Fiquei a saber ontem, numa tertúlia de amigos, que a Oposição em Marvão ao actual presidente da câmara Vítor Frutuoso, procura envidar esforços de forma a encontrar uma alternativa única, forte e credível, para as próximas eleições autárquicas de 2013.
Felicito-os por tal. Após 8 anos de poder, o actual executivo em Marvão, começa a "cheirar a mofo" (para não usar outra adjectivação), muito diferente, na sua prática, daquele sadio Projecto e lufada de ar fresco iniciado em 2005.
Uma democracia forte precisa de alternativas e alternâncias, assim como precisa de crítica e de vigia aos seus actores, que sem elas, se podem tornar em pequenos déspotas e democratas de “meia-tigela”.
Dois mandatos deveria ser a regra para o exercício de cargos públicos. Mais que isto, e com o fraco exercício dos nossos órgãos reguladores, é entrar em territórios muito perigosos, como aqueles que todos nós vimos verificando, seja no concelho, seja no país.
Fiquei no entanto algo desapontado com alguns “perfis ideais” traçados para os possíveis candidatos que se pretendem apresentar como alternativa, e que parecem ter que obedecer a alguns dos seguintes parâmetros:
Alguém que venha de fora para não se conhecerem os defeitos; alguém de quem não se possa dizer mal; o que interessa é a personalidade imaculada; que seja alguém tipo “expert”;alguém acrítico e que não se tenha envolvido em conflitos com o actual executivo; e, porque a Mudança é sempre positiva, etc., etc.
E eu a questionar-me:
Mas qual será o Projecto? Será que mais uma vez o que interessa é o “figurão”? O facto de não ser do meio é sinonimo de qualidade? Só interessa o “chefe”, os restantes até podem não saber ler ou escrever? E o que é que já fez pelo concelho até agora? Mudar só para mudar, e se for para pior?....
Por mim, de figuras cinzentas, já chegam as que temos. O que Marvão precisa é de pessoas que conheçam o concelho, as suas gentes, e os seus costumes; que saiba o nome dos marvanenses dos Alvarrões ao Pereiro e dos Galegos ao Vale de Ródão; que queira trabalhar em equipa, que considere as pessoas acima das obras, que saiba ouvir mais do que falar; que saiba estar presente nos bons e maus momentos; que não utilize o “eu” quando se refere ao trabalho de todos; que saiba que qualquer homem isolado é uma ilha, e o conjunto é sempre superior à soma das partes; que não ponha os seus negócios à frente dos interesses da comunidade; que não olhe para os do seu "partido" como imaculados e para os outros como inimigos; alguém que seja simples e não um megalómano; que respeite o movimento associativo, que trate todos por igual e com respeito, em vez de nomear comissários políticos; que utilize os recursos para melhorar a vida dos marvanenses, e não para servir os amigos ou correligionários; que saiba que está no lugar para servir os marvanenses e não para se servir deles...
E mais não digo, porque já disse muito!
Sem comentários:
Enviar um comentário