terça-feira, 10 de novembro de 2020

Olhe que não, olhe que não senhor 1º ministro...


O nosso primeiro António Costa disse ontem na TVi, em entrevista a Miguel Sousa Tavares, quando este lhe perguntou “se Portugal não terá descurado a preparação de uma segunda vaga”; a resposta foi à altura da personagem “que não, que foi feito tudo o possível e, para demonstrá-lo  bastava ver que as consequências afetaram de igual modo todos os outros países da Europa”.

Isto dito, como é hábito do primeiro ministro, do alto da sua sapiência infinita, e com jornalistas da treta que pensam que são os maiores do mundo e arredores e que não se preparam minimamente para apresentarem dados contraditórios aos figurões, ao comum dos mortais ATÉ PARECERÁ VERDADE.

Mas será?

Desde o início da pandemia em Março, a exemplo da história de outras, que se sabia que iríamos ter na Europa uma segunda vaga, e que, certamente, ela teria início durante o outono. Seria normal que os países, através dos seus governos, se preparassem e programassem estratégias de resposta.

Todos sabemos o que feito durante os 4 meses de verão em Portugal (Junho-Setembro): Fomos a banhos como mandaram suas excelências Costa/Marcelo, e prontos. podia ser que nossa Senhora de Fátima rogasse por nós! E chegámos a Outubro, praticamente como estávamos em Maio, sobretudo no que toca à preparação de recursos humanos.

No Quadro que publico em baixo, que compara Indicadores de mortalidade, os mais credíveis para medir o “impacto” mais nefasto da doença, mas também, certamente, para medir a qualidade dos cuidados prestados: quer os de saúde, quer os de apoio social às pessoas institucionalizadas em Lares.

Era com estes dados (entre outros) que MST deveria ter confrontado António Costa e demonstrar-lhe: 

“... não senhor primeiro ministro, as consequências da doença não estão ser iguais em todos os países da Europa, se não como justifica que:

- Entre Julho e Novembro, as mortes associadas à covid em Portugal (137 mortes/milhão de habitantes); sejam:

- 2 vezes e meia superiores às da Suécia (55 mortes/milhão de habitantes); 

- 3 vezes mais do que na Irlanda (41 mortes/milhão de habitantes);  

- E 4 vezes mais do que na Alemanha (31 mortes/milhão de habitantes)?

- Ou ainda, como justificar o que está a acontecer na Itália que em Julho tinha um acumulado 577 mortes/milhão de habitantes, enquanto Portugal era considerado o milagre da Europa com apenas 160 mortes/milhão de habitantes; e entre Julho e Novembro a Itália apresenta menos 23 mortes/milhão de habitantes que Portugal. E a Holanda “aspas aspas”?

Mas como o distinto entrevistador não perguntou pergunto eu, e responda quem souber:

O senhor primeiro ministro não acha que isto sejam consequências dos cuidados de saúde que se estarão a prestar em Portugal?


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