sexta-feira, 30 de maio de 2014

Em dia de moção de censura do PCP...



Isto  sim camaradas, 800 euros por relógio, para quem trabalha 25 anos nessa ditosa autarquia de gestão comunista! Assim se repõe o "roubo" dos salários, do Coelho,nos 3 últimos anos.

Oh Jerónimo que "ganda" exemplo. Replique-se! Eu espero que o Mota Soares me dê uma "motinha" igual à dele, sempre foram 40 anos de trabalho!



quinta-feira, 29 de maio de 2014

O que é que estará mal contado?

É hoje notícia  que, a Ordem dos Enfermeiros (a minha Ordem), terá apresentado uma Providência Cautelar, aceite pela juíza do Tribunal Administrativo de Lisboa, a fim de suspender os Técnicos de Ambulância de administrarem terapêutica injectável, inclusivamente, uma simples “injecção” subcutânea de glicose, que em situações urgentes de baixa de açúcar (hipoglicémia) a doentes diabéticos, que lhes pode salvar a vida.

Esta é daquelas notícias que, ou a história está mal contada, ou a Ordem dos Enfermeiros, está tonta! Os Enfermeiros têm bem mais para fazer do que andar preocupados com a competência de que pode dar picas.

Uma coisa é administrar terapêutica injectável em veias (endovenosa), ou em músculos (intramuscular), que deve ser sempre administrada por Técnicos com formação para tal, como é o caso de Enfermeiros e Médicos; outra coisa é uma simples injecção de glicose, que até uma “velhinha” de 90 anos sabe fazer. E que os “verdadeiros” Enfermeiros sempre ensinaram a fazer a toda a gente, nomeadamente, a auto-injecção aos próprios doentes.

Se a história estiver bem contada, a Ordem dos Enfermeiros, bem pode ir fazer uma reciclagem (talvez devesse ter por lá menos gente orientada para a Saúde Materna), e não será com estas atitudes corporativistas que se defende a profissão, e se reclama mais emprego para os enfermeiros. O que está aqui em causa, é uma simples injecção subcutânea (coisa que, após se detectar a hipoglicémia, até uma criança de colo sabe fazer) e que pode salvar a vida de uma pessoa, que pode até ser o senhor Bastonário, ou um seu familiar.

Se estivermos na presença de mais uma notícia da treta (e denegrir uma das profissões em quem a população mais confia), do “dá cá o braço, que a seguir vem a perna”, isto é, agora estas, que a seguir virão as outras! Acho bem que a Ordem esclareça a população e tome toadas as medidas ao seu alcance para bem dos utentes. Se for apenas por corporativismo, para defender os empregos dos Enfermeiros, há outras medidas bem mais importantes, entre as quais, fazer alguma pedagogia para acabar com os “reformados/aposentados” a prestarem cuidados, e os segundos e terceiros empregos.

Os novos Enfermeiros iriam agradecer, e talvez, alguns, fosse escusado emigrarem.

O mundo dos outros...


Há quem já o defina como um dos melhores comentadores da actualidade, João Miguel Tavares, a mim ainda não me convenceu muito, talvez não o tenha ainda trazido bem debaixo de olho. Daqui para diante vou estar atento. Este artigo, apesar de eu não concordar inteiramente com ele, parece-me, no entanto, bastante lúcido, e por isso, aqui o partilho com os meus amigos. Não deixem de o ler até ao fim.


Simplesmente patético
por João Miguel Tavares

“Este é um texto arriscado, porque é possível que à hora que o leitor me estiver a ler alguém tenha conseguido enfim explicar a António José Seguro – recorrendo a desenhos com lápis de cor, talvez – porque é que a sua situação é insustentável.

Mas eu tenho grande confiança nas dificuldades de compreensão do actual secretário-geral do PS, e portanto acredito que ele ainda esteja por esta altura a andar em círculos no seu gabinete, meditando acerca da convocação de um congresso extraordinário.

No início da noite de ontem, após a reunião dos dois Antónios no Largo do Rato, o PS emitiu um comunicado dizendo apenas que o secretário-geral “registou” a opinião de António Costa. Registou mas, pelos vistos, não assimilou. Perante o desafio de Costa, qualquer líder com dois dedos de testa, um pingo de coragem e módica confiança no seu poder, diria, antes sequer de piscar os olhos: “Vamos à luta.” A sua vitória em congresso legitimar-lhe-ia a liderança e daria novo fôlego para as legislativas. A sua derrota provaria que ele não era, de facto, o líder certo para o PS, e antes o colapso interno em 2014 do que um irremediável estampanço nacional em 2015. Mas o que fizeram até agora Seguro e os seus fiéis? Preferiram refugiar-se nos estatutos, que é a versão política do ir a correr para debaixo das saias da mamã. Lamento dizê-lo: é uma homérica cobardia política. E se o povo detesta este governo e tudo o que aquilo que ele tem feito, detesta muito mais políticos tíbios e amedrontados.

Que Seguro não perceba isto diz muito acerca das suas extraordinárias capacidades analíticas. Costa pode até não ter as espingardas necessárias, mas tem o napalm da comunicação social, que vai transformar Seguro em picadinho nos próximos dias – aliás, já está a transformar Seguro em picadinho –, por muito que ele tente esconder-se na caserna. Se o actual líder do PS não se apressar a fazer figura de homem, será cozido em lume não-assim-tão-brando até ao próximo Conselho Nacional e, quando lá chegar, já estará devidamente tenrinho e pronto para ser trinchado pelos comensais. A política não perdoa os meias-tintas.

E Seguro, infelizmente para ele (e para o país, se continuar a liderar a oposição), é o rei das meias-tintas. Tem sido meias-tintas nas suas promessas eleitorais, feitas de juras ao cumprimento do Tratado Orçamental e de negação da austeridade, um daqueles contorcionismos político-económicos que só convence mesmo Carlos Zorrinho. Foi meias-tintas quando recusou a mão que Cavaco Silva lhe estendeu no Verão Quente de 2013, ao propor um acordo de regime em troca de eleições no pós-troika. Seguro teve medo da voz grossa de Soares e companhia e recuou à última da hora. Mas também foi meias-tintas quando ficou a meio caminho nas críticas ao consulado de Sócrates – o seu silêncio embaraçoso não lhe permitiu ganhar o respeito da direita, mas atraiu o ódio dos socráticos, que não lhe perdoaram a distância em relação ao mestre (mestre, de mestrado). Basta olhar para a forma como estão agora a reagir nos media e nos blogues. Chegou a hora do ajuste de contas.

Coloque-se a adornar tudo isto, qual cereja em cima do bolo, o mais patético discurso da noite eleitoral (“o PS teve uma grande vitória, uma grande vitória eleitoral!”) e não chega a espantar que António José Seguro esteja onde está – à beira do abismo. Andar em frente será apenas um pequeno passo para ele, mas um grande salto para Portugal.”

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Desataram o saco de gatos do PS



(Caricatura "roubada" daqui ao amigo Hermínio Felizardo)

Na peculiar política portuguesa, já temos um Partido, que ao longo de 40 anos, sempre “transformou” as diversas derrotas, em vitórias. Nunca tendo ultrapassado, ao longo da história, os 16% de votos dos eleitores portugueses (ainda agora teve 12%, e nas próximas legislativas irá regressar aos habituais 10%), continua a auto-afirmar que é o grande representante do povo, e a reivindicar quedas de governos, logo nos dias seguintes a eleições (onde eles sempre perdem), contestando que, os vencedores, já não representam os que os elegeram. Belíssimo exemplo de prática democrática dos arautos da democracia. Felizmente, que o povo português, não acredita, nem nunca acreditou, em cantes de sereia ou história de carochinha, pois o que se sabe, e se vê, dos exemplos da sua idílica governação, quer a nível nacional (nas autarquias e nos sindicatos), ou a nível internacional onde governam, são o espelho da sua prática política, e, dos benefícios que trazem a esses povos. É um Partido retrógrado, conservador, e mesmo reaccionário, sempre apaixonado pelo passado. Oiçam com atenção os seus discursos: Em 1980 queriam voltar a 1975; em 1990, diziam que nos anos 80 é que era bom; em 2010, já estavam apaixonados pelo que se tinha passado há 10 anos atrás, quando Guterres governava; (...); e em 2014, recusam as novas políticas porque, as socráticas, eram melhores. Por este andar, em 2020, estarão a enaltecer as políticas de Passos Coelho, e, a recusar avançar de acordo com o contexto da altura! Claro que estou a referir-me ao Partido Comunista Português.

Mas agora, temos uma originalidade ainda melhor. Temos um Partido, Socialista de seu nome, que transforma a vitória em DERRROTA, e se prepara para derrubar um líder que acabou de vencer umas eleições com cerca de 32% dos votos! Quando há 1 ano existiu um Congresso, onde esse grande líder Costa, não se apresentou, preferindo a retaguarda, e que outros fizessem o trabalho, que ele, na altura certa, logo viria para recolher a fruta. A isto chama-se, na minha modesta opinião, cobardia política.

Claro que para mim, tal, nem me aquece nem me arrefece. Não sou desse Partido. E há muito que conheço a prática de tal gente. Sempre foram assim. Não respeitam nem as Leis nem os Estatutos, que eles próprios fazem. As leis para eles, são o momento, chamam-lhe “ a nova realidade política”. Foi assim quando o grande presidente Sampaio demitiu um governo maioritário, porque sim, e para pôr lá o seu amigo Sócrates, cuja governação o povo ainda não esqueceu, e, por isso tiveram os resultados que tiveram. E é porque a intoxicação da comunicação social, que dominam, é grande. E vai ser assim agora, para a camarinha mais “mafiosa” e reaccionária desse partido (Soares, Alegre, Sócrates, Ramalho, Lelo, Lacão, etc.), pôr lá o amigo Costa. Porque o Seguro, não é suficientemente seguro. Não dá garantias para uma «maioria absoluta», para que, à vontade, se sirvam do "parco banquete" do aparelho de Estado que foi amealhado nos últimos 3 anos (23, 3 mil milhões).

Oxalá o tiro vos saia pela culatra. Olhem que o povo, senão mesmo os vossos militantes, andam a dar mostras de não roer qualquer isco.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Rescaldo do dia seguinte eleitoral....


- Facas longas do Partido Socialista (Soares, Sócrates e companhia), acham que, Seguro, não é lá muito seguro para mentir aos portugueses, e, fazer esquecer do buraco em que o PS nos meteu na primeira década deste século. Isto é, querem alguém que saiba mentir melhor!

- Comunistas com 12% (400 mil votos), já querem governar, e já se acham os grandes representantes de 10 milhões de portugueses. Até o Marinho Pinto, sozinho, teve 235 mil, e está muito sossegado (por enquanto). Calma camaradas, são só 12%, ainda não são 82%!

Expressões que me aborrecem!


“Vitória de Pirro...”

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Perguntas que incomodam...


De quem é culpa?

(Pergunta de Hélder Pires, sócio-gerente da Empresa Sabores do Norte Alentejano, Lda., feita hoje, em Reunião de Câmara 26/5/2014, ao Presidente da CM de Marvão, após a decisão de aprovação da proposta de Vítor Frutuoso para não RENOVAÇÃO DO CONTRATO DE CESSÃO DE EXPLORAÇÃO DO RESTAURANTE/BAR DO CENTRO DE LAZER DA PORTAGEM, entre a Câmara e a sua Empresa.

Ah pois...


Na rádio, na TV, nos jornais, quem não lê? Portugal e a CEE, quanto mais se fala menos se vê! Já estou farto e quero ver:

Quero ver Portugal na CEE...

À boleia, pela rua, lá vou eu ao mercado comum. Mal lá cheguei, vi o boss, tinha cunhas, foi, o que me valeu, perguntei-lhe: "Qual era a tua ò meu ?"

Quero ver Portugal na CEE...

E agora, que já lá estamos, vamos ter tudo aquilo que desejamos: Um PA paras vozes e uma Fender:

Oh boy, é tão bom estar na CEE


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Coisas giras vistas por aí...

Nada de confusões. O rapaz bem parecido, à direita, sou eu, num jantar de amigos. O gajo da esquerda, é um espanhol qualquer, apanhado hoje na baixa lisboeta à procura de bilhete para a final da liga dos campeões, que se disputa amanhã no Estádio da Luz!

Mas que são parecidos? São. Acho eu...




A falácia do aumento da dívida pública continua...

É mais que sabido que os “canhotos” (socialistas, comunistas e bloquistas) ocupam a maioria dos órgãos de comunicação social em Portugal: da rádio à televisão, e na maioria dos jornais. Inclusive aqueles que deveriam, pelo menos ser neutros, por serem públicos, como é o caso da RTP e da Antena 1. Daí, diariamente, como um saco de gatos esfomeados servem as suas ideologias e os seus gurus. Sem escrúpulos, sem seriedade, e como linha avançada para assalto ao aparelho do Estado, de onde foram corridos ainda não há 3 anos, e que, por enquanto, está ocupado pelos jotinhas PSD e CDS, que não têm capacidade, ou outra coisa, a que espanhóis chamam “cojónes”, para combaterem esta intoxicação pública diária.  Hoje, e mais uma vez, vêm bombardear a maralha com a falácia do aumento da dívida pública, e isto depois, de tantos cortes nos salários, nas pensões, e, do brutal aumento de impostos!

Dizem hoje o Jornal deNotícias e o Jornal i, que a dita, atingiu o valor mais elevado de sempre 220,7 mil milhões de euros, quando há 3 meses era apenas de 213,6 mil milhões de euros. Isto é, verificou-se um aumento de 7,1 mil milhões de euros. Felizmente que a mesma notícia diz, de uma forma pouco expressa (que parece que andam a brincar com cachopos), que tal se deve a existir, neste momento, uma “almofada” financeira de 23, 4 mil milhões de euros. Ou seja: Existem actualmente nos cofres do Estado 23,4 milhões de euros, para que, pelo menos durante 1 ano, se possa fazer face a riscos extraordinários, e, nos devia deixar a todos mais satisfeitos e descansados.

Claro que a “canhotagem” e seus satélites dizem logo que, isto é política salazarista. Vou então tentar desmontar essa falácia.

É claro que continua a aumentar a divida pública. Enquanto houver défice nas contas do Estado (Despesa superior a Receita), a dita, há-de ir aumentando. O governo sempre disse, que mesmo que as coisas corram como o previsto, que tal irá acontecer até 2015. Mas numa percentagem menor do que vinha acontecendo até 2011. Para que tal deixe de suceder: ou diminuímos despesas ou aumentamos receitas. Os tais “canhotos” só falam em aumentar receitas, não dizem é como.

É hoje aceite, confirmado até pelo ministro das finanças de Sócrates, Teixeira dos Santos, que em Maio de 2011 quando se pediu ajuda externa (em desobediência a Sócrates), nos cofres do Estado existiam apenas cerca de 800 milhões de euros, quando nessa altura, esse mesmo Estado, gastava 7,5 mil milhões de euros por mês. Isto é, o dinheiro que havia só dava, praticamente para uma semana, para fazer face aos compromissos, que eram e são, na sua maioria: salários dos funcionários públicos, pensões, subsídios para desempregados, serviço nacional de saúde, educação, juros, etc.

Como é possível que a maioria dos “canhotos” continue a negar essa ajuda externa, inclusive, aqueles que a pediram (os socialistas), nomeadamente, o seu guru espiritual José Sócrates? Será que eles queriam deixar toda esta gente sem o seu sustento? Ou como resolveriam eles a coisa? PEC 4? Então porque não a resolveram, como diziam, com os 3 PEC´s precedentes?

Francamente, apesar de ser um dos apanhados, tenho muita pena que os portugueses, os dependentes do Estado (porque os outros estão fartos de tal situação), não tenham passado pela situação de chegar ao fim do mês e não terem salário, pensão ou subsídio (pelo menos durante 1 mês). Eles que agora quando o "bago" falta 1 dia, quase querem fazer um golpe de estado! E tenho pena, porque mais uma vez o “touro” recuou, e não deu a cornada que falta a muita gente. Se tivesse acontecido, talvez, a coisa se resolvesse de vez, neste país de brandos costumes. E se soubesse de uma vez por todas o que é a politica "sonhadora e idealista" socialista, e as consequências práticas da sua governação.

Mas voltemos à tal Dívida que não pára de aumentar! Mas com dados concretos e com uma análise séria. Como se pode ver no Quadro 1, em 2011 após o consulado “canhoto” socrático, a Dívida Pública era de cerca de 175 mil milhões de euros. Entre 2008 e 2011, a dita aumentou 57 mil milhões de euros. Numa média de 19 mil milhões/ano, e os cofres do Estado vazios.


Em Março de 2014, segundo o Banco de Portugal, a dita é de 220,7 mil milhões. Um aumento no consulado Coelho, de 45 mil milhões. Mas tenhamos em conta que, nos cofres do Estado existe, actualmente, a tal “almofada” de 23,4 mil milhões; a que tem que se somar um empréstimo aos Bancos (que foi exigido pela "troika", e assinado por Sócrates),  de cerca de 10 mil milhões, o que somado, se a matemática ainda for uma ciência exacta, dá cerca 33,4 mil milhões de euros.

O que isto quer dizer é que, retirando estas verbas, o endividamento total nos últimos 2 anos e 3 meses foi de cerca de 12 mil milhões de euros (45 – 33,4), numa média entre os 6 e os 7 mil milhões/ano, mais coisa menos coisa, porque as contas ainda não estão completamente apuradas. E isto ainda é muito, mas parece-me a mim, nada comparado com os anos socretinos, quando era de 19 mil milhões /ano.

Perceberam ou é preciso um desenho?

quinta-feira, 22 de maio de 2014

OqueStrada...


Actualmente, talvez, o melhor grupo da moderna música portuguesa: Genial...


Profetas da desgraça ou, desgraça de profetas...


Confesso que há muito que me andava a apetecer fazer uma coisa destas. Quem me conhece sabe, que sou um amante da coerência e um inimigo feroz dos cata-ventos. Daqueles que falam ou comentam para agradar a quem os ouve, independentemente de mentirem ou dizerem o que pensam, que hoje opinam uma coisa, amanhã, o seu contrário.   

Por isso, enquanto seguidor do Blog Delito de Opinião, e do Pedro Correia, fui reunindo algumas das suas postagens, na sua rubrica “Profetas da nossa terra”, sobre algumas declarações efectuadas por esses arlequins da vida pública portuguesa e famosos fazedores de opinião.

Partilho agora convosco algumas dessas afirmações, acompanhadas do respectivo Link (basta clicar no título a vermelho), onde poderão comprovar a veracidade da coisa. Há para todos os gostos e de todas as cores, elejam as melhores. Mas riam, ou pelo menos sorriam, faz bem à saúde.

Então vejam lá as sabedorias destes políticos e comentadores de pacotilha:

(Manuel Pinho, Ministro da Economia de Sócrates, 13 de Outubro de 2006)

(Mário Lino, ministro de Sócrates, 21 de Julho de 2005)

(José Sócrates, 27 de Janeiro de 2007)

(António Mendonça, ministro de Sócrates, 14 de Janeiro de 2010)

(Dias Loureiro, 1 de Julho de 2008)

(José Sócrates, 11 de Janeiro de 2011)

(Freitas do Amaral, 12 de Novembro de 2010)

(Mário Soares, 5 de Maio de 2014)

(Pires de Lima, ministro de P. Coelho, 28 de Novembro de 2013)

(António Capucho, ex militante do PSD, 20 de Maio de 2014 no tempo de antena do PS)

(Paulo Portas, vice - 1º ministro, 2 de Julho de 2013)

(Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, 21 de Abril de 2013)

(João Cravinho, ex - ministro de Sócrates, 16 de Novembro de 2013)

 (António José Seguro, Secretário Geral do PS, 8 de Julho de 2013)

(João Ferreira do Amaral, economista, 26 de Novembro de 2012)

(João César das Neves, economista, 28 de Setembro de 2013)

(Miguel Frasquilho, deputado do PSD e economista, 28 de Dezembro de 2013)

(Filipe La Féria, 29 de Dezembro de 2013)

(Jorge Jesus, 31 de Janeiro de 2012)

(Joaquim Rita, comentador, 17 de Agosto de 2013)

(Rui Santos, comentador, 29 de Outubro de 2013)

(Fernando Guerra, comentador, 12 de Novembro de 2013)


Um dia destes há mais...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Em quem votar no próximo domingo?


Numa Campanha Eleitoral que discute tudo, menos o essencial e o que está em causa, talvez encontre aqui um bom auxiliar para, no próximo domingo, decidir o seu voto.

O Instituto Universitário Europeu juntou uma equipa de mais de 120 investigadores e desenvolveu uma aplicação que ajuda os eleitores a perceber quais os partidos com que mais se identificam: O Euandi.


A premissa é simples: o utilizador dá a sua opinião sobre 30 afirmações e a aplicação identifica, quais os partidos, cujas respostas estão mais próximas das do utilizador. O tempo de utilização médio é de 7 minutos, tornando este exercício extremamente rápido e eficaz.

Eu tive uma pequena surpresa! Mas que só mostra o quanto determinadas ideologias nos têm feito a cabeça, mesmo àqueles que se tentam libertar da "bebedeira". Depois há que ter em conta, na minha opinião, variáveis difíceis de controlar, tais como “a teoria” (ideologia) e a “prática” dos partidos em Portugal. Mas garanto que é um bom exercício, sobretudo no final, quando comparar as suas respostas com as opiniões dos partidos sobre os vários temas propostos. 

É só carregar no Link abaixo: 


Não há “tachos para todos”...


Ora aqui está a resposta ao ti aníbal, que não se cansa de apelar ao CONSENSO. Aqui está a verdade nua, e, crua. 

E depois???

terça-feira, 20 de maio de 2014

Novos Rumos, contos velhos...

Em plena campanha para as eleições europeias, que têm como objectivo principal a eleição de Deputados que representarão Portugal no Parlamento Europeu, veio o Partido Socialista (PS), que acusa o Governo de ser “eleitoralista”, na Convenção: - Um novo Rumo para Portugal, e pela voz de Tó Zé Seguro, apresentar 15, das 80 medidas para o seu Programa de Governo.

Não tenhamos a mínima dúvida que esta é a altura ideal para apresentar um Programa de Governo, e que isto é tudo menos eleitoralismo! Lol, como dizem os putos.

Como escrevi no Post anterior, nas contas do Estado português em 2013, depois de todos os cortes, ainda registou um défice de cerca 8,2 mil milhões de euros; em 2014, se se cumprir o Orçamento, o que duvido (basta o Tribunal Constitucional chumbar algumas medidas, como parece que vai fazer), está previsto ainda rondar os 6 mil milhões de euros; e em 2015, segundo o Tratado Orçamental a que o próprio PS está comprometido, esse défice (2,5% do PIB), terá que rondar, mais coisa menos coisa, entre os 3 e os 4 mil milhões de euros.

Nas primeiras 15 medidas, as 6 de cariz económico-financeiro, propostas pelo PS para quando for Governo, nesse Novo Rumo, são as seguintes:

- Acabar com a TSU dos pensionistas (Medida 1)
(Diminuir Receita e Aumenta Despesa)

- Revogar os cortes no Complemento Solidário de Idosos (Medida2)
(Aumenta Despesa)

- Não despedir na função pública (Medida 3)
(Aumenta ou mantém Despesa)

- Acabar com a sobretaxa de IRS (Medida 4)
(Diminui Receita)

- Não aumentar a carga fiscal (Medida 9)
(Mantém Receita)

- Procurar que, no quadro do Tratado Orçamental, o país chegue a um saldo estrutural de 0,5% do PIB (Medida 13)
(Isto é, ter um superávite nas contas do Estado, de cerca de 1 000 milhões de euros)

Pergunto eu parvamente:

- Então como é que é possível, com medidas que parecem não aumentar as Receitas (antes parecem diminuí-la); e com várias medidas que irão aumentar a Despesa. Como é que se passa de um Défice de 8,2 mil milhões, para um “superavite” de 1 000 milhões de euros?

Ou eu não sei nada de contas, ou o Tó Zé tem uma máquina de fazer euros, ou quer fazer de nós, não parvos, mas muito parvos!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Os números (quase) nunca enganam....


Dizem alguns que no próximo domingo será a primeira avaliação à governação de Passos Coelho. Eu não concordo. Para a avaliação efectiva, ainda falta cerca de um ano e meio, agora são eleições para o Parlamento Europeu. No entanto, perante tanta intoxicação informativa e contra informativa, aqui deixo alguns dados, que pela sua simplicidade, são de fácil análise e penso que deixam poucas dúvidas sobre a administração da coisa pública, isto é das contas do Estado.

Dirão alguns: o que interessam os números? Eu não como números!

Pois será, mas é com eles que nos governamos, digo eu, vocês pensem o que quiserem. Eu estou a fazer a minha parte, e deixo aqui para reflexão, em números reais, que isso de percentagens às vezes são manhosas.

Ter em conta que em 2005 o Partido Socialista e José Sócrates chegavam ao governo, saíram a meio de 2011, e a partir dessa data a governação foi da responsabilidade de Passos Coelho e do PSD/CDS. 


Os dados do Quadro 1 deixam poucas dúvidas sobre a administração socialista (2005-2010) da coisa pública: foi aumentar as despesas anuais em 20 mil milhões, enquanto as receitas não passaram de um acréscimo de 10 mil milhões de euros. Como? Pedindo dinheiro emprestado, pelo qual pagamos hoje o dobro dos juros do que pagávamos em 2005.

Quanto a análise entre 2011 e 2013, penso que as dúvidas também são poucas. Em 2013 a Despesa Pública diminuiu cerca de 9 mil milhões em relação a 2010; e a Receita aumentou perto de 1 000 milhões de euros. E o Défice Público foi, em 2013, menos de metade do que em 2010 (8,2 mil milhões, enquanto em 2010 foi de 17 mil milhões). Ter em conta que, já em 2009 o Défice Público também tinha sido de 17 mil milhões.

Não faltarão, no entanto, ainda aqueles que dirão, que esta diminuição das Despesas do Estado se fez à custa de uma diminuição das despesas de investimento, mas no Quadro 2 podemos verificar que tal não é totalmente verdade. Em 2013 as Despesas Correntes também diminuíram cerca de 2,5 mil milhões de euros em relação a 2010 (a que se deve adicionar mais 3 mil milhões de euros de juros, das dívidas “socretinas”); e em 2012 a diminuição foi bem maior, cerca de 6 mil milhões.

Em contrapartida, essas mesmas Despesas Correntes entre 2005 e 2010 com a governação socialista, aumentaram quase 15 mil milhões de euros!  


      Quadro 2 - Algumas Despesas da Administração Pública em milhões de euros

Perguntarão ainda alguns:

- Então sendo assim essa governação tão brilhante, como pode a dívida aumentar em 52 mil milhões de euros nos três últimos anos?

A minha opinião é a seguinte. Primeiro essa governação foi boa mas não foi brilhante. Muitas das Despesas diminuíram à custa de cortes em despesas com pessoal (Funcionários e Pensionistas), e isso fez muitas “feridas”. Depois, mesmo com estas contas mais equilibradas, as contas do Estado continuam a ter défice, e nestes 3 anos, totalizou mais de 26 mil milhões: 2011: 7,4 mil milhões; 2012: 10,7 mil milhões e 2013: 8,2 mil milhões; que logicamente, se repercute na Dívida.

Parece é que alguns dos nossos políticos ainda não perceberam que enquanto houver défice nas contas do Estado, a dívida terá que continuar a aumentar.

Mas mesmo assim, faltam 26 mil milhões, onde estão? 

A resposta parece ser muito simples: 

- Cerca de 16 mil milhões estão em saldo de tesouraria do Estado, que dá para Portugal sobreviver pelo menos 1 ano (como todos reconhecem e alguns até criticam), em Maio de 2011 quando pedimos ajuda externa, os cofres do Estado tinham apenas dinheiro para duas semanas; 

- Os outros 10 mil milhões, como toda a gente sabe, e por exigência da “troika”, foram emprestados aos Bancos. Esperemos que eles paguem com juros...

Agora, e daqui a um ano e meio, as escolhas eleitorais são simples: 

- Ou voltamos à governação socialista; 

- Ou acreditamos que vale a pena continuar com estes! 

Ainda existem os outros, mas desses, penso que nem vale a pena falar.

sábado, 17 de maio de 2014

Vem aí o IV Encontro da família Bugalhão




Texto de António José Bugalhão (organizador)


Será aqui:



terça-feira, 13 de maio de 2014

Memórias....


Para meu primo António, com quem partilhei boa parte da minha infância, e que me fez chegar esta “relíquia” perdida no tempo.



Em cima e ao fundo, a bancada superior apresenta um efeito de estar apinhada de adeptos fanáticos. O vento sopra de suão nas quinze bandeiras implantadas na pala, fazendo-as esvoaçar no sentido da esquerda para a direita. Embora só oito apareçam visíveis, as restantes também lá estavam. Sumiram-se. Quem sabe se devido à erosão do cenário por andar de feira em feira, se ao envelhecimento de meio século do retrato que agora contemplamos. Não faltarão aqueles que, ao observarem a imagem, porão em dúvida esta peremptória afirmação sobre o sentido do vento, já que, para os figurantes da imagem, sucede exactamente o contrário. É um pouco como no exame daquele estudante de anatomia, que quando questionado sobre de que lado, nos humanos, ficaria o fígado, este, sem que tivesse a mínima ideia, mas sabendo que tinha cinquenta por cento de hipóteses de acertar, resolveu arriscar que, o dito, ficava à esquerda! Mas perante a cara de contrariado do examinador, e vendo que, certamente, teria errado, se apressou a corrigir: bem, meu caro senhor, fica à esquerda de quem sai, mas, desde que o mundo é mundo, sempre esteve à direita de quem entra.

Com esta retórica, podemos quiçá, concluir talvez, que na vida, tudo tenha o seu quê de relatividade, e, na maioria das situações relatadas à distância, muitas das descrições, dependem sempre mais do narrador, do que da verdade dos factos ocorridos. Não nos faltam disso exemplos na história dos homens. No entanto, para que não restem dúvidas, pelo menos neste caso, encontrando-se o cenário usado encostado à parede lateral virada a nascente, da igreja de Santo António das Areias, por altura da feira anual de São Marcos em 1970, e que a sul se pode observar o imponente castelo de Marvão, sendo o vento, suão, não sendo crível que o retratista do “olha o passarinho”, se tenha posto no telhado da dita igreja, fácil será concluir, que o vento só poderia soprar no sentido Marvão – Areias, e dali ir assobiando, como tantas vezes faz, até aos confins dos montes hermínios maiores.

Na parte inferior, a imagem de uma bola, que está ao centro e parece desfrutar do prazer de repousar sobre um tapete de cor escura, possivelmente verde se o retrato fosse colorido. Tem aspecto de ser de boa qualidade, talvez de cautchu, o melhor que se dizia existir naqueles tempos, mas que a rapaziada da minha idade, apelidava de “cabo de chumbo”. Nada tinha a ver com as de trapo, borracha, ou de plástico, que eram as únicas a que tinham-mos acesso. Essas tais do cautchu só as víamos nas fotos dos jornais, ou no cartaz das rifas de cromos da bola do ti Zé Boto. Nunca percebi porque lhe chamávamos, “cabo de chumbo”? Se era um portuguesismo do cautchu, tal como hoje se usam inglesismos a torto e a direito; se era devido ao facto, dos fundos que amealhávamos, para tentar arrematar a totalidade das rifas finais, onde saía a tal bola de “cabo de chumbo”, ser proveniente das vendas ao ferro-velho de restos de tubos de chumbo usados nas canalizações da época. Mas infelizmente, nunca a verba nos chegou para tal, e assim, a dita, nunca passou de uma ilusão.

Mas o que sobressaia, verdadeiramente, no cartaz desse cenário na barraca dos feirantes das festas do São Marcos, era a imagem de duas criaturas humanas, que tinham no lugar da cabeça dois buracos. Parecia que interpretavam um qualquer bailado clássico, tal a harmonia que parecia existir em seus gestos. Não havia dúvidas que se tratavam de figuras masculinas. Não apenas por os membros inferiores serem muito musculados, ou porque no decote exagerado das camisolas se divisasse qualquer relevo identificativo de género feminino, mas sobretudo porque, naquela época, o futebol não era coisa para mulheres.

Seguindo a teoria em cima enunciada, isto é, o olhar na óptica do observador, a imagem da criatura da direita enverga uns calções brancos e uma camisola de cor escura, enquanto a da esquerda parece envergar uns calções pretos e uma camisola com barras horizontais cinzentas tendo ao peito a insígnia, sem dúvida de um leão. Na da direita é impossível decifrar o símbolo. No entanto, estas cores não passam de pura ilusão, com excepção dos brancos e dos pretos. Na realidade, aquilo que aqui apelidamos de cor escura era de um vermelho berrante como diz a canção, e, as barras cinzentas da outra eram, para continuar no mundo vegetal, de um verde alface vivo. Consequências de uma época, como apelidavam alguns, de um tempo cinzento, ou ainda, mais concretamente, por a arte ainda viver na era da tecnologia das sombras, e essas, como sabemos, sempre foram a pretas e brancas e cinzentas.

Mas deixemo-nos desde hábito tão português de nos fixarmos no supérfluo, e vamos ao essencial, que já vai longa a história, e, talvez a coisa não valha tanto. O que representava esse cartaz era um cenário imaginário de um jogo de pontapé na bola, e que fruto de mais um inglesismo, passou a ser denominado por estas paragens, de fut-e-bol. Os protagonistas são duas figuras que representam os dois grandes clubes rivais de Portugal por essa época: o da esquerda o Sporting e o da direita o Benfica. Tinham estas figuras no lugar do crânio, como já dissemos atrás, um buraco de formato oval, onde a rapaziada, envaidecida, enfiava a fronha, e assim podiam gabar-se aos incautos amigos: “olhe aqui eu quando jogava no Benfica, diziam os lampiões; ou no Sporting, reclamavam os do lado dos lagartos”.

Neste caso, os donos desses crânios eram dois rapazinhos: o João e o António, primos entre si, já que o pai de um e a mãe de outro tinham nascido irmãos na década de vinte do século passado, ali para os lados Pego Ferreiro, no seio de uma família de moleiros. Tinham nessa altura treze anos de idade. António fê-los nesse mesmo dia, João já levava 22 dias de avanço. Já ambos trabalhavam por conta de outrem: João na arte de fazer sapatos, António na arte de fazer pão, e foi com os proveitos que daí lhes advinham, que puderam pagar, cada um, os cinco mil reis que lhes custou o efígie que agora contemplamos.

A sua história comum havia começado por alturas do estio de 1956, quando Luísa, futura mãe de João, sentindo falta das regras já há mais de quinze dias, demandou a casa de sua cunhada Emília, futura mãe de António, perguntando-lhe se esta não conheceria qualquer coisa que repusesse as coisas no sítio, mas Emília, tão embaraçada quanto Luísa, responder-lhe-ia apoquentada: ai mana, eu acho que estou na mesma! E sendo tais aqueles tempos, que foi assim que as duas, nove meses depois, e com um intervalo de três semanas, viriam a dar à luz os dois cromos que aqui contemplamos.          

Viveram os dois primos uma infância comum até aos cinco anos de idade, como se de irmãos gémeos se tratassem, já que suas casas na Ribeira da Ponte Velha, distanciavam poucas centenas de metros: a de João no moinho do Balcão, a de António, um pouco mais a sul, no sítio da Carapeta. O seu percurso de vida, durante este período, foi idêntico ao de tantas outras crianças daquele tempo que cresciam em liberdade pelos campos, carecendo e reclamando de seus progenitores, pouco mais que o satisfazer das necessidades de alimentação, e de alguma escassa higiene já que o rio estava mesmo ali à mão. Nem faltou a estes dois, por volta dos quatro anos de idade, o seu episódio bíblico de irmãos desavindos, que segundo a mãe de João, só não teve o mesmo desenlace, porque ela terá chegado a tempo de o evitar, quando um certo dia António, sempre mais matulão e pujante, tendo já seu primo João pequenino sob seu corpo, se preparava de calhau empunhado, para, possivelmente, lhe dar o destino que Caim terá dado a Abel. Sempre algumas mães chegam na altura certa. Ao contrário daquela mãe da bíblia, que parece, quando chegou, já os correligionários de seu filho lhe haviam dado a morte. Coisas do mundo.

Felizmente que não foi o caso deste nosso João, que aqui vemos, por altura da feira do São Marcos, retratado com corpo emprestado de um «Peres ou um Lourenço», equipando “à Sporting”, que nesse ano haveria de ser campeão nacional. Certamente por isso, nem se importou de ceder a imagem representativa do seu clube do coração, “o glorioso”, a seu primo António, que aqui aparece numa pose de fazer inveja a «Humberto ou Toni», os craques benfiquistas da época, mas que nesse ano, quem sabe se devido a este "reforço", tiveram que se contentar com o segundo lugar do campeonato.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A propósito de barbudas (os)....


Pró ano não falha!!!








quinta-feira, 8 de maio de 2014

terça-feira, 6 de maio de 2014

Coisas muito feias (4)


E agora Presidente?

Tal como aqui expus, nos três artigos que precederam este com os mesmos títulos - Coisas muito feias, a história do consulado de Vítor Frutuoso na Câmara Municipal de Marvão, por muito meritória que venha a ser, ficará sempre manchada por este triste episódio de promiscuidade entre as relações da gestão da coisa pública e as relações com "agentes" que moem dois carrinhos. 

Os novos factos, vindos agora a público provam, que tudo o que aqui escrevi, era verdadeiro, e se o senhor Presidente andasse um pouco mais atento, talvez lhe evitasse alguns contratempos que se advinham.

Em resumo, para recordar os mais esquecidos ou aqueles que só agora tenham contacto com o sucedido, o que se passou foi que uma Empresa (Sabores do Norte Alentejano) da qual era sócio um Vereador (José Manuel Pires) que detinha uma quota de 25% do seu capital (superior aos 10% permitido por lei para poder candidatar-se a concurso), concorreu a um concurso público da Câmara Municipal de Marvão (onde nem sequer deveria ter sido aceite a concurso), da qual era Vereador em Regime de Permanência.

O que se seguiu é um imbróglio de ignorâncias e incompetências (para não lhe chamar outras coisas), típico da política à portuguesa. 

Um bem público (o Restaurante da Piscina) propriedade da Câmara Municipal, é cedido em “Contrato de Cessão”, à Firma do senhor vereador. Por ignorância da lei (?), a Vereação e os Serviços Técnicos de apoio, acharam que os concursos apenas são regulados pelo Código de Procedimento Administrativo (CPA), e para tal, bastava apenas que o senhor vereador não tomasse parte na decisão (quando existem até fortes indícios que até isso aconteceu, recorrendo-se, posteriormente, a emendas e alterações abusivas de uma tal Acta, que até esteve publicada no site da autarquia, onde se dizia, que a decisão tinha sido tomada por unanimidade).

Perante denúncia às autoridades competentes, decorre um processo no Tribunal Judicial de Castelo de Vide (de que resultou as buscas da Polícia Judiciária), e não apenas no Tribunal Administrativo de Castelo Branco como o senhor Presidente quer fazer querer. Sendo que, em causa, não está apenas um mero não cumprimento do CPA, mas também, e sobretudo, o não cumprimento da Lei das Incompatibilidades dos Eleitos Locais.


Soube-se agora, através de Documentos levados à última Reunião de Câmara, que mesmo perante toda esta trapalhada, e quando o bom senso aconselharia o senhor Vereador e os seus familiares directos a saírem deste processo o mais rápido possível, que está a por em causa todos os Membros da Câmara, tiveram ainda a desfaçatez, de virem requerer, a “renovação do dito contrato para mais 3 anos”, como se pode ver na Figura 1.

Figura 1 - Pedido de renovação do Contrato de Cessão do Bar das Piscinas

Para que tal sucedesse, alegaram que o Senhor Vereador, já havia passado a sua parte da Quota na Empresa para a sua mãe e seu irmão (??). Como se estes não fossem seus familiares colaterais em 1º ou 2º Grau, logo, também fora da lei, incorrendo na mesma ilegalidade, e alegando ainda, que tinham um "parecer jurídico" dizendo que tal era legal (mas que nunca apresentaram, segundo se pode ler na Proposta que o Presidente levou a Reunião de Câmara). 

No entanto, parece que desta vez Vítor Frutuoso acordou, e resolveu pedir um parecer jurídico a um Jurista! E claro, até uma criança de colo adivinhava o resultado, e as principais conclusões, desse parecer, são bem explícitas, como se pode ver na Figura 2:

Figura 2 - Conclusões do parecer jurídico pedido por Vítor Frutuoso

(No final deste Post, para os mais curiosos, publico na integra o Parecer)

Perante este parecer arrasador para todo o processo da Câmara Municipal de Marvão, ao Presidente Vítor Frutuoso, não restou outra hipótese que levar à última Reunião de Câmara uma Proposta para a não renovação do referido contrato, como se pode ver na Figura 3:

Figura 3 - Proposta do Presidente para não renovação do Contrato com Empresa "Sabores do Norte Alentejano Lda" 

Conclui-se assim, estarmos na presença de mais uma triste história de exercício do Poder Local, e para que a culpa não morra solteira (como dizia o outro), e para além das consequências do processo judicial a decorrer (que há-de dar em nada, como todos os processos idênticos em Portugal), aqui deixo algumas das minhas reflexões, e alertas, para não pensarem que nos comem por parvos:

1- O Presidente sempre tentou fazer querer, tanto neste processo como no Depósito de Água, que não sabia que as Empresas eram do senhor Vereador. Se o Vereador nunca lhe disse, isso é uma quebra de lealdade do Vereador. E se lhe disse (porque disse, pelo menos através dos documentos que entregou, e que eram do conhecimento público), é uma incompetência do Presidente e dos seus assessores!

2 – Se todo o Processo era tão claro, e não precisava de ser nenhum Jurista a vir fazer um parecer, eu próprio, já em Fevereiro de 2014, aqui havia escrito a conclusão a que chegou agora esse parecer, por que carga de água andou o Presidente a inventar desculpas, não investigou imediatamente, não pediu mais cedo o parecer jurídico, e tomou decisões?

3 – Se o Presidente sente que foi enganado, num processo que pode levar à perda de mandato (do vereador ou de toda a vereação), que até já alegou para não renovar o referido contrato que esse processo sofre de “vícios” (quais?), que consequências institucionais e políticas pensa tirar?

Para mim as coisas são bem claras, e se isto fosse uma democracia séria e um estado de direito, deveriam acarretar responsabilidades e as respectivas consequências, que em minha opinião seriam:

- Ou o Vereador com dignidade e humildade, antes que as coisas se tornem insustentáveis, deveria pedir a demissão para não arrastar todo o Executivo.

- Ou o Presidente acha que houve quebra de lealdade institucional, e deveria retirar a confiança política e respectivo estatuto de Vereador em Permanência a José Manuel Pires. Se o não fizer, pelo menos não se irá livrar da fama, de ser conivente, com a situação. Sendo ele o primeiro responsável perante a justiça. 

- E a Oposição política ao Executivo? Se se calar, é porque consente...


Segue-se o parecer jurídico, na íntegra, do Jurista da CIMMA: