Ser do Benfica,
ou ser benfiquista!
Sou daqueles
benfiquistas que já deixei de comer quando o Benfica não ganhava, daqueles que
em tempos não dormia nas noites anteriores quando se aproximava um jogo
importante. Mas isso foi lá para os anos sessenta e setenta do século passado.
Depois, durante os quase 20 anos em que fui actor de palco dessa modalidade,
embora em termos modestos, ia aí queimando a adrenalina, e passei a olhar o
futebol espectáculo com mais calma.
No entanto, nos
últimos tempos, e com o abandono dos meus modestos palcos, a coisa voltou. Não
ao ponto de deixar de comer ou dormir, mas pelo menos de ser atacado pela ansiedade,
antes, e pela tristeza e angustia, depois, sobretudo quando o desenlace não é
positivo.
Mas não me deixo afundar à primeira contrariedade, não entro em pânico, e não passo dos “oitenta
para os oito”, só porque um qualquer "submarino amarelo" inspirado nos fez um pequeno rombo. Tal como não há campeões no início de qualquer prova, também não
existem derrotados quando ainda temos os lemos em nossas mãos, e se soubermos usar os nossos dotes e competências da arte de marear
As contas só se
fazem no fim!
Sou do Benfica,
mas o meu benfiquismo não é daqueles que, para ganhar, paga qualquer preço. O
jogo é para ser jogado até ao fim, e o Benfica, tem desta vez a possibilidade,
como nunca, de mostrar que é melhor e merece ser Campeão, pois o sorteio da
competição assim o ditou, ao reservar para o penúltimo jogo o confronto com o
adversário directo.
Temos no próximo
sábado tudo para demonstrarmos que somos melhores. Se o nosso adversário nos
ganhar (e ganhar o jogo seguinte), dentro das leis do jogo, merece ser campeão,
será porque o Benfica e os benfiquistas não lhes conseguiram ganhar e, logo e
mais uma vez, não estivemos à altura. Restar-nos-á dar os parabéns a quem foi
melhor, isto é: Glória aos vencedores e honra aos vencidos, a essência do
desporto!
Até lá calma,
muita calma benfiquistas. Só nos resta mostrar que somos melhores. Não nos
jornais, não nas televisões, não nos comentários, não nas nossas mentes, mas dentro do campo onde de
facto “o jogo” deve ser jogado.