terça-feira, 31 de outubro de 2017

domingo, 15 de outubro de 2017

E agora Marvão?

Passaram duas semanas desde que a comunidade marvanense foi chamada a pronunciar-se, em eleições autárquicas, sobre o que queria, e quem queria, para governar o concelho nos próximos 4 anos.

De uma coisa podemos ter certeza e concluir: desta vez não houve escassez de alternativas de escolha. Podiam não ser os melhores marvanenses a organizarem-se e apresentarem-se a sufrágio, mas esses se existem, não se sabe onde estão. Foram, portanto, aqueles que têm coragem e parecem preocupar-se com a administração da coisa pública, que quer queiramos ou não, por alguém terá de ser feita.  

Mas as perguntas que todos fazem hoje: é quem é que terá ganhado verdadeiramente as eleições, se ficámos melhor ou pior e se terá valido a pena as alternativas que foram criadas. Eu tenho a minha opinião e, é essa, que aqui quero partilhar convosco.

De uma coisa tenho mais uma vez a certeza é que, no actual sistema democrático português, quer gostemos ou não, o povo é soberano nas suas escolhas e os resultados obtidos emanam da vontade de uma maioria conjuntural no tempo e no espaço, por isso tem de ser respeitada. Se o povo assim determinou, pois que assim seja.

Passemos então à finalidade deste artigo e tentar analisar, de forma objectiva, os resultados do que se passou e o que mudou desde o dia 2 de Outubro.

1 – O Movimento Independente Marvão para Todos.

Fica sempre bem começarmos pela nossa casa, olharmos para dentro de nós, reflectirmos e encontrarmos explicações para o sucedido. De uma maneira geral o Movimento Independente não obteve os resultados que pretendíamos e que eram se não fosse possível ganhar as eleições (algo que todos sabíamos ser no actual contexto praticamente impossível), como mínimo eleger candidatos para todos os órgãos, sobretudo e pelo menos, um vereador (a) para a Câmara Municipal. Faltaram-nos, talvez, cerca de 50 votos.

Acabámos por eleger apenas 4 pessoas (8% do total de cargos em disputa): 2 para Assembleia Municipal, 1 para a Assembleia de Freguesia de SA das Areias e 1 para a Assembleia de Freguesia de SS da Aramenha.

Soube a pouco, muito pouco, para aquelas que eram as nossas perspectivas e para aquilo que foi o nosso trabalho ao longo de 3 anos. É, portanto, em minha opinião, em termos de resultados uma derrota. Claro que existem muitas explicações e atenuantes, mas essas, por agora, ficam para outras núpcias.

A pergunta que urge fazer para reflexão futura é se, no contexto marvanense, alguma vez um movimento independente pode vir a ser governo. E digamos que, objectivamente, à luz do histórico já tentado, independentemente das pessoas que os integrem, será muito difícil. Falta, no entanto, uma opção: REPETIR (que foi algo que ainda não foi feito) daqui a 4 anos. Esta será a questão que se põe ao Marvão para Todos.

Até lá, resta-nos dignificar os cargos para que fomos eleitos, respeitar os nossos valores e princípios e representar os cerca de 300 eleitores que votaram em nós. Na democracia nem só a voz dos vencedores tem o direito de existir. O direito e o dever de oposição são de uma importância extrema e, às vezes, tão importantes como a governação. Será aí que os marvanenses nos podem encontrar e contar conosco.         

2 – O Partido Socialista

Em minha opinião o Partido Socialista foi o maior perdedor destas eleições, apesar de ter ganhado 4 dos seis órgãos em disputa. Tendo o seu grande adversário histórico, o Partidos Social Democrata, “partido” em duas candidaturas (PSD e Viver Marvão) e certamente ainda alguns (muitos) votos do Movimento Independente, o PS falhou o seu grande objectivo que era: ganhar as eleições para a Câmara Municipal.

O PS terá de fazer também uma grande reflexão porque é que tal sucedeu e terá, tal como o Marvão para Todos, olhar primeiro para dentro de si. Há no entanto, em minha opinião, alguns dados que não devem ser ignorados:

1 – Porque é que o somatório de votos para as Assembleias de Freguesia são superiores em 200 votos do que para a Câmara Municipal? Sendo que em SA das Areias esse valor foi cerca de 100 votos e em Santa Maria 53 votos;

2 – Porque é que com escolhas de nomes de candidatos completamente diferentes do que há 4 anos; com um governo (vereação do PSD)  desgastado e em fim de ciclo, com uma campanha megalómana em meios materiais e humanos, apenas conseguiram mais 40 votos do que em 2013 (713 - 671)?

Se não encontrarem respostas rapidamente, começarem a trabalhar a sério em alternativas, se só pensarem em eleições e candidatos à pressa 6 meses antes das próximas eleições, arriscam-se a mais 12 anos sem cheirarem a vitória na Câmara de Marvão.

3 – Coligações CDS/PPM “Viver Marvão”

Quase poderia afirmar, caso as suas expectativas não fossem outras (Conquistar a Câmara), que José Manuel Pires e a sua Coligação, teriam sido os vencedores destas eleições autárquicas.

Ao conseguir um resultado de 19 % para a Câmara Municipal (417 votos), eleição de 7 candidatos (1 Câmara + 3 AM + 1 Areias + 2  Aramenha), visto de fora, podemos dizer que foi um bom resultado. No entanto, quando sabemos que o grande objectivo desta candidatura era de ganhar a Câmara Municipal e demonstrar que ele, José Manuel Pires, era o melhor vereador do executivo em 12 anos, e que o povo de Marvão o apoiava maioritariamente (dizia ele); temos que admitir que, também esta candidatura, dificilmente pode ser tida como a vencedora destas eleições em Marvão.

Se juntarmos aos resultados obtidos as polémicas com que se envolveu com a restante vereação, a sua rotura com o PSD local onde certamente será difícil voltar, as acusações que fez ao candidato vencedor, a sua não recomendável práxis enquanto vereador (Empresas pessoais envolvidas em concursos municipais), etc.; José Manuel Pires jogou aqui a sua grande cartada e, não ganhou.

Pelo que, em Marvão, ele não terá lá sido vencedor.

4 – PSD e Luís Vitorino  

Os eleitores de Marvão elegeram Luís Vitorino para presidente da Câmara Municipal. E o PSD, ao fim de 12 anos de executivo maioritário, manteve a presidência da Câmara de Marvão.

Estes 2 factos, só por si, parecem reveladores de quem foi o vencedor das últimas eleições autárquicas no concelho Marvão. No entanto talvez não seja bem assim, senão vejamos:

- Esta candidatura do PSD perdeu metade dos votos em relação a 2013 (1375 para 730);
- Perdeu a maioria absolutíssima na câmara municipal. Passou de 4 para dois eleitos;
- Não conseguiu sequer eleger os eu “líder espiritual” (Vítor Frutuoso) que passa de presidente para nem sequer ter lugar como vereador;
- Perde a sua emblemática Junta de Freguesia (SS da Aramenha) onde foi poder em 24 dos últimos 32 anos de poder autárquico; e passa de primeira para terceiro;
- Perde a maioria absoluta na Assembleia Municipal, passando de 11 para 6 membros, praticamente metade;

Por tudo isto Luís Vitorino não poderá proclamar vitória e, o PSD, tem de pensar muito bem toda a sua estratégia futura e o que anda a fazer por estas bandas.


A conclusão a tirar destas eleições é que o poder absoluto caiu em Marvão. Só por isso valeu a pena a conjuntura criada. A partir de agora e com a tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, terá de existir uma nova forma de governar o concelho, baseada em negociação e equilíbrios, com consideração por todos os representante eleitos.  

Esperemos que, cada uma das formações com os mandatos que o povo lhes conferiu, saibam assumir as suas responsabilidades. A quem os marvanenses conferiram o poder de governar que o façam com elevação em prol do bem comum; e aqueles que na oposição, e em maioria em diversos órgãos, sejam criteriosos e exigentes na apreciação e fiscalização dos que governam.


Se assim for, certamente, a apreciação ou conclusão sobre quem terá ganhos as eleições em Marvão seja o menos importante; terá valido a pena a construção de todas estas alternativas e, talvez, os marvanenses  venham a beneficiar destes resultados e, finalmente, não se arrependam do seu voto em 2017.     

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Sabe sempre bem recordar...


Ai, ai senhor das furnas que escuro vai dentro de nós, rezar o terço ao fim da tarde só para espantar a solidão, e rogar a deus que nos guarde, confiar-lhe o destino na mão. Que adianta saber as marés, os frutos e as sementeiras, tratar por tu os ofícios, entender o suão e os animais, falar o dialecto da terra, e conhecer-lhe o corpo pelos sinais? E do resto entender mal, soletrar, assinar em cruz, e, não ver os vultos furtivos que nos tramam por trás da luz.

Ai, ai senhor das furnas que escuro vai dentro de nós, a gente morre logo ao nascer com olhos rasos de lezíria, de boca em boca passar o saber com os provérbios que ficam na gíria. De que nos vale esta pureza, sem ler fica-se pederneira, agita-se a solidão cá no fundo, fica-se sentado à soleira a ouvir os ruídos do mundo, e a entendê-los à nossa maneira.

Carregar a superstição, de ser pequeno, ser ninguém! E não quebrar a tradição que dos nossos avós já vem...




terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ena pá não vinha aqui há 6 meses!


Como é possível não entrar aqui na minha casinha há quase 6 meses! Algo se terá passado, talvez algo importante na vida de uma pessoa! Talvez…

E terá valido a pena? Talvez. Já dizia o Fernando “tudo vale a pena quando a alma não é pequena…” ! Talvez.

Não vale a pena grandes reflexões. A vida é o que é, e por muito que a planeemos e programemos, é uma "maganona", é o que é.  Faz o que lhe apetece e segue em frente. Felizmente, às vezes, permite-nos voltar sem feridas ou mazelas, é o caso. 

E aqui estou, hoje é outro dia e a vida também vale a pena…