Como de costume,
para não alterar a rotina (que lá por acabar o mundo não é motivo para sedentarismos), lá me meti a caminho para a minha actividade matinal
de percorrer os 10 mil metros da praxe, e nada sucedeu. Já passaram as 11 horas
e 12 minutos da chegada do solstício de inverno e, nem um sinal do fim. Creio
que há boa maneira portuguesa, vai chegar atrasado.
Entretanto vou
embrenhar-me na tarefa que me tem apaixonado nestes últimos tempos, consultar registos, à procura das minhas origens. De onde vim, e quem me precedeu nesta roda vida.
Hoje irei entrar
na época pós 1755, data também apocalíptica, em que um terramoto devastador,
ocorrido na costa portuguesa, fez terminar o mundo para muitos milhares de
nossos antepassados, e logo aproveitado pela igreja católica, de toda a Europa,
como mais um sinal, de advertência divina ao povo, de que o fim estaria próximo, por isso era melhor que se portassem bem...
Infelizmente,
nesse dia primeiro de Novembro, aconteceu mesmo, mas só para alguns! Outros, mais não fizeram nos
séculos seguintes, tal como hoje, aproveitar a insipiência do povo.
E em Marvão, que
repercussões dessa catástrofe natural e filosófica? Como se vivia nessa época,
que faziam os moleiros do Fraguil e da Ribeira da ponte velha? Por onde andaria
um tal João Gonçalves Bugalhão e sua mulher Cândida Rosa, que terão vivido por essa altura? Dela já sabemos, era ter filhos, muitos filhos, de 18 em 18 meses. Mas ele, esse enigmático, que faria e quem seria? E os seus antecessores seriam serranos ou toureiros?
Se um amanhã
houver, e antes que chegue a inquisição, talvez venha a contar-vos estas
pequenas estóreas...
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