Perguntem a um
toureiro, nem que praticante seja, se fizer a mesma “faena” a um touro, o que
lhe irá acontecer. Quase de certeza, uma cornada. Ao contrário, aos asnos,
podemos fazer quase tudo, que eles aguentam. Possivelmente, por isso,
chamamos-lhes “burros e burras”.
Vem isto a
propósito das medidas tomadas, por este nosso governo, para tentarem controlar a pandemia da covid
19. As quais, as mais significantes, para eles, foram as seguintes:
1 - Março de 2020, confinamento total da população, que durou até 2 de Maio
A 22 de Março a
pandemia em Portugal tinha 3 semanas. O nº total de casos andaria pelos 2 000,
e tinham morrido 14 pessoas associadas à doença. Os relatos que nos chegavam de
quase todo mundo eram catastróficos, que vinha aí um vírus com uma mortalidade
que poderia atingir os 14%, coisa nunca vista na história da humanidade.
Perante este
quadro, o desconhecimento e o pânico quase generalizados, o governo decide
fechar tudo em casa e parar o país durante 6 longas semanas. A curva de
contágios haveria de começar a descer 3 semanas depois a 11 de Abril. A 2 de
Maio o nº de casos semanal situava numa média de 2 000 casos/semana,
situação que se manteve até meados de Setembro.
Durante este
período muita coisa se soube sobre a doença, nomeadamente, que esta iria
evoluir por “ondas ou vagas” (como
todas as doenças respiratórias), e que a primeira delas teria terminado no
final de Abril.
O governo quis fazer crer ao povo, que tal sucesso, se tinha ficado a dever às medidas drásticas de confinamento tomadas, pelo governo, atempadamente em 22 de Março, logo no início quando a Curva começou a subir (quando afinal já Há pelo menos 3 semanas que ela subia). Ao contrário de outros governos, de outros países, que deixaram avançar a doença e não tomando medidas. E assim se construiu o mito do: MILAGRE PORTUGUÊS, que até o "trampas" elogiou, em telefonema a Marcelo. Esta história pode ser visualizada no Gráfico 1.
2 – Setembro a Dezembro de 2020: As medidas
deste período ficam marcadas pelo uso
obrigatório de mascara a partir de 22 de Outubro; e recolheres obrigatórios periódicos a partir de 9 de Novembro de
2020.
A 25 de Setembro, os casos de testes positivos à covid começaram a aumentar. Em menos de três semanas, passaram de uma média de 300/dia, para uma média de 1 000/dia em 11 de
Outubro. Ao contrário do que havia feito na 1ª vaga, o governo não fez nada, deixou andar - Os milagres acontecem às vezes, mas não acontecem sempre!
Por essa data, era mais que previsível para qualquer epidemiologista (excepto para os conselheiros do governo), que a 2ª vaga tinha começado e a Curva iria fazer percurso idêntico ao da 1ª vaga, com a agravante dum aumento de casos muito superior, como é normal no desenvolvimento das infecções respiratórias virais.
Ainda por cima estávamos no outono/inverno,
período propício à potencialização das infecções respiratórias. Foi preciso passar 4 semanas,
quando a média de casos já estava nos 4 000/dia e o nº de mortes nos
40/dia, para a 28 de Outubro, o governo vir tapar a boca (e nariz) aos
portugueses, através da medida duvidosa do "uso obrigatório de máscara".
O resultado
dessa pseudo medida foi, 2 semanas
depois, os casos dispararam para mais de
6 000/dia e, os mortos para cerca de 80/dia. Quando a 9 de Novembro a curva já estava a atingir o seu cume (que era previsível), vem o tal “governo dos milagres” com a imposição de mais
uma medidinha, ao jeito de quem tem que fazer alguma coisa para "português ver", impondo recolheres
obrigatórios periódicos selectivos. Por volta do dia 20 Novembro a Curva,
indiferente a tais medidas, iniciava o seu percurso descendente.
Avaliação
concreta e analítica do impacto dessas duas medidas sobre o desenvolvimento da Curva
ninguém sabe, mas se olharmos para o seu desenvolvimento no Gráfico 2, só com muito boa vontade
conseguiremos ver alguma coisa. Basta ver o que se passou a seguir, a partir de
22/23 de Dezembro, ainda com o vigorar dessas medidas.
A pergunta que urge fazer é, se o governo
acreditou na estratégia da 1ª vaga – Medidas precoces quando a Curva começou a
subir (que diziam que originaram o tal
milagre), porque não tomaram medidas logo por volta da semana de 5 a 11 de
Outubro, quando era mais que evidente que a curva não iria parar e iria ter um
comportamento idêntico à da 1ª vaga, e só aparecem as primeiras medidas a 28 de
Outubro?
Gráfico 2 - Perfil da Curva de testes positivos da 2ª Vaga
Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/country/portugal/
Tudo parecia
correr às mil maravilhas em meados de Dezembro. Afinal, o governo, medidas tão simples como por um pano nas fuças, e pedir
ao povo para ao fim de semana ficar em casa (a ver o futebol e a missa na Tv) e
os casos tinham regredido para os 3 000/dia e os mortos para uns meros 20/dia.
Foi a altura perfeita, para os grandes Costa/Marcelo contentarem e premiarem o
povo (carneirada para eles), e nada melhor que deixar e até promover o festejar do nascimento do Salvador por mais um milagrinho português
Só que, a 22/23 de Dezembro, como se pode ver no Gráfico 3, o vírus resolve fazer mais um assalto e avançar para a sua terceira investida - A mais que previsível 3ª vaga.
Claro que não avisou das suas intenções, só se fosse parvo, mas já tinha mostrado ao que vinha nas duas vezes anteriores. E o governo do Costa e Marcelo, que durante o segundo assalto de Outubro/Novembro já haviam sido enganados, que fizeram mais uma vez nas 3 semanas seguintes? Pois o mesmo que já haviam feito no assalto anterior: NADA; ou por outra, mandaram o povo festejar o Natal e fiaram-se que a coisa se resolveria apenas com o trapo nas fuças. Pois, não resolveu.
Na semana que terminou a 3 de Janeiro, a média de casos, já era de cerca de 5 000 casos/dia e começaram a acusar a "carneirada" de falta de educação. E alguns carneiros, a mando dos pastores Marcelo/Costa começaram a portar-se que nem agentes da antiga pide/dgs de Marcelo e Salazar: são os genes senhoras e senhores. Entre 3 e 15 de Janeiro( data em que resolveram decretar um “mini estado de confinamento”) morreram em Portugal, associado à covid, 1 500 portugueses (quase 20% do total das mortes covid até essa data).
Qual a avaliação desses governantes e a sua trupe da comunicação social avençada sobre a catástrofe?
É que a culpa é dos portugueses que não se sabem comportar, nem cumprir os nobres concelhos de tão sábia classe política e dos seus conselheiros.
Mas senhores
governantes, a pergunta que lhes fazemos é a mesma que já fizemos em Novembro:
- Se acreditam Vossas "Incelências" nas
medidas que tomaram a 15 e 18 de Janeiro, porque razão não o fizeram a 28/29 de
Dezembro, quando era evidente que a Curva já estava em ascensão vertiginosa, e quando já havia
duas experiências anteriores idênticas?
A conclusão é obvia:
Só os asnos, porque são "burros", se deixam enganar mais que duas vezes! Se for um toiro, mesmo novilho..., sai logo uma cornada.
Fica apenas por
saber quem serão os “ditos e as ditas”: O
povo ou os governantes?
Gráfico 3 - Perfil de ascensão da Curva de testes positivos da 3ª Vaga
Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/country/portugal/
Sem comentários:
Enviar um comentário