sábado, 29 de março de 2014

Quem serão os vampiros de hoje?


 No céu cinzento sob o astro mudo batendo as asas pela noite calada, vêm em bandos, com pés veludo, chupar o sangue fresco da manada. Se alguém se engana com seu ar sisudo e lhes franqueia as portas à chegada: - Eles comem tudo, Eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada...

A toda a parte chegam os vampiros, poisam nos prédios, poisam nas calçadas, trazem no ventre despojos antigos, mas nada os prende às vidas acabadas. São os mordomos do universo todo, senhores à força, mandadores sem lei, enchem as tulhas, bebem vinho novo, dançam a ronda no pinhal do rei!

Eles comem tudo, Eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada...

No chão do medo tombam os vencidos, ouvem-se os gritos na noite abafada, jazem nos fossos vítimas dum credo, e não se esgota o sangue da manada. Se alguém se engana com seu ar sisudo, e lhe franqueia as portas à chegada?

- Eles comem tudo, Eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada...


Nunca é demais divulgar, e vale a pena perder 15 minutos na vida:



Figura 1 - Quadro de (des)honra citado por Paulo Morais (mas há muitos mais...)



1 comentário:

Helena Barreta disse...

Uma letra com tantos anos e tão actual ao mesmo tempo.

Um abraço