sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sobre o novo visual: Um mergulho no tempo e na história...


José Saramago disse um dia que “...sem memória não existimos”, e Fernando Pessoa já tinha afirmado antes que “...a memória é a consciência inserida no tempo”. Para quem se interessa pelo passado, como forma de perceber o presente, mergulhar no tempo e revolver arquivos é uma tarefa fabulosa para a imaginação, mesmo que de uma simples história familiar se trate. Sem nos darmos conta, estamos a encarnar os nossos antepassados, e quando passamos pelos locais em que estes viveram, quase somos tentados a ver o mundo actual com os olhos de há 200 ou 300 anos atrás. Ao mergulhar nestas pesquisas, às tantas, eu já não era o João Bugalhão nascido em 1957, mas cheguei a sentir-me aquele outro João Bugalhão nascido em 1783 moleiro no Moinho da Malpiqua da Ribeira da Ponte Velha, casado primeiro com Joana da Conceição, depois, por morte desta, com Cândida Rosa, e pai de 12 (doze) filhos.

                                                     João Bugalhão in “Bugalhão um nome estranho”


A partir de hoje, e com este novo visual que apresento no cabeçalho deste meu escape que é a “Retórica bugalhónica”, passo a assumir e carregar nos ombros os 4 séculos de história de uma família tradicional de moleiros das margens do Rio Sever, no concelho de Marvão, numa história que investiguei.

O apelido Bugalhão terá sido usado pela primeira vez, por um sujeito de nome José, nascido em 1754 já no concelho de Marvão, que para além deste apelido, também ostentava outros dois: Toureiro, que era o apelido de seu pai e de seu avô (oriundo da vila de Alpalhão; e Gonçalves Serrano, de seu avô materno António, moleiro, e também já nascido no concelho de Marvão no final do século XVII, mas descendente de uma família oriunda da freguesia da Arrifana, concelho da Guarda (certamente essa a origem do apelido – Serra da Estrela: serrano.

A razão por que terá José passado a ostentar este apelido enigmático de Bugalhão, continua um mistério! O facto é que é, no mínimo estranho, tanto que é único em Portugal. O que significa que todos aqueles que têm este apelido são seus descendentes. 

Quem sabe, possa através deste espaço, encontrar alguém que me ajude a desvendar este mistério...


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