Passou 1 ano
sobre o início da pandemia de covid 19 em Portugal. Hoje, é possível olhar para
o fenómeno com um olhar diferente e mais objectivo, daquele que em cada momento
utilizámos.
Apesar de todas
as consequências, muitas delas, quiçá as piores, ainda estarão para vir, mas o
apocalipse para a humanidade, anunciado em Março de 2020, cultivado pela
comunicação social e alguns governantes do sistema, não aconteceu.
Não sendo ainda
possível ter uma avaliação sobre as sequelas causadas pela doença em termos da saúde individual, são os indicadores de mortalidade, sempre os mais fiáveis,
que nos podem transmitir o impacto da doença na comunidade portuguesa.
Quando olhamos
para o Gráfico em baixo de evolução da doença durante os 12 meses e para os dados sobre
a mortalidade imputada à covid (cor tijolo), só com muito boa vontade, conseguiremos classificar a actual pandemia de muito danosa no que toca à
mortalidade, até quando comparada com outras doenças que nos afectam todos os dias.
Até 28 de
Fevereiro foram imputadas à covid 16 317
óbitos, isto representa uma Taxa de Mortalidade de 1,6 óbitos/1 000 habitantes.
Claro que
qualquer morte é sempre uma perda, mas também é um facto que todos teremos esse
fim. E se relativizarmos um pouco e tivermos em conta a realidade, teremos que
concluir que outras doenças (sem terem nada a ver com infecções respiratórias)
matam tanto ou muito mais que a covid, deixo alguns exemplos:
- Doenças do
aparelho circulatório: 33 000 pessoas/ano
- Cancro:
27 500 pessoas/ano
- Diabetes: 5 000
pessoas/ano
- Doenças do
aparelho digestivo: 4 800 pessoas/ano
No que toca
ainda à mortalidade, há ainda outros indicadores que deveremos ter em conta,
nomeadamente: a idade média da
ocorrência do óbito e, consequentemente, os anos de vida perdidos. E aqui, encontramos
mais um dado que nos pode relativizar os danos desta pandemia já que, 70% dos
óbitos ocorreram em pessoas com mais de 80 anos, e mais 15% tinham entre 70 e
80 anos. O que quer dizer que apenas 15% dos óbitos ocorreram em pessoas com
menos de 70 anos (cerca de 2 500 pessoas). Pelo que, com relatividade, os
anos de vida perdidos são certamente muito menores quando comparados com as
mortes provocadas pelas doenças do aparelho circulatório e cancro, que ceifam
vidas em idades bem mais precoces.
Por tudo isto,
teremos que começar a olhar para esta doença com a relatividade que ela merece,
e deixarmos o sensacionalismo, a histeria e voyeurismo bacocos de lado.
Se não o problema não vai ser morrermos da doença! Vai ser, morrermos da “pseudo cura”...
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