quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Recordar coisas que escrevi no passado

Esta foi a minha 1ª participação no Blog Fórum Marvão. 12 anos depois, o tema continua por resolver: 


9 de Maio de 2008 

http://forummarvao.blogspot.com/2008/05/por-onde-comear.html

POR ONDE COMEÇAR?

Em 1997, Manuel Bugalho é eleito presidente da Câmara Municipal de Marvão e com ele, traz um Projecto: elevar Marvão a Património Mundial, com a finalidade de, através desta promoção, pôr Marvão nas rotas do turismo mundial, fazendo dessa aposta, a sua principal prioridade política nos dois mandatos em que esteve à frente da autarquia marvanense.

Quis o destino, ou o vagar que os portugueses dão às resoluções das coisas, que só em 2006, um qualquer departamento do Governo Central, viesse aconselhar a autarquia marvanense, então já com nova Vereação presidida por Vítor Frutuoso, a retirar a candidatura, pois esta corria sérios riscos de não ser aceite pela UNESCO, ou por outras palavras, para ser mais abrangente, ser chumbada.

Não me vou debruçar muito sobre o “processo” percorrido em quase uma década em que durou o Projecto, certamente, haverá por aí alguém, que será capaz de o explicar por dentro muito melhor do que eu, que fui um mero espectador, mais ou menos atento.

O que eu gostaria de trazer aqui à análise e discussão, são alguns dos resultados desse Projecto político, independentemente, da opinião que dele se tenha, e qual a importância do impacto que teve sobre a vida dos marvanenses.

António Garraio, diz-nos na sua primeira intervenção neste Blog que “esse foi um tema muito importante na vida do Concelho, uma história muito mal contada, com um aproveitamento político indecente, e o fim ainda não está completamente esclarecido.”

Concordo perfeitamente com meu caro amigo, mas porque não começar aqui e agora a discussão sobre a coisa?

É minha opinião, que o deveríamos fazer. E porque não começar, meu caro Garraio?

Se o não fizermos, corremos o risco de passar à história, como aquilo que José Gil designa, pela “não-inscrição” de factos ou acontecimentos,na consciência colectiva dos marvanenses.

Se não formos ao âmago da coisa e nos ficarmos mais uma vez pela superficialidade, por um sacudir de responsabilidades, pelo esquecimento, pelo “não luto”…, estaremos a contribuir para passarmos, rapidamente, para outra aventura. Correndo-se o risco, de mais uma vez, desbaratarmos os escassos recursos que vamos tendo, com poucos ou nenhuns proveitos, como parece ser o caso do actual Projecto de adesão à Natur Tejo/GeoPark.

Por mim lanço aqui diversas questões que poderíamos debater, tais como:

- O que é que falhou para que o Projecto não tenha sido concretizado?

- Estão os marvanenses esclarecidos sobre os resultados do Projecto?

- Quem teve as maiores responsabilidades? O poder local ou central?

- Será Marvão, para o mundo, esse sítio de características únicas?

- Foi o Projecto bem liderado e tinha uma candidatura consistente e bem fundamentada?

- Quanto custou esse Projecto aos marvanenses? Os proveitos superaram os custos?

- Quem contou mal história? A quem aproveitou politicamente?

- Valerá a pena relançar a Candidatura? E em que moldes? Ou o Projecto está morto, enterrado e vamos assumir colectivamente o fracasso e assumir responsabilidades?

…ou vamos ficar à espera de mais um “conto do vigário”, ou que a árvore dê as “patacas” que nos faltam?


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