25 anos depois: Quando se tem valor nunca se morre...
Eles são duas
crianças a viver esperanças, a saber sorrir, ela tem cabelos louros, ele tem
tesouros para repartir, numa outra brincadeira passam mesmo à beira, sempre sem
falar, uns olhares
envergonhados e são namorados sem ninguém pensar.
Foram juntos
outro dia, como por magia, no autocarro, em pé, ele lá lhe disse, a medo:
"O meu nome é Pedro e o teu qual é?" Ela corou um
pouquinho e respondeu baixinho: "Sou a Cinderela".
Quando a noite o
envolveu ele adormeceu e sonhou com ela...
Então, bate,
bate coração, louco, louco de ilusão, a idade assim não tem valor.
Crescer, vai dar
tempo p'ra aprender, vai dar jeito p'ra viver: O teu primeiro amor.
Cinderela das
histórias, a avivar memórias, a deixar mistério, já o fez andar na lua, no meio
da rua e a chover a sério, ela, quando lá o viu, encharcado e frio, quase o
abraçou, com a cara assim molhada, ninguém deu por nada, ele até chorou...
E agora, nos
recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos, e dividem a merenda, tal
como uma prenda que se dá nos anos e, num desses bons momentos, houve
sentimentos a falar por si, ele pegou na mão dela:
"Sabes Cinderela, eu gosto de ti..."
"Sabes Cinderela, eu gosto de ti..."
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