O amigo Nuno Mota veio lembrar-me este tema do Rui Veloso. Tão
real para mim, com 14 anos, nos meus tempos de oficina, do carregar ao lombo e do malhar no ferro, das soldaduras,
das montagens. Já foi há tanto tempo...
Sexta-Feira? Sexta-feira nem que chova!
“São oito menos cinco, já piquei o cartão, para começar o dia.
Entro na oficina, são oito menos cinco, de mais uma bela matina. Ao toque da
sirene ponho as mãos no aço, saltam as limalhas ficam no cachaço. Ao toque da
sirene, marco o meu compasso. A manhã vai lenta do meio-dia nem sinais, tenho a boca
amarga com o sabor dos metais. A manhã vai lenta e as horas duram mais.
Vou fumar um cigarro até ao “w c”, sabe-me pela vida e sempre dá alento. Vou fumar um cigarro, aproveito e queimo o tempo. O que vale é sexta-feira, depois é dia de alcova, cuidado com a soneira, cuidado com o “escova”. O que vale é sexta-feira, sexta-feira nem que chova!
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