domingo, 28 de fevereiro de 2021

28 de fevereiro de 2021 - Situação da pandemia em Portugal

 - Na semana que agora termina registaram-se em Portugal, 7 037 testes positivos à covid 19. Desde o dia 25 de Janeiro que os valores vêm decrescendo, isto é, em 5 semanas consecutivas. Este valor é inferior ao registado na segunda semana de Outubro de 2020, quando o país ainda era semi livre e respirava.

- Nos últimos 14 dias registaram-se em Portugal 172 casos/100 000 habitantes o que coloca Portugal, de acordo com os critérios da DGS, como um país de Risco Moderado (≤ 239). Com estes valores, eu diria mesmo de Baixo Risco.

- A média da última semana foi, praticamente, de 1 000 casos/dia. Valores idênticos aos registados durante o Verão em Portugal.

- Os internamentos hospitalares são ao dia de hoje de 2 165; menos 1 151 do que há uma semana. São 1/3 dos máximos registados no início de Fevereiro.

- Os internamentos em cuidados intensivos são ao dia de hoje de 484; menos 154 do que há uma semana. Convém relembrar que, no inicio de Fevereiro, tivemos máximos de 900 doentes em UCI, agora são praticamente metade.

Com estes dados, é difícil perceber, porque é que o Governo diz, que só daqui a 2 semanas, irá apresentar um “plano de descofinamento”!

Como é possível estar a sujeitar o país à miséria futura, a gastar o que não tem, a viver de empréstimos e, do mais que tenho pejo em questionar. Como podem os portugueses calar-se e aceitar, de cabeça metida na areia, esta estratégia estupidificante?

Quem são estes governantes e para onde nos estão a levar?

(clicar sobre a imagem para ver melhor)

Gráfico de minha autoria, dados da DGS.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

26 de Fevereiro de 2021 – Evolução da covid 19 no distrito de Portalegre

Nota: Os dados são os divulgados pela ULSNA

No Gráfico em baixo, podemos observar, a evolução de alguns indicadores da pandemia covid 19 no distrito de Portalegre durante a fase mais crítica entre 6 de Novembro de 2020 e 25 de Fevereiro de 2021, nomeadamente:

- A média semanal de casos activos (mancha azul);

- Os novos casos semanais de testes positivos (mancha cor de tijolo);

- A média semanal de internamentos hospitalares (mancha esverdeada).

Durante este período foram registados no distrito 4 071 testes positivos, 90% do total de 4 558 desde o inicio da pandemia. Como podemos observar no Gráfico, o período de maior Incidência terá ocorrido entre 8 e 28 de Janeiro. A partir dessa data os casos têm vindo a diminuir drasticamente, registando-se nos últimos 14 dias apenas 114 casos, ou seja, 104 casos/100 000 habitantes, classificando-se o distrito como uma comunidade de Risco Moderado, o menos grave da classificação da DGS.  

A maior Prevalência, ou seja, o nº de casos activos em simultâneo, decorreu no período entre 8 de Janeiro e 11 de Fevereiro. Durante esse período, a média de casos activos rondou os 1 025.

O maior nº de hospitalizações (Hospital e de Portalegre e Elvas) terá decorrido entre 22 de Janeiro e 11 de fevereiro. Durante essas 3 semanas, a média rondou os 60 internamentos diários. Estes dados serão ainda superiores, já que alguns casos dos concelhos de P. Sôr e Gavião foram internados no Hospital de Abrantes.

 

 Conclusão:

Em face de estes dados:

- Distrito com Risco Moderado face à Incidência;

- Um Rt baixíssimo;

- Menos de 1/3 de hospitalizações das que se registavam há um mês;

- Uma área de baixa densidade populacional;

- A maioria das pessoas de alto risco (Lares) vacinada;

era urgente que o distrito começasse a desconfinar, nomeadamente:


- Abertura imediata das creches, infantários e escolas pelo menos até ao 2º ciclo e regresso ao trabalho dos pais;

- Abertura do comércio e restauração, com as regras de antes do confinamento;

- Daqui a 2 semanas se a avaliação fosse positiva e os Indicadores se mantivessem, reabrir as restantes actividades.

(Clicar sobre a imagem para ver melhor)

Gráfico de minha autoria, dados fornecidos pela ULSNA.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Um enigma que convém começar a decifrar/esclarecer

Minha alma fica parva quando ouço citar Israel como um país de sucesso no que toca à vacinação anti covid 19. Sobretudo, como ouvi da boca de um eminente matemático daqueles que aconselham o governo a tomar medidas, que os casos de covid 19 continuam a cair em Israel após a vacinação. E prontos!

Isso é verdade, mas...

Vejamos então:

- Israel tem cerca de 9 200 000 habitantes, praticamente menos 1 milhão que Portugal.

- Israel registou até 20 de Fevereiro 744 513 testes positivos e Portugal 796 339. Ou seja, de grosso modo, estão mais ou menos iguais com uma incidência de 80 testes positivos/1 000 habitantes.

- Israel informa, ver aqui, que praticamente, vacinou 80% da sua população; Portugal anda a rondar os 3 a 4 % (conforme se considere a inoculação de uma, ou das duas doses). A diferença é abismal.

- Israel, apesar daquela taxa de vacinação que já deveria estar a conferir imunidade de grupo, registou durante o mês de Fevereiro 105 724 testes positivos; Portugal, com 4% da população vacinada, registou durante o mesmo período 85 321 testes positivos, isto é, menos 20 500 testes positivos.

- Ainda na semana de 14 a 20 de Fevereiro, Israel registou 22 667 testes positivos; Portugal 12 260.

Questões que urgem ser esclarecidas:

1 – Quem explica este fenómeno?

2 – Qual a eficácia da vacina?

 

Não vejo ninguém na nossa comunicação social a analisar estes dados. Porque será?



 

domingo, 21 de fevereiro de 2021

21 de fevereiro de 2021 - Situação da covid 19 em Portugal

Portugal, registou pela 4ª semana consecutiva, uma descida acentuada do nº de testes positivos da covid 19. Tendo sido registados, na semana que agora terminou 11 769 testes positivos. Estes valores estão ao nível dos registados na 3ª semana de Outubro.

A média de testes positivos da última semana foi de 1 680/dia. E nas últimas duas semanas foi de 2 150/dia. Na avaliação de risco de transmissão dos últimos 14 dias, registaram-se 315 testes positivos/100 000 habitantes, que nos coloca numa classificação de Risco Moderado, apenas a 2ª mais grave da escala.

Os internamentos hospitalares são menos de metade do que no inicio deste mês: 3 316 hoje;  6 854 no dia 1 de Fevereiro. E em Cuidados Intensivos menos 25%: 638 hoje; 865 no dia 1 de Fevereiro. Mas a comunicação social continua numa perfeita esquizofrenia a inventar casos e a alimentar o "monstro".

Costa até já percebeu que em 2020, com a "carneirada" fechada em casa, conseguiu sacar mais 2 000 milhões em impostos aos portugueses. E as cativações conseguiram poupar mais uns cobres nas despesas.

Numa completa falta de bom senso e responsabilidade governativa, não é conhecido qualquer plano para retomar a vida normal. Nem em definitivo, nem tão pouco medidas progressivas. Provavelmente, aguardam um início de uma possível 4ª Vaga, para iniciarem essas medidas.

Não considerem esta ideia assim tão descabida, pois o mesmo já sucedeu quando se tiveram que tomar medidas de contenção ao aumento de casos, quando esperaram que os mesmos começassem a descer para tomarem medidas. Basta olhar para o Gráfico em baixo.

A pergunta é sempre a mesma que venho fazendo à praticamente 2 meses:

Se acreditavam nas medidas que tomaram, porque não o fizeram, pelo menos, entre 28 de Dezembro e 4 de Janeiro? Quantas mortes teriam sido evitadas?

Mas agora urge fazer outras, tanto ou mais pertinentes:

1 – As crianças até aos 12 anos não deveriam já estar na Escola e os pais a trabalhar?

2- Porque não se procedeu já, há pelo menos uma semana, ao desconfinamento de uma Região ou Distrito para avaliar os resultados e, depois, tomar decisões sobre o restante território?

Observem mais uma vez o Gráfico e questionem-se: Se foram precisas 4 semanas para este grande governo tomar medidas para minimizar a subida de casos, quantas semanas irá precisar para tomarem medidas para que a sociedade, ao menos, possa respirar?

Aceitam-se apostas...


 Gráfico de minha autoria, dados da DGS.

Sobre a obrigatoriedade do uso de Mascaras ao ar livre...

(Post da autoria de Ana Lopes Galvão  (Advogada) e retirado de Aqui)

 

Este artigo visa informar os leitores relativamente à imposição de uso de máscara. Acontecimentos recentes e intervenções televisivas criaram na população e nos agentes de autoridade uma convicção errada que urge ser esclarecida. É composto por duas partes, a primeira com o objectivo de analisar e responder a questões práticas e a segunda com o fim de partilhar uma análise mais profunda.


PARTE I – Como passear ao ar livre

Em 27 de Outubro de 2020 foi publicada a Lei n.º 62-A/2020 relativa à “imposição transitória da obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos”.


Perguntas-respostas rápidas:

Isto quer dizer que tenho de usar máscara na rua?

Não, desde que mantenha a distância de segurança recomendada pelas autoridades de saúde.

E se um agente de autoridade me quiser multar? E insistir no pagamento imediato?

O pagamento imediato é uma possibilidade dada ao suposto infractor de resolver logo a questão pagando. Não permite os agentes de autoridade impor a cobrança imediata.

Se o agente insistir na identificação para efeitos de contraordenação deverá aguardar pela notificação e apresentar defesa dentro do prazo indicado, de preferência com recurso a advogado, pois existem vários argumentos que poderão levar ao arquivamento do processo.

 Esta lei é composta por 10 artigos dos quais tem especial interesse analisar os seguintes:

 

Artigo 1.º - Objeto

A presente lei determina, a título excecional, a obrigatoriedade do uso de máscara para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas.

Importa notar que a obrigatoriedade em causa foi determinada a título excepcional e não para passar a regra, ou seja, tem carácter limitado. Também o sumário do diploma classifica a imposição como “transitória” significando “que dura pouco”, “passageira”, “breve”.

Esta lei entrou em vigor no dia 24 de Outubro de 2020 pelo período de 70 dias tendo sido prorrogada por mais 90 dias pela Lei n.º 75-D/2020, de 31 de Dezembro.

Cumpre questionar se um período inicial de vigência de 70 dias renovado por mais 90 dias é breve.

 

Artigo 2.º - Âmbito territorial

A presente lei aplica-se em todo o território nacional.

A obrigatoriedade em questão foi declarada para todo o país.

 

Artigo 3.º - Uso de máscara

1 – É obrigatório o uso de máscara por pessoas com idade a partir dos 10 anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável.

 

Para ler mais: 

https://farolxxi.pt/2021/02/18/a-lei-da-mascara-parte-1-ana-lopes-galvao/


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Dúvidas sobre o uso massificado de máscaras

No Gráfico em baixo, apresento a evolução de testes positivos da covid 19, registados entre 14 de Setembro de 2020 e 18 de Fevereiro de 2021, em 2 países da União Europeia com cerca de 10 milhões de habitantes cada um.

Olhemos para alguns dados comparativos curiosos:

1 - Em 18 de Fevereiro e desde o inicio da pandemia, o "país A" regista um total de 792 829 testes positivos; o "país B" regista 631 166 testes positivos. Diferenças ligeiras face aos números em apreço.

2 – Em 27 de Outubro de 2020: o “país A” registava 128 341 testes positivos; o “país B” registava 118 337 testes positivos. 

3 - Em 28 de Outubro de 2020 no “país A” foi instituído uso obrigatório de máscara, até a presente data; no “país B” nunca tal foi instituído, nem sequer em espaços fechados.

4 - Desde essa data o “país A” registou 664 488 testes positivos; o “país B” registou 512 829.

5 – Observando as duas curvas do Gráfico, elas mantêm-se praticamente paralelas até final de Novembro, mais de 1 mês depois da instituição do uso obrigatório da máscara no “país A”, depois a curva rosa mantem-se durante praticamente 1 mês mais elevada, mas a partir daí a linha azul dispara exponencialmente, apesar do uso da dita continuar a ser obrigatório.

Questões que os nossos epidemiologistas e virologistas nos deveriam esclarecer:

- Qual o verdadeiro impacto quantitativo do uso de máscara na prevenção de casos, quando comparamos estas duas populações?

- Qual a razão para que o país com uso obrigatório de máscara, no mesmo período de tempo, tenha sido afetado por mais 152 000 casos que o país que não usa essa medida?  

- Como se justifica, que apesar do que observámos nestas duas populações, ainda nos venham ameaçar com o uso de duas máscaras em simultâneo?

É que um dia teremos de saber...  

 Chave:

- O país A chama-se Portugal

- O país B chama-se Suécia

(clicar sobre a imagem para ver melhor)


 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Ah e tal, a responsabilidade é do Natal...

Uma mentira repetida muitas vezes pode torna-se verdade, diz o povo! Eu não partilho. Uma mentira há-de ser sempre uma mentira e, como todos também sabemos a dita…, tem perna curta.

Vem esta conversa, a propósito, de nos querem fazer acreditar, que a responsabilidade pelo aumento de casos de covid 19 em Janeiro de 2021, foram as festividades de Natal e os convívios familiares.

Ao princípio foram alguns técnicos, sobretudo "médicos intensivistas" ligados ao ambiente hospitalar, que outra coisa não veem se não máquinas e o que se passa dentro das paredes dessas instituições, aliados a uma comunicação social asquerosa sensacionalista, que rapidamente quiseram culpar o governo por ter permitido as festividades natalícias.

O governo primeiro quis contestar e dizer que a culpa não era sua, mas sim dos portugueses que são uns inconscientes e desrespeitaram os nobres conselhos governativos. Mas, rapidamente, preferiu admitir essa hipótese, a ser acusado de incompetência e irresponsabilidade por não ter previsto e planeado as respostas a algo que era mais que previsível (uma 3ª vaga violenta) e que qualquer pessoa, com um mínimo de conhecimento epidemiológico e bom senso, teria previsto. Avisos não faltaram por parte de alguns, poucos, epidemiologistas e políticos com alguma experiência de vida.

Os 12 exemplos que hoje aqui publico, de países tão diferentes de Portugal, espalhados por vários continentes, com culturas tão díspares (alguns nem o Natal festejam), que tomaram medidas completamente diferentes, demonstram que a pandemia teve essa evolução porque é assim que acontece nas infecções virais respiratórias, independentemente das medidas de minimização que tomem os governos.

Já no que toca às consequências (mortes e sequelas), aí sim, as diferenças podem ser abismais, e são, dependendo do planeamento e das capacidades dos serviços de saúde de cada país. E aí, Portugal, esteve entre os piores. Responsabilidades? Em primeiro lugar, não duvidemos, de quem governa e dos técnicos que se rodeiam para os aconselhar.

Comparem-se os Gráficos que apresento a seguir. Em comum têm, pelo menos, duas coisas:

- Um nº reduzido de casos no mês de Novembro;

- E uma subida exponencial no nº de casos durante o mês de Dezembro (mais semana menos semana), com pico pandémico no mês de Janeiro de 2021.

Países referidos: Portugal, Reino Unido, Espanha, R. Checa, Israel, Japão, Emirados Árabes Unidos, Letónia, Eslováquia, Palestina, Irlanda e Dinamarca. E outros há com curvas idênticas, mas com datas ligeiramente diferentes.

Não me digam que todos eles andaram a festejar o Natal!!!          








 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Mais boas notícias para Portugal

Na sequência da publicação de ontem de boas notícias sobre a evolução descendente da curva epidemiológica, publico hoje um gráfico sobre evolução da Taxa de notificação de novos casos/100 000 habitantes nos 14 dias anteriores.

Ainda de acordo com esta Taxa, foram estabelecidos pelas organizações internacionais 4 “critérios de risco”, que nos indicam a gravidade de progressão da doença. A classificação é a seguinte:

- Risco moderado (<=239)

- Risco elevado (240-479)

- Risco muito elevado (480-959)

- Risco extremamente elevado (>=960)

Assim podemos verificar no Gráfico em baixo, que Portugal entrou no mês de Fevereiro com um risco de progressão da doença classificado como “extremamente elevado”. Verificava-se, nessa data, uma Taxa de testes positivos de 1 665 novos casos/100 000 habitantes nos 14 dias anteriores (de 19 de Janeiro a 1 de Fevereiro). Este score terá sido um dos mais altos alcançados durante esta 3ª vaga e, catapultou Portugal, para as primeiras páginas de todo o mundo como um dos países com maior Taxa de novos casos/100 000 habitantes a nível mundial.

Esta classificação de risco manteve-se até 10 de Fevereiro, tendo no dia seguinte o país entrado em “Risco muito elevado”, tendo registado nos 14 dias anteriores (29 de Janeiro a 11 de Fevereiro) uma média de 912 novos casos/100 habitantes. Durante este período, o país teve uma redução de 753 casos/100 000 habitantes.

Ontem, dia 15 de Fevereiro ao registar um indicador de 595 casos/100 000 habitantes (contagem de 2 a 15 Fevereiro), Portugal está à porta de entrar na classificação de “Risco elevado”, apenas o 2º mais grave da classificação referida. Em 15 dias, Portugal, reduziu a sua taxa de contagiosidade praticamente para 1/3 da verificada no princípio do mês.

Olhando para o lado podemos verificar que, no mesmo dia, outros países tinham as seguintes Taxas:

- República Checa: 964 casos/100 000 habitantes;

- Israel: 852 casos/100 000 habitantes;

- Eslovénia: 623 casos/100 000 habitantes;

- Espanha: 544 casos/100 000 habitantes;

- Emirados Árabes Unidos: 457 casos/100 000 habitantes;

- França: 410 casos/100 000 habitantes;

- Suécia: 314 casos/100 000 habitantes;

- Reino Unido: 311 casos/100 000 habitantes;

- Itália: 279 casos/100 000 habitantes;

- Alemanha: 136 casos/100 000 habitantes;



 

Conclusões:

1 – Portugal, nos últimos 15 dias, diminuiu para 1/3 a sua Taxa de novos casos de COVID-19 de por 100.000;

2 – Portugal já não é o país de maior progressão da doença, nem na Europa nem no mundo. No dia 15 de Fevereiro, pelo menos 3 países, dos que referimos acima, têm Taxas de contágio superiores: R. Checa; Israel; e Eslovénia. Com a nossa vizinha Espanha com valores idênticos aos nossos;

3 - Estes dados são tanto mais preocupantes, quando países com taxas de vacinação elevadas como Israel (cerca de 70% da população vacinada), Emirados Árabes Unidos (40% da população vacinada), e Reino Unido (25% da população vacinada); continuam a apresentar Taxas de novos casos elevadas.

4 - O caso mais preocupante é o de Israel que, com 70% da população vacinada, apresentou nos últimos 14 dias uma Taxa de 852 novos casos/100 000 habitantes;

5 – Na presença destes dados, Portugal, deveria já estar a programar um desconfinamento planeado, nomeadamente, o regresso às aulas das crianças até aos 12 anos e abertura da economia por regiões de forma progressiva conforme resultados de avaliação.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

14 de fevereiro de 2021 - Situação da covid 19 em Portugal

Há uma semana comentava aqui aquando da avaliação da evolução da curva de testes positivos à covid 19: “Quase me dá “medo” de comentar a evolução da curva pandêmica nesta semana de 1 a 7 de Fevereiro, não vá a coisa dar azar!”. Hoje, passada que é mais uma semana, estou mais seguro de que a curva parece estar consistente na sua trajectória descendente, já que essa descida se faz há 3 semanas consecutivas.

Desde a semana que terminou a 24 de Janeiro que o nº de casos semanal baixou de 86 389 casos, para no final desta semana se ter situado nos 17 837 casos. Isto é, uma redução praticamente para 1/5. Valores semelhantes aos que se verificavam em meados de Outubro de 2020. Possivelmente a 3ª Vaga pandémica chegou ao fim!

Na base desta descida acentuada, não faltam vozes reclamando, sobretudo dos governantes, que tal se deve às medidas tomadas, nomeadamente ao uso obrigatório de máscaras (que vem desde o final de Outubro), ao confinamento (quase) total iniciado em 15 de Janeiro, ou ao encerramento das escolas a 22 de Janeiro. A todos aconselhamos a olhar para o gráfico em baixo.

Sobre o impacto de uso das máscaras, apesar do folclore que se avizinha com a exigência de já não bastar uma, agora terem de ser duas, parece-me estarmos conversados; quanto ao fecho das escolas, quando tal se efectivou, já a curva iniciava a sua trajectória descendente. Quanto ao confinamento, só com muito boa vontade poderemos divisar a sua influencia na curva, a julgar pelo que vejo e oiço diariamente sobre o seu cumprimento, embora aceite alguma influência, sobretudo na diminuição de convívios de “promiscuidade” (não respeito pelo distanciamento) em festas, festinhas e festanças. No entanto, apesar de muitos portugueses se encontrarem em prisão domiciliária, convém ter em conta que, será duvidosa a existência de alguma casa portuguesa, onde a maioria dos seus membros, não saem à rua regularmente e diariamente pelas mais diversas razões e permissões da lei.

Razões então para o fenómeno? Pois, a minha resposta é sempre a mesma: Evolução da história natural da doença: 4 a 5 semanas de ascensão, pico, e descida para valores residuais, até ao próximo ataque. Foi assim em Março/Abril, em Outubro/Novembro; e agora em Dezembro/Janeiro. Já em 1917/18 a história assim tinha sido.

Como diz o Professor Jorge Torgal, sempre que se faça avaliação da pandemia, convém sempre olhar para o lado e para trás.

    Gráfico de minha autoria. Fonte de dados: DGS - Ministério da Saúde
 

Apesar de ser sobre Mortalidade, não me custa aceitar que o gráfico de Incidência também terá sido parecido no seu perfil. Aqui fica o Gráfico sobre a mortalidade da Pandemia de 1917/1919 no Reino Unido. Em Portugal terá sido muito parecido.



domingo, 14 de fevereiro de 2021

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Evolução da situação epidemiológica da covid 19 no distrito de Portalegre

Parece que também no distrito de Portalegre há boas notícias.

De acordo com os dados divulgados diariamente pela Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), entre 6 de Novembro e 11 de Fevereiro, registaram-se no distrito 3 815 testes positivos à covid 19. Os casos registados deste período representam 86% do total de casos no distrito desde o início da pandemia em Março de 2020. Isto é, entre Março e 5 de Novembro registaram-se 14% dos casos e após essa data os restantes 86% representados no Gráfico em baixo.

No perfil da curva não é visível um pico de 2ª Vaga, como se verificou no país em finais de Novembro. Entre 6 Novembro e 25 de Dezembro, o nº de casos manteve-se mais ou menos constante, registando de seguida uma subida acentuada durante 4 semanas. O "pico" desta Vaga parece ter sido atingido na semana de 22 a 28 de Janeiro, sendo os dias com mais casos os dias 24 e 25 de Janeiro que registaram ambos 160 casos de testes positivos.

Convém também ter em conta que, possivelmente o nº de casos verificados foi superior aos que aqui referimos, pois como temos vindo a divulgar em Posts anteriores, existe uma diferença de cerca 1 500 casos entre o divulgado pela ULSNA e os dados divulgados pelos municípios do distrito. No entanto, em minha opinião, o perfil da curva não seria alterado, aumentaria apenas a frequência de casos.

Parece assim concluir-se, pelo desenvolvimento da Curva que, por agora, o pior pode já ter passado.

No conjunto dos 15 concelhos há 2 (Sousel e Avis), que parecem ter sido os menos atingidos  aos estragos da pandemia. Mas pelo que nos tem sido dado a observar, também as suas taxas de imunidade serão das mais baixas, já que registaram pouco mais de 30 casos/1 000 habitantes. Tendo em conta que o vírus tem mostrado tratar todos por igual, será de usar todos os cuidados de prevenção ao nosso alcance, nomeadamente a vacinação, para, pelo menos, estes 2 concelhos serem poupados.

Nesta data no distrito, a Taxa de Incidência (total de casos/população), situa-se nos 40 casos/1 000 habitantes; e a Taxa de Mortalidade (total de óbitos/população), situa-se nos 1,8 óbitos/1 000 habitantes.


     Fonte: Página oficial da ULSNA
 

Músicas de sempre...

Eles comem tudo...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Portugal no seu melhor

Afinal, parece que ontem, um técnico epidemiologista, com eles no sítio, teve coragem de dizer a Temido, ao Costa e ao Marcelo, certas verdades que os deixaram incomodados, de seu nome Manuel Carmo Gomes. Como possível isto só acontecer a 8 de Fevereiro? Até eu já tinha dito isso em 20 de Janeiro, quando escrevi isto aqui:

"....(..) só que a 22/23 de Dezembro, como se pode ver no Gráfico em baixo, o vírus resolve fazer mais um assalto e avançar para a sua terceira investida - A mais que previsível 3ª vaga.

Claro que não avisou das suas intenções, só se fosse parvo, mas já tinha mostrado ao que vinha nas duas vezes anteriores. E o governo do Costa e Marcelo, que durante o segundo assalto de Outubro/Novembro já haviam sido enganados, o que fizeram mais uma vez nas 3 semanas seguintes? Pois o mesmo que já haviam feito no assalto anterior: NADA; ou por outra, mandaram o povo festejar o Natal e fiaram-se que a coisa se resolveria apenas com o trapo nas fuças. Pois, não resolveu.

Na semana que terminou a 3 de Janeiro, a média de casos já era de cerca de 5 000 casos/dia e em vez de tomarem aí as medidas, começaram a acusar a "carneirada" que tal se devia a falta de educação comunitária. E alguns carneiros, a mando dos pastores Marcelo/Costa começaram na caça às bruxas e a portar-se que nem agentes da antiga pide/dgs de Marcelo e Salazar: «são os genes senhoras e senhores».

Entre 3 e 15 de Janeiro, data em que decidiram decretar uma “espécie estado de confinamento”, morreram em Portugal, associado à covid, 1 500 portugueses (quase 20% do total das mortes covid até essa data).

Qual a avaliação desses governantes e da sua trupe da comunicação social avençada sobre a catástrofe? É que a culpa foi dos portugueses que não se souberam comportar nas festividades de natal, nem cumprir os nobres concelhos de tão sábia classe política e dos seus conselheiros.

Deviam estar a ver-se ao espelho, já que dentro do conselho de ministros de Costa, a taxa de contágio ministerial já rondava os 30% (5 ministros). Se os portugueses fossem assim afectados já teríamos, nessa altura, mais de 3 milhões de casos.

Mas senhores governantes, a pergunta que lhes fazemos é a mesma que já fizemos em Novembro:

- Se acreditam Vossas "Incelências" nas medidas que tomaram a 15 e 18 de Janeiro, porque razão não o fizeram a 28/29 de Dezembro ou, no máximo em 3 de Janeiro, quando era evidente que a Curva já estava em ascensão vertiginosa, e quando já havia duas experiências anteriores idênticas?

A conclusão é obvia: Só os asnos, porque são "burros", se deixam enganar mais que duas vezes! Se for um toiro, mesmo novilho..., sai logo uma cornada!"

Nota: Como resultado da sua audácia, soube-se ontem após a sessão que, Manuel Carmo Gomes, não voltará ao INFARMED. Políticas socialistas!!!



terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Exige-se um mínimo de rigor

As estatísticas são, por norma, uma excelente ferramenta para ajudarem nas tomada de decisão. Para tal, precisam pelo menos de ser credíveis e ter um mínimo de rigor. A não ser que ninguém lhes queira ligar, para não tomarem essas mesmas decisões. Mas quem fica a perder, quase sempre, são os cidadãos.

É por isso incompreensível o que está a suceder no distrito de Portalegre, no que toca à Taxa de Incidência de casos de covid 19. Mas não só, também a Taxa de Mortalidade não bate a bota com a perdigota, mas agora vamos à Incidência.

Numa população de cerca de 110 000 habitantes que tem o distrito, registam-se diferenças superiores a mais de 1 500 casos, entre os dados divulgados pela ULSNA e os dados divulgados pelas páginas oficiais dos municípios é, no mínimo, inadmissível.

Não sei de quem é a responsabilidade pela supervisão destes dados, mas era importante que se entendessem. Ter taxas de incidência de 40 ou 54 casos/1 000 habitantes não deveria ser de menos importância. É que algumas das decisões tomadas pela DGS têm por base, não sei é quais, estes dados.

Uma diferença de quase 400 casos, como é o caso de Elvas; 300 em Ponte de Sôr e Campo Maior, 90 em Monforte; ou quase 70 em Alter e Arronches; não tem qualquer justificação. Apenas descoordenação e que deixa os cidadãos a desconfiar sobre quem terá razão.

E a diferença não é maior porque os municípios de Portalegre, Castelo de Vide e Marvão, apenas divulgam os números da ULSNA. O que também não me parece uma boa estratégia, já que, sobretudo nos pequenos concelhos onde todos se conhecem, sabem que aqueles números não correspondem à verdade. Dou o exemplo de Marvão, onde nas últimas 3 semanas (desde 26 de Janeiro), apenas 7 novos casos foram registados e deu-se a recuperação de 4 casos! Alguém acredita nisto???

Coordenação exige-se.

                           * Municípios que usam os dados da ULSNA

 

Músicas de sempre

 Gémeas? Talvez. Não sei...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Sinceramente, ninguém acha estranho!

Tem morrido muita gente em Portugal nestas primeiras 6 semanas de 2021. Um total de 23.541 óbitos, numa média astronómica nunca antes atingida de 620 pessoas/dia.

Só no dia 20 de Janeiro morreram em Portugal 727 pessoas. Antes desta mortandade, o máximo atingido, em 13 anos de registos (2009 – 2021), tinha sido no dia 2 de Janeiro de 2017, com 578 óbitos, mas isto foi um dia isolado. Agora foram 38 dias seguidos a uma média de 620 mortes todos os dias!

Destes 23.541 óbitos, 7.186 (31%) foram imputados à covid. Percentagem que, apesar de elevada, podemos aceitar face à pandemia que nos assola. Mas quando nas últimas 2 semanas, entre 26 de Janeiro e 7 de Fevereiro, essa percentagem sobe  para 43%, isto é, quase metade das mortes em Portugal serem imputadas à Covid???

Sinceramente, tenho muitas dúvidas. Ainda ontem, por exemplo, das 504 mortes totais registadas, dizem-nos que 214 foram por covid; e no último sábado das 487 totais, 214 foram por covid!!!

Senhores doutores médicos, vamos lá enquadrar melhor esses diagnósticos...

Se não, por este andar, não tardará que as mortes por covid sejam superiores ao total de mortes registadas! 



 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Coincidências, ou talvez não...

Estes 2 gráficos mostram a evolução da pandemia em Portugal e Reino Unido. As semelhanças, no seu perfil, são evidentes. Assim como semelhantes são numa serie de indicadores que vão da Taxa de Incidência à Taxa de Mortalidade.

Cá, foram os maus comportamentos do povo, nas festividades natalícias, que levaram a um aumento exponencial de casos, quiçá, responsáveis pela 3ª vaga (dizem alguns espertos); e no Reino Unido foi o quê?



 

7 de fevereiro do 2021 - Situação da covid 19 em Portugal

Quase me dá “medo” de comentar a evolução da curva pandêmica nesta semana de 1 a 7 de Fevereiro, não vá a coisa dar azar!

No período de 2 semanas, o nº de casos de testes positivos caiu quase para metade, passando de 86 389 para 44 898. Só na semana que agora termina a queda foi de cerca de 40 000 casos! 

Que ela começaria a descer por estes dias, sempre o vaticinei, com base no que tinha observado nas duas vagas anteriores, e no que tem sucedido no desenvolvimento de outras infecções virais. Agora uma queda desta dimensão!!!

Não me atrevo a enumerar hipóteses, como certamente virá fazer o governo: “que tal se deve ao confinamento que decretou”. Não creio, é uma queda demasiado abrupta, quando verificamos, pela observação diária, do que se passa nas ruas, nas estradas e em locais públicos. Arrisco-me a dizer que, não há casa portuguesa, onde diariamente não haja pessoas que saem e entram pelos mais variados motivos. Se há medida que não funcionou em Portugal nas últimas 3 semanas foi o confinamento.

Então que se passou para esta descida quase a pique? Pois não sei, nem encontro explicação. Talvez mais uma característica específica do SARS COV 2...

Mas ainda bem, não pares “bicharengo” mau.



 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Testar, testar, testar, será uma boa estratégia?

Ao longo destes 12 meses que leva a pandemia de covid 19, este foi uma das grandes estratégias usadas para prevenção da doença.

Numa breve avaliação aos resultados, usando a Taxa de Mortalidade por certamente a mais fiável e a mais importante dos efeitos provocados pela doença, podemos verificar o quanto foi duvidosa essa estratégia. Talvez as excepções, que sempre existem para confirmar a regra, sejam a Dinamarca e Israel.

Na maioria dos países que mais testaram, podemos verificar que não foi por aí que evitaram as maiores taxas de mortalidade, de que são o maior exemplo: Andorra, Luxemburgo, Reino Unido, Estados Unidos da América, Portugal, Belgica, França, Espanha, e outros, todos com taxas de mortalidade acima de 1 óbito/1 000 habitantes.

Em contrapartida, países que usaram estratégias de testagens orientadas, como a Alemanha e Holanda (os tais frugais. A Áustria, que me esqueci de incluir no Quadro, fez 500 testes/1 000 e uma taxa de mortalidade de 0,8), que testaram praticamente 1/3 dos países supracitados, não foi por isso que as consequências na mortalidade foram mais gravosas, antes pelo contrário, quando comparadas com Reino Unido, USA, e mesmo Portugal.

A Alemanha, por mil habitantes, testa metade de Portugal, e a sua taxa de mortalidade é metade da portuguesa.

Claro que outras variáveis devem estar implicadas. Mas testar, testar, testar..., não parece ser a solução. Pelo menos no que toca ao resultado final. 

Bom, bom, deve ser para os vendedores do produto! Em Portugal cerca de 100 euros por teste.  



 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Recordar coisas que escrevi no passado (5)



(Escrito em 3 Fevereiro de 2011
)

Na minha infância e juventude, este era um dos dias mais esperados e desejados do ano, por ser dia de festa na terra onde vivia, Abegoa de seu nome, no concelho de Marvão.

Logo a seguir à hora de almoço, na Capela com o nome do santo situada na encosta norte da vila, havia missa seguida de procissão, como penso que ainda hoje haverá, mantendo-se a tradição. Contudo, habitualmente, as festividades são transferidas para o fim-de-semana de maior proximidade.

Após as cerimónias religiosas, havia a tradicional arrematação de “ramos”: pequenos cestos de verga de vime, onde a vizinhança do padroeiro depositava as suas oferendas, compostas habitualmente, por uma garrafa de vinho, um pão e dois ou três chouriços, que a súcia lá ia arrematando pela oferta mais alta ao apregoar do leiloeiro:

 “…quem mais dá?..., dou-lhe uma, dou-lhe duas eeee…, dou-lhe três.”

Eu, e a outra catrefada de gaiatos das redondezas, já havíamos ajuntado, previamente, as moeditas que tínhamos surripiado, à socapa, aos nossos pais e, às vezes, lá conseguíamos no fim da arrematação, levar uma das mais baratinhas fogaças, ou daquelas que já ninguém queria e lá partíamos mais contentes que nem ratos, para uma animada comezaina.

Quando chegava a noite a Sociedade da Abegoa enchia-se pelas costuras do exíguo salão recreativo, para o tradicional baile do São Brás, abrilhantado por um afamado acordeonista das redondezas e onde acorriam todas as moças casadouras locais, já que os moços, com maior liberdade, vinham de todo o concelho.

Eu, catraio acanhado, ficava quase sempre oculto na sala de entrada para as mulheres, já que, naquela época, a moda da igualdade de género ainda estava para chegar. De lá ia observando e aprendendo as estratégias da arte marialva no “descante do sacrossanto Brás”, para quando chegasse a minha vez na roda da vida, poder cumprir a tarefa com um desempenho digno de um qualquer dom juan.

Mas o que ainda hoje recordo com alguma intriga e que eu mais gostava de assistir, era a ocorrência que se passava por volta da meia-noite, quando o artífice tocador da concertina anunciava:

- Agora é a “peça à inglesa”.

Essa tal “peça inglesa”, não era mais que a inversão da tal estratégia marialva dos moços irem buscar as moças para dançar. O que se exigia “à inglesa”, era que teria de ser o inverso e serem as cativas moçoilas a escolherem quem seria o seu eleito daquela dança.

O que eu não conseguia entender, naquele cenário idílico em que “a presa procurava o caçador”…, era o porquê de muitos daqueles infantes, que ocupavam quase sempre a popa na altura de eleger, de repente, como cachorros com o cauda entre as pernas, corriam a refugiar-se o mais atrás possível nos fundos da sala, ou às vezes, invadindo o meu refúgio feminil, com medo de serem os preferidos daquelas rústicas casadoiras.

Só mais tarde percebi o desassossego daquela rapaziada! …

É que após a dita “peça à inglesa”, os garbosos cavalheiros tinham que conduzir as atrevidas donzelas ao “Bufett”, onde tinham que as presentear com um “drink” e, pelo menos, dez tostões de “ervilhanas”… E o "bago" para o pagamento, nessa época tal como hoje, para a maioria deles, andava escasso…

Covid 19 - Diferentes países, diferentes culturas, diferentes medidas, resultados tão identicos na propagação do vírus!

Praticamente após 1 ano de evolução da pandemia, começa a ser possível fazer algumas  avaliações de comparação, de como a coisa se tem desenvolvidos em áreas diferentes do globo e em comunidades muito distintas na sua maneira de viver, se organizarem social e culturalmente.

Hoje apresento os casos de 3 países: Portugal, Suécia e Israel, que têm em comum populações em nº de habitantes semelhantes. O que aconteceu até final de Janeiro de 2021, pode ser observado do Quadro 1.

De grosso modo, após 11 meses de evolução da pandemia, os resultados dos Indicadores no que toca à contagiosidade e progressão da infecção, podemos concluir que são muito semelhantes; mesmo quando comparamos 3 países tão diferentes na sua cultura organizacional. Israel e Suécia considerados exemplos de planeamento e organização; Portugal quase sempre considerado como o país do improviso.

Pelo menos, no que toca à prevenção da “infecção”, as diferenças encontradas são pouco significantes, nomeadamente, os infectados/habitantes: Portugal e Israel semelhantes; Suécia um pouco menos, possivelmente porque testa menos e enveredou por uma estratégia de testagem orientada e não de massas como fez Israel.

Já em relação às consequências? Será para outra analise, nomeadamente: Taxas de Mortalidade; Taxas de Letalidade; consequência sobre as restantes doenças; e consequências económicas.

        Quadro 1 – Progressão da covid 19 em Portuga, Suécia e Israel

    Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/#countries

No Gráfico que apesento a seguir, podemos observar, a evolução da Pandemia nestes 3 países ao longo dos 11 messes. Também aqui, as semelhanças são evidentes, com ligeiras diferenças, possivelmente devido à localização geográfica dos países em análise.

Israel, por exemplo parece ter atingido o pico da 2ª vaga em Setembro, enquanto Portugal só atingiu em Novembro; já a Suécia esse pico parece ter acontecido em Junho. O mesmo parece estar a passar-se com a 3ª vaga, enquanto na Suécia ela parece ter sucedido em Dezembro; possivelmente, em Portugal e Israel, tal só terá acontecido no final de Janeiro.

Numa breve análise a estes dados, mais uma vez, de acordo com o que venho sustentando quase desde o princípio da pandemia, é que as medidas tomadas em Portugal são de duvidosa eficácia, nomeadamente: os confinamentos, os recolheres obrigatórios em casa, o fecho de escolas, as mascaras, etc.. Na minha modesta opinião, o mais importante para minimizar o vírus de circular, é o distanciamento físico entre pessoas e evitar locais fechados com muita gente, e agora a vacinação caso se prove a sua eficácia. Tudo o resto são medidas políticas de quem quer mostrar alguma coisa e não sabe o que há de fazer.

Outro desafio a monitorizar, no futuro próximo nestes 3 países, será o acompanhar da eficácia da vacinação. Para já o que sabemos, é que no final de Janeiro, Israel  anunciou que tem 50% da sua população vacinada; enquanto que em Portugal e Suécia essa percentagem não vai além dos 3%.  

Esperemos pelo final de Fevereiro... 


     Gráfico de minha autoria. Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/#countries

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Situação da covid 19 em Portugal - Finalmente a “besta” parece dar sinais de baixar a cabeça


Após 6 semanas a levantar a cabeça, desde 22 de Dezembro 2020, a “besta” covid, baixou cerca de 2 000 casos de testes positivos em relação à semana anterior de 18 a 24 de Janeiro.

Apesar das medidas mais diversas tomadas desde Março nas 3 vagas registadas: Confinamentos parciais e totais, não uso e uso de máscara, fecho de fronteiras, fecho de escolas ou não, férias ou folgas natalícias, etc., etc.; o facto é que a frequência de casos positivos ao fim de 6 semanas, mais dia menos dias, começam a baixar. Foi assim entre 1 de Março e 11 de Abril; mais tarde entre 5 de Outubro e 20 de Novembro; e agora entre 22 de Dezembro e 31 de Janeiro. Coincidência ou não, acho que são factos e deveríamos aprende com isso.

Claro que não faltarão aqueles, possivelmente a maioria, mas, sobretudo os políticos governantes a reclamar que tal sucedeu devido às suas decisões das “brilhantes” medidas tomadas, como foi o caso nesta última vaga, com o confinamento quase total decretado a 15 de Janeiro e fecho das escolas em 22 de Janeiro.

Contudo uma pergunta terá sempre de ser feita. Se já existiam as experiências de Março/Abril e de Outubro/Novembro - Se tanto parecem acreditar nas medidas tomadas, porque não o fizeram a 3 de Janeiro, quando já era evidente que a curva estava em ascensão vertiginosa? Eu próprio, que não sou nenhum perito, já o dizia em 31 de Dezembro em publicação no Facebook :   

- “Às tantas a "3ª vaga" já começou e ninguém nos diz nada!!!!”, e, de facto, tinha começado à cerca de uma semana.

Agora imaginem, se as tais medidas são tão eficazes, como defendem, porque não as tomarem no início de Janeiro, e foi preciso chegarem ao dia 15 de Janeiro para as iniciarem, quando a média de mortes já ultrapassava as 200/dia.

Quantas mortes se teriam evitado?

Esta resposta devem-nos. Mas como a “carneirada” não pergunta nada, com medo de serem considerados “anti patriotas” ou “traidores”!

Siga a marinha como dizia o outro, que no final o benfica há-de ser campeão e o Costa e o PS ganharão as próximas eleições.