No ano de 2012, decidiu o governo cortar subsídios de férias e natal aos Funcionários Públicos e Pensionistas: a totalidade a quem ganhasse mais de 1 100 euros brutos, e progressivamente a quem ganhasse acima do salário mínimo e aquele valor. Esta medida seria para vigorar enquanto se mantivesse, pelo menos, a intervenção externa em Portugal.
Quando analisou
o diploma, logo o excelso Tribunal Constitucional veio considerar ser tal
medida ilegal, mas que devido ao adiantado do ano e com o orçamento já a meio, dessa
vez passaria. Mas no futuro logo se veria!
Em 2013 quis o
governo repetir a gracinha, com o argumento que seria uma forma de reduzir as
despesas com pessoal, uma das imposições da “troica”; deixando logo ali a
ameaça, que se o tal Constitucional não aprovasse, teriam que ir para a
dispensa de pessoal, que é como quem diz despedimentos. Claro que aí o tal
excelso Tribunal os mandou às urtigas (sabiam que eles não seriam os despedidos), e obrigou a pagar os subsídios, que a
malta precisa desses rendimentos para aumentar o consumo, e consequentemente,
desenvolver a economia.
O resto da
história é demasiado conhecido: paga-se, um, em 12 prestações; paga-se outro em
Novembro, quem quer paga em Junho, outros pagam em Julho, outros ainda pagam em
Junho e terão de o devolver em Julho, etc., etc. É o célebre enfoque de
avaliação de Processos à portuguesa.
Apesar de toda
esta confusão, a maioria da opinião pública, bem como os portugueses nestas
condições, estão convencidos que este ano irão receber 14 meses (quando o ano
passado só receberam 12), e consequentemente, mais 2 meses de “carcanhol”, para
contribuir para o desenvolvimento da tal economia. E tudo graças aos "santinhos e beneméritos" constitucionalistas.
Só que cá o Tio
João, com 6 messes de antecedência, agora que acalmou a poeira, e antes de se
pôr a contar com o ovo no “cu” da dita, e não vá meter-me a gastar o que não vou
receber, resolvi fazer as contas e comparar 2013 com 2012, e os resultados são extraordinários,
então vejamos:
No ano passado,
dos 12 meses que recebi tive um rendimento líquido de 16 256 euros; este ano
com os 14 meses receberei 16 244 euros. Isto é, menos 12 euros!
Porquê? O ano
passado descontei entre IRS e ADSE 2 284 euros; este ano descontarei 5 386
euros de IRS, ADSE, Taxas e Sobretaxas. O Orçamento Geral de Estado, no ano
passado teve uma redução de despesa comigo de 3 090 euros (menos 2 meses); este
ano teve um aumento de receitas de 3 102 euros.
Eu ficarei com
menos 12 euros. Tudo clarinho, a matemática não engana, e o Gaspar aqui acerta!
No fim desta
tramóia, vou escrever ao excelso Tribunal Constitucional à agradecer a sua
contribuição para a reposição de tão exemplar CONSTITUCIONALIDADE! Obrigado queridos guardiões dos meus direitos, acho que me fazeis tanta falta como a fome; aliás menos, porque a fome ainda me desperta o instinto para me lembrar que devo comer!
Como suponho não ser o único nestas condições, aqui deixo o alerta. É que com amigos como estes...
Como suponho não ser o único nestas condições, aqui deixo o alerta. É que com amigos como estes...
Nota importante: Atenção àqueles que
receberem o subsídio de férias em Junho (que os “amiguinhos” presidentes de câmara
em boa hora lhes proporcionaram), e que seja superior a 600 euros, é melhor que
guardem algum, pois o Gaspar não dorme e já disse que em Julho lhes vai fazer a
folha, isto é, acertar o correspondente IRS. Depois não digam que não avisei.
1 comentário:
O ditado, "ninguém dá nada a ninguém" ou o outro "quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é louco ou não tem arte" aplica-se ao nosso governo cá com uma pinta.
Um abraço
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