Que me perdoe o
meu amigo Hermínio Felizardo, de quem sei alguma coisa do seu percurso
profissional (que ele mesmo aqui contou), que não conheço como professor, isto é
enquanto profissional que tem a função de ensinar; mas que suponho estar na
profissão como está enquanto pessoa, e isso dá-me, só por si, garantia de poder acreditar ser um profissional honesto e digno do título que ostenta.
Mas como já aqui
referi em artigos anteriores, nem todos os professores merecerão esta
avaliação, aliás como em todas as profissões. E a julgar por algumas
avaliações, de RESULTADOS (como a
que aqui referi em relação à media da nota de português do 4º ano: 48,7%),
haverá muito para mondar na classe, e nem todos os problemas estarão do lado do
ministério e do actual ministro.
Hoje de manhã ao
ouvir o “pano para mangas” na Antena 1, da autoria de João Gobern, este teceu
os maiores elogios à pessoa do actual ministro Nuno Crato (antes de o ser),
quer como pessoa quer como professor; mas arrasou-o enquanto ministro!
Esta apreciação
tem, aliás, sucedido, com quase todos os anteriores ministros! Porque será?
Neste artigo, da
autoria de Henrique Raposo, talvez encontremos parte da resposta:
“Quem é Mário Nogueira?
Um professor dá
aulas e Mário Nogueira não dá aulas há mais de 20 anos. Parece mentira, mas
este senhor está num perpétuo horário zero há duas décadas. A sua
"carreira" docente conta com 32 anos de serviço, mas, na verdade, o
Glorioso Líder da Fenprof só deu aulas nos primeiros 10 anos de vida
profissional. Os últimos 22 anos foram dedicados ao sindicalismo profissional.
Não, Mário
Nogueira não é professor, é sindicalista. O que me leva a uma pergunta óbvia:
como é que alguém que não dá aulas há vinte anos pode representar com realismo
as pessoas que dão aulas todos os dias?
E esta comédia
sindical não se fica por aqui. Por artes burocráticas impenetráveis, Mário
Nogueira tem sido avaliado como professor: recebeu o "Bom"
correspondente à classificação de 7,9 obtida no agrupamento de escolas da
Pedrulha, Coimbra (Correio da Manhã, Dezembro 2011).
Mais uma vez, um
camião de perguntas bate à porta: se não dá aulas, como é que este indivíduo
pode ser avaliado como professor? Como é que se opera este milagre da lógica?
Entre outras coisas, parece que conferências e artigos de jornal contam para a
avaliação de Mário Nogueira. Fazer propaganda da Fenprof, ora essa, é igual ao
confronto diário com turmas de vinte e tal garotos. Justo, justíssimo,
justérrimo.
Se não é
professor, quem é afinal Mário Nogueira? Na minha modesta opinião de
contribuinte assaltado por horários zero e afins, Mário Nogueira é o verdadeiro
ministro da educação.
A cadeira do
ministério vai mudando de dono, mas Mário Nogueira está lá sempre. Os governos
sucedem-se, mas a Fenprof está lá sempre. E, com menor ou maior intensidade, as
políticas educativas são determinadas pela Fenprof e não pelos governos
democraticamente eleitos.
A força das
eleições nunca chega à tal escola pública, que é auto-gerida há décadas pela
Fenprof. Curiosamente, TV´s e jornais nunca fazem fogo sobre este sindicato. O
poder da educação está ali, mas as redacções só sabem queimar ministros atrás
de ministros. Nunca ouvi ou li uma entrevista a Mário Nogueira. Só vi e ouvi
tempos de antena.
Quem é Mário
Nogueira? Um dos inimputáveis do regime.”
Oh marinho, tendo em conta a limitação de
mandatos, não será já tempo de embalar a trouxa e...., zarpar.
2 comentários:
Zarpar? Deve ser tão bom ser "professor" sem ter alunos e sem dar aulas e sem aquelas "chatices" todas que dizem ter os professores. Assim como assim só dá palestras aos "colegas".
Um abraço
Bem que me enganou...
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