segunda-feira, 28 de maio de 2018

Ainda sobre saúde no concelho de Marvão...

Rectificação: Quero deixar aqui uma pequena rectificação ao meu "Post" anterior sobre este assunto. Quando referi que o actual edifício do Centro de Saúde, na sede do concelho, teria sido construído quando era Presidente da Câmara o Sargento Paz, tal não corresponde à verdade, já que a construção foi feita com António Andrade como Presidente. Ficam também as minhas desculpas pela incorrecção.


Para conhecimento e reflexão de todos os que têm interesse neste assunto, aqui fica a minha intervenção na última reunião de câmara realizada em 25 de Maio de 2018. Espero que alguns dos responsáveis do Partido Socialista, que por estes dias elaboram a sua posição sobre o tema, se dignem a ler algumas das reflexões que aqui partilho.


“Cara vereação da Câmara Municipal de Marvão,
penso fazer hoje a minha última intervenção, neste órgão, sobre qual a melhor localização para a construção de novas instalações de saúde no concelho. Depois de aqui ter apresentado a minha opinião há duas reuniões atrás, fi-lo também no Seminário organizado pelo Partido Socialista e, ainda, na Assembleia de freguesia de SS da Aramenha onde sou autarca. Creio assim, ter cumprido a minha missão enquanto técnico de saúde e enquanto marvanense. Agora cabe a vez aos decisores que são vocês. Assim gostaria de deixar aqui apenas mais umas considerações sobre alguns dos argumentos que fui ouvindo, nomeadamente, o seguinte:

- O conceito de saúde tem um teor muito alargado (...), mas está longe de servir de cobaia para que seja usado como bandeira para defesa de autonomia administrativa dos concelhos, de identidade/unidade de uma comunidade ou de arma de coesão social; pelo menos directamente; ou de tentar que a sua finalidade seja instalar serviços de cuidados de saúde primários para turistas csp. Os csp são para servir os habitantes locais e não são serviços de urgencias.

- A demanda aos serviços de saúde não é como ir à Câmara, à Conservatória ou às Finanças (como alguns defendem) aonde se vai uma vez por ano ou nem isso; aos serviços de saúde, por vezes, precisa ir-se centenas de vezes por ano.

- Historicamente, todas as tentativas de por a funcionar serviços de saúde na vila, para servirem todo o concelho, falharam. Foi assim no início dos anos 80 no projecto de centros de saúde integrados com a iniciativa de disponibilizar “médico nocturno”; e foi assim em 2016 com o alargamento do horário do centro de saúde ao fim de semana. Porquê? Os habitantes não se deslocavam à vila de Marvão, preferindo Castelo de Vide e Portalegre por oferecerem melhores acessibilidades.

- Uma das provas de que a vila de Marvão não é a melhor solução, foi a de quando fechou a Extensão de Saúde de Galegos, localidade da freguesia da sede de concelho, as pessoas não foram para os serviços de saúde da vila, mas sim, na sua maioria, para Santo António e São Salvador. Temos ainda de ter em conta que, actualmente, populações de uma das nossas freguesias como a Escusa está quase toda inscrita no CS de Castelo de Vide e a dos Alvarrões em Portalegre.

- O boato/papão de que a construção de novas instalações levará ao fecho de Extensões é abusiva, quando muito, a única que está em causa seria SS da Aramenha que fica a menos de 1 km da nova localização da Portagem. Não existe nenhum Centro de Saúde no distrito sem Extensões.

- Por aquilo que foi apresentado sobre o andamento/ponto de situação do processo, quer pelo Presidente da Câmara, quer pelo presidente da ULSNA, por em causa todo esse processo é um retrocesso em termos de tempo que certamente será irrecuperável e, a consequência será a não construção, seja onde for.

- Considero que a criação de instalações de saúde “intra-muralhas” (consultório típico) não tem qualquer justificação e que se devem manter as actuais (com a diminuição das dimensões como propõe a Santa Casa), mantendo ou fazendo novo protocolo com a SC da Misericórdia.  

- Mas a questão fundamental que se deve por, é se a opção de construção recair na Sede de concelho é ONDE, ou em que local é que se poderá construir na vila ou nas suas proximidades uma infraestrutura como a que se pretende, sabendo nós que não existe qualquer terreno público para tal. E que a aquisição demorará um período de tempo que, certamente, a consequência que se porá, não será a da “localização” mas sim, mais uma vez, a de ficarmos sem instalações.

- Deixo ainda alguns dados, que recolhi, sobre um processo de construção que está a decorrer actualmente no nosso distrito, o Centro de Saúde de Nisa:

. Custo total estimado da Obra: cerca de 1,5 milhões de euros (O Centro de Saúde de Marvão não necessita de ter as dimensões de Nisa, nem para lá caminha);
       - 85% com fundos comunitários do Quadro 20.20 que está a chegar ao fim;
       - 7,5% da responsabilidade do Ministério da Saúde;
       - 7,5% da responsabilidade da CM de Nisa;

. O terreno da construção é da Câmara Municipal e foi adquirido à Santa Casa da Misericórdia de Nisa (nem pensar que o MS vai construir instalações em terrenos privados);

. O Projecto foi elaborado entre os Técnicos da Câmara e os Técnicos do Ministério da Saúde e tem dois pisos;

. Todas as Extensões de Saúde são para manter abertas;

Deixo por fim uma citação do Dr. Francisco Ramos, uma das pessoas que mais sabe de saúde em Portugal, no final do Fórum organizado pelo PS de Marvão em 20/5/2017: “... eu não sei se a defesa da autonomia do concelho de Marvão é ou não uma questão importante, pelos vistos é, agora fazê-la através das instalações de saúde parece-me uma enormíssima asneira e um erro pelo menos em gestão da saúde. Os serviços de saúde devem estar onde estão as pessoas e os serviços de saúde não devem ser usados para defender a existência dos concelhos, ponto final.”

Espero ter contribuído para a decisão mais acertada.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Participação de Cidadania: Qual a melhor localização para construção de novas instalações para um Centro de Saúde no concelho de Marvão.


Desde meados do ano de 2017, e perante alguns “conflitos” relacionados com o edifício onde situa o actual Centro de Saúde na vila de Marvão, que se começou a por a hipótese da construção de novas instalações para um Centro de Saúde em Marvão.

Um pouco por voluntarismo do ex Presidente Vítor Frutuoso, e existindo um espaço disponível na programada Praça Multimodal na Portagem, logo aventou a possibilidade da sua cedência para a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo (ULSNA), aí construir as ditas instalações.

Levado que foi este tema à Assembleia Municipal de Junho de 2017, logo aí surgiram diversas opiniões que, como sempre no concelho de Marvão, uns querem a norte, outros a sul, outros no centro. Normal em Marvão, num concelho que tem características únicas, devido ao facto da Sede de concelho ser uma pequena povoação e se situar num local de difícil acessibilidade, isto é, no cimo de uma serra.

Desde aí, o tema tem andado em alguma discussão, com contactos meio secretos entre o executivo e a UlSNA, mas sobretudo em reuniões de Câmara o tema tem sido abordado. Foi neste contexto que propus ao executivo apresentar numa reunião de Câmara, uma visão sobre o tema. Visão essa que se fundamenta na minha formação académica e profissional em Cuidados de Saúde Primários e que teve como finalidade estimular uma discussão alargada e aprofundada sobre a melhor localização para a possível construção dessas instalações de saúde.

É, pois, essa visão que agora aqui vos divulgo, para publicamente dar dela conhecimento, bem como do debate e da discussão que gerou nessa Reunião de Câmara. Não sei se é a melhor, mas espero que seja o ponto de partida para a melhor tomada de decisão de quem tem essa responsabilidade.

Nota: Lembro aqui, que as actuais instalações foram construídas pela Câmara Municipal, em terreno que pertence à Santa Casa da Misericórdia, em meados dos anos 80 do século passado, quando António Andrade iniciava o seu primeiro mandato como Presidente (rectificado). Para seu funcionamento foi elaborado um protocolo entre a Santa Casa e a então Administração Regional de Saúde de Portalegre, mas sem que a Câmara tenha sido contemplada.

Deixo-vos assim com o essencial do que foi apresentado, e do que ficou lavrado em Acta da respectiva Reunião de Câmara do dia 9 de Abril de 2018, e que pode ser consultada aqui.


ACTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL REALIZADA EM 9 DE ABRIL DE 2018

- O Sr. João Bugalhão fez uma apresentação em PowerPoint, sobre a sua visão para a possível construção de novas instalações de um Centro de Saúde no concelho de Marvão, cujo objectivo foi, sobretudo, estimular a discussão sobre o tema e mostrar a sua visão para que os decisores e os munícipes de Marvão possam estar mais informados. Já foi falada em Assembleia Municipal, em Junho de 2016, a possibilidade de construir novas instalações no concelho para a prestação de cuidados saúde. Os pontos principais da apresentação foram: alguns indicadores sobre o concelho, alguns conceitos em saúde, os cuidados de saúde no concelho o que existe, e a visão sobre o projecto de construção do novo centro de saúde. Pretendeu com esta apresentação, contribuir, com os seus conhecimentos em prestação de cuidados de saúde primários, melhorar a tomada de decisão sobre a construção de novas instalações de saúde para o concelho.

Segue-se o conjunto de slides apresentados:


 
 



- O Sr. António Andrade perguntou aos membros do executivo se já existe decisão que o Centro de Saúde vá para a Portagem. E perguntou o que querem fazer da Vila de Marvão. Levam o Parque de Máquinas, alugam as casas a pessoas que não vivem cá, há uma série de coisas que o levam a pensar no fim da Vila, mas tem de haver muito cuidado com estas decisões. Assim sendo, para que serve a Sede do concelho.

- O Presidente respondeu que nada está ainda definido.

- O Vereador Luís Costa respondeu que é para manter na vila as actuais estruturas de saúde e que estão a ouvir e a analisar novas propostas, como a que aqui se apresentou.

- O Sr. António Andrade manifestou o seu repúdio por estas intenções, que a seu ver, estão a acabar com a Vila de Marvão.

- O Vereador José Manuel Pires referiu que esta situação é de tal maneira importante que deveria constar na Ordem de Trabalhos, até porque o Presidente e o Vice-Presidente já sabiam que havia esta apresentação. Sobre a apresentação feita pelo Sr. Bugalhão, já lhe transmitiu a sua opinião, sendo que a sua visão para o concelho é parecida com a opinião do Sr. António Andrade. Ou seja, há uma Sede de concelho que está escolhida, e assim também não faria sentido a reunião de câmara ser aqui. Sabe também que há intenção da Santa Casa da Misericórdia de Marvão em disponibilizar terreno ou uma ala de acordo com o projecto e ainda está à espera que a ULSNA e a Câmara se pronunciem, porque existe espaço para se fazer uma obra nova. A apresentação aqui feita é a visão pessoal de um profissional da área, ele não tem esta visão, informou que a sua intenção é manter a Sede do Centro de Saúde na vila Marvão, melhorá-lo ou construir de novo, adquirir os equipamentos. Tudo o que o Sr. Bugalhão referiu, é possível fazer-se aqui dentro de Marvão. No entanto, esta apresentação foi muito conveniente ao actual executivo, porque todos sabemos qual é a opinião do antigo Presidente quando cedeu o terreno na Portagem para a ULSNA construir o Centro de Saúde e agora o executivo também aceitou que se fizesse esta apresentação. Mas estas questões devem ser bem, discutidas e faladas para num futuro Marvão, que quer ser um destino turístico, não ser um sítio sem vida, a autenticidade de Marvão deve-se à sua história e aos serviços que lhe dão vida. Já chamou a atenção para isto várias vezes e se for a câmara a promover a saída dos serviços, os outros vão atrás, deve haver uma articulação diferente com a Santa Casa de Marvão a quem já se recorreu quando se quis fazer um centro de saúde e, segundo sabe, a Direcção está disponível para colaborar.

- O Sr. António Andrade referiu ainda que se falou de articulação com Castelo de Vide e perguntou qual tem sido desde sempre a relação de Marvão com Castelo de Vide, nunca deu resultado. Fala da experiência que teve durante anos enquanto autarca. Marvão ficou sempre na “mó de baixo”.

- O Sr. José Manuel Baltazar perguntou à câmara o que foi falado na reunião que teve com a ULSNA.  Perguntou também se a ULSNA impuser que não quer construir um novo Centro de Saúde na Vila de Marvão, qual é posição da câmara. 

- O Presidente da Câmara respondeu que a ULSNA é que vai pagar o Centro de Saúde e instalações destas requerem algumas condições que não são as de há vinte anos atrás, têm dimensões tipificadas em Portaria, e na vila de Marvão dificilmente se arranjará um local para essa construção. No entanto, se se arranjar espaço e se a ULSNA entender construir em Marvão, pagará a conta.
A posição do executivo é favorável à apresentação feita pelo Sr. Bugalhão, que as instalações para um novo Centro de Saúde seja na Portagem, onde já existe um possível terreno disponível. Se estiverem errados e lhe provarem o contrário, voltam atrás. Mas referiu que as pessoas da vila de Marvão não vão ao Centro de Saúde e no mandato passado o Centro de Saúde esteve aberto com horário alargado, a título experimental durante um mês, e os resultados não foram os que se esperavam, por isso terminaram. Informou que não está a governar contra os marvanenses, se as pessoas acharem que a solução é a de construir na vila, está disponível para gerir a situações e ir ao encontro das situações mais favoráveis. Acreditam, no entanto, que na Portagem a solução é a mais eficaz e eficiente.

- O Sr. José Manuel Baltazar tem receio que, tal como foi dito pelo Sr. Bugalhão, o comboio pode passar pela última vez e, se não aproveitarmos, poderá nunca mais aparecer um Centro de Saúde com condições dignas para a população. Quem paga é que manda (a ULSNA), mas a câmara deverá de tomar uma posição.

- O Sr. António Silvério, Provedor da Santa Casa de Marvão perguntou se a ULSNA vai mesmo pagar a construção do edifício.

- O Presidente da Câmara informou que sim, através de fundos comunitários.

- O Sr. Provedor esclareceu que a Santa Casa propôs terreno e construção em reuniões com a ULSNA e não obtiveram resposta.

- O Vereador José Manuel Pires referiu que a localização indicada da Portagem pode ter um interesse muito maior para outro tipo de áreas comerciais e serviços junto ao parque de estacionamento.  Um centro de saúde não é preciso que seja construído mesmo no centro da povoação e o terreno pode ter uma valia muito superior sem esse tipo de equipamento.

- O Vereador Jorge Rosado agradeceu a apresentação feita pelo Sr. Bugalhão, que é uma visão que respeitam. Da parte dos eleitos do Partido Socialista o entendimento neste assunto tão importante é que em primeiro lugar, tal como fizeram na questão da educação, sejam ouvidas todas as partes e para isso querem ouvir os Técnicos e os profissionais de saúde, a Santa Casa, e todas as outras partes envolvidas. Vão promover um fórum da saúde onde serão discutidas todas estas soluções, com os prós e os contras das duas soluções que existem para o concelho de Marvão, uma delas hoje aqui apresentada pelo Sr. Bugalhão, a quem convidou para o fórum. Neste tema querem ouvir a população e ter ponderação nas decisões, lembrando que já houve investimentos no concelho que não tiveram a devida rentabilidade. Concordou que é um tempo de oportunidade para as candidaturas.

- A Vereadora Madalena Tavares referiu que percebeu bem e partilha da preocupação do Sr. António Andrade porque já em determinado momento souberam que podia haver fusão de municípios e concordou também com as declarações do Vereador José Manuel, de que o facto de ser a câmara municipal a promover a saída de serviços a sede de concelho, atrás de um pode ir vários e sujeitamos-nos a que a sede de concelho fique deserta. No entanto, havendo um fórum, ouvindo os profissionais de saúde e as pessoas de Marvão, o que for o melhor para o interesse de Marvão deverá ser analisado de forma profunda, mas tirando os serviços da sede poderemos perder a câmara municipal e devemos reflectir nesta questão.

- O Vereador Luís Costa referiu que um fórum da saúde faz todo o sentido e felicitou o Partido Socialista por essa iniciativa, mas pediu que tenham em consideração, e que sejam ouvidas a nível técnico, pessoas entendidas ao nível do que poderá ser uma mais valia e relativamente à localização do centro de saúde na Portagem focou-se essencialmente em três das questões colocadas: a proximidade, é um local privilegiado; ao nível da acessibilidade, próximo de Castelo de Vide, de Portalegre, é um ponto central em que as pessoas podem se deslocar facilmente; e temos de ir ao encontro das necessidades da população e não estarmos centradas na componente politica, quando o que importa são as pessoas. A localização na Portagem vai de encontro a essas necessidades. Não devemos estar preocupados com aquilo que poderá vir a ser o concelho de Marvão no futuro, não podemos estar só a ver só a sede do concelho, mas olharmos para o concelho como um todo.

- O Vereador José Manuel Pires lembrou o Vereador Luís Costa que se esqueceu de um ponto importante, que será fechar a extensão do Porto da Espada e da sede de freguesia em São Salvador de Aramenha também.

- O Sr. António Miranda referiu que com este pensamento do Sr. Vereador Luís Costa, a câmara qualquer dia fecha também. No entendimento do Sr. Vice-Presidente o que está em questão é a população. Mas lembrou que o anterior presidente da câmara ofereceu o terreno na Portagem para ser feito o centro de saúde e tem de ser como ele disse. Por acaso é o Partido Socialista que vai realizar o fórum para debater este tema e pergunto qual foi a preocupação da câmara em auscultar as pessoas do concelho para que tomassem uma posição. O antigo presidente não ouviu ninguém. Pensou e fez.

- O Vereador Luís Costa respondeu que ouviram, por exemplo, a opinião de um profissional que conhece a realidade do terreno que esteve durante muitos anos e cumpriu a sua missão. Que estas decisões para além de políticas têm de ser sobretudo técnicas.

- O Sr. António Miranda lembrou que este assunto já foi discutido numa assembleia municipal e o Ex-Presidente deixou-se rir, e aqui passa-se a mesma coisa, não há preocupação de ouvir as pessoas. Agora que em Marvão é centro de saúde e não vem cá ninguém, se calhar quando for uma extensão do Centro de Saúde da Portagem, se calhar, nem abrem a porta. E preocupa-o a extensão de Santo António das Areias, porque se calhar fecha também a Beirã. Solicitou que a câmara veja as coisas com realidade.

- O Sr. António Andrade pediu novamente a palavra para dizer que não tem nada contra o estudo apresentado pelo Sr. Bugalhão a quem reconhece conhecimentos técnicos. Gostava ainda de saber se o terreno da Portagem foi já comprado com essa finalidade.

- O Presidente respondeu que  foi comprado para uso “multimodal”, entre os quais um parque para estacionamento.

- O Vereador José Manuel Pires esclareceu que na altura da aquisição do terreno fazia parte do executivo e nunca esta questão de mudar para lá o Centro de Saúde foi posta em cima da mesa. Mais informou que, o anterior executivo, deixou de partilhar com o próprio, enquanto vereador, essas intenções, e também as questões com a ULSNA, das quais tinha o pelouro, também não lhe foram transmitidas.

- O Sr. João Bugalhão referiu que não quis interferir na discussão aqui gerada, porque o grande objectivo da apresentação era exactamente promover esta analise e discussão, para além das opiniões de cada um. Referiu no entanto que se use celeridade. Aqui apenas apresentou a sua visão fundamentada em diversos indicadores a que devem obedecer a prestação de cuidados de saúde primários, defendeu a sua ideia e muito teria para discutir com questões que foram aqui faladas. Mas acha que não é agora a altura para fazer isso. Ficou satisfeito por este tema ter sensibilizado as pessoas aqui presentes e a discussão que se gerou. Agora que apareçam outras ideias, que se discutam, e que seja possível encontrar uma solução que seja a melhor para todos.

- O Sr. João Bugalhão esclareceu ainda que, em relação ao que foi dito sobre a sua opinião coincidir com a do ex-presidente da Câmara, nunca foi pau mandado do anterior Presidente e se alguma coisa há de comum com a opinião do anterior presidente, nada houve que o tivesse influenciado. Informou ainda que não foi a câmara municipal que lhe encomendou nada do que veio aqui apresentar, foi apenas uma proposta e uma visão pessoal sobre o assunto.

ACTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL REALIZADA EM 16 DE ABRIL DE 2018

- O Sr. António Bonacho, Presidente da Junta de Freguesia de S. Salvador da Aramenha, relativamente ao tema do centro de Saúde de Marvão e sobre as opiniões manifestadas pelos vários intervenientes na última reunião da Câmara Municipal, referiu que também ele fica triste com a saída dos serviços da sede do Concelho. Vai acontecer com o Parque de Máquinas que pese embora fique com óptimas instalações em Santo António das Areias, a Vila de Marvão fica mais pobre e, a perda, em sua opinião, é muito maior do que com a possível saída do centro de saúde. Lembrou que a situação em redor do centro de saúde só aconteceu porque a Santa Casa da Misericórdia, dona do actual imóvel, necessitava de uma parte para expandir os seus serviços, propondo então que o centro de saúde funcionasse praticamente só em metade do edifício.
Acontece que agora há a oportunidade de construir novas instalações, num investimento de 2 ou 3 milhões de euros, com todas as condições que deve ter um centro de saúde. Em sua opinião, a questão que se coloca é se o centro de saúde existente, que tem uma dimensão muito superior para as suas necessidades efectivas e podendo o mesmo funcionar só em metade das instalações, para quê fazer um investimento desta dimensão na Vila? Onde por mais tentativas que tenha havido, a afluência de utentes é muito reduzida. Pediu a todo o executivo que não deixe escapar a oportunidade de termos um centro de saúde digno à semelhança de todos os outros Concelhos vizinhos e que o concelho de Marvão não deixe escapar este investimento, sendo a Portagem a solução que mais e melhor serve todo o Concelho.

- O Sr. João Bugalhão tendo por base as declarações do Presidente da Junta de Freguesia de São Salvador de Aramenha, pediu ao executivo, enquanto órgão decisor, que não deixe esta discussão tornar-se “bairrista” e que a decisão seja aprofundada e fundamentada tecnicamente. Concordou com o Sr. António Bonacho que deu um contributo em termos de argumentação que deve ser tido em conta. Na passada semana, naquilo que aqui apresentou, voltou a referir que o concelho de Marvão tem a particularidade de ser diferente de todos os outros concelhos do distrito e pela sua sede se situar no cimo do monte. Tal como concordou que o ninho de empresas, a zona industrial e o parque de máquinas sejam na parte norte do concelho, em relação a esta questão da saúde devido à acessibilidade, a vila de Marvão tem essa dificuldade. Parece-lhe por isso que a Portagem seria muito mais acessível para todos os habitantes do concelho. Não concordou com algumas das opiniões do Vereador José Manuel Pires na última reunião, quando defendeu o centro de saúde em Marvão, porque o novo centro na Portagem implica, por exemplo, fechar a extensão de São Salvador de Aramenha. Em sua opinião isso não é minimamente significativo pela proximidade das duas localidades e os ganhos em saúde seriam incomparáveis em todas as dimensões. Também, referindo-se às intervenções do Sr. António Andrade, pessoa por quem tem muito respeito sobre as suas opiniões e experiência; no entanto, o que está aqui em causa é outra característica dos cuidados de saúde primários “a globalidade”, o de servir a todos e para servir esse todo, que é o concelho, a vila de Marvão não é a melhor opção. Por tudo isto, considerou que esta deve ser uma discussão séria, feita por técnicos com experiência e conhecimento das particularidades do concelho de Marvão, para se encontrar uma solução que seja a melhor para servir o concelho e que Marvão não venha a ser o único concelho sem instalações de centro de saúde em todo o distrito, e, certamente em todo o país.


segunda-feira, 7 de maio de 2018

Participação de Cidadania (3)



Na continuidade sobre a minha participação nas Reuniões de Câmara do município de Marvão, aqui deixo o registos das minhas intervenções,  enquanto público, retirados das Actas em mais duas Reuniões em que estive presente. 

Temas de intervenção:

- Protocolo com o GDA para desenvolvimento de actividades desportivas;
- Processo de construção de um Centro de Saúde no concelho de Marvão.

REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL REALIZADA EM 5 DE MARÇO DE 2018


- O Sr. João Bugalhão dirigindo-se ao Vereador Jorge Rosado, referiu que as reuniões de câmara são o local ideal para se discutirem os assuntos de interesse para o concelho e sobre a questão da saúde, aqui abordada hoje, pensou que fosse discutida aqui com mais profundidade, mas os vereadores do Partido Socialista furtaram-se a essa discussão, refugiando que iriam, na próxima semana, divulgar uma posição pública sobre o assunto, nesse sentido pediu se o Vereador Jorge Rosado podia ser mais específico.


O Vereador Jorge Rosado respondeu que, tendo o Presidente informado que não está nada definido por enquanto e que todas as situações estão em aberto, o Partido Socialista vai reunir no próximo fim de semana com os seus eleitos locais e vai tomar uma posição conjunta, mas neste momento não tem posição definida ainda.

- O Sr. João Bugalhão, dirigindo-se novamente ao Vereador Jorge Rosado, referiu que não sabe se o Vereador tem alguma “fixação” no Engº Victor Frutuoso como aqui foi referido pelo Presidente da Câmara, mas em sua opinião parece ter cada vez mais semelhanças de proceder como o ex-presidente procedia no passado, ao usar o nome de outras pessoas para defender as suas ideias, pois na reunião de câmara onde foi abordado o assunto da selecção de um Técnico para a formação de futebol no GDA, em que ele João Bugalhão chamou a atenção para possíveis riscos decorrentes dessa estratégia, o Vereador estando presente não manifestou qualquer opinião sobre o assunto; também na assembleia geral do GDA, onde ele João Bugalhão, voltou a defender a mesma coisa, o Vereador estando presente, não emitiu aí também qualquer opinião. Depois, a exemplo do Engº Victor Frutuoso, foi dizer para fora a algumas pessoas interessadas no cargo que esse assunto tinha sido discutido na reunião de câmara, mas o Enfermeiro João Bugalhão foi o primeiro obstáculo à resolução dessa situação. Mais informou, que ele João Bugalhão, não é mais que um mero e simples assistente do público nestas reuniões, tem a sua opinião e revela-a o mais objectivamente possível nos sítios certos, mas não tem qualquer poder de decisão. É de todos conhecida a sua posição sobre o assunto, portanto é uma má prática andar a dizer que as pessoas são obstáculo apenas por revelarem a sua opinião e tentarem contribuir para as melhores decisões. Quem manda e decide é o executivo e a câmara municipal da qual o Vereador Jorge Rosado faz parte. Agradeceu que futuramente, o Vereador Jorge Rosado não use o seu nome como argumento de obstáculo a decisões institucionais.

- O Vereador Jorge Rosado respondeu que a proposta de formação de uma pessoa foi do Partido Socialista, que definiu no compromisso que validou o orçamento, a formação de um treinador para o GDA, através do contrato programa que existe com o clube.

- O Presidente referiu sobre este assunto que está contemplado um reforço de verba para o GDA no contrato programa para ter uma valência para essa formação. A Câmara está disponível para pagar a formação de um técnico para essa área e o GDA que seleccione a pessoa que entender. Também tem sido questionado por muitas pessoas por causa do técnico de futebol e respondeu sempre da mesma forma: a câmara vai financiar e o GDA vai seleccionar a pessoa que a direcção assim o entender.

- O Sr. João Bugalhão referiu ainda que a posição que defendeu na reunião de câmara é a mesma que defendeu na assembleia do clube, que podia ser um risco ir pagar com dinheiros públicos a formação pessoal de alguém que, depois de a ter, não estar disposto a prestar colaboração sem continuar a ser compensado, e não existir maneira legal de vincular a pessoa à futura formação. A opinião que revelou aqui e na assembleia do GDA é que em vez de pagar o curso a alguém de novo, e existindo algumas pessoas neste momento com essa formação, que se procurasse esse investimento de dinheiros públicos em dar condições a uma dessas pessoas para que ministrasse essa formação, em vez de fazer custos duplicados e de se correr risco, por qualquer razão, essa pessoa não cumprir. Referiu ainda, isto não é um obstáculo é uma opinião.

- O Vereador Jorge Rosado referiu que a câmara só tem um compromisso é ceder a verba e o GDA escolhe a pessoa que possa servir. Não disse a ninguém que o Sr. João Bugalhão era um obstáculo.


REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL REALIZADA EM 19 DE MARÇO DE 2018

- O Sr. João Bugalhão referiu que na última reunião perguntou aos membros do Partido Socialista sobre a sua posição relativamente à questão da saúde e foi informado que no prazo de uma semana tomariam uma posição. Perguntou se essa posição já existe e se pode ser conhecida.

- O Vereador Jorge Rosado respondeu que o Partido Socialista já reuniu e vai ser lançado um convite á população para um Fórum da Saúde que vai ter quatro oradores e onde se pretende fazer uma reflexão sobre este tema.