quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Épicos da música portuguesa (14)


Se deixaste de ser minha, minha dor, não deixei de ser quem era, e tudo é novo, por morrer uma andorinha, sem amor, não acaba a primavera, diz o povo. Como vês não estou mudado, felizmente, e nem sequer descontente, ou derrotado, conservo o mesmo presente, do passado, e guardo o mesmo passado, bem presente.

Eu já estava habituado, a este fado, e a que não fosses sincera, em teu amor, por isso eu não fico à espera, dos amores, de uma ilusão que eu não tinha, e nem renovo, se deixaste de ser minha, minha dor, não deixei de ser quem era, e tudo é novo.

Vivo a vida como dantes, (por aí...) a cantar, não tenho menos nem mais do que já tinha, e os dias passam iguais, para não voltar, aos dias que vão distantes, de seres minha.

Horas, minutos, instantes, desta vida, seguem a ordem austera, com rigor, ninguém se agarre à quimera, sem valor, do que o destino encaminha, e não é novo, pois por morrer uma andorinha, sem amor, não acaba a primavera, diz o povo....




1 comentário:

Helena Barreta disse...

Ouvia Carlos do Carmo em casa dos meus pais, era o fadista de eleição do meu pai. Ainda hoje sei partes de algumas músicas.

Um abraço