quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A herança socialista nas contas públicas em Portugal (1)

Inicio hoje um conjunto de artigos sobre a evolução das contas públicas em Portugal desde 2005, ano da tomada de posse do governo socialista liderado por José Sócrates.

Durante estes 17 anos, os socialistas e os seus aliados da estrema esquerda, governaram o país durante 13 anos. Isto é, durante cerca de 80% deste período. Durante os anos de 2011 a 2015 a governação pertenceu ao governo de Passos Coelho, numa aliança PSD – CDS.

No próximo dia 30 de Janeiro os portugueses vão ser chamados a escolher os novos governantes. Esta situação surge porque a esquerda, no governo desde 2016, não se entendeu.

O meu contributo para essa escolha é a publicação de alguns artigos sobre a evolução das contas públicas e suas possíveis consequências no futuro, começando hoje pela evolução da Despesa Pública Total, que pode ser observada no Gráfico que se segue:



Comentários:

1 - Durante este período a Despesa Pública aumentou praticamente cerca de 30 000 milhões de euros, passando de 74 000 milhões em 2005, para cerca de uns previsíveis 103 000 milhões em 2021;

2 – No que diz respeito aos 3 períodos assinalados, podemos verificar:

- Sócrates, em 2005, pegou numa despesa anual de aproximadamente 74 000 milhões e deixou-a, quando se demitiu em 2011 por ter levado o país à falência, em 88 000 milhões. Sendo de realçar o descalabro do ano crítico de 2010, em que a despesa pública atingiu o valor astronómico para a época, de 93 215 milhões, isto foi, cerca de 52% do PIB desse ano, valor nunca antes atingido na historia da economia deste século em Portugal. A seguir chamou a Troika que o fez inverter esse rumo, mas a fama ficou com Passos Coelho!!

 - Passos Coelho, nos seus 4 anos de governação, terá tido uma influencia nula na evolução da despesa pública, já que no ano de 2011 de que foi responsável por 6 meses de governação, o valor foi de 88 000 milhões; e em 2015 quando foi afastado da governação, após ter ganho as eleições, a despesa pública desse ano ficou-se pelos 87 500 milhões. O valor máximo da despesa pública da sua governação foi atingido em 2014 e situou-se nos 89 500 milhões.

- António Costa herdou uma despesa pública em 2015 de 87 500 milhões e, em 6 anos, já a elevou para cerca dos previsíveis 103 000 milhões em 2021; isto é, cerca de 15 500 milhões. E apresentou um Orçamento para 2022 de 105 000 milhões. Nem Sócrates conseguiu essa proeza e apresentou investimentos em obra.

3 - Alguns defensores de Costa bem poderão contrapor, que este brutal aumento na despesa se destinou a investimentos em obra pública! Mas não, como mostraremos no Gráfico seguinte, se alguma coisa caracteriza a governação de Costa são os parcos investimentos na obra pública. 


 Fontehttps://www.pordata.pt/Portugal/Despesas+das+Administra%c3%a7%c3%b5es+P%c3%bablicas+total+e+por+classifica%c3%a7%c3%a3o+econ%c3%b3mica+(base+2016)-2791


4 - Poderíamos ainda supor que tal se deve a uma melhoria de serviços da administração pública aos portugueses, mas como todos podemos comprovar diariamente isso está muito longe de acontecer, seja na saúde, educação, justiça ou segurança, funções vitais de um estado social.

5 - Bem, para amortizar dívida também não foi! Pois nunca a dívida pública atingiu valores estratosféricos como no final de 2021.

Então para onde foi o dinheiro. Explicarei isso nos próximos artigos.

Sem comentários: