sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Numa altura que só se fala da zambujeira, fiquemo-nos pelo Zambujo...


O nosso amor chega sempre ao fim. Tu velhinha com teu ar ruim, e eu velhinho a sair porta fora. Mas de manhã algo estranho acontece, tu gaiata vens da catequese, e eu gaiato a correr da escola. Mesmo evitando tudo se repete: o encontrão, a queda e..., a "dor" no pé, que o teu sorriso sempre me consola.

No nosso amor tudo continua, o primeiro beijo e a luz da lua, o casamento e o sol de janeiro...!

Vem a Joana, a Clara e o Martim...! Surge a pituxa, a laica e o bobi, e uma ruga a espreitar ao espelho. Com a artrite, a hérnia e a muleta, tu confundes o nome da neta, e eu não sei onde pus o dinheiro!

O nosso amor chega sempre aqui. Ao instante de eu olhar para ti com ar de cordeirinho penitente, mas nem te lembras bem o que é que eu fiz. E eu, com isto, também me esqueci! Mas contigo sinto-me contente, penduro o sobretudo no cabide, visto o pijama, e junto-me a ti de sorriso meigo e, atrevidamente...

Ao teu pé frio encosto o meu quentinho, e, adormecendo, lá digo baixinho: 
- Eu vivia tudo novamente...

Sem comentários: