Hoje, como de costume, passei por um grupo de amigos que se reúnem, quase todas as manhãs, em tertúlia,
na esplanada de um estabelecimento de café, para tomarem a sua bica e
comentarem os acontecimentos vespertinos desta cidade do alto
Alentejo, cercada por serras e penhascos e, algumas oliveiras e sobreiros.
Penso que quase todos eles possuem uma instrução diferenciada: 2 ou 3
professores, 1 ou 2 gerentes bancários aposentados e um ou outro que não
conheço.
Lá estão eles
todos de “mascarilha” como manda o ti costa, falando alto, mas na maioria das
vezes as suas bocas e narizes não distam mais 30 a 40 centímetros, num claro
desafio ao “salto de obstáculos” do tal bicho magano. De vez em quando, um ou
outro, até se aventura a fumar uma cigarrada e a expirar o ditoso gás em
baforadas que mais parecem os potes de fumo de alguma discoteca daquelas que
agora não funcionam.
Habitualmente eu
que passo de largo e sem a “dita” aconselhada (só a ponho onde me obrigam), acho que, de vez em quando, recebo um olhar censurável
por continuar a andar com o nariz de fora e ao ar livre.
Nunca consigo
deixar de pensar para com os meus botões se a tal senhora, quando ainda estava
lúcida e não tinha sido também apanhada pelo “bicharengo”, não teria razão
quando nos dizia:
“... a máscara
induz-nos uma falsa segurança e, quando mal utilizada, é meio caminho para
contágio”.
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