Dizem alguns que
no próximo domingo será a primeira avaliação à governação de Passos Coelho. Eu não concordo. Para a avaliação
efectiva, ainda falta cerca de um ano e meio, agora são eleições para o Parlamento Europeu. No entanto, perante tanta
intoxicação informativa e contra informativa, aqui deixo alguns dados, que pela
sua simplicidade, são de fácil análise e penso que deixam poucas dúvidas sobre
a administração da coisa pública, isto é das contas do Estado.
Dirão alguns: o que
interessam os números? Eu não como números!
Pois será, mas é com eles que nos governamos, digo eu, vocês pensem o que quiserem. Eu estou a fazer a minha parte, e deixo aqui para reflexão, em números reais, que isso de percentagens às vezes são manhosas.
Pois será, mas é com eles que nos governamos, digo eu, vocês pensem o que quiserem. Eu estou a fazer a minha parte, e deixo aqui para reflexão, em números reais, que isso de percentagens às vezes são manhosas.
Ter em conta que
em 2005 o Partido Socialista e José Sócrates chegavam ao governo, saíram a meio
de 2011, e a partir dessa data a governação foi da responsabilidade de Passos Coelho e do
PSD/CDS.
Os dados do
Quadro 1 deixam poucas dúvidas sobre a administração socialista (2005-2010) da
coisa pública: foi aumentar as despesas anuais em 20 mil milhões, enquanto as
receitas não passaram de um acréscimo de 10 mil milhões de euros. Como? Pedindo dinheiro
emprestado, pelo qual pagamos hoje o dobro dos juros do que pagávamos em 2005.
Quanto a análise
entre 2011 e 2013, penso que as dúvidas também são poucas. Em 2013 a Despesa Pública diminuiu
cerca de 9 mil milhões em relação a 2010; e a Receita aumentou perto de 1 000
milhões de euros. E o Défice Público foi, em 2013, menos de metade do que em 2010 (8,2
mil milhões, enquanto em 2010 foi de 17 mil milhões). Ter em conta que, já em 2009 o Défice Público também tinha sido
de 17 mil milhões.
Não faltarão, no entanto, ainda aqueles que dirão, que esta diminuição das Despesas do Estado se fez à
custa de uma diminuição das despesas de investimento, mas no Quadro 2 podemos
verificar que tal não é totalmente verdade. Em 2013 as Despesas Correntes também diminuíram
cerca de 2,5 mil milhões de euros em relação a 2010 (a que se deve adicionar mais
3 mil milhões de euros de juros, das dívidas “socretinas”); e em 2012
a diminuição foi bem maior, cerca de 6 mil milhões.
Em contrapartida,
essas mesmas Despesas Correntes entre 2005 e 2010 com a governação socialista,
aumentaram quase 15 mil milhões de euros!
Quadro 2 - Algumas Despesas da Administração Pública em milhões de euros
Perguntarão
ainda alguns:
- Então sendo assim essa governação tão
brilhante, como pode a dívida aumentar em 52 mil milhões de euros nos três últimos
anos?
A minha opinião é a seguinte. Primeiro essa
governação foi boa mas não foi brilhante. Muitas das Despesas diminuíram à custa de
cortes em despesas com pessoal (Funcionários e Pensionistas), e isso fez muitas
“feridas”. Depois, mesmo com estas contas mais equilibradas, as contas do
Estado continuam a ter défice, e nestes 3 anos, totalizou mais de 26 mil milhões:
2011: 7,4 mil milhões; 2012: 10,7 mil milhões e 2013: 8,2 mil milhões; que
logicamente, se repercute na Dívida.
Parece é que alguns dos nossos políticos ainda não perceberam que enquanto houver défice nas contas do Estado, a dívida terá que continuar a aumentar.
Parece é que alguns dos nossos políticos ainda não perceberam que enquanto houver défice nas contas do Estado, a dívida terá que continuar a aumentar.
Mas mesmo assim,
faltam 26 mil milhões, onde estão?
A resposta parece ser muito simples:
- Cerca
de 16 mil milhões estão em saldo de tesouraria do Estado, que dá para Portugal
sobreviver pelo menos 1 ano (como todos reconhecem e alguns até criticam), em Maio de 2011 quando pedimos ajuda externa, os cofres do
Estado tinham apenas dinheiro para duas semanas;
- Os outros 10 mil milhões, como
toda a gente sabe, e por exigência da “troika”, foram emprestados aos Bancos. Esperemos que eles paguem com juros...
Agora, e daqui a
um ano e meio, as escolhas eleitorais são simples:
- Ou voltamos à governação
socialista;
- Ou acreditamos que vale a pena continuar com estes!
Ainda existem os outros,
mas desses, penso que nem vale a pena falar.
1 comentário:
Excelente análise. Objectiva e realista. Parabéns, Mister Bugalhão! :)
Enviar um comentário