No ano de 2013
publiquei por aqui 215 Mensagens (Posts). Como já disse anteriormente, este ano
fica marcado para a Retórica, por ser o ano da sua afirmação, como uma média de
60 visitas diárias, e no último trimestre essa mesma média rondou as 90 visitas
diárias. Para quem quiser reler e relembrar, algo do que aqui fui registando ao
longo deste último ano, deixo aqui os 7 Posts da minha preferência de 2013:
1 - Os cometas (30/9/2013)
“Cometa, é um corpo menor do sistema solar
que quando se aproxima do Sol passa a exibir uma atmosfera difusa, denominada
coma, e em alguns casos apresenta também uma cauda, ambas causadas pelos
efeitos da radiação solar e dos ventos solares sobre o núcleo. Os núcleos dos
cometas são compostos de gelo, poeira e pequenos fragmentos rochosos, variando
em tamanho de algumas centenas de metros até dezenas de quilómetros.”
Na política
também existem alguns destes “corpos menores”, andam por aí eclipsados durante
4 anos, às vezes toda uma vida. A maioria das vezes pescados fora da terra, sem
que se lhes conheça qualquer actividade social (boa ou má), meninos bem
comportados, e apresentados como "sem defeitos" (mas também sem
qualquer qualidade conhecida para a vida pública), bons “chefes” da família
tradicional; que de 4 em 4 anos são lançados pelos caciques locais, como
meninos de coro, para convenceram a populaça de que serão seus dignos
representantes, e tudo farão em seu prol (quando todos sabemos que o que eles
querem é resolver as suas vidinhas e de seus amigalhaços).
Existe ainda
outra coisa pouco bonita neste mundo da “astronomia política”. São aqueles
“corpos” que umas vezes aparecem à direita, outras vezes à esquerda, outras
ainda nos céus de ninguém, é assim como lhes dá jeito. Mas também aqui os
resultados não são os melhores, e povo não aprecia.
Em Marvão, tem
sido quase sempre assim. Os resultados têm sido quase sempre desastrosos, e
mais uma vez não fugiram à regra.
Fazer POLÍTICA,
não pode ser uma coisa ocasional, de meia dúzia de messes (ou menos) antes de eleições.
O povo já não vai nessas lérias. Fazer POLÍTICA, tem que ser constante,
conhecer o terreno que se pisa (contexto), apresentar alternativas (ser só boa
pessoa e simpático não chega). E depois tem que se apresentar algumas
credencias (currículo social), se possível com algumas provas dadas no passado
e resultados obtidos.
Se alguma coisa
as eleições de ontem mostraram, foi que os Partidos políticos têm que reflectir
muito bem sobre a sua prática de fazer política e de seleccionar candidatos.
Escolher candidatos para administrar a vida pública, não é a mesma coisa que
escolher uma “miss de beleza”, ou um concorrente de “big brother” da televisão
chunga. Se não perceberem isto, e mudarem, será o povo a mudar-vos.
Ainda sobre
Marvão, o que eu gostaria de ver a alguns desses “cometas”, era agora que as
eleições para cargos em que se ganha dinheirinho acabaram, se apresentassem nas
Associações do Concelho ou em causas públicas, que são muitas e precisam do
vosso trabalho, mostrassem do que são capazes, e, que estão preocupados com a
coisa pública. Parece que a próxima a precisar de gestores associativos é o Lar
de São Salvador da Aramenha. Apareçam por lá e mostrem do que são capazes!
Mas olhem que aí
o colaboração é gratuita, isto é, à borla....
2 - Rapidinhas mas boas (20/9/2013)
No princípio
desta semana, quando assistia ao desfilar de mais um “rosário de lamentações”,
em que se transformaram os Telejornais televisivos, sobre o início do ano
escolar, deparei-me com o seguinte “tesourinho” em directo, de uma senhora
professora no dia de apresentação aos seus alunos, escrito no Quadro modernaço:
“ Eu sou (fulana
de tal), a vossa professora de português. Ok...”
E eu, que não
percebo um boi de línguas bárbaras, a pensar: I am João, your English teacher!
Sim...”
Estas o Mário
Nogueira não comenta, nem o Tó Zé....
3 - “Madrugada Suja” (22/8/2013)
Não lia um livro
numa semana desde os meus 20 anos, quando por essa época, há luz de um
candeeiro a petróleo, e após um acidente de motorizada que me partiu um pé,
devorei o Mandingo de Kyle Onstott. O Mandingo era uma história passada nos
States, tratava da escravatura dos pretos nessas paragens, numa plantação do
Alabama, onde o “avantajado” escravo Ganimedes acaba cozido e assado (qual joão
ratão) num panelão, após ter ele mesmo “comido” a filha branca do patrão. Um
argumento perfeito para apaixonar um jovem, então de esquerda, e o acicatar na
sua raiva aos americanos imperialistas.
Pois por estes
dias, bati esse recorde, ao ler a “Madrugada Suja” de Miguel Sousa Tavares
(MST): apenas 4 dias.
Quando me
emprestou o livro, logo o amigo Fernando Bonito me avisou, que se tratava de um
argumento que, quando o iniciasse, não conseguiria mais parar! Duvidei,
sobretudo, devido a uma preguiça crónica que me vem acompanhando ultimamente.
Já havia lido do
MST o livro, possivelmente, mais lido em Portugal nos últimos anos - O Equador,
que apesar de ser uma intriga bem montada, com um enquadramento histórico que
me aliciou, e de ter ficado uns tempos a remoer as traições aí relatadas, só me
voltei a lembrar dele quando a TVI apresentou a série correspondente, mas aí,
muito mais focado na belíssima banda sonora de Rodrigo Leão, e nas belas
fotografias exibidas: quer as paisagísticas, quer as humanas!
Para um leitor
apaixonado por Saramago, Lobo Antunes, ou José Cardoso Pires, ler Miguel Sousa
Tavares, em termos literários é assim como quem passa da música clássica ou do
“jaaz”, para a chamada música pimba, ou um confronto Camilo/Eça do século XIX.
No entanto, cuidado, isso apenas no que toca a uma análise literária. Porque no
resto, em termos de criatividade, de enredo, de intriga real, de traições, e de
actualidade, o Miguel é um “mestre”.
Neste livro ele
pega na vida de várias personagens (possivelmente reais) que atravessaram o
século XX até aos nossos dias, as suas vivências e visões diferentes do tempo e
do espaço onde vivem (o campo e a cidade, o urbano e o rústico, o interior e o
litoral), a simplicidade com que as descreve (sobretudo as femininas, sem ser
ter medo de ser acusado de machista, pois não parece sê-lo), a forma sucinta,
clara e global como descreve os acontecimentos sociais e políticos de quase um
século; e como tudo isto conflui para um problema que ele quer denunciar, com
grande actualidade nos nossos dias: as chantagens do poder, a corrupção, e a política num regime que se
diz democrático.
Miguel Sousa
Tavares é daquelas personalidades que, ou se gosta ou se odeia (como eu me
revejo nele). Quem ouve os seus comentários nos meios de comunicação, parece
arrogante, vaidoso, distante, e
agressivo; mas no fundo eu acho que ele é um homem simples e sensível, mas com
uma opinião própria e independente. Não é habitualmente um troca-tintas, como a
maioria dos seus congéneres comentadores televisivos, que estão ali apenas para
dizerem o que os espectadores querem que se diga: num dia são brancos no dia
seguinte são pretos; mas o que eles são, efectivamente, é cinzentos, ou pior,
"cinzentões"; verdadeiros cata-ventos para agradarem aos seus
mandantes e ganharem a vida à custa da ingenuidade alheia. MST não, o que é
branco é branco, se for preto não trata por “negro”.
Claro que há
quem não goste: é muito agressivo! Ai credo, satanás. Mas quem quiser conhecer
MST, ou terá de ser pessoalmente, ou nos seus livros onde ele se mostra. E em
“Madrugada Suja”, MST dá forma aos seus heróis: os humildes e os corajosos, e
descreve de uma forma simples mas real, muito do que arruinou Portugal nos
últimos 40 anos.
Para quem como
eu, teve oportunidade de viver alguns acontecimentos idênticos aos do livro:
mentiras, traições, chantagens, sacanices, vitórias dos poderes ocultos sobre a
razão, não pude deixar de apreciar esta obra. Quase sempre emocionado e com
lágrimas nos olhos, que frequentemente, me fizeram interromper a leitura (a
coisa às vezes é dura, mas muito real) senão, o recorde de tempo da leitura
ainda seria maior.
Como eu gostava
de ter sido Tomás da Burra: o homem íntegro que nunca saiu de Medronhais, o
homem que nunca viu o mar, que criava, falava e amava as suas plantas e os seus
animais apenas para se servir deles, quando deles precisasse, que criou o seu
neto como de filho se tratasse, mesmo que o não fosse; como eu admirei a
coragem da avó Filomena: mulher sem saber ler ou escrever, mas uma verdadeira
sábia no que toca às relações humanas e a arte de saber calar, uma mulher
coragem; como eu gostava de ser o Filipe: o Arquitecto criado no campo, que não
cedeu a chantagens e teve a coragem de enfrentar o “poder” e a corrupção (nem
que os chantagistas fossem os poderosos, e um dos corruptos fosse o seu próprio
pai biológico); como eu apreciei Eva (ou a Procuradora Maria Rodrigues): que
poderia ter perdido tudo numa noite de simples bebedeira de adolescente, mas
que lutou durante 5 anos agarrada a numa cadeira de rodas e, quando podia ter
cedido à facilidade de se vingar de um dos seus possíveis “violadores”, aceitou
os seus instintos de “mulher”, e chegou à verdade.
Mas, o que eu
gostava Miguel: era de escrever como tu, mesmo que literatura não fosse!
Escrever a “minha” história, e denunciar publicamente a patranha que também um
dia me armaram, e que até hoje carrego como algo mal resolvido. Pelo menos
nomes das personagens já não me faltam: o Zé Morcego, a Genoveva (a bruxa
gorda), a Dona Maria Quixote (a bruxa má), o dr. Camponês, a São Imaculada, o
Manuel dos Canchos, O Zé Almirante de Meia-Nau, as Irmãs Tramelita e Catatua, o
Chico Regedor, o Frei Macacos, o Maioral das Cortiças, etc., etc. Quem sabe,
talvez um dia....
Vou agora reler
com mais calma. Talvez para apreciar melhor a escrita e alguns pormenores, que
volto a referir, sem ser uma grande obra literária (na minha modesta opinião),
quem gostar de ler, não perca: “Madrugada Suja”.
Obrigado ao
Miguel...
4 - João no mundo dos imbecis (23/7/2013)
Os papagaios da
comunicação social e os corporativistas do regime, andam por aí a apregoar que
depois de tantos cortes e tanta austeridade, a dívida pública portuguesa (a de
todos nós), não pára de crescer, e atingirá por estes dias cerca de 127% de um
tal PIB (Produto Interno Bruto).
Ora, na minha ignorância
e vistas curtas, suponho que sempre que tentemos saber se algo cresceu ou
diminuiu, teremos que usar um sistema de medida. Assim, para sabermos se uma
criança cresceu, de um momento para outro, usamos os centímetros; e para
sabermos se aumentou de peso, usamos as gramas e seus múltiplos; e assim para
outras avaliações.
Acontece, que
estas medidas padrão, se mantêm mais ou menos inalteráveis ao longo dos tempos.
E assim, há mais de 100 anos que 1 quilo continua a ser 1 quilo, e 1 metro continua a ser 1 metro . E tanto faz
estarmos na Europa, como na África com na Ásia. Logo quando fazemos avaliações,
usando estas medidas, podemos dizer com alguma segurança, que nos últimos 100
anos, se registaram aumentos percentuais quer na estatura, quer em peso nas
crianças do século XXI, quando comparamos com as do início do século XX.
Mas o PIB, será
ele uma medida inalterável? Ou aumenta e diminui de acordo com o
desenvolvimento e desempenho de um país? E quando este cai (como parece ser o
caso dos últimos anos, e parece não ser pouco); e se a divida se mantém, que
acontece à relação entre ambos?
Tomemos como
exemplo uma família que em 2011 tinha 2 dos seus membros empregados, cujos
rendimentos anuais eram de 30 000 euros, e herdaram uma dívida, nesse mesmo ano,
de seus progenitores de 40 000 euros. Ao fazerem as contas, essa família
constatou que tinha uma dívida, face ao seu rendimento anual de então, de cerca
de 133%.
Veio o ano de
2012, e sendo um dos membros desta família funcionário da Administração Pública,
viu os rendimentos do seu desempenho amputados de 2 000 euros (não recebimento
de subsídio de férias e natal), que quer dizer que o rendimento anual dessa
família foi apenas de 28 000 euros. Apesar dessa diminuição de rendimentos,
ainda conseguiu amortizar 1 000 euros à divida herdada, que se situa agora em
39 000 euros.
No entanto,
apesar de esta família ter feito um esforço de ajustamento de viver em 2012
apenas com 27 000 (recebeu menos 2 000 e amortizou 1 000 à dívida), andam agora
os familiares (alguns responsáveis pela feitura dessa dívida), a dizer que esta
aumentou para cerca de 140%, quando, no ano anterior, era apenas de 133%!!!
Será justo? Ou
vamos lá ter um mínimo de seriedade....
5 - Reflexões em “dia do pai” (19/3/2013)
Era uma vez um
pai que gostava muito dos seus filhos. Era mesmo aquilo a que podemos chamar
um, “amor de pai”, e tinha como divisa “aos filhos é que nada pode faltar”...
Este pai herdou
de seu progenitor austero um legado pobre, sem grandes patrimónios, uma pequena
escolaridade de 4 anos, um deficit em algumas necessidades primárias como a
saúde ou a liberdade; mas tinha uma família de cara lavada, honesta, com uma
cultura de, viver com o que se produz, e claro, nada de dívidas.
Este, amoroso
pai, quando assumiu a responsabilidade de o ser, na roda da vida, desprezou a
cultura e os princípios herdados, e em vez de corrigir deficiências, adoptou
uma filosofia completamente oposta ao do seu progenitor, por achar que tudo
nele estava errado.
Durante mais de
30 anos, proporcionou a seus filhos uma serie de regalias e direitos, diga-se
até que alguns dispensáveis, tais como: avultadas mesadas para todos, que lhes
proporcionavam só trabalhar já bem entrados na idade adulta, e, depois de
“meia-vida” de ócio e borgas; a alguns, mais de 20 anos nas escolas sem grandes
resultados; seguros de saúde dos mais caros, para que pudessem socorrer as
maleitas devido a estilos de vida manhosos; oferta precoce de um automóvel
sempre que um descendente atingia os 18 anos; alimentação em restaurantes pelo
menos 7 dias por semana; cada vez que um dos seus rebentos pensava arranjar uma
nova família, logo, esta bondosa criatura os brindava com a oferta de uma
casita tipo “vivenda” ou, pelo menos, um “apartement t3”; e direito anual a
muitas férias, se possível fora do país. E ainda, para fazer ver ao seu
progenitor, decidiu presenteá-lo, bem como a sua mãe, com pensões de reforma
insustentáveis no tempo, pelo menos para quem soubesse fazer simples contas de
multiplicar e dividir.
Foi assim que,
durante 3 décadas, para fazer face às despesas para suportar essa filosofia de
vida, em vez de produzir e trabalhar, este pai amoroso, se endividou até ao
tutano, sustentando que seus filhos mereciam tudo, e, que aos filhos nada pode
faltar.
Cada ano que
passava, por cada 16 mil euros que ganhava, tinha que pedir, ao vizinho rico,
800 euros para sustentar os seus princípios e valores.
Hoje tem uma
dívida superior a 24 mil euros, só de juros paga ao vizinho rico 1 200 euros
por ano, ao que junta mais os tais 800 que tem que continuar a pedir, que
perfazem um total de 2 000 euros a mais do que aquilo que produz em cada ano
(que agora já não chega aos tais 16 mil). Este estilo de vida chegou a um
ponto, que já ninguém lhe quer emprestar um tusto que seja, e, dizem que este,
extremoso pai, está F***** (falido).
Claro que,
perante esta situação, o vizinho penhorou a casa e os automóveis dos meninos do
papá, pois já viram que este, bom pai, jamais conseguirá pagar a dívida em que
se meteu. O dito, bom pai, entretanto já se pôs ao fresco, emigrou, e deixou, a
esposa/mãe e os rebentos, encalacrados.
A mamã um pouco
mais realista, já começou a cortar mesadas a torto e a direito; as pensões dos
sogros já foram reduzidas para metade, a escola e a saúde têm que começar a ser
a pagas; e claro, a filharada e os velhos andam descontentes, e passam o tempo
a protestar e aos berros.
Mas o vizinho
quer o “carcanhol” em dívida, e, ou a mãe ou os filhos, vão ter que pagar a
dívida e os juros.
TA: Claro que os
meninos gostam muito do, bom pai, e, têm dele muitas saudades....
6 - Perguntas que incomodam (22/2/2013)
Se os Bancos portugueses pagam juros de depósitos a menos de 2%, como é possível que não emprestem dinheiro às empresas a menos de 5%, e a particulares a menos de 6%?
Será que guardar dinheiro dá assim tantas despesas?
7 - Para meu irmão (12/2/2013)
Ao longo destes
vinte e dois anos, desde que partiste, nunca me lembro de escrever sobre ti, a
não ser um pobre poema feito pouco tempo depois, a que dei o nome de “poema
para uma quarta-feira de cinzas...”, mas que ficou perdido por aí, nas diversas
andanças a que tenho estado sujeito, e, que hoje não descubro, mas prometo-te
que logo que o encontrar to enviarei.
A notícia
chegou-me através de uma amiga, pois por essa época o telefone ainda não
existia em minha casa. Seriam perto das duas horas da madrugada de 13 de
fevereiro, quando a campainha da porta tocou. Eu que havia acabado de adormecer
tive imediatamente a percepção do sucedido. Fiquei ali deitado, imóvel,
aguardando que minha mulher abrisse a porta, e quando a mensageira entrou no
quarto, não foram precisas palavras, os olhares disseram tudo: o xico serra,
estava, mas tinha deixado de estar.
Não me lembro de
ter chorado, mas, possivelmente, algumas lágrimas hão-de ter inundado os meus
olhos. O sofrimento em que agonizavas era, certamente, mais atroz. Apenas me
lembro que foi para mim muito diferente do dia da notícia que tivera dois anos
antes, chegada pela voz desesperada da tua filha ao telefone da casa do povo, e
que me martelou o tímpano sem aviso prévio, após lhe comunicarem que - seu pai
tem um cancro, nada se pode fazer, abri e fechei, e não terá mais de um mês de
vida!
Nesse dia sim, o
desespero e raiva tomaram conta de mim, corri para casa, deitei-me sobre a
cama, sovando-a até me apetecer, embora sabendo que ela não teria qualquer
culpa, chorei até esgotar as lágrimas, e só me lembro de pensar “o meu irmão
vai morrer em breve...”, e balbuciar: porquê, porquê, porquê...?
Amanhã farão 22
anos, mano, e eu tenho saudades tuas. As lágrimas voltam, a pergunta continua,
e eu acho que não tenho o direito de maçar aqueles que me lêem, mas tu mereces
que eu te lembre. Sem ti eu não seria eu, seria, certamente, alguém muito
diferente!
Hoje quero
dizer-te, e penso que nunca to verbalizei, tu foste para mim como um segundo
pai, e eu gostava muito de ti...