Saiu decidida para a rua com a
carteira castanha e o saia-casaco escuro, tantos anos, tantas noites, sem sequer
uma loucura. Ele saiu sem dizer nada, talvez fosse ao teatro chino, vai
regressar de madrugada e, acordá-la cheio de vinho.
Tantos anos, tantas noites, sem nunca
sentir a paixão, foram já as bodas de prata comemoradas em solidão. Pôs um
pouco de baton e um leve toque de pintura, tirou do cabelo o travessão e,
devolveu ao rosto a candura.
Saiu para a rua insegura, vagueou sem direcção, sorriu a um homem com tremura e sentiu escorrer do coração: A humidade quente da loucura...
1 comentário:
Gosto.
Um abraço
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