quinta-feira, 20 de junho de 2013

Obrigado Tribunal Constitucional!




No ano de 2012, decidiu o governo cortar subsídios de férias e natal aos Funcionários Públicos e Pensionistas: a totalidade a quem ganhasse mais de 1 100 euros brutos, e progressivamente a quem ganhasse acima do salário mínimo e aquele valor. Esta medida seria para vigorar enquanto se mantivesse, pelo menos, a intervenção externa em Portugal.

Quando analisou o diploma, logo o excelso Tribunal Constitucional veio considerar ser tal medida ilegal, mas que devido ao adiantado do ano e com o orçamento já a meio, dessa vez passaria. Mas no futuro logo se veria!

Em 2013 quis o governo repetir a gracinha, com o argumento que seria uma forma de reduzir as despesas com pessoal, uma das imposições da “troica”; deixando logo ali a ameaça, que se o tal Constitucional não aprovasse, teriam que ir para a dispensa de pessoal, que é como quem diz despedimentos. Claro que aí o tal excelso Tribunal os mandou às urtigas (sabiam que eles não seriam os despedidos), e obrigou a pagar os subsídios, que a malta precisa desses rendimentos para aumentar o consumo, e consequentemente, desenvolver a economia.

O resto da história é demasiado conhecido: paga-se, um, em 12 prestações; paga-se outro em Novembro, quem quer paga em Junho, outros pagam em Julho, outros ainda pagam em Junho e terão de o devolver em Julho, etc., etc. É o célebre enfoque de avaliação de Processos à portuguesa.

Apesar de toda esta confusão, a maioria da opinião pública, bem como os portugueses nestas condições, estão convencidos que este ano irão receber 14 meses (quando o ano passado só receberam 12), e consequentemente, mais 2 meses de “carcanhol”, para contribuir para o desenvolvimento da tal economia. E tudo graças aos "santinhos e beneméritos" constitucionalistas.

Só que cá o Tio João, com 6 messes de antecedência, agora que acalmou a poeira, e antes de se pôr a contar com o ovo no “cu” da dita, e não vá meter-me a gastar o que não vou receber, resolvi fazer as contas e comparar 2013 com 2012, e os resultados são extraordinários, então vejamos:

No ano passado, dos 12 meses que recebi tive um rendimento líquido de 16 256 euros; este ano com os 14 meses receberei 16 244 euros. Isto é, menos 12 euros!

Porquê? O ano passado descontei entre IRS e ADSE 2 284 euros; este ano descontarei 5 386 euros de IRS, ADSE, Taxas e Sobretaxas. O Orçamento Geral de Estado, no ano passado teve uma redução de despesa comigo de 3 090 euros (menos 2 meses); este ano teve um aumento de receitas de 3 102 euros.

Eu ficarei com menos 12 euros. Tudo clarinho, a matemática não engana, e o Gaspar aqui acerta!

No fim desta tramóia, vou escrever ao excelso Tribunal Constitucional à agradecer a sua contribuição para a reposição de tão exemplar CONSTITUCIONALIDADE! Obrigado queridos guardiões dos meus direitos, acho que me fazeis tanta falta como a fome; aliás menos, porque a fome ainda me desperta o instinto para me lembrar que devo comer!

Como suponho não ser o único nestas condições, aqui deixo o alerta. É que com amigos como estes...

Nota importante: Atenção àqueles que receberem o subsídio de férias em Junho (que os “amiguinhos” presidentes de câmara em boa hora lhes proporcionaram), e que seja superior a 600 euros, é melhor que guardem algum, pois o Gaspar não dorme e já disse que em Julho lhes vai fazer a folha, isto é, acertar o correspondente IRS. Depois não digam que não avisei.

1 comentário:

Helena Barreta disse...

O ditado, "ninguém dá nada a ninguém" ou o outro "quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é louco ou não tem arte" aplica-se ao nosso governo cá com uma pinta.

Um abraço