Estórias para gaiatas (e gaiatos) até aos 8 anos
Era uma vez uma colmeia muito bonita
situada num bosque à beira-mar.
Certo dia primaveril de Março
começaram a aparecer na colmeia muitas abelhas adoentadas. As mais velhinhas,
passados alguns dias, acabavam por falecer. A colmeia entrou num alarido nunca
visto e, o zangão mor, decretou que alguma coisa andaria no pólen das flores, e
que o melhor seria ninguém sair da colmeia durante algum tempo. O medo foi tanto que a medida pareceu ter algum efeito,
apesar das abelhas seniores continuarem a morrer.
Não foi preciso muito tempo para as
abelhas concluírem que, se ali continuassem fechadas para não morrerem da
moléstia, morreriam de fome. Foi então que o zangão mor voltou a proferir nova
sentença: a partir dali, apenas sairiam para a labuta e alguma diversão exterior
as abelhas mais jovens, que pareciam ser as menos afectadas pelo fenómeno, mas teriam sempre de levar uma pequena proteção nas fuças dependurada das antenas até às mandíbulas. E,
assim, mascaradas as mais jovens e confinadas as velhinhas, a colmeia estaria a salvo.
Assim se sentenciou assim se fez.
Passaram então as abelhas juniores e algumas juvenis, a fazer a sua vida quase normal. Enquanto as seniores, recolhidas nos alvéolos dos seus favos aguardavam melhores dias, para logo que a peste da falta do cheiro e paladar desaparecesse.
Sempre que obreiras chegavam do
exterior, entravam na colmeia numa excitação digna de se ver, comunicando às seniores confinada, num
frenesim de agitar de asas impregnadas de pólen, a sua
satisfação de utilidade na continuação da espécie.
O zagão mor andava que nem cabia
dentro da pele! Chegou mesmo a proclamar que um “milagre” havia sucedido.
Não foi preciso esperar muito, pouco
tempo depois, as abelhas seniores voltaram a morrer. Só que agora, em muito
maior número.
Conclusão: Há muitas abelhas (e abelhos) a questionar agora o zangão mor se, "o confinamento" e a proteção das fuças, será a melhor estratégia para salvar a colmeia!!!
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