domingo, 1 de agosto de 2021

Ponto de Situação da pandemia em Portugal a 1 de Agosto de 2021 (1)

Como se pode ver no Gráfico em baixo, assistiu-se em Portugal, pela segunda semana consecutiva, à diminuição de casos semanais de testes positivos de covid 19.

Na semana que hoje termina registaram-se menos 4 383 casos do que há 2 semanas. Isto quer dizer que a 4ª vaga que nos afectou, entrou em fase descendente. A exemplo das anteriores, podemos verificar que tal sucedeu ao fim de 6 a 7 semanas a crescer (sensivelmente desde 31 de Maio).

Gráfico 1 – Curva de testes positivos de covid 19 em Portugal durante a 4ª onda (24 Mai. - 1 Agt. 2021)

   Fonte: DGS, gráfico de minha autoria


Apontam-nos os nossos governantes diversas “teorias” para o decréscimo. No passado foram: os confinamentos parciais e totais, as cercas sanitárias, as mascaras, etc. Agora é vacinação.

Não nego algum desses efeitos sobre a frequência (nº de casos) do fenómeno, mas tenho muitas dúvidas sobre os seus efeitos para o momento em que se dá a inversão. E digo isto baseado na comparação que podemos fazer do que sucedeu até agora nas investidas anteriores. Olhemos para o 3 gráficos seguintes, e não será necessário ser grande epidemiologista para o verificar.

Nas 4 vagas o comportamento da evolução de casos, apesar de medidas tão diferentes para seu controlo, foi sempre idêntico: 6 -7 semanas de ascensão, inicio decrescente. Todos os epidemiologistas sabiam que assim seria. Mas nunca nos disseram.

Preferiram, muitos deles, contar loas aos governantes duas semanas antes do inicio da curva descendente (que eles sabiam quando seria), para depois virem colher os louros que tal se devia às suas brilhantes competências e respectivas medidas. Inclusivamente, a maioria desses conselheiros nem foram os epidemiologistas nem os especialistas em saúde pública.

Hoje, quando olhamos para as 3 primeiras vagas, podemos verificar que o seu desenvolvimento foi muito semelhante (tal como nesta 4ª), como podemos observar no Gráfico 2.

Gráfico 2 - Curva de testes positivos de covid 19 em Portugal durante as 3 primeiras ondas

                Fonte: DGS, gráfico de minha autoria

Olhando para estes gráficos, podemos ter alguma condescendência para com as medidas para a 1ª vaga, porque não sabíamos o que iria acontecer. Mas depois, na segunda e sobretudo na terceira, podemos e devemos questionar: se acreditavam tanto nas medidas que implementaram, então porque não fizeram por volta  de 18 de Setembro  de 2020, e antes do Natal de 2020, respectivamente, quando as curvas começavam a crescer? Aconselho os covideiros a verificarem as datas de quando se tomaram as medidas. Pois é, por mero acaso, sempre 2 semanas antes das curvas começarem a decrescer!

Quantas vezes aqui escrevi isso? Pois será só verificarem, e não sou “especialista”, nem bruxo.

Também como já aqui escrevi uma vez, citando o Professor Jorge Torgal, “sempre que se faça avaliação da pandemia, convém sempre olhar para o lado e para trás”.

Quantos dos nossos especialistas estudaram a evolução da pneumônica ou “gripe espanhola” de 1918/1919? Talvez bastasse olharem um pouco para os gráficos desse tempo. Infelizmente, os que publico a seguir, são apenas da mortalidade (porque outros não havia por aqueles tempos), Mas estes fazem-nos inferir sobre como seriam os de incidência, possivelmente, muito idênticos no seu perfil.

        Gráfico 3 – Curva de mortalidade da pneumónica em Inglaterra entre 1918 e 191


 

      Gráfico 4 – Curva de mortalidade associada à covid 19 em Inglaterra entre 2020 e 2021



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