Unir/desunir, ou como “o conjunto” deveria
ser sempre superior à mera soma das partes.
- GDA: Grupo Desportivo Arenense; UJA: União da Juventude Arenense
Não quis
escrever este artigo antes da data de realização das festas para não
influenciar ou dar azo a algum mal-entendido e por me parecer que, o que quero
expor, estar para além duma mera realização de “festas”, pois entendo que a
relação entre estas duas associações deve ter um sentido mais lato e abrangente.
Também não quero
deixar de, previamente, referir que o papel de mediadores e sensibilizadores
que deveria ser exercido pelas instituições públicas - Junta de SA das Areias e
CM de Marvão, parece não terem ficarado muito bem na fotografia, já que, em vez de unirem antes diviram, nomeadamente o Presidente da Câmara,
que ao imiscuir-se nestas querelas, parece que em nada contribuiu para minimizar ou resolver, tal como se pode ler aqui em comunicado da UJA. O
que me leva até a questionar se o Sr. Presidente não terá mais nada para fazer
do que andar metido em “festeiro”! Será que não existe um assessor, ou um técnico
em melhor situação?
Mas vamos ao que
interessa. Estas duas associações, onde cada uma deveria desempenhar o seu
papel na comunidade arenense, onde ambas cabem à vontade, há muito que em vez
de trabalharem em conjunto e se complementarem, passam o tempo a disputar
algumas áreas comuns, nomeadamente, as actividades de cariz cultural. Já nem
defendo que se fundam, sendo a UJA a vertente jovem do GDA, mas que se sentem a
uma mesa e elaborem um simples protocolo de colaboração, para que ambas fiquem
mais ricas e a comunidade arenense possa beneficiar. O GDA, sempre privilegiou e está mais vocacionado para o desenvolvimento de actividades desportivas; a
UJA, enquanto associação de jovens, parece estar mais virada para actividades
de cariz cultural e recreativo. Porque não unirem-se e actuarem em conjunto?
O GDA possui, actualmente, um bem patrimonial único na povoação, a sua Sede. Parece, no entanto, estar com alguma dificuldade
em a dinamizar (pelo menos foram críticas ouvidas na última Assembleia Geral).
A Direcção comprometeu-se que, no futuro, iria tentar pelo menos, fazer a sua
abertura diária. Mas a pergunta que se faz é, para quê se não existem lá actividades?
E assim, um bem que apesar de ser formalmente do GDA, é em primeiro lugar da comunidade
arenense, está para ali desaproveitada e às moscas, quando poderia servir as
duas associações, e todos ficavam a ganhar. Mais, essa Sede possui uma “pérola”
na sua cave, uma sala tipo Discoteca, a mais antiga e apetrchada do distrito e uma
das mais antigas do país, que está praticamente desactivada. Será que a UJA não
estará em posição de a dinamizar para a juventude arenense ter aí um meio de
diversão e não ter que sair da sua terra? Este seria um bom começo de entendimento
em que ambas as organizações podiam beneficiar.
Esta situação até
já nem seria nova, pois em 1996 quando fui eleito Presidente da Direcção do GDA,
foi uma das primeiras medidas que tomei, e com resultados muito positivos para
ambas as associações. Pelo menos foi essa avaliação que se fez na altura.
Para que sirva de reflexão, aqui deixo alguns dados gerais sobre o Protocolo de então, e que fazem parte do Relatório que ficou no GDA:
Para que sirva de reflexão, aqui deixo alguns dados gerais sobre o Protocolo de então, e que fazem parte do Relatório que ficou no GDA:
“... em Setembro de 1996 foi feito um
Protocolo com a UJA, com a finalidade de por em funcionamento e dinamizar esta dependência
do Clube, e simultaneamente proporcionar Receitas às duas Associações para
desenvolvimento das suas actividades. Este Protocolo baseou-se a nível
financeiro, e após apuramento líquido das receitas, a sua distribuição em 3
partes:
- 50% para o GDA;
- 30% para a UJA;
- 20% para obras e investimentos na Sala.
Ao fim de 2 anos (96/98) os resultados líquidos
foram os seguintes (transformados em euros):
- GDA: 12 200 euros
- UJA: 5 150 euros
- Obras e Investimentos na Sala: 7 050 euros
Total
de receita líquida: 24 400 euros.
Bem sei que os
tempos são outros, mas não deveriam conversar?
5 comentários:
Sem conversarem e mantendo as instalações vazias é que não rende mesmo nada, tudo o que entrasse era lucro, pouco ou muito era ganho.
Sou do tempo dessa discoteca e só não a frequentava pois a de Castelo de Vide, a D.Pedro V, ficava mais perto, para quem andava a pé e à boleia fazia toda a diferença.
Um abraço
Boa noite,
Caro João, fico inteiramente satisfeito por ver exposto este tema sobre o qual ultimamente se tem questionado imenso por estes lados. Gostaria aqui de referir antes que, não estou a representar nada nem ninguém, embora vá defender um dos lados mais a frente.
Relativamente ao assunto tenho a dizer, que enquanto os interesses políticos se colocarem a frente dos objetivos e soluções dinamizadoras para ao bem desta sociedade, será literalmente impossível reverter esta situação. Antes de corrermos pela cura, deveríamos procurar encontrar a causa.
Há quem se tenha movimentado em massa em busca de alcançar os seus objetivos e acho que isso tem sido visível não só pela procura mas pela própria qualidade da concretização das suas atividades.
Penso que é aparente o lado de que me coloco neste situação mas, ainda assim, não questiono a qualidade de soluções apresentadas por si, isto porque antes quero referir que é preferível conseguir unanimidade e consenso dentro deste tema por ambas as partes, colocando de lado uma serie de impasses associados aos interesses não só políticos mas, também talvez pessoais de quem preside o GDA, de onde nem a própria massa interna tem uma posição unânime. Sem isto acho que está evidente que essas soluções se tornam inúteis, e penso que deve concordar.
Vim aqui com uma posição e uma defesa a um dos lados, mas o que mais me interessa referir é que existe, e entrando em acordo consigo, algo (não querendo nomear ninguém) dentro do encargo da Câmara Municipal de Marvão bem como da Junta de Santo António, uma falta de transparência política, à qual está aparente uma serie de posições, opiniões e por sua vez soluções facciosas, que em nada têm contribuído para o desenvolvimento e dinamização deste Concelho. “ (…)em vez de unirem antes dividiram(…)”
Despeço-me reescrevendo novamente o que referi há pouco: antes de corrermos pela cura, deveríamos procurar encontrar a causa.
Cordiais cumprimentos,
Alguém
Seus basofas, alguém teve a coragem de questionar os Presidentes de Marvão e de Santo António das Areias, é que a verdade não tem só um lado...
Outro Alguém
Olá Joao,
Parabéns pela crônica, questionou aqui um assunto que já há muito se fala por estas bandas.
É com muita pena que vemos a nossa discoteca fechada faz tempo!
Antes ainda abriam em dias de festa e feriados, mas agora... nem na passagem de ano.
É verdade, que para quem lá trabalha, o faz com amor a camisola. Sei isto, porque também já lá trabalhei e tínhamos de abdicar de todos os fins de semana, mas eram outros tempos....
Dai, também concordo de proporem a UJA para explorarem a Discoteca, visto que é nessa associação que lidera a maior parte da juventude da nossa terra. E o GDA tinha uma fonte de rendimento.
O protocolo que o Sr. João fez nessa altura, era bom nessa altura, só que agora os tempos são outros.
Antigamente era só abrir a porta e a casa enchia, agora, cada vez que se abre a porta tem-se de investir em DJs, música ao vivo, festas temáticas, porque se não, ninguém aparece.
Era bom que ambas as associações se entendessem para o bem da terra e cada associação ganhava.
Sou simpatizante do GDA e da Uja, mas se unissem nesse sentido ambas ganhavam.
Bem, mas isto tudo é apenas a minha opinião ,
Alexandra Sequeira
A Alexandra tem toda a razão , a união faz a força!
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