Era Agosto, no fim da tarde longa, quase escuro, quase noite.
Numa pequena calçada que subia do rio Sever até à estrada da Ponte Velha, um magote de gente alegre, muito alegre mesmo, sobe lentamente o caminho.
Entre eles o Manel, felicidade estampada no rosto, pequeno e enrugado, os olhos pequeninos de riso…Todos riem, todos falam, a alegria é tanta, que até entontece.
De repente, o Manel agarra na neta mais velha por um braço e desata a dançar e a cantar.
A eira onde talvez tivessem dançado pai e filha de Chico...
Todos param a aplaudir, a comentar e a rir ainda mais.
A dança corre periclitante, pois a calçada é inclinada. A cantiga é a “do cigano”.Conta a história da vida dele, que não corre nada bem, ao que parece…
De entre todos, vê-se o Chico, contente da vida por ver o pai e a filha a dançar, mas… não me lembro da cantiga. Como eu gostava de me lembrar da cantiga do cigano, que o Manel cantava, enquanto dançava com a neta mais velha e todos os bugalhões riam, comentavam e aplaudiam.
Restos de um Marvão esquecido...e de sonhos perdidos.
Que feliz eu era, e não sabia.
...e sempre o Sever: Testemunha dos tempos
1 comentário:
Decerteza que nao pensava que eu estaria lendo as suas retoricas e as detodo o blog, comecei a pouco, nao sabia que existiam, descobri pelo Fonte Nova no artigo do Felizardo, chamou-me a atençao e agora e todos os dias, entro e bom ler essas coisas.
Continue, um abraço
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