quarta-feira, 23 de abril de 2014

Vamos voltar ao “forrobodó”...


Durante 3 anos aqueles que nos emprestaram dinheiro e nos safaram de mais uma “banca rota” vão-se finalmente, dizem alguns, muito optimistas.

Durante estes 3 anos assistimos, a um grunhido constante, por parte daqueles que foram os grandes responsáveis (por gestão ruinosa e danosa) de, em Maio de 2011, o Estado não ter dinheiro para sobreviver mais de 10 dias. Isto é, senão tivesse havido o "empréstimo", não haveria uma redução de salários e de pensões de 20 ou 30%, como se verificou, mas pura e simplesmente, ter-se-ia chegado a meados do mês de Junho de 2011, e toda essa mole de mais de 4 milhões de fregueses que vivem desse Estado, não teriam nada nem ninguém, que lhes pagasses a féria.

Pena foi que tal não tivesse acontecido (pelo menos temporariamente), para muitos saberem o que isso é, e identificarem, logo ali, os responsáveis. Bastaria para isso que não se recorresse ao tal “pato de agressão” como dizem os comunistas e bloquistas, ou que a tal maldita “troica”, que mesmo pedindo, nos mandasse às urtigas, e veríamos o que isso era. Que fariam nessa altura as UGT´s, as CGTP`s, os indignados, e outros? Mas, sobretudo, o que seria das crianças senhor, que como dizia o outro, nenhuma culpa têm! 

Claro que, e mais uma vez, como já aconteceu no passado, esse mesmo Estado não se reformou em nada, recorreu-se a meras medidas de recauchutagem, que todos querem como temporárias, cortando no mais fácil (agora não para inglês ver, mas para à troica parecer), e a partir de Maio, Portugal estará liberto, como dizem outros.

É por isso que oiço com muita apreensão algumas vozes que por aí andam já a lançar foguetes.

Se fosse apenas por parte da oposição irresponsável socialista, que há muito enveredou por uma campanha populista vergonhosa, jogando com a pouca memória do povo português, que apenas querem voltar ao tal “maceirão” do Estado a qualquer preço, para que os seus boys se saciem da dieta de 4 anos, ainda compreendia.

Agora o presidente Cavaco, que ontem veio falar “em dividendos orçamentais” (o quê senhor presidente? E o deficit? E a dívida?), que é tempo de compensar reformados e funcionários públicos, pelos sacrifícios feitos! E que hoje, até o nosso primeiro Coelho, veio anunciar que “os próximos 3 anos nada terão a ver com estes últimos...”!!!

Tudo isto faz-me lembrar uma pequena história pessoal que vivi há cerca de 20 anos e que resumo da seguinte maneira:

“Em 1996 fui eleito para presidir à Direcção de uma pequena Instituição que se vinha individuando progressivamente nos últimos 5 anos da sua vida (média do deficit de cerca de 6% ao ano), atingindo nessa data um montante que rondava os 20 000 euros (4 000 contos em moeda da época), e que representavam cerca de 25% das receitas anuais da Instituição.

Nos primeiros 2 anos dessa governação, a Instituição manteve praticamente todas as actividades (com alguma austeridade, é verdade) mas pagou completamente toda a dívida. Sem chamar “agiotas” ou “ladrões” aos credores, antes um tratamento com respeito e muita consideração!!!

Essa gestão manteve-se por mais 2 anos, e no ano de 2000 quando terminou, ficaram nos cofres um Saldo efectivo de 2 600 euros.

 A governação que nos substituiu, 3 meses depois, andava a pedir empréstimos bancários!!!

Quando voltei à gestão dessa Instituição em 2008 as dívidas já eram novamente de 12 000 euros (tendo a gestão que nos precedeu já amortizado mais 7 500 euros). Quando saímos em 2010 o Saldo efectivo deixado era cerca de 10 000 euros.”       

Questiono eu:

- Não será melhor a tal “troica” ficar por cá mais uns 20 anitos, para ver se esta gente põe juízo na carola? Ou será que temos que mesmo bater na parede para ver que isso aleija a sério?

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