segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Diário de uma pandemia

Andaremos a fazer o melhor para minimizar os efeitos da Covid?

Em primeiro lugar, peço desculpa à dona Graça Freitas por mais um artigo que, possivelmente, classificará de "antipatriótico". Mas há coisas que têm de ser divulgadas e questionadas, e os dados que hoje apresento, que classifico como o resultado do que temos andado a fazer desde o início da pandemia e, sobretudo, nos últimos 4 meses. 

No Quadro que apresento em baixo, as mortes/milhão de habitantes ocorridas nos 3 últimos meses com covid, penso representarem os resultados mais significativos sobre a eficácia das estratégias de prevenção e os cuidados de saúde prestados aos que têm sido atingidos pela doença, nos países da Europa Ocidental.

A razão porque me foco nos dados referentes aos últimos 3 meses, é porque considero que nos primeiros 3 meses (Março-Junho) fomos apanhados pela novidade e pela surpresa de uma doença pandémica, que há muito não afetava a Europa. Mas passado esse período, deveríamos ter-nos preparado para algo que se sabia que iria acontecer no outono/inverno. 

Tivemos uma primavera e um verão (6 meses) para nos preparar, mas os resultados que agora começamos a conhecer mostram que, possivelmente, não o fizemos e, previsivelmente, as consequências serão catastróficas.

O que estes dados nos mostram, são resultados muito díspares nos países da Europa Ocidental. No Quadro em baixo, podemos verificar, que, Portugal, é o 2º país onde, nos últimos 3 meses, mais se morre com covid/milhão de habitantes (43 mortes/milhão), só ultrapassado pela “louca” Espanha.

Para estes números, não tenhamos dúvidas, contribuem decisivamente, nos países mais afetados, a fraca proteção social prestada aos mais vulneráveis, os idosos dos lares; e as deficientes condições de recursos para a prestação de cuidados hospitalares, nomeadamente nos cuidados intensivos. Deixem-se de tretas, não são as testagens massificadas, não são as "mascarilhas" em espaços abertos, não são o fecho das escolas, nem os confinamentos que alguns não se fartam de apregoar, nem fecho de fronteiras e etc..

Se não como se pode explicar, para além das ligeiras diferenças populacionais, tão dispare  variedade de resultados? 


 

Da análise destes dados não posso deixar de fazer algumas perguntas "antipatrióticas" à Doutora Graça Freitas e à Ministra Marta Temido:

Bem sei que elas não sabem, porque elas mesmas o disseram, porque morreram, na mortalidade geral, mais 7 000 portugueses do que o esperado (sem ser com covid) entre Março e Setembro.

Mas isto..., elas devem saber:

Porque morreram em Portugal com Covid entre Julho e Outubro 43 pessoas/milhão de habitantes, quando:

- Na Alemanha apenas morreram 7; 

- Na Suíça 14; 

- Na Irlanda 16; 

- No Reino Unido 26; 

- Na Holanda 25;

... e nos cemitérios da Europa (assim eram denominados em Março e Abril):

- Itália 21; 

- Bélgica 33?

 - E na "famigerada" Suécia, dos “mata velhinhos”, apenas 40? E isto é porque estamos a incluir dados de Julho e Agosto, onde ocorreram muitos óbitos. Quando for da próxima avaliação, não me admiraria que os dados fossem idênticos aos da Alemanha ou Dinamarca. Já que, entre 1 e 10 de Outubro, apenas morreram 14 pessoas (10 dias), o equivalente ao que estão a morrer em Portugal por dia.

 

Por fim convirá fazer 3 perguntas ao sábio António Costa:

- Quantos dos cerca de 1 500 ventiladores adquiridos desde Março estão a funcionar em pleno?

- Quantas pessoas desempregadas do Turismo foram integradas nas equipas dos lares?

- Para que serve a aplicação StayAway Covid? E porque não funcionou no conselho de ministros e no conselho de estado?


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