declarações de A. Costa na "Quadratura do Círculo":

“A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos  para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil.

Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir. E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.

Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia.

Portanto não é aceitável agora dizer (e podemos todos concluir) acho que devemos concluir que errámos. Agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!”

Ah, ganda Costa, se não tivessem já descoberto a pólvora, certamente, tu serias o descobridor. Mas devias ter pensado nisso durante os 15 anos em que tiveste responsabilidades governativas! Ou não?

É caso para dizer: “Oh Costa dedica-te à pesca! Ou à agricultura...”

Leituras de fim-de-semana...

Classificação Bugalhónica - ****

Pedro Correia fez ontem, no Delito de Opinião, uma análise ligeira, mas séria e acutilante, a respeito do XIX Congresso do PCP, suas teorias e práticas, e sobre a qual aqui deixo um resumo:

“Passam as décadas, mas o PCP permanece igual a si próprio: tolerante e solidário com ditaduras, implacavelmente crítico com as democracias. Imaginam por instantes um partido da oposição - assumindo que ele existisse - reclamar hoje, como reclama Jerónimo de Sousa, que a palavra seja "devolvida ao povo", senhor do seu "próprio destino", através de eleições democráticas e livres, em Havana, Pequim ou Pionguiangue?
Pois, ninguém imagina. Nem sequer os dirigentes do PCP, que têm um discurso para consumo interno e outro, muito diferente, em matéria de política internacional. Reivindicando mais democracia aqui enquanto aplaudem ditaduras noutros quadrantes.”

É caso para dizer: “... faz aquilo que eu prego, mas atenção, conta que eu nunca o farei”.

E querem eleições (devolver a palavra ao povo, dizem), porque um tal de passos, terá prometido umas coisas   em tempos, e estará a fazer outras!... Mas ainda se permite aos “jerónimos” terem estes desabafos, e, congressos! 

Como seria se as posições se invertessem? Para os coelhos e..., para os outros!


Do Baú...

A vida vai torta e jamais se endireita, o azar persegue, esconde-se à espreita. Nunca dei um passo que fosse o correcto, eu nunca fiz nada que batesse certo!

Enquanto esperavas no fundo da rua, pensava em ti e, em que sorte era a tua. Quero-te tanto...

De modo que a vida é um circo de feras, e uns, entre tantos, são as minhas feras. Nunca dei um passo que fosse o correcto, eu nunca fiz nada que batesse certo!
Quero-te tanto...




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