Muito bom este Post de Rui Rocha, publicado aqui no Delito de Opinião. Uma versão para alguma reflexão do “Capuchinho, a avó, e, o Lobo em 2015”.
“Era uma vez uma menina que tinha uma capa vermelha e tal e coiso. Como a mãe estava doente e desempregada e não tinha apoios sociais nem dinheiro para a refeição, a menina foi buscar o almoço a casa da avó que vivia na floresta.
No caminho
encontrou um lobo que lhe perguntou onde ia e conversa para trás e para a
frente e chegou a casa da avó e comeu-a. Quando o capuchinho vermelho chegou a
casa da avozinha, apercebeu-se que esta tinha umas mãos grandes, uns olhos
grandes e uma boca grande. Fez-lhe aquelas perguntas todas e quando chegou à
boca o lobo respondeu é para te comer, saltou da cama, comeu a menina e
adormeceu de seguida.
Um soldado da
GNR que passava por ali entrou, viu o lobo a dormir e lembrou-se que este podia
ter comido a avó. Preparava-se para cortar a barriga do lobo, quando apareceram
três utilizadores do Facebook que o impediram de levar a sua intenção por
diante: que não, que era preciso perceber se o lobo não teria justificação para
proceder daquela maneira.
Exigiram a
elaboração de um relatório de integração social, um levantamento das condições
económicas e das oportunidades de vida, uma análise exaustiva da infância do
lobo e diversas outras perícias. Fizeram uma petição em que, para além de
outros aspectos relevantes, argumentaram que os animais não têm maldade e que
coitadinhos. E confundiram ainda de forma absolutamente involuntária situações
de maus tratos a animais que ninguém defende, com outras de diversa fauna e
natureza. A petição teve milhares de subscritores.
Dias depois,
nasceu uma outra petição que pediu a punição do soldado da GNR pelo crime de maus
tratos na forma tentada. Graças à intervenção dos três utilizadores do
Facebook, o lobo, passou a viver na casa da avozinha, tendo direito a quatro
refeições quentes diárias, visita semanal do veterinário e a actividades
diversas de ocupação dos tempos livres que incluem, entre outras, corte
periódico de unhas.
O soldado da GNR
foi julgado e só graças à excelente defesa de um advogado que uns anos antes
ficara célebre por enforcar um coelho, safou-se. Entretanto, teve uma depressão
profunda da qual nunca recuperou completamente, tornou-se vegetariano e decidiu
passar o resto dos seus dias afastado do mundo, numa reserva de ursos situada
no norte do Quebeque.”
Lol (Ah, ah, ah)...
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