Mais uns números para tentar perceber onde
estamos, e como aqui chegámos.
Existe aquele
velho ditado que nos diz: “tortura os
números que eles te dirão o que queres”. Lamentavelmente assim é. E eu que
sou um apaixonado dos ditos acho que eles são tão bons, que se prestam a quase
tudo. O que hoje aqui posto para análise, são duas perspectivas de analisar os
valores da Dívida Pública, e, são a prova do que acabo afirmar.
Habitualmente a Dívida Pública é-nos apresentada em %
do PIB. Ora como todos sabemos, para além da variável PIB ser bastante complexa
e subjectiva, ao apresentar a Dívida em percentagem do dito, isso é fruto do
quociente entre o valor absoluto do que se pediu emprestado e o valor desse
mesmo PIB:
- % da Divida
face ao PIB = Valor em Dívida/Valor do PIB anual x 100
Logo, pode muito
bem acontecer que, apesar de a dívida poder ter aumentado (numerador), em
percentagem parece que diminui, bastando para tal, que o tal de PIB
(denominador) aumente também em valor superior. É por isso que me parece que
anda a vender-se por aí muito gato por lebre. Como se fosse quase lei, parece
que, desde que o PIB aumente, podemos contrair mais dívida, que o resultado não
se altera!
Apesar de este
princípio ter sido a divisa dos últimos 40 anos, devido à filosofia “esquerdoide” dominante, em minha
opinião, tal não deveria ter acontecido, e dever-se-ia, isso sim, em anos de PIB a crescer, ter-se aproveitado para reduzir a tal famigerada “dívida” que agora
nos está a fazer a vida negra. Talvez tivéssemos evitado ter chegado onde chegámos
e, agora andarmos a pagar, da pouca riqueza que produzimos (o tal PIB), cerca
de 8 mil milhões de euros de juros/ano (5% da riqueza produzida num ano), que é um valor superior
ao que se gasta com o Serviço Nacional de Saúde durante um ano.
1 - Evolução da Dívida Pública em % do PIB
entre 1991 – 2013
Apesar do valor
absoluto da Dívida Pública ter sempre aumentado em valores absolutos desde 1991,
quando se observa o Gráfico 1, ficamos com a sensação que, anos houve, em que a
Dívida Pública baixou ou, pelo menos, esteve contida. Ora tal só se verifica
porque, tal com expliquei em cima, o valor do PIB nesses anos aumentou em valor
absoluto superior ao que se pediu emprestado. Esta situação verificou-se, por
exemplo, em 1992 durante o período Cavaquista, e no período entre 1995 e 2000
nos primeiros 5 anos de governo de António Guterres, e, que é apresentada,
ainda hoje, como uma grande bandeira da governação socialista.
Será no entanto,
isso, completamente verdade?
Se eu vos disser
que nesses 5 anos da governação de Guterres (1995 – 2000), o valor absoluto da
Dívida Pública aumentou cerca de 10 mil milhões de euros, a uma média de 2 mil
milhões/ano, passando de 52 mil milhões em 1995, para 62 mil milhões de euros
em 2000, parece que custa a acreditar quando se olha apenas para o “boneco” que
apresento em cima.
Vejamos então o
que de facto se passou quando, em vez de analisarmos em percentagem, olharmos
para os valores absolutos do endividamento.
2 - Evolução da Dívida Pública em milhões
de euros entre 1991 – 2013
Quando falamos
de valores reais, isto é, euros, que
é aquilo com que se compram os melões (e tudo resto, como dizia o outro), como
podemos ver no Gráfico 2, desde 1991 (e mesmo desde 1974), o valor da Dívida Pública,
nunca teve um ano sequer, em que não tenha aumentado. Passando de uns “míseros”
35,5 mil milhões de euros em 1991,
para uma verba brutal de 223 mil milhões
de euros em 2014 (6 vezes mais). Isto é, em 25 anos, Portugal pediu mais 188
mil milhões de euros do que aquilo que conseguiu abater, numa média de
endividamento de 8 mil milhões de
euros/ano
Para aqueles que
não percebem, ou não querem perceber, como é que havia dinheiro nos últimos anos, e agora não há, têm
aqui uma explicação simples. Isto é, andávamos a viver todos, mas mesmo todos (uns mais que que outros, claro),
de dinheiro emprestado, e, isso não podia perpetuar-se eternamente. Agora, para
além de não nos emprestarem mais, ou nós ou os nossos filhos e netos, teremos
de pagar o pato. O resto é retórica...
Se quisermos olhar mais atentamente para alguns devaneios de certos governos, podemos verificar que só entre 2008 e 2014 a Dívida aumentou cerca de 100 mil milhões euros! Para aqueles que andam a querer propor uma Medalha "Condecorativa" a Sócrates pelos bons serviços prestados aos pobres, têm aqui um bom argumento: Entre 2009 e 2010, a criatura, aumentou a dívida em 32 mil milhões (4 vezes a média dos últimos 25 anos), e de 2010 para 2011 foram 23 mil milhões de euros (3 vezes a média dos últimos 25 anos)! Alguém duvida que o rapaz merece (a medalha!)?
Mas dizem por aí os papagaios, que entre 2011 e 2014 a Dívida continuou a aumentar! Verdade. Uma hemorragia de 40 anos não se estanca repentinamente, e até é bom que não se faça "o sistema" pode não aguentar. Mas quanto aumentou, e como está aumentar?
Em 2011 a Divida eram 196 mil
milhões, e estima-se que no final de 2014 seja de 223 mil milhões de euros.
Logo o aumento será de 27 mil milhões em 3 anos, inferior ao que a tal criatura, candidata a Medalha, vinha fazendo em cada ano. E segundo consta, existe uma almofada de cerca de 20 mil milhões de euros nos cofres do Estado, que dá para Portugal sobreviver, pelo menos, um ano. E, talvez seja bom relembrar que a dita "criatura socretina e sus muchachos" deixaram nos cofres do Estado cerca de 300 milhões de euros, que dali a
15 dias, quando se fosse pagar salários e pensões não haveria fundos! Que fariam então esses portugueses?
Se tal tivesse acontecido não andaríamos agora preocupados com a colocação de professores, com o colapso do sistema informático da justiça, com as diabruras do Machete, o Coelho não seria suspeito de fuga ao fisco, o Cavaco seria poupado aos "xeliques" em público, o TC não teria tanto trabalho, o BES teria sobrevivido, a PT já teria sido nacionalizada, a Troika nunca teria cá posto os pés, o Portas já seria vice do Seguro, o Louçã já seria secretário-geral do PCP, a Dívida já teria sido perdoada, o Marques Mendes já seria presidente do Benfica, o Sporting nunca teria perdido na Alemanha, o Pinto da Costa já só falaria castelhano e já teria engravidado a Fernanda, etc. Isto é, Portugal seria um paraíso. E quem sabe, até, uma próspera Republica Socialista!
Se tal tivesse acontecido não andaríamos agora preocupados com a colocação de professores, com o colapso do sistema informático da justiça, com as diabruras do Machete, o Coelho não seria suspeito de fuga ao fisco, o Cavaco seria poupado aos "xeliques" em público, o TC não teria tanto trabalho, o BES teria sobrevivido, a PT já teria sido nacionalizada, a Troika nunca teria cá posto os pés, o Portas já seria vice do Seguro, o Louçã já seria secretário-geral do PCP, a Dívida já teria sido perdoada, o Marques Mendes já seria presidente do Benfica, o Sporting nunca teria perdido na Alemanha, o Pinto da Costa já só falaria castelhano e já teria engravidado a Fernanda, etc. Isto é, Portugal seria um paraíso. E quem sabe, até, uma próspera Republica Socialista!
Claro que têm
sempre hipótese de não acreditar em nada disto. São números! E nós somos
pessoas. Só que as pessoas têm necessidades, e muitas vezes só podem ser
compensadas com números, bago, para
comprar os melões! E tudo resto.
Mas há quem
tenha outra opinião. Como por exemplo, que toda esta situação se deveu e deve à
“conjuntura externa”, e que Portugal foi apenas uma vítima. Isto diz a tal
criatura. Sócrates. E agora os seus seguidores e discípulos Costa, Ferro,
Vieira, Galamba & companhia. Então como explicam o Gráfico em baixo (e em percentagem,
é melhor nem olhar para os valores absolutos)? Será que os países referidos são
fantasmas? Ou são mesmo países do nosso mundo, e por acaso, até nossos vizinhos
e parceiros na Europa?
Não venham com tretas que faltam aqui alguns países, sobretudo do sul da Europa, porque: a Espanha a Dívida é de 93% do PIB; a França 92%; o Reino Unido 91%. Resta a Grécia para nos confortar com os seus 175%. Mais uns aninhos de governação socialista e veremos se não chegamos lá! Avante Costa...
Malditos números...
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