quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Aquilo que os socialistas não querem ver...


Há dias que esperava a divulgação pública dos primeiros resultados sobre a execução orçamental do ano de 2014. Eles aí estão. E a partir de agora, sempre que se fale em avaliação governamental, sobretudo no que diz respeito às finanças públicas, porque são essas que os governos podem controlar directamente, estes 2 Gráficos, não podem deixar de ser considerados.

O actual governo com coisas bem-feitas, mas também com outras a terem de ser analisadas com sentido crítico e emendadas, iniciou as suas funções em meados de 2011, substituindo o de José Sócrates que se demitiu. O país estava com as finanças públicas em bancarrota, o défice público tinha sido em 2010 de 20 100 milhões de euros (11,2% do PIB), e já em 2009 tinha sido de 17 204 milhões de euros (9,8% do PIB); isto é, só nesses dois últimos anos de governação socialista, o défice público, totalizou 37 304 milhões de euros. E a dívida pública, em números por baixo, rondava os 170 mil milhões de euros (105% do PIB).



Dizem agora aqueles que querem voltar à governação, que são os mesmos, há excepção do querido líder que por agora continua arrecadado em Évora, que o país está pior, e que com a sua anterior política (PEC´s) teria sido melhor. Nos gráficos que se apresentam, pelo menos no que diz respeito às contas públicas, só não vê quem não quer, qual o papel de desempenho do actual governo. Em 2014 o défice será de cerca de 7 000 milhões de euros (3,8% do PIB quando se apurarem as contas finais), menos 10 000 milhões do que em 2010 (praticamente 1/3 do registado nesse ano).



Nos 4 anos de governação de Passos Coelho (2011 – 2014) o deficit acumulado foi de 37 556 milhões de euros, praticamente o mesmo que o governo socialista acumulou só nos últimos 2 anos da sua governação (2009 e 2010). Claro que estes dados terão impacto na vida de todos os portugueses, e já estão a ter, por isso a berraria que por aí vai para tentarem esconder o óbvio. Esperemos pela evolução da dívida pública...  

Nota: Mais dados sobre a execução orçamental aqui.


É giro ainda ver o que diziam, no início do ano de 2014, alguns paladinos da nossa política. Aqui fica a opinião dos grandes profetas:

João Galamba, por exemplo, tinha dificuldade em compreender “em que medida este orçamento contribui para a consolidação das finanças públicas”, o que vai em linha com a sua incompreensão generalizada de tantos outros assuntos.

- Nicolau Santos, o jornalista keynesiano especializado em laços papillon e em assuntos económicos, afirma mesmo tratar-se de uma “ficção”. E diz mais, “É uma ficção porque assenta num quadro macroeconómico irrealista e porque contempla um objectivo irrealizável”. A precisão das palavras de Nicolau é similar à sua exactidão na escolha de bonitas gravatas.
- Pedro Adão e Silva, entre comentários de futebol, de surf e de música, encontrou tempo para comentar um outro assunto no qual também é especialista. “O Governo prepara-se para fazer a mesma coisa em 2014 mas espera obter resultados diferentes. Partindo de um défice de 5,8%, o Governo estima reduzir o desequilíbrio orçamental em 2 pontos percentuais, para 4%, com 4 mil milhões de austeridade. Como e porquê? Ninguém sabe. A loucura prossegue, enquanto assistimos ao espantoso exercício que é queimar dinheiro na praça pública para satisfazer os desejos sadomasoquistas dos credores.“. O nosso especialista em coisas afirma, de Marcuse ao peito e prancha de surf debaixo do braço, que a “A meta do défice será superior ao acordado (4%)”. Assim tipo 4.5%, Pedro? “acima da que o próprio Governo quis que fosse a meta revista (4,5%)”.

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