sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A ARTE DA CRIAÇÃO



A vida que não passamos em revista, sem reflexão, não vale a pena viver…
(Sócrates).


Nascer é coisa complicada.
Tomemos por exemplo, o nascimento deste espaço de reflexão pessoal ou Blogue, a quem o padrinho, antes do seu nascimento, já havia baptizado com o nome de “retórica”, e de apelido “bugalhónica”, devido ao nome de seu fundador, Bugalhão. Apelido estranho este, a que mais tarde voltaremos, quer pela sua singularidade, quer pela marca com que classifica as pessoas que o transportam.

Mas dizíamos nós que nascer é coisa complicada, ainda a concepção se não deu, e já o rol de preocupações que atormentam o criador parecem não ter fim; que às vezes, dá vontade de um homem nada fazer, para se livrar de problemas. Isto do ponto de vista de quem tem a função ou responsabilidade de dar início ao processo criativo, trate-se ele de lançar à terra uma semente ou rebento de planta, se árvore quiser ver nascer ou plantar; pegar em caneta e papel, para nos referirmos ao método tradicional, ou recorrer às novas tecnologias de meios informáticos, tão na moda nos tempos que correm, se livro ou simples ensaio, como é o caso destas pobres crónicas, quisermos escrever; seja ela, e talvez a mais simples, ou mais complexa, dependendo sempre do ponto de vista de cada um, que é a arte de fazer nascer uma criança. E isto, para nos referirmos apenas, às três funções que dizem competir a um homem, ou mulher, acrescentamos nós, durante a sua passagem por esta vida, que outra, ninguém sabe se terá.

Não iremos deter-nos muito tempo, nem maçar muito o leitor, por enquanto, com esta coisa de ser capital para um homem, o plantar de uma árvore durante a sua vida. E vejam logo, como esta simples afirmação de um autor desprevenido, o coro de protestos que estaremos a levantar por parte dessa classe emergente que são os ecologista ou defensores da natureza. Embora o que o seu criador esteja apenas a afirmar, é que não será agora, talvez mais tarde, não se trata de não ser importante.
Aliás, durante a sua curta infância, o autor deste Blogue, começou por aí, plantando algumas… se é que, se poderia assim chamar, os pequenos arbustos que foi enterrando junto à casa onde cresceu na Abegôa, e que hoje, quando por lá passa, as vê transfiguradas naquilo a que poderemos alcunhar de Árvores.
Mas, sempre acabamos por afirmar, que sobre esta temática da criação vegetal, talvez mais importante do que andarmos por aí, às vezes feitos tolos, em acções infecundas de plantações manhosas, mais valia que preservássemos as que temos, não as destruindo. Porque até hoje, a natureza, nunca careceu da mão humana para fazer reproduzir e nascer as espécies vegetais.

Centremo-nos por agora no essencial desta crónica, cuja função é de garatujar, relacione-se ela com um livro, simples ensaio, ou “posts bloguistas”, salvaguardando as devidas distâncias a que hierarquicamente têm direito.
Concordamos no entanto, que têm muitas coisas em comum, de que é exemplo, a partilha do espaço público. Isto é, concebe um homem uma destas coisas, e rapidamente, ela passa a ser alvo da apreciação por parte dos outros, ou mesmo de sua apropriação por parte de alguns, sobretudo, quando comportam alguma sabedoria ou conhecimento científico.
E não se pense que esta prática é novidade, ou seja, desde o aparecimento das tais novas tecnologias, que põem ao dispor de todos, aquilo que devia ser apenas para alguns. Pois, desde que o mundo é mundo, que há sempre aqueles que se aproveitam das ideias ou conhecimentos alheios, e diga-se, em abono da verdade, que ainda bem, senão às vezes a ninguém aproveitariam.

Não pode até ao momento, o autor deste espaço queixar-se dessa partilha e da falta de críticas positivas e incentivadoras. Pois que, excluindo, a crítica acutilante de Luís, que também leva nas veias um pouco da seiva desta “retórica”, e por isso, tudo está fazendo para que os rabiscos aqui postados lhe não embacem o apelido.
No entanto, não faltam por aí já vozes, embora em surdina, que dizem que parece mal que tal se faça publicamente, apesar de ser evidente, que tal gerador merece algumas reprimendas. Ora será bom aqui afirmar, que este contador de histórias, nada se importa com as críticas que lhe façam, quando justas e construtivas, como têm sido as de filho de Francisco, neto de Manuel, e que na prática vêm servindo e continuarão a servir, a finalidade deste espaço, que convém reafirmar, é a de aprendizagem. Só quem cuida saber muito, pensa já nada ter para aprender e até Sócrates, não o tal, mas o outro, afirmou que “só sei que nada sei…” e era filosofo, ao contrário do tal, que parece saber de mais!
No entanto não nos esqueçamos, que ainda agora estamos no princípio…e que, como diz o outro, no princípio é tudo Bonito. E este já afirmou, para além de todos os elogios aqui deixados, que o criador deste espaço é uma personalidade polémica e pouco simpática; e assim sendo, não será bonito desiludir os amigos.

Mas por agora, manda a boa educação, agradecer as palavras incentivadoras dos diversos leitores que por aqui têm passado, mesmo as daquele, que classificando-se como leitor passivo, Mário, de seu nome, filho de Conceição e neto de Luísa, logo primo de Luís, e que aqui fez quase um poema, a quem nos atrevemos a fazer um desafio: se te correm nas artérias seiva “bugalhónica”, tens que ser “activo”, e vir aqui mais vezes expor as tuas fantasias.
Para remate ficaram, Jorge e Maria; não que tenham algo em comum, a não ser uns pequenos conselhos, que Jorge tem dado a Maria. Jorge, porque ao desejar que a “escrita seja melhor do que antigas tácticas futebolísticas”, está a colocar a bitola muito alta para este humilde criador. Porque nunca esta simples escrita, por muito que evolua, poderá contar com argumentos de peso, como os exibidos por Jorge, enquanto executor dessas tácticas de outros tempos. Maria, porque a empreitada que a espera é árdua, e dificilmente, poderá contribuir para confirmar, ou desmentir Jorge, ao contribuir para que a presente criação, supere a experimentada por Jorge no passado…

Quanto a germinar uma criança, ou se filho se tratar… isso serão coisas para tratar bem lá mais para diante, pois ainda a procissão vai no adro, e Manuel subindo a encosta das giestas floridas…

12 comentários:

Luís Bugalhão disse...

ah bom, andamos a tratar do look!

é bem, faz falta hoje em dia. e não é que a coisa até ficou mais... segura?!!
tá sóbria, com bom gosto e mais bem organizada.

a montra já está. vamos lá a ver o armazém (que é como quem diz, o conteúdo).

o bonito já te falou do saramago. por causa das vírgulas. eu tb senti que havia por ali algo assim, mas mais por causa da forma. quando li o comentário ao post de ano novo na tasca vi mais j buga. não sei, parece-me que qd não 'romanceias' o teu estilo fica um pouco mais apurado, mais acutilante, mais bem disposto, mais natural...

mas siga, que o que se quer é andamento. como dizem os comunas, o caminho faz-se andando.

hoje tivémos uma reunião de bugalhões cá em casa. o már' zéi, a respectiva clarinha, rodrigo e tia lassalete (irmã da clarinha), a são e o chico guerreiro, a ti' jaquina e nós quatro. de roda dumas assaduras e costado, vindos directamente de sto antoño, onde fizeram parte dum animal suíno, em tempos, regadas com conventual tinto da adega cooperativa de portalegre, tudo após uma entrada de ameijoas à bulhão pato. comeu-se, bubeu-se, conversou-se e... viveu-se.

os bugalhões cá vão andando, uns longe, outros perto... andam os genes e andam as estórias. e acrescentam-se novas estórias... aos genes, poluídos e misturados e enriquecidos por quem nos aparece ... no caminho, que o que faz falta é andá-lo.

se o ti manel pensasse que a sua angústia viria a dar nisto...

se a ti luísa pudesse sentir a força banal de quem lhe continua os passos...

naquela altura, na ponte velha...

abraço, e manda lá mais um episódio. depressa pf.

Bonito disse...

Ai Saramago, Saramago…

Isto:

“…Apelido estranho este, a que mais tarde voltaremos, quer pela sua singularidade, quer pela marca com que classifica as pessoas que o transportam…”

”Mas dizíamos nós que nascer é coisa complicada, ainda a concepção se não deu, e já o rol de preocupações que atormentam o criador parecem não ter fim…”

“…Não iremos deter-nos muito tempo, nem maçar muito o leitor, por enquanto, com esta coisa de ser capital para um homem, o plantar de uma árvore…”

“…Centremo-nos por agora no essencial desta crónica, cuja função é de garatujar, relacione-se ela com um livro, simples ensaio…”

e muito mais…

até parece plágio… acredito que não seja! Mas a “forma”, o expressar-se na primeira pessoa do plural…

Enfim, o estilo está lá todo!

Eu gosto.

Mas, atenção, J. Buga, Saramago não é para todos e dos que o lêem poucos andarão por aqui!

Já sei o que está a pensar … “isso para mim não interessa nada!!”

Está correcto esse pensamento… digo eu!


Grande Abraço

Bonito Dias

Jorge Miranda disse...

Uma das melhores caracteristicas do Buga é a modéstia...
João Francisco Pires Bugalhão Modesto...
Um abraço

Luís Bugalhão disse...

boa bonito. estive para fazer isto tb. era a isto que me referia quando falava da forma, um vez que as vírgulas (ainda) não estarão a ser usadas como o mestre saramago faz.

jbuga, vê que a malta anda atenta. mas, como diz o jorge miranda, não sejas modesto demais. faz como achas e não ligues a tudo o que os críticos dizem, mm que consideres as suas achegas importantes. contudo, evita pastiches.

penso que essa... colagem (chamemos-lhe assim, que plágio é coisa feia) terá a ver com poucas leituras. leste mt saramago e agora não te consegues libertar desse estilo de texto...

tenta fazer, com as devidas adaptações, como fizeste em textos lá da taxca, em que a tua maneira de pensar e falar emerge na escrita. é por aí que tens que ir. pelo teu estilo.

mas mm assim, não penses que o apuras logo à primeira. isso leva anos de evolução, mm para os consagrados. o próprio saramago, se vires as primeiras obras, em que ele ainda usava pseudónimo, vês que a coisa ainda não estava como depois.

mas reafirmo: o caminho faz-se é andando. amandaste-te (e esta hem? já a tinhas visto nalgum lado) logo a uma tarefa deste calibre, agora tens que te aguentar. não desistas, até pq, qd a coisa começar a ser ao teu estilo, podes sempre republicar os primeiros episódios...

abraço

Garraio disse...

Fogo, ó amigo joão, estes mênes não dão treguas...

Maria disse...

Concordo com o Garraio!

1º Deixem o Buga escrever como muito bem quer, sabe e lhe apetece

2º Se passam o tempo a mandar "bitaites" a respeito de estilos, virgulas pontos finais e afins... o homem não dá à conta só a fazer as pseudo correcções; A páginas tantas parece a história do rapaz do velho e do burro...

3º Deixem de “embicar” com também o NOBEL da literatura… ele só foi laureado porque foi “avaliado” por não sei quantos “incultos”… ou se calhar preferem por exemplo o estilo Margarida Rebelo… com o devido respeito que tenho pela dita e nada contra por sinal! Ah! A seguir ao PONTO FINAL, é letra maiúscula, não é? Ou esta regra não se aplica aos “blogues”?

4º Estou a gostar e saborear o “romance” desde o primeiro episódio…

5º Independente das incorrecções ortográficas que este comentário possa ter, EU não escrevi no WORD mesmo porque na ma peteceu.

6º É giro esta coisa da net…
E deveras interessante o nosso trocar de opiniões, com todo o respeito que tenho por vós mesmo que não nos conheçamos

7º Não sou muito dada a Imolações, façam a pira pequena e /ou não atirem logo a matar.

Bjinhos

Maria

Luís Bugalhão disse...

ó maria, calma! bebe um cafezinho.

já bebeste? pronto. atão cá vai:

1. o saramago é um hino ao bom gosto, para além de ser um expoente da nossa literatura e prémio nobel;

2. nada tenho quanto à forma de escrever do sr, tal como nada tenho contra as coisas que o jbuga escreve. nem contra o estilo, a forma, ou a maneira como o faz;

3. só critiquei com o intuito de melhorar (aquilo a q se costuma chamar crítica construtiva, embora para o criticado o 'construtivo' seja (quase) sempre um eufemismo);

4. as minhas críticas aos trabalhos escritos do meu tio não são de agora. já vêm de tempos em que era necessário, pex, traduzir coisas do inglês para português num trabalho da profissão de enfermeiro (onde o técnico tem que se sobrepor ao literário), na escrivaninha do meu quarto de solteiro, já lá vão uns anitos;

5. as ferroadas que dou têm apenas o intuito de o estimular a ser ele próprio. desde muito cedo que ele me levou a ver as coisas doutra forma que não a do resto dos rebanhos em que nos querem, a todos, meter. e é por isso que, qd tem que ser, desancamos um no outro;

6. o jbuga, cm já disse em anteriores comentários, é como que um meu irmão mais velho, e os manos por vezes arreiam (vês? esta é correcta, mas deselegante) uns nos outros;

7. finalmente, claro que a seguir a um ponto final se deve escrever com letra grande. mas eu não o faço aqui, mm só pq na m'apetece, cm tu. já o meu tio não o deverá fazer, uma vez que o que ele quer é fazer algo mais que descarregar comentários. ele está a escrever um romance. e assim tem que o fazer com algum tino. se não o quiser pelo tino dos que o criticam e apoiam, terá todo o meu apoio na mesma. e tb terá a crítica, cm é óbvio. se vires bem, é precisamente isso que digo atrás.

ah... e a mim tb me apeteceu falar da estória do pai, do filho e do burro. só não o fiz, pq o burro aqui é a estória do manuel e da luísa, que por acaso foram quem fez as orelhas de quem viria a fazer as minhas, e eu não consigo usar essa metáfora, cm compreenderás.

por isso maria, que venha o próximo episódio, com ou sem pastiches, com ou sem words, com ou sem apoios incondicionais (compreensíveis aliás), com ou sem críticas que não dão descanso.

abraço p'ró escritor e bjs p'ra ti.
fica bem.

ps. a margarida rebelo pinto não é para aqui chamada. nunca gostei de azeiteiros e essa é é oleosa (mm que, fisicamente, não passe dum pau de virar tripas), o que ainda é pior. é óbvio que prefiro a rapariga, a levar um camação (vês? esta tb não deve existir) de porrada, mas até aí, se for merecido, sou capaz de ter dúvidas qt à opção. e já li umas quantas tralhas que os editores fizeram o grande favor de publicar com o nome dela, não estou a falar de cor. ou será cór? ;-)

Mário Bugalhão disse...

Horrível, liga-se a televisão e nada, novelas e mais novelas.

No aconchego do lar, o serão passa devagar, sossegado e quente, mas nada mesmo nada, nem nos intervalos da publicidade, a televisão cativa o eremita.
Ah, é uma companhia, sempre se vêem as caras e as modas, os efeitos e os defeitos, e sempre nos alumia a noite.

E se eu fizesse qualquer coisa útil, válida e necessária?
Não, daqui a nada é hora de deitar, e não vale a pena começar uma coisa que não se pode acabar na mesma noite.

Vou ver o blog do Tio João.

“Nascer é coisa complicada”, “Bugalhão, apelido estranho, singular, marca que classifica as pessoas que o transportam”.

Mais um pouco.

Batem-me à porta, será que querem entrar, ou simplesmente, ver se cá estou?
Atentamente, espreito em silêncio, para não fazer notar a minha presença.

Afinal, era o Tio João a desafiar o filho da Conceição, neto da Luísa, logo primo do Luís.
Desafia-me a ser mais “activo” na participação do blog, sob condição, de não o sendo, é porque não me corre nas artérias a seiva “bugalhónica”.

Fiquei entre a espada e a parede, e agora?
Cedo, ou não? sob pena de não o fazendo, me arriscar a ver o meu apelido embaçado.
Pensei, não vou ceder.

A noite estava fria e silenciosa.
Eu, estava quente, e na televisão nada.
Talvez um chocolate para desenjoar.

Voltei ao blog.

Eh lá, o que quererá o Luís dizer, com esta coisa dos “genes poluídos e misturados e enriquecidos por quem nos aparece no caminho”, será que a ordem dos substantivos qualificativos foi intencional, ou foi aleatória e a coisa é grave?, perguntei-me.

O relógio continua a palmilhar a roda viva do tempo.
É tarde, tenho os pés frios, vou-me deitar.

Passa o camião do lixo na sua recolha diária, o barulho dos caixotes ecoa pela rua.

Despertei.

“Se o ti manel pensasse que a sua angústia viria a dar nisto…”, “se a ti luísa pudesse sentir a força banal de quem lhe continua os passos…” “naquela altura, na ponte velha…”

Pôssa, pôssa, senhô Chico (como se costuma dizer).

O Marinheiro perdeu o astrolábio.
O barco, perdeu a vela e está a meter água.

Já digo como a Maria, “não conheço as personagens da história”.

Onde está o Tio João activo, com a sua seiva “bugalhónica”?
Desta vez, sou eu que bato à sua porta.

O que se há-de fazer às palavras, a não ser respeitá-las.
Havendo, em meu ver, duas formas do o fazer:
-Uma, é escrevê-las;
-Outra, a minha preferida, é deixá-las na carga da caneta a descansar.

Felizmente, vocês que participam no blog, são os que as respeitam escrevendo-as, e ainda bem, senão este espaço não tinha razão de ser.

Vou continuar a ler os vossos dizeres, as críticas e as ferroadas, sendo certo que, às vezes estas últimas, em vez de estimular, arrefecem o ânimo de quem constrói e cria.

Caro primo, sei que tu sabes isto e muito mais, mas não vem mal ao mundo, fazer parte de um rebanho, por mais homogéneo que seja, se o indivíduo que dele faz parte, tiver o bom senso de não abdicar da sua heterogeneidade.

Toca o despertador.
Acordei.
Volta para um lado, volta para o outro.
Custa tanto levantar.
Acendo a luz da casa de banho.
Fecham-se os olhos até meio, a luz é forte e o espelho não engana, sou mesmo eu.
Mais um dia de trabalho.



Tio João, venha lá mais um episódio.

Um abraço a todos.

Luís Bugalhão disse...

alô mário. estiveste hoje a ver o benfas? eu não vi, mas parece que a coisa foi tb uma chatice. a tv não vale mm a pena...

os 'substantivos qualificativos' não foram postos por ordem nenhuma. nem sequer é grave o que eu quero dizer com eles. trata-se somente de dizer que isto de ser bugalhão é tanto, ou tão pouco, como ser pires da quinta, ou ser guerreiro, ou anselmo, ou...
bugalhão é um nome, que alguns transportam no nome em último lugar, e outros não. mas é tudo bugalhão. e é tudo pires da quinta. ou serra, que de anexim passou a nome dum dos bugalhões que por cá já não andam. e, no meu caso, há que lhe juntar o marques, que não fosse um acidente de leis, até poderia ser costa. mas os nomes são coisa de homens e mulheres, enquanto que os genes são coisa da Natureza, aquela que não dá abébias a ninguém. nem aos bugalhões. e é Ela que anda desde o big bang a poluir, a misturar e a enriquecer os donos dos nomes, que doutro modo depressa se extinguiriam. e é por isso que rapaziada e raparigada como o francisco, a matilde, a cataritas e o rodrigo, ainda que com nomes diferentes, transportam a mm quantidade de genes que os bugalhões, dd a ti luísa e o ti manel, em cada célula do seu corpo (+ ou - 1/8 dos que o ti manel tinha nas dele, e + ou 1/8 dos que a ti luísa tem nas dela). e os filhos e filhas destes 4 (até ver, que ainda estarão, ou não, para aparecer mais) tb irã um dia poluir e misturar e enriquecer esse 1/8 com outros, dando origem a uma data de 1/16 de genes bugalhónicos. ou será caldeiricos? ou costicos? ou amaralicos? ou guerreiricos? percebete caro primo?

bugalhão, não lhe conhecendo a origem, que isso é trabalho do autor, é orgulho. no meu caso até é orgulho de ser filho dum bugalhão que era conhecido por serra. mas é um símbolo, à roda do qual toda esta estória roda, mm que ande demorado o 3º episódio...

quanto aos rebanhos primo, o que é preciso é que entres neles pq queres, mantendo a heterogeneidade de cada ovelha, como dizes. mas às vezes andamos em rebanhos para onde nos empurram as agruras da vida, aos quais só pertencemos por inércia ou embotamento cerebral, que nos tolhe a coragem de deles sair para fazer o nosso caminho. e é aí que aparecem pessoas como o tio joão, a mostrar que cada um é como cada qual, único desde a concepção até à morte.

e é por isto tudo que, apesar do que escrevi poder parecer coisa grave, não o é. é coisa linda. e boa. como esta retórica.

pena o benfas ter empatado. pena, que até a amélia teria metido uma batata. meteu-a, e limpinha, mas foi cortada (não poluída, nem misturada, nem enriquecida) por um bandeirinha incompetente. assim, ficou só o prazer de vir até aqui fazer conversa contigo.

abracinho

Luís Bugalhão disse...

já me esquecia. que bem ficou o nosso tio, hem? formal, mas bem. pena o reflexo do flash no óculo direito.

abraço

Jorge Miranda disse...

Espero que esteja melhor, podia ter dito alguma coisa.
Não se esqueça que a escrita é uma actividade muito violenta...
Boas melhoras, um abraço
Jorge

mata borrão disse...

Oh, pá, deixem-lá de críticas literárias...
Olha o aroma que se sente, quando o mestre blogalhónico escreve.
E o Mário, parece música. Homem, não te conhecia estes predicados. Muito, muito bem!!!!