quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Como foi possível chegar a isto?


“...é um dos municípios mais desequilibrados do ponto de vista financeiro, com cerca de 20 milhões de euros em dívida, Vila Nova de Poiares é um local sui generis. Tem piscina municipal, centro cultural, parque de desportos radicais, uma imponente "Alameda" onde se realizam eventos ao ar livre, uma enorme cruz no centro da localidade, um jardim com estátuas que evocam profissões tradicionais da região e um sem número de outras coisas vistosas. Mas não tem saneamento básico. Em média, cada um dos 7200 habitantes deve 2 776 euros mas a Câmara só recolhe receitas de 890 euros por munícipe ( destes, 712 euros vêm do Orçamento Geral do Estado(OGE), o que quer dizer que só 178 euros/habitante são de receitas locais). Apesar de quase todos os impostos locais e taxas estarem no máximo.”

Em entrevista ao jornal i, Jaime Marta Soares, (actual presidente da Assembleia-Geral do Sporting), e que governou Vila Nova de Poiares quase 4 décadas, não reconheceu qualquer responsabilidade nesta situação, e afirmou: "Soubemos fazer uma gestão com engenharia financeira para responder aos nossos compromissos". Nesse mesmo artigo, gabava-se: "Mesmo que duplique a população, todas as infraestruturas em Poiares estão preparadas para 40 ou 50 anos"

Ah valente Jaimão, se tivesses que fazer filhos e governá-los para duplicares a população de Poiares, ou tivesses que pagar os 20 milhões em que encalacraste a coisa, talvez não falasses assim!



À grande e à francesa, pois então: Jardim da Raça Poiarense 1,8 milhões de euros. Alguém há-de pagar...


A Revista Visão publica aqui, na sua última edição um artigo sobre - Câmaras com a corda da garganta, que são pelo menos 43 num universo de 308 municípios. Destas, em 20 a sua dívida é superior a 3 vezes às suas receitas anuais; e nas restantes 23 a dívida situa-se entre 2,25 e as 3 vezes as suas receitas anuais (entre as quais encontra-se a de Portalegre que, segundo se consta, terá uma dívida que ronda os 50 milhões de euros, quando o seu orçamento anual não chega já aos 20 milhões).

É de realçar ainda, que as Receitas dos municípios são, cerca de 50% provenientes do OGE, mas na sua grande maioria, essas Receitas, chegam a rondar os 80%. No caso de Portalegre a percentagem é de cerca de 55%; mas em Fornos de Algodres e Vila Nova de Poiares esse valor é de 80%. 



Fonte: Revista Visão

A zona de Portugal que apresenta a maior quantidade de Câmaras endividadas, situa-se na zona das Beiras: a Alta e a Baixa (Fundão, Seia, Covilhã, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Castanheira de Pêra, Vila Nova de Poiares, Santa Combadão, etc.), por sinal aquela que deu a Portugal 2 Primeiros-ministros despesistas (Guterres e Sócrates), que governaram 12 dos últimos 40 anos Portugal. Mero acaso, ou escola?

Como eles andan´aí, será que nos preparamos para regressar à “bela vida”?



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