Nem mais meu caro Rui Rocha, hoje no Delito de Opinião, eu assino por baixo. Leitura complementar aqui
“Só se perdiam as que caíssem no chão
Não quero
parecer a Manuela Ferreira Leite, e nisso sinto-me acompanhado, pelo menos, por
vários milhões de portuguesas, mas tenho para mim que a proposta de suspender a
democracia pode, afinal de contas, vir a ter algum aproveitamento.
Não digo que se
fizesse de forma abrangente que disso a Comissão Nacional de Eleições mais
tarde ou mais cedo acabará por encarregar-se. O que tenho em mente é,
sobretudo, a possibilidade de retomar práticas ancestrais, hoje proibidas por
lei, bárbaras por certo, mas que trariam, devidamente aproveitadas e
actualizadas, bem razoável proveito.
Veja-se o caso
do duelo entretanto caído em desuso e erradicado das nossas práticas por
determinação legal. Note-se que não pretendo aqui defender a solução pelas
armas de questões correntes entre cidadãos comuns. Se o Lopes da Confeitaria
vendeu sete bolos estragados ao Joca do stand de automóveis, eles que se lixem:
discutem o tema durante sete anos em tribunal e logo se vê.
É essa a
essência da democracia, do primado da lei, da proibição da justiça pelas
próprias mãos e nisso não se deve mexer. Agora, se Rui Machete diz que cometeu
uma mera imprecisão factual e Seguro afirma que ele mentiu, as coisas não podem
ficar assim. Trata-se de assuntos de honra. De honra de políticos. De honra
daqueles de entre nós que mais se distinguem. Dos que foram, serão ou querem
ser eleitos e sim, é verdade que este último critério exclui o Fernando Seara
de tudo quanto se dirá a seguir.
Ora, estando em
causa a honra de tais filhos da nação, o esclarecimento integral de tão
fundamentais questões não pode ficar dependente da agenda superlotada dos
senhores magistrados ou da espinhosa distinção entre mentir, faltar à verdade e
cometer uma incorrecção factual. É pois para os políticos e só para eles que
proponho que se retome a utilização do duelo como forma expedita e eficaz de
lhes lavar a honra. Machete e Seguro divergem sobre a qualificação adequada ao
comportamento do primeiro? Pois marque-se uma hora, escolham-se padrinhos e
resolva-se a questão.
Creio, na verdade, que se evitará qualquer excesso sanguinário se, em lugar de armas, for distribuído um gato morto a cada um dos participantes, estabelecendo-se que a vitória será obtida por aquele que, dando com o felino nas trombas do adversário, conseguir fazer o dito cujo gato miar.”
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