sábado, 18 de fevereiro de 2017

Fala-se, fala-se, mas afinal...


Ontem reuniu o órgão mais representativo do concelho de Marvão onde estão representadas as forças políticas eleitas pelos marvanenses (12 membros do PSD e mais 7 membros do PS) – A Assembleia Municipal.

Francamente esperava que face ao que se falou e publicou, tanto a nível local como nacional sobre o abate de árvores na estrada das “árvores fechadas”, esperava eu, que no mínimo dali saísse um qualquer documento a apresentar junto dos órgãos nacionais em que fosse manifestada a indignação e a revolta dos marvanenses por tal atentado e manifestando a determinação que não seriam admitidos mais cortes nas restantes sobreviventes.

Mas afinal nada. Nem uma simples moção de reclamação a enviar quer às Infraestruras de Portugal, ao ministério do Planeamento e das Infraestruturas, ou à comunicação social a alertar a opinião pública.

Questionei no final, enquanto cidadão, o porquê de nada ter saído daquelas 4 paredes. Não obtive resposta.

A minha pergunta é porquê?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Talvez sejamos todos Freixos...

“Um país e uma sociedade sem responsáveis – É urgente mudar de paradigma”

(Reflexão sobre o abate de Freixos na estrada das árvores fechadas)

Por estes dias temos assistido em Marvão e à sua volta, a uma discussão e mesmo revolta geral, pelo abate de 7 Freixos centenários na estrada das “árvores fechadas” que liga São Salvador da Aramenha a Castelo de Vide. Junto também a minha indignação e agradeço a todos aqueles que estiveram no terreno e contribuíram para que o massacre não fosse, logo ali, maior (houve 3 condenadas que se salvaram), e espero que a sua acção venha a servir para salvar o resto.

Como em todas as “catástrofes” estamos agora na fase de rescaldo, de encontrar responsáveis pelo abate destas árvores, ou como dizia o Deputado Luís Testa: “a culpa não pode morrer solteira”. Mas claro que vai morrer solteira, digo eu!

E vai porque, a exemplo do que acontece noutros casos do país, cada um culpa o outro, cada organismo refugia-se no próximo e ninguém assume responsabilidades ou culpas próprias, porque se sacode sempre a água para cima da copa da árvore do vizinho. Eu já ficaria satisfeito se se salvassem as restantes 290 árvores, pelo menos as saudáveis.

Quanto às já abatidas seria bom que, muitos dos que agora andam por aí a incendiar ainda mais a coisa e a fazerem de virgens ofendidas, parassem para pensar, metessem a mão na consciência e, reflectissem, sobre as suas próprias responsabilidades, e o que poderiam ter feito, e não fizeram, para evitar tal desfecho.

Sendo conhecido na Câmara Municipal, pelo menos desde o dia 16 de Janeiro de 2017, um Documento que em baixo vos apresento, devemos questionar, todos os que conheciam o Documento, se não teremos alguma responsabilidade sobre a situação e se não seremos co responsáveis pelo desenlace do ocorrido. E se não valerá sempre a pena prevenir do que remediar. 

Se outros responsáveis não forem encontrados, eu, individualmente, sinto alguma responsabilidade porque talvez pudesse ter feito mais do que fiz e, enquanto cidadão marvanense informado, que tento ser, assumo a minha cota parte. Porque tivesse eu assumido os meus deveres de cidadania, talvez, pudesse ter contribuído para prevenir tal desfecho. Bastaria para tal ter desenvolvido uma qualquer acção pública de levantamento popular, uma manifestação, uma denúncia aos órgãos de comunicação e, quem sabe, os 7 frondosos Freixos ainda ali estariam imponentes. Mas não, calei-me como mandam as boas normas sociais da comunidade e, agora, considero-me um dos responsáveis.

Mas eu sou um simples cidadão. Outros com muitas mais responsabilidades sociais e políticas sabiam tanto ou mais do que eu. Será que fizeram o que deveria ser o seu dever, não só enquanto cidadãos, mas também enquanto líderes, sejam eles autarcas, deputados, dirigentes partidários, etc.? Antes de encontrarmos culpados, “A posteriori”, que já nada resolve, não deveríamos todos nós reflectir sobre esta forma de ser “à portuguesa” sujeitos passivos em vez de cidadãos activos? Ou como diz o povo “não será melhor prevenir que remediar?

Posto isto, tenho de questionar alguns dos que sei que sabiam da intenção das Infraestruturas de Portugal IP e questionar:

- Que fez o executivo municipal, nomeadamente o seu presidente, para evitar tal desenlace?

- E o vereador da oposição socialista Jaime Miranda, acaso contactou logo o deputado Luís Testa para que esse interviesse logo junto do ministro Pedro Marques e em vez de se salvarem 3 Freixos, talvez se salvassem os 10? Por que não apresentou logo a proposta de Património de Interesse Municipal,  que agora diz ir apresentar na próxima reunião?

- E o Presidente da concelhia do PS Tiago Pereira, quando soube dessa intenção em princípio de Janeiro de 2017, que medidas tomou, quantos artigos escreveu para a comunicação social a denunciar o “crime”? Será que denunciou imediatamente a situação ao deputado Luís Testa? É que se o senhor Jeremias da Conceição Dias cá estivesse seria isso que ele faria logo.

- E o deputado Luís Testa não sente que se tivesse sabido e agido atempadamente (caso tivesse sido informado pelas sua estrutura), não poderia ter evitado o abate dos 10 Freixos em vez de 3?

- Finalmente tenho que reconhecer a acção do vereador José Manuel Pires, não sei se fez tudo o que estaria ao seu alcance mas, pelo menos, tentou ao reclamar junto das Infraestruturas de Portugal IP e ao dar conhecimento à Camara Municipal.

Quanto aos restantes que agora andam por aí a reclamar, alguns dos quais apenas em claros aproveitamentos políticos, que reflictam sobre o que podiam ter feito e não fizeram. Ou então acho que, humildemente, e como agora é moda, concluirmos que talvez sejamos “TODOS RESPONSÁVEIS”. Claro que como sempre, uns mais que outros.



- Documento apresentado em Reunião de Câmara do dia 16 de Janeiro de 2017: