Esta foi a minha 1ª participação no Blog Fórum Marvão. 12 anos depois, o tema continua por resolver:
9 de Maio de 2008
http://forummarvao.blogspot.com/2008/05/por-onde-comear.html
POR ONDE
COMEÇAR?
Em 1997, Manuel
Bugalho é eleito presidente da Câmara Municipal de Marvão e com ele, traz um
Projecto: elevar Marvão a Património Mundial, com a finalidade de, através
desta promoção, pôr Marvão nas rotas do turismo mundial, fazendo dessa aposta,
a sua principal prioridade política nos dois mandatos em que esteve à frente da
autarquia marvanense.
Quis o destino,
ou o vagar que os portugueses dão às resoluções das coisas, que só em 2006, um
qualquer departamento do Governo Central, viesse aconselhar a autarquia
marvanense, então já com nova Vereação presidida por Vítor Frutuoso, a retirar
a candidatura, pois esta corria sérios riscos de não ser aceite pela UNESCO, ou
por outras palavras, para ser mais abrangente, ser chumbada.
Não me vou
debruçar muito sobre o “processo” percorrido em quase uma década em que durou o
Projecto, certamente, haverá por aí alguém, que será capaz de o explicar por
dentro muito melhor do que eu, que fui um mero espectador, mais ou menos
atento.
O que eu
gostaria de trazer aqui à análise e discussão, são alguns dos resultados desse
Projecto político, independentemente, da opinião que dele se tenha, e qual a
importância do impacto que teve sobre a vida dos marvanenses.
António Garraio,
diz-nos na sua primeira intervenção neste Blog que “esse foi um tema muito
importante na vida do Concelho, uma história muito mal contada, com um
aproveitamento político indecente, e o fim ainda não está completamente
esclarecido.”
Concordo
perfeitamente com meu caro amigo, mas porque não começar aqui e agora a
discussão sobre a coisa?
É minha opinião,
que o deveríamos fazer. E porque não começar, meu caro Garraio?
Se o não
fizermos, corremos o risco de passar à história, como aquilo que José Gil
designa, pela “não-inscrição” de factos ou acontecimentos,na consciência
colectiva dos marvanenses.
Se não formos ao
âmago da coisa e nos ficarmos mais uma vez pela superficialidade, por um
sacudir de responsabilidades, pelo esquecimento, pelo “não luto”…, estaremos a
contribuir para passarmos, rapidamente, para outra aventura. Correndo-se o
risco, de mais uma vez, desbaratarmos os escassos recursos que vamos tendo, com
poucos ou nenhuns proveitos, como parece ser o caso do actual Projecto de
adesão à Natur Tejo/GeoPark.
Por mim lanço
aqui diversas questões que poderíamos debater, tais como:
- O que é que
falhou para que o Projecto não tenha sido concretizado?
- Estão os
marvanenses esclarecidos sobre os resultados do Projecto?
- Quem teve as
maiores responsabilidades? O poder local ou central?
- Será Marvão,
para o mundo, esse sítio de características únicas?
- Foi o Projecto
bem liderado e tinha uma candidatura consistente e bem fundamentada?
- Quanto custou
esse Projecto aos marvanenses? Os proveitos superaram os custos?
- Quem contou
mal história? A quem aproveitou politicamente?
- Valerá a pena relançar a Candidatura? E em que moldes? Ou o Projecto está morto, enterrado e vamos assumir colectivamente o fracasso e assumir responsabilidades?
…ou vamos ficar
à espera de mais um “conto do vigário”, ou que a árvore dê as “patacas” que nos
faltam?
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