segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

14 de fevereiro de 2021 - Situação da covid 19 em Portugal

Há uma semana comentava aqui aquando da avaliação da evolução da curva de testes positivos à covid 19: “Quase me dá “medo” de comentar a evolução da curva pandêmica nesta semana de 1 a 7 de Fevereiro, não vá a coisa dar azar!”. Hoje, passada que é mais uma semana, estou mais seguro de que a curva parece estar consistente na sua trajectória descendente, já que essa descida se faz há 3 semanas consecutivas.

Desde a semana que terminou a 24 de Janeiro que o nº de casos semanal baixou de 86 389 casos, para no final desta semana se ter situado nos 17 837 casos. Isto é, uma redução praticamente para 1/5. Valores semelhantes aos que se verificavam em meados de Outubro de 2020. Possivelmente a 3ª Vaga pandémica chegou ao fim!

Na base desta descida acentuada, não faltam vozes reclamando, sobretudo dos governantes, que tal se deve às medidas tomadas, nomeadamente ao uso obrigatório de máscaras (que vem desde o final de Outubro), ao confinamento (quase) total iniciado em 15 de Janeiro, ou ao encerramento das escolas a 22 de Janeiro. A todos aconselhamos a olhar para o gráfico em baixo.

Sobre o impacto de uso das máscaras, apesar do folclore que se avizinha com a exigência de já não bastar uma, agora terem de ser duas, parece-me estarmos conversados; quanto ao fecho das escolas, quando tal se efectivou, já a curva iniciava a sua trajectória descendente. Quanto ao confinamento, só com muito boa vontade poderemos divisar a sua influencia na curva, a julgar pelo que vejo e oiço diariamente sobre o seu cumprimento, embora aceite alguma influência, sobretudo na diminuição de convívios de “promiscuidade” (não respeito pelo distanciamento) em festas, festinhas e festanças. No entanto, apesar de muitos portugueses se encontrarem em prisão domiciliária, convém ter em conta que, será duvidosa a existência de alguma casa portuguesa, onde a maioria dos seus membros, não saem à rua regularmente e diariamente pelas mais diversas razões e permissões da lei.

Razões então para o fenómeno? Pois, a minha resposta é sempre a mesma: Evolução da história natural da doença: 4 a 5 semanas de ascensão, pico, e descida para valores residuais, até ao próximo ataque. Foi assim em Março/Abril, em Outubro/Novembro; e agora em Dezembro/Janeiro. Já em 1917/18 a história assim tinha sido.

Como diz o Professor Jorge Torgal, sempre que se faça avaliação da pandemia, convém sempre olhar para o lado e para trás.

    Gráfico de minha autoria. Fonte de dados: DGS - Ministério da Saúde
 

Apesar de ser sobre Mortalidade, não me custa aceitar que o gráfico de Incidência também terá sido parecido no seu perfil. Aqui fica o Gráfico sobre a mortalidade da Pandemia de 1917/1919 no Reino Unido. Em Portugal terá sido muito parecido.



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