sexta-feira, 1 de novembro de 2013

As músicas da minha vida (5)


O amigo Nuno Mota veio lembrar-me este tema do Rui Veloso. Tão real para mim, com 14 anos, nos meus tempos de oficina, do carregar ao lombo e do malhar no ferro, das soldaduras, das montagens. Já foi há tanto tempo...

Sexta-Feira? Sexta-feira nem que chova!

“São oito menos cinco, já piquei o cartão, para começar o dia. Entro na oficina, são oito menos cinco, de mais uma bela matina. Ao toque da sirene ponho as mãos no aço, saltam as limalhas ficam no cachaço. Ao toque da sirene, marco o meu compasso. A manhã vai lenta do meio-dia nem sinais, tenho a boca amarga com o sabor dos metais. A manhã vai lenta e as horas duram mais. 

Vou fumar um cigarro até ao “w c”, sabe-me pela vida e sempre dá alento. Vou fumar um cigarro, aproveito e queimo o tempo. O que vale é sexta-feira, depois é dia de alcova, cuidado com a soneira, cuidado com o “escova”. O que vale é sexta-feira, sexta-feira nem que chova!

Vou indo devagar não ligo a louvores, não me vou esfolar, também não sou um sorna, mas para a obra acabar? Há tempo até à reforma...”



Sem comentários: