terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um país de governantes “xicos-espertos”, e de cidadãos que gostam de ser enganados...


Desde há mais de um ano, quando o Gaspar anunciou os cortes dos dois subsídios de natal e de férias na Administração Pública e Pensionistas, que se sabia qual o objectivo do governo, e das verbas necessárias para por um certo equilíbrio no “deficit”, pelo menos temporariamente, nas contas públicas.

O corte proposto em princípio, representava globalmente, nada mais, nada menos, que um corte efectivo de cerca de 15% nos rendimentos dos “directos sustentados” do Estado. Isto é, qualquer destes cidadãos que tivesse a receber 1 000 euros/mês, em vez de receber 14 mil no final do ano, receberia apenas 12 mil; como facilmente se conclui 85% do primeiro valor. Com se pensava poupar algumas situações de rendimentos mais baixos, imaginava o Gaspar, reduzir 10% nestas despesas do Estado.

O que se passou a seguir, todos conhecem: desde a gritaria das manifestações, às inconstitucionalidades do respectivo tribunal, passando pelas incongruências de um PS que não sabe o que há-de fazer à vida; de uma engenharia da treta, através Impostos, engendrada pelo governo para 2013 (poupem-me a mais explicações e mais confusões, ao que, de si, já não é nada fácil); continuam os nossos credores (troika), a clamar que a Despesa do Estado não foi reduzida, como teria sido acordado desde o princípio.  

Entretanto, a coisa não teve qualquer melhora, como era lógico, quando um problema não se ataca pelo princípio, ou quando o boi se não pega pelos cornos. E agora, a juntar aos cortes dos tais 15% na Administração Pública; junta-se o corte global de 8% nos rendimentos, a todos os trabalhadores do sector privado, com o corte de um dos subsídios através de Impostos.

Pergunto eu debaixo da minha ignorância de “pobre de espírito”:

- Então mas não teria sido mais fácil, para todas as partes, ter-se chegado a um consenso de cortar o mal pela raiz, e de uma vez por todas, através de uma redução dos tais 10% no processamento desses rendimentos (salários e pensões)?

- Embora ficando todos a perder, em relação ao passado recente, não seria muito mais claro, do que todas estas “engenharias da treta” de sobrecarregar nos Impostos?

- Então e não teríamos já reduzido os tais 4 000 milhões de que tanto se fala na Administração Pública (total de 45 000 milhões em Pensões, Salários, Subsídios de Desemprego, Apoios Sociais e outros)?

- Não teríamos tornado a nossa economia mais competitiva com a descida dos tais 10% da massa salarial nos privados, que nos vão tirar com o acréscimo de Impostos?

Etc., etc.

Mas tal como nas crises de 77 e em 83, quando tínhamos moeda própria, “o povo” gostava era de ser aumentado, se possível 20% ao ano! Bem..., a inflação chegava aos 30%, mas os sindicatos e as forças políticas que os dominam eram uns heróis. Os trabalhadores, esse continuavam a perder os tais 10%! Mas não davam por nada...

Hoje, não diminuem os salários e pensões, mas aumentam-se os Impostos nos tais 10%!

Tal como dizia a minha mãe: “se não é merda, cagou-a o gato...” 

PS:  E, para o ano, ainda vão querer os tais 4 000 milhões de acréscimo, vai uma apostinha? E não fiquem à espera da diminuição de Impostos, porque isso nunca se viu na história recente da sociedade portuguesa... 

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