Nos últimos
dias, temos sido bombardeados, até à raiz do tutano, pela comunicação social, com
números alarmistas e sensacionalistas, de que Portugal é ou será o “campeão” mundial das mortes por covid 19.
Essa comunicação
social incompetente, preguiçosa e avençada, para distrair o pagode, agarra em
dados temporais que lhes convém (por exemplo, nos últimos 10 dias, ou se preciso
for no último minuto ou segundo), e começa a divulgar mentiras do tamanho dos himalaias. Possivelmente
para fazer fretes aos que lhes pagam, neste caso o governo (ai que vou ser
acusado de anti patriota), para desviar atenções do que é essencial e se centrarem no acessório.
Não se pode
ignorar que tem morrido muita gente, por covid e de outras causas. Desde o princípio
de Janeiro a média da mortalidade global é de 650 óbitos/dia; enquanto que por covid essa média é de 156 óbito/dia (24% do total). É de facto muita gente, quanto a mim, bastaria
ser 1 óbito, se evitável, para ser excessivo. Mas a morte existe e não se pode
evitar, não podemos é banalizar os números.
Eu peguei nos
dados da mortalidade por covid na maioria dos países da Europa e fiz contas.
Não ao minuto nem à semana, mas desde o inicio da pandemia em Março e a sua
evolução nos últimos 48 dias (desde 10 de Dezembro quando as coisas começaram a
piorar em Portugal).
No Quadro em
baixo podemos observar, na coluna central, que desde o início da pandemia,
Portugal ocupa o 13º lugar no nº de óbitos, no conjunto destes países da
Europa, com 1 082 óbitos/milhão de
habitantes, num total de 11 012
óbitos.
O 1º lugar do
ranking é ocupado pela Bélgica com 1 797
óbitos/milhão de habitantes; seguida da Eslovénia com 1 647 óbitos/milhão
de habitantes. O fundo da tabela, isto é, os países menos afectados até à data,
é ocupada por países como a Irlanda; Grécia e Dinamarca, respectivamente com:
617; 548; e 350 óbitos/milhão de habitantes.
Outros dados a
reter estão contidos na coluna da direita, que nos mostra o nº de mortes/milhão
de habitantes nos últimos 48 dias, no conjunto de países referidos. Portugal registou neste período
um total de 572 óbitos/milhão de
habitantes e ocupa neste indicador, o 5º lugar do ranking; atrás da Eslovénia
(710 óbitos/milhão); R. Checa (621 óbitos/milhão); Croácia (610 óbitos/milhão);
e Eslováquia (597 óbitos/milhão).
É preocupante,
mas para usar uma metáfora humorística e para aliviar a escrita, digamos que, para
a nossa comunicação social, nos últimos cerca de 50 dias fomos o país do
mundo onde mais se morreu e..., o 5º da Europa.
Outra ilação que
me parece a tirar destes dados é algo que venho dizendo desde quase o princípio
da pandemia e logo que se começou a conhecer o modus operandi do bicho: é
que ele para além de manhoso é extremamente democrático, afecta a todos, insensível
às diferentes medidas tomadas em cada país. Os mais poupados no 1º ataque,
estão agora a pagar e com juros (entre eles Portugal e o seu milagre). Em
contra partida, os mais afectados na 1ª vaga estão agora a ser poupados,
veja-se os casos da: Bélgica, Itália, Espanha, França, Suécia e Arménia.
Por fim, algo que também parece ser muito evidente quando se olha para os totais de óbitos. No final, com exceção de meia dúzia de países, o nº de vítimas será muito idêntico. Repare-se que no conjunto destes 24 países europeus, entre o 3º país da lista com maior nº de óbitos (a R. Checa), e o 20º (a Holanda), a diferenças são pequenas e tenderão a aproximar-se.
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