quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Nem os bois se deixam enganar duas vezes! Três? Só mesmo os asnos porque são “burros e burras”!

Perguntem a um toureiro, nem que praticante seja, se fizer a mesma “faena” a um touro, o que lhe irá acontecer. Quase de certeza, uma cornada. Ao contrário, aos asnos, podemos fazer quase tudo, que eles aguentam. Possivelmente, por isso, chamamos-lhes “burros e burras”.

Vem isto a propósito das medidas tomadas, por este nosso governo,  para tentarem controlar a pandemia da covid 19. As quais, as mais significantes, para eles, foram as seguintes:

1 - Março de 2020, confinamento total da população, que durou até 2 de Maio

A 22 de Março a pandemia em Portugal tinha 3 semanas. O nº total de casos andaria pelos 2 000, e tinham morrido 14 pessoas associadas à doença. Os relatos que nos chegavam de quase todo mundo eram catastróficos, que vinha aí um vírus com uma mortalidade que poderia atingir os 14%, coisa nunca vista na história da humanidade.

Perante este quadro, o desconhecimento e o pânico quase generalizados, o governo decide fechar tudo em casa e parar o país durante 6 longas semanas. A curva de contágios haveria de começar a descer 3 semanas depois a 11 de Abril. A 2 de Maio o nº de casos semanal situava numa média de 2 000 casos/semana, situação que se manteve até meados de Setembro.

Durante este período muita coisa se soube sobre a doença, nomeadamente, que esta iria evoluir por “ondas ou vagas” (como todas as doenças respiratórias), e que a primeira delas teria terminado no final de Abril.

O governo quis fazer crer ao povo, que tal sucesso, se tinha ficado a dever às medidas drásticas de confinamento tomadas, pelo governo, atempadamente em 22 de Março, logo no início quando a Curva começou a subir (quando afinal já Há pelo menos 3 semanas que ela subia). Ao contrário de outros governos, de outros países, que deixaram avançar a doença e não tomando medidas. E assim se construiu o mito do: MILAGRE PORTUGUÊS, que até o "trampas" elogiou, em telefonema a MarceloEsta história pode ser visualizada no Gráfico 1.


     Gráfico 1 - Perfil da curva de testes positivos da 1ª Vaga


2 – Setembro a Dezembro de 2020: As medidas deste período ficam marcadas pelo uso obrigatório de mascara a partir de 22 de Outubro; e recolheres obrigatórios periódicos a partir de 9 de Novembro de 2020.

A 25 de Setembro, os casos de testes positivos à covid começaram a aumentar. Em menos de três semanas, passaram de uma média de 300/dia, para uma média de 1 000/dia em 11 de Outubro. Ao contrário do que havia feito na 1ª vaga, o governo não fez nada, deixou andar - Os milagres acontecem às vezes, mas não acontecem sempre!

Por essa data, era mais que previsível para qualquer epidemiologista (excepto para os conselheiros do governo), que a 2ª vaga tinha começado e a Curva iria fazer percurso idêntico ao da 1ª vaga, com a agravante dum aumento de casos muito superior, como é normal no desenvolvimento das infecções respiratórias virais. 

Ainda por cima estávamos no outono/inverno, período propício à potencialização das infecções respiratórias. Foi preciso passar 4 semanas, quando a média de casos já estava nos 4 000/dia e o nº de mortes nos 40/dia, para a 28 de Outubro, o governo vir tapar a boca (e nariz) aos portugueses, através da medida duvidosa do "uso obrigatório de máscara".

O resultado dessa  pseudo medida foi, 2 semanas depois,  os casos dispararam para mais de 6 000/dia e, os mortos para cerca de 80/dia. Quando a 9 de Novembro a curva já estava a atingir o seu cume (que era previsível),  vem o tal “governo dos milagres” com a imposição de mais uma medidinha, ao jeito de quem tem que fazer alguma coisa para "português ver", impondo recolheres obrigatórios periódicos selectivos. Por volta do dia 20 Novembro a Curva, indiferente a tais medidas, iniciava o seu percurso descendente.

Avaliação concreta e analítica do impacto dessas duas medidas sobre o desenvolvimento da Curva ninguém sabe, mas se olharmos para o seu desenvolvimento no Gráfico 2, só com muito boa vontade conseguiremos ver alguma coisa. Basta ver o que se passou a seguir, a partir de 22/23 de Dezembro, ainda com o vigorar dessas medidas.

A pergunta que urge fazer é, se o governo acreditou na estratégia da 1ª vaga – Medidas precoces quando a Curva começou a subir (que diziam que originaram o tal milagre), porque não tomaram medidas logo por volta da semana de 5 a 11 de Outubro, quando era mais que evidente que a curva não iria parar e iria ter um comportamento idêntico à da 1ª vaga, e só aparecem as primeiras medidas a 28 de Outubro?

     Gráfico 2 - Perfil da Curva de testes positivos da 2ª Vaga

    Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/country/portugal/


3 – Dezembro: O mês das festividades “malditas”, e comportamentos de um "povo desinstruído que gosta de sofrer", quando o governo tudo faz para fazê-lo feliz.

Tudo parecia correr às mil maravilhas em meados de Dezembro. Afinal, o governo, medidas tão simples como por um pano nas fuças, e pedir ao povo para ao fim de semana ficar em casa (a ver o futebol e a missa na Tv) e os casos tinham regredido para os 3 000/dia e os mortos para uns meros 20/dia. Foi a altura perfeita, para os grandes Costa/Marcelo contentarem e premiarem o povo (carneirada para eles), e nada melhor que deixar e até promover o festejar do nascimento do Salvador por mais um milagrinho português

Só que, a 22/23 de Dezembro, como se pode ver no Gráfico 3, o vírus resolve fazer mais um assalto e avançar para a sua terceira investida - A mais que previsível 3ª vaga. 

Claro que não avisou das suas intenções, só se fosse parvo, mas já tinha mostrado ao que vinha nas duas vezes anteriores. E o governo do Costa e Marcelo, que durante o segundo assalto de Outubro/Novembro já haviam sido enganados, que fizeram mais uma vez nas 3 semanas seguintes? Pois o mesmo que já haviam feito no assalto anterior: NADAou por outra, mandaram o povo festejar o Natal e fiaram-se que a coisa se resolveria apenas com o trapo nas fuças. Pois, não resolveu. 

Na semana que terminou a 3 de Janeiro, a média de casos, já era de cerca de 5 000 casos/dia e começaram a acusar a "carneirada" de falta de educação. E alguns carneiros, a mando dos pastores Marcelo/Costa começaram a portar-se que nem agentes da antiga pide/dgs de Marcelo e Salazar: são os genes senhoras e senhores. Entre 3 e 15 de Janeiro( data em que resolveram decretar um “mini estado de confinamento”) morreram em Portugal, associado à covid, 1 500 portugueses (quase 20% do total das mortes covid até essa data).

Qual a avaliação desses governantes e a sua trupe da comunicação social avençada sobre a catástrofe? 

É que a culpa é dos portugueses que não se sabem comportar, nem cumprir os nobres concelhos de tão sábia classe política e dos seus conselheiros.

Mas senhores governantes, a pergunta que lhes fazemos é a mesma que já fizemos em Novembro:

- Se acreditam Vossas "Incelências" nas medidas que tomaram a 15 e 18 de Janeiro, porque razão não o fizeram a 28/29 de Dezembro, quando era evidente que a Curva já estava em ascensão vertiginosa, e quando já havia duas experiências anteriores idênticas?

A conclusão é obvia: 

Só os asnos, porque são "burros", se deixam enganar mais que duas vezes! Se for um toiro, mesmo novilho..., sai logo uma cornada.

Fica apenas por saber quem serão os “ditos e as ditas”: O povo ou os governantes?


        Gráfico 3Perfil  de ascensão da Curva de testes positivos da 3ª Vaga


    Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/country/portugal/

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