domingo, 1 de setembro de 2013

Fim dos piropos, já!

A propósito deste texto de Ana Vidal no Delito de Opinião, com origem nos temas fracturantes na Convenção Socialista do Bloco de Esquerda:

- O anedotário nacional soma e segue. Agora é o piropo, como se não houvesse problemas a sério para nos preocuparmos.

Se não quiser ir preso, cavalheiro, modere a linguagem quando passar por uma boazona (perdão, por uma jovem interessante). Nada de sugestões em vernáculo de calceteiro, nada de fantasias culinárias. Se não conseguir mesmo ficar calado, nunca vá mais longe do que isto: "Minha senhora, permita que lhe diga que a acho particularmente bonita. Nos meus sonhos mais ousados, imagino-me a oferecer-lhe um bombom na Versailles".”

Isto sim é a verdadeira política de esquerda! Ou antes, isto é que é a verdadeira Política. Isto sim faz crescer o PIB, diminuir o deficit, aumenta as exportações e torna positiva a balança de transacções. Qual vinho do ti antónio, qual carapuça? Isto sim dá de comer a 12 milhões de portugueses!

Criminalize-se já “o piropo”! Esqueçam os incendiários, os corruptos, os aldrabões, os chantagistas: verdadeiros “anjinhos” ao pé da rapaziada dos piropos.

Um pequeno conselho a esta rapaziada (ou será raparigada) do Bloco: - Não se esqueçam de pedir a fiscalização preventiva ao Tribunal Constitucional, ou pelo menos um parecer prévio à Lei anti-piropo, olhem que eles agora não deixam passar nada. Ou será apenas o que vem pela “direita”....

 Antes que o Bloco aprove a tal “lei”, aqui fica uma pequena selecção, para um dia podermos recordar: " - Belos tempos, os da outra senhora, em que os homens podiam dizer coisas como estas, sem ser crime..."

- És como um helicóptero: gira e "boa".
- Ó jóia anda aqui ao ourives.
- Ó jeitosa és mais apertadinha que os rebites de um submarino.
- Tantas curvas e eu sem travões.
- Usas cuecas TMN? É que tens um rabinho que é um mimo.
- Só queria que fosses uma pastilha elástica para te comer o dia todo.
- Se o teu traseiro fosse um banco, fazia uma poupança a taxa fixa.
- Belas pernas, a que horas abrem?
- Até davas uma boa actriz mas és muito melhor atrás.
- O teu pai devia ter a régua torta para te fazer com curvas assim.
- Estou a lutar desesperadamente contra o impulso de fazer de ti a mulher mais feliz do mundo.
- Sabes onde ficava bem a tua roupa? Toda amarrotada no chão do meu quarto.
- Diz-me lá como te chamas para te pedir ao Menino Jesus.
- Acreditas em amor à primeira vista ou tenho que passar por aqui outra vez?
- Queria ser um patinho de borracha para passar o dia na tua banheira.
- Deves estar tão cansada, passaste a noite às voltas na minha cabeça.
- Podes não ser a rapariga mais gira, mas com a luz apagada também é bom.
- Ai não queres? Eu vi logo, gorda como estás é porque não suas muito.
- És mesmo esguia, pareces uma sereia: metade mulher, metade baleia.

Nota de pé de página: Tive que fazer muita auto censura...


4 comentários:

Helena Barreta disse...

Como é que pensam poder evitar que um homem num andaime, sentado numa esplanada, a passar ao lado, em outras tantas situações não mande um piropo?

Andamos a brincar às leis e proibições, mesmo que sejam absurdas.

Agora, de valor é fazer com que situações reais de abuso e violência sejam punidas e as vítimas com acompanhamento prioritário, célere, humanizado, que as respostas às realidades sejam eficazes.

Um abraço

Anónimo disse...

E os piropos dirigidos aos homens?

João, disse...

Não simpatizo lá muito com ela, e não sei porquê. Acho que é por causa dos filhos. Ou quem sabe, talvez, porque a conheço mal. Mas acho que a admiro, sobretudo pela sua coragem. Vá lá a gente ser racional?

Ela, é Helena Sacadura Cabral, e que hoje, no Delito de Opinião, escreve o seguinte Post, ainda sobre os Piropos e as palermices de uma certa “esquerda”:


“Tomara que houvesse!

- Abençoada mãe que deu à luz esta filha
- Boneca, és colírio para os meus olhos
- Querida, se não fosse casado, casava-me já contigo

Aqui ficam três exemplos de piropos, muito do meu tempo, com que o BE pretende acabar, sabe-se lá bem porquê. É claro que há muitos outros jocosos e até ordinários, que dependem do grau de instrução de quem os profere. Mas, por norma, são uma explosão natural de apreço que elogia mais do que ofende.

Num país em que cenas de sexo muito explícito passam diariamente na tv e no cinema - para não referir os computadores -, a qualquer hora, integrando o cardápio da (in)formação televisiva, pública e privada, aquele partido, na actual conjuntura, considera da maior oportunidade, calar a voz dos portugueses que utilizam esta prática latina. Pena que não haja, hoje, um bonito homem no BE, para eu lhe dar um piropo. Oxalá houvesse!

Haja paciência para tanta tolice.”

zira disse...

Eu gosto dela. Acho-a frontal e como não tenho na minha personalidade esse handicap valorizo. Sou assidua do FIO DE PRUMO,ainda que não concorde com tudo.Já o que escreveu, fez-me rir, e pensar o que é muito bom para os meus neurónios.