terça-feira, 30 de novembro de 2021

A herança socialista nas contas públicas em Portugal (2)

Hoje apresento o 2º artigo de análise às contas públicas portuguesas desde 2005 e a influência dos socialistas nas ditas, pois governaram este período durante 13 anos, com uma “banca rota” pelo meio em 2011.

Informei no 1º artigo que, no consulado Costa, houve pelo menos uma rubrica que não aumentou: Os Investimentos.

Mas não foi a única. Também os Juros da Dívida pagos no consulado Costa diminuíram drasticamente.

Curiosamente, apesar de, durante o Governo Costa a Dívida Pública ter aumentado cerca 45 000 milhões de euros (no final de 2021 estima-se que atinja um total os 290 000 milhões, quando no final de 2015 era de 245 000 milhões), pagamos hoje menos juros do que em 2008, quando a Dívida Pública era apenas de 135 000 milhões.  

Porquê perguntarão muitos? Ou, deve-se a algum mérito de Costa ou do seu ideólogo para as finanças Centeno?

A resposta é não, nada migaram para aqui. Tal apenas se deve à conjuntura externa e à política do Banco Central Europeu que levou à baixa de juros.

Quando em 2008 a média dos juros pagos pela dívida era de 4,1% ao ano; em 2021 esse valor rondará apenas os 2% ao ano. Isto leva a que Portugal em 2021 pague apenas cerca de 5 500 milhões de juros; quando, por exemplo, em 2011 quando devíamos metade do que hoje devemos, pagávamos o mesmo, como podemos ver no Gráfico em baixo.

Todos os economistas sabem que esta política de juros será difícil de manter por muito mais tempo, aliás, já começaram a subir.

Imagine-se que sobem apenas 1 ponto percentual, isto é, para uma média de 3% ao ano. Sabe quanto subiriam os juros? Passariam dos tais 5 500 milhões para 8 700 milhões. Isto será mais 3 200 milhões do que estamos a pagar atualmente.

E se subir para os 4,1% ao ano, como já sucedeu com Sócrates em 2008, sabe quanto isso representará? Uns meros 11 900 milhões, mais  do dobro do pagamos atualmente.

Estarão as finanças públicas e a economia portuguesa capacitados para responder a esta simples situação?

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Voltemos à vaca fria

Pensei que não voltaria a este assunto, mas, infelizmente, parece que tem de ser. O “bicho” insiste em andar por aí e parece ter mais ondas que os gatos têm vidas.

Espero não ser mais um a contribuir para o alarme público. Perante a confusão geral que por aí anda, irei apresentar apenas algumas imagens de minha autoria, que cada um interpretará como quiser.

O que apresento no Gráfico em baixo é a evolução dos casos de covid 19 no período entre 31 de Agosto e 29 de Novembro, nos anos de 2020 e 2021. Como é facilmente perceptível, para este período, as curvas são idênticas, inclusive no nº de casos. A única diferença é que, este ano, o desenvolvimento da epidemia leva 3 semanas de atraso em relação ao ano passado.

Daqui a 2 a 3 semanas os números da incidência serão iguais ao do ano anterior e estaremos nos 30 000 casos semanais tal como em 2020. Depois, assim espero, tal como no passado ano iniciará a sua descida.

Mas, ou muito me engano, com o aparecimento desta nova variante apelidada de “ómicron”, e como aconteceu em Dezembro de 2020 com o aparecimento da variante “delta”, preparem-se para nova onda.  


    Gráfico de minha autoria. Fonte de dados DGS

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A herança socialista nas contas públicas em Portugal (1)

Inicio hoje um conjunto de artigos sobre a evolução das contas públicas em Portugal desde 2005, ano da tomada de posse do governo socialista liderado por José Sócrates.

Durante estes 17 anos, os socialistas e os seus aliados da estrema esquerda, governaram o país durante 13 anos. Isto é, durante cerca de 80% deste período. Durante os anos de 2011 a 2015 a governação pertenceu ao governo de Passos Coelho, numa aliança PSD – CDS.

No próximo dia 30 de Janeiro os portugueses vão ser chamados a escolher os novos governantes. Esta situação surge porque a esquerda, no governo desde 2016, não se entendeu.

O meu contributo para essa escolha é a publicação de alguns artigos sobre a evolução das contas públicas e suas possíveis consequências no futuro, começando hoje pela evolução da Despesa Pública Total, que pode ser observada no Gráfico que se segue:



Comentários:

1 - Durante este período a Despesa Pública aumentou praticamente cerca de 30 000 milhões de euros, passando de 74 000 milhões em 2005, para cerca de uns previsíveis 103 000 milhões em 2021;

2 – No que diz respeito aos 3 períodos assinalados, podemos verificar:

- Sócrates, em 2005, pegou numa despesa anual de aproximadamente 74 000 milhões e deixou-a, quando se demitiu em 2011 por ter levado o país à falência, em 88 000 milhões. Sendo de realçar o descalabro do ano crítico de 2010, em que a despesa pública atingiu o valor astronómico para a época, de 93 215 milhões, isto foi, cerca de 52% do PIB desse ano, valor nunca antes atingido na historia da economia deste século em Portugal. A seguir chamou a Troika que o fez inverter esse rumo, mas a fama ficou com Passos Coelho!!

 - Passos Coelho, nos seus 4 anos de governação, terá tido uma influencia nula na evolução da despesa pública, já que no ano de 2011 de que foi responsável por 6 meses de governação, o valor foi de 88 000 milhões; e em 2015 quando foi afastado da governação, após ter ganho as eleições, a despesa pública desse ano ficou-se pelos 87 500 milhões. O valor máximo da despesa pública da sua governação foi atingido em 2014 e situou-se nos 89 500 milhões.

- António Costa herdou uma despesa pública em 2015 de 87 500 milhões e, em 6 anos, já a elevou para cerca dos previsíveis 103 000 milhões em 2021; isto é, cerca de 15 500 milhões. E apresentou um Orçamento para 2022 de 105 000 milhões. Nem Sócrates conseguiu essa proeza e apresentou investimentos em obra.

3 - Alguns defensores de Costa bem poderão contrapor, que este brutal aumento na despesa se destinou a investimentos em obra pública! Mas não, como mostraremos no Gráfico seguinte, se alguma coisa caracteriza a governação de Costa são os parcos investimentos na obra pública. 


 Fontehttps://www.pordata.pt/Portugal/Despesas+das+Administra%c3%a7%c3%b5es+P%c3%bablicas+total+e+por+classifica%c3%a7%c3%a3o+econ%c3%b3mica+(base+2016)-2791


4 - Poderíamos ainda supor que tal se deve a uma melhoria de serviços da administração pública aos portugueses, mas como todos podemos comprovar diariamente isso está muito longe de acontecer, seja na saúde, educação, justiça ou segurança, funções vitais de um estado social.

5 - Bem, para amortizar dívida também não foi! Pois nunca a dívida pública atingiu valores estratosféricos como no final de 2021.

Então para onde foi o dinheiro. Explicarei isso nos próximos artigos.