Desde há mais de
um ano, quando o Gaspar anunciou os cortes dos dois subsídios de natal e de férias
na Administração Pública e Pensionistas, que se sabia qual o objectivo do
governo, e das verbas necessárias para por um certo equilíbrio no “deficit”,
pelo menos temporariamente, nas contas públicas.
O corte proposto
em princípio, representava globalmente, nada mais, nada menos, que um corte
efectivo de cerca de 15% nos rendimentos dos “directos sustentados” do Estado. Isto
é, qualquer destes cidadãos que tivesse a receber 1 000 euros/mês, em vez de
receber 14 mil no final do ano, receberia apenas 12 mil; como facilmente se
conclui 85% do primeiro valor. Com se pensava poupar algumas situações de
rendimentos mais baixos, imaginava o Gaspar, reduzir 10% nestas despesas do
Estado.
O que se passou
a seguir, todos conhecem: desde a gritaria das manifestações, às inconstitucionalidades
do respectivo tribunal, passando pelas incongruências de um PS que não sabe o
que há-de fazer à vida; de uma engenharia da treta, através Impostos,
engendrada pelo governo para 2013 (poupem-me a mais explicações e mais confusões,
ao que, de si, já não é nada fácil); continuam os nossos credores (troika), a
clamar que a Despesa do Estado não foi reduzida, como teria sido acordado desde
o princípio.
Entretanto, a
coisa não teve qualquer melhora, como era lógico, quando um problema não se
ataca pelo princípio, ou quando o boi se não pega pelos cornos. E agora, a
juntar aos cortes dos tais 15% na Administração Pública; junta-se o corte global
de 8% nos rendimentos, a todos os trabalhadores do sector privado, com o corte
de um dos subsídios através de Impostos.
Pergunto eu
debaixo da minha ignorância de “pobre de espírito”:
- Então mas não
teria sido mais fácil, para todas as partes, ter-se chegado a um consenso de
cortar o mal pela raiz, e de uma vez por todas, através de uma redução dos tais
10% no processamento desses rendimentos (salários e pensões)?
- Embora ficando
todos a perder, em relação ao passado recente, não seria muito mais claro, do
que todas estas “engenharias da treta” de sobrecarregar nos Impostos?
- Então e não teríamos
já reduzido os tais 4 000 milhões de que tanto se fala na Administração Pública
(total de 45 000 milhões em Pensões, Salários, Subsídios de Desemprego, Apoios
Sociais e outros)?
- Não teríamos
tornado a nossa economia mais competitiva com a descida dos tais 10% da massa
salarial nos privados, que nos vão tirar com o acréscimo de Impostos?
Etc., etc.
Mas tal como nas
crises de 77 e em 83, quando tínhamos moeda própria, “o povo” gostava era de
ser aumentado, se possível 20% ao ano! Bem..., a inflação chegava aos 30%, mas os
sindicatos e as forças políticas que os dominam eram uns heróis. Os
trabalhadores, esse continuavam a perder os tais 10%! Mas não davam por nada...
Hoje, não diminuem
os salários e pensões, mas aumentam-se os Impostos nos tais 10%!
Tal como dizia a
minha mãe: “se não é merda, cagou-a o gato...”
PS: E, para o ano, ainda vão querer os tais 4 000 milhões de acréscimo, vai uma apostinha? E não fiquem à espera da diminuição de Impostos, porque isso nunca se viu na história recente da sociedade portuguesa...
PS: E, para o ano, ainda vão querer os tais 4 000 milhões de acréscimo, vai uma apostinha? E não fiquem à espera da diminuição de Impostos, porque isso nunca se viu na história recente da sociedade portuguesa...
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