sábado, 27 de abril de 2013

Épicos da música portuguesa (1)


De linho te vesti, de nardos te enfeitei, amor que nunca vi, mas sei. Sei dos teus olhos acesos na noite - sinais de bem despertar - sei dos teus braços abertos a todos que morrem devagar. Sei meu amor inventado que um dia, teu corpo pode acender uma fogueira de sol e de fúria, que nos verá nascer.

Irei beber em ti o vinho que pisei, o fel do que sofri, e dei!

Dei do meu corpo um chicote de força, rasei meus olhos com água. Dei do meu sangue uma espada de raiva e, uma lança de mágoa. Dei do meu sonho uma corda de insónias, cravei meus braços com setas, descobri rosas, alarguei cidades e, construí poetas.

E nunca te encontrei na estrada do que fiz, amor que não logrei, mas quis!

Sei meu amor inventado que um dia teu corpo há-de acender uma fogueira de sol e de fúria, que nos verá nascer. E então:

Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos nem, pedras, nem facas, nem fomes, nem secas nem, feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas nem, forcas, nem cardos, nem dardos, nem guerras, nem mal...









A escolha da versão, é de cada um. Eu prefiro Sérgio Borges....


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