segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Ponto de Situação da pandemia em Portugal a 29 de Agosto de 2021

Desde o princípio do mês de Agosto, como se pode ver no Gráfico em baixo, que a evolução da curva de incidência de testes positivos à covid 19 se encontra estagnada, isto é, nem para cima nem para baixo. 

Nas últimas 4 semanas a média foi de cerca de 16 000 casos/semana. Sendo que, na semana que agora terminou registou-se um ligeiro decréscimo com 15 527 testes positivos.  

Apesar das altas taxas de vacinação, dizem-nos que 72% da população já terá sido inoculada com 2 doses, o nº de casos registados continua a não descer.


Gráfico de minha autoria, dados da DGS


Mas o grande problema, que parece que ninguém quer ver nem discutir, está no nº de mortes atribuídas à covid 19, que não tem parado de aumentar desde o princípio de Junho.

Haviam-nos garantido que, a vacinação, não evitaria o nº de casos, mas que se faria sentir drasticamente na diminuição no nº de mortes. Mas o que se tem verificado é exatamente o contrário. Com o aumento das taxas de vacinação tem também aumentado o nº de mortes, como se pode verificar no Gráfico em baixo. 

Em 4 semanas de Maio de 2021 (ainda com baixas taxas de vacinação), atribuíram-se 46 mortes à covid; pois, nas mesmas 4 semanas de Agosto de 2021 (com 72% da população vacinada) morreram 354 pessoas, isto é, 8 vezes mais!

Quem explica isto objetivamente?

  Gráfico de minha autoria, dados da DGS


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Ponto de Situação da pandemia em Portugal a 22 de Agosto de 2021

 

Após 2 semanas, porque a coisa já não vale a pena ter frequência semanal, volto a publicar alguns indicadores atualizados sobre a evolução da covid 19 em Portugal.

Entretanto fiquemo-nos com estes. Vejamos:

- Na última semana registaram-se em Portugal 16 085 testes positivos à covid 19, menos 283 casos do que na semana anterior. Quantos destes tinham vacinação completa?

- Nos últimos 14 dias registaram-se em Portugal 318 casos/100 000 habitantes; menos 12 casos do que há duas semanas;

- A média da última semana foi de 2 298 casos/dia; menos 40 casos/dia que na semana anterior;

- Ao dia 22 de Agosto encontravam-se internados 708 pessoas; menos 36 internamentos do que há uma semana.

- Os internamentos em cuidados intensivos no dia 22 de Agosto eram 152 internados; menos 5 do que há uma semana.

- Durante a última semana registou-se um total de 79 óbitos associados à covid. Menos 16 que na semana anterior. Falta saber, destes quantos tinham a vacinação completa.

- No período de 7 a 22 de Agt. realizaram-se em Portugal cerca de 874 499  testes, uma média de 55 000 testes/dia, que de grosso modo, correspondem um total de 88 milhões de euros de custos aos contribuintes portugueses, isto é, cerca de 6 milhões de euros/dia.

- A Taxa de Positividade, que mede a percentagem de testes positivos encontrados, foi de 4,2 %. Isto é, por cada 100 testes efetuados, encontraram-se cerca de 4 testes positivos.

No Quadro que se se segue apresento a evolução destes Indicadores nas últimas 6 semanas:

    Quadro de minha autoria, dados da DGS

A evolução da curva de incidência, como se pode ver no Gráfico em baixo, registou esta semana uma ligeira descida, voltando ao nível do que tínhamos há 2 semanas, depois da semana passada ter registado um aumento.

É difícil de perceber, com as altas taxas de vacinação que nos anunciam, porque continuam o nº de testes positivos a não baixar mais acentuadamente!

Possivelmente estaremos a entrar num período em que o nº de casos se irão manter nestes valores. Falta saber quanto tempo durará esse período.

O que já deu para perceber, não só pelo que se está a passar em Portugal, mas também noutros países que têm seguido a mesma estratégia, é que não será com este plano de vacinação, nem com estas vacinas, que atingiremos a tal apregoada “imunidade de grupo”, nem que nos anunciem 100% de vacinados. 


Gráfico de minha autoria, dados da DGS

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Pensem nisso antes aceitarem tudo...

(Adaptado do célebre poema de Bertolt Brecht (?))

 

Primeiro deixaram de comparticipar nos testes de diagnóstico à covid 19 para não vacinados!

  - Acho bem, vacinem-se, seus prevaricadores à saúde pública;

 

Depois deixaram de financiar os tratamentos aos doentes de SIDA e Hepatites infecciosas!

- Acho bem, quem os manda andar metidos nas drogas e outras promiscuidades;

 De seguida foram os abortos e afins!

- Acho bem, com tantos meios anticoncepcionais, quem as manda ser descuidadas;

 Também acabaram com o financiamento para tratamento do cancro do pulmão para fumadores!

- Até aplaudi, acabem com esse vício de merda (como dizia a minha mãe) se têm dinheiro para o tabaco, que tenham também para o tratamento das doenças que ele provoca;

 As comparticipações no tratamentos das pílulas da felicidade (antidepressivos e afins) e para dormir também estão na lista e espera-se que terminem no próximo mês!

- Não me importei, que deprimam à vontade e, olhem, vejam televisão até às 5 da matina, ou vão passear para a rua que descontrai;

 Ouvi dizer que também vão deixar de financiar os acidentados de trânsito, sobretudo aqueles em que se provar que não cumpriam escrupulosamente as regras de trânsito!

- Logo, pensei, ainda bem. A comunidade não tem de pagar consequências de bebedeiras e velocidade loucas!

 Na lista estão ainda todas as doenças do aparelho digestivo, sobretudo, todos os tipos de cancro, que dizem os médicos que têm a ver com o consumo de carne e bebidas alcoólicas!

- Também concordei. Comam ervas e bebam água, que os burros também o fazem e andam valentes e, contribuam para preservar o planeta que bem necessitado está;

 A última, e que afecta quase 15% da população (em Portugal 1,5 milhões de pessoas) é a poupança de tratamentos com os diabéticos!

- E eu? Até que enfim, quem os manda ser gordos e comer que nem brutos e não quererem mexer o cu dos sofás. Paguem a gula e a preguiça, pois então!

 Agora, um qualquer achaque, tocou-me a mim, dizem-me que o SNS universal e semi gratuito acabou, finou-se. Dizem que a maior parte das doenças são evitáveis desde que mudem de estilos de vida.

- Quem me acode!                                                                                Pois, possivelmente, ninguém. Eu também não lhes acudi quando precisaram...



Uma das muitas versões sobre o poema 

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Os mortos que ninguém fala ou os filhos de um deus menor

Quando 200 mortos são (muito) mais importantes que 1 720. Metam a mão na consciência e pensem...

Preparem-se portugueses, nos próximos dias, vão morrer mais compatriotas nossos pelo calor do que pelo covid. Mas destes, a nossa comunicação social não fala (pelo menos diariamente) e o governo não manda falar. Porquê? 

Porque a maioria do excesso de mortalidade que iremos ter nos próximos dias, tem como causas, as míseras condições de habitação em que se vive em Portugal e os deficientes cuidados que são prestados aos idosos, sobretudo nos lares. E isso é culpa do governo e dos seus dirigentes, que em 50 anos pouco melhoraram estas situações. Talvez esteja a exagerar, mas é propositado. De facto, alguma coisa tem melhorado, mas pouco em relação ao que seria exigido e que os tais desfavorecidos, com que enchem a boca diariamente com a tal política de esquerda, deveriam ter direito. Dinheiro? Seria muito menos, proporcionalmente, do que gasta com a covid.

Porque digo isto? Porque no ano passado durante a onda de calor de Julho/Agosto(9), como podemos ver no Gráfico em baixo, morreram  em Portugal mais 1 720 pessoas do que este ano durante o mesmo período porque se tem registado um verão ameno. 

Não meus amigos, o covid nada teve a ver com isto. Este ano durante o mesmo período (1 de Jul. – 9 de Agt.), dizem-nos que a covid pode ter sido responsável por 389 óbitos e o ano passado (sem vacinas) apenas 180 óbitos.

A pergunta é obvia: Então porque morreram no anos passado mais 1 720 portugueses do que este ano no mesmo período, quando a covid matou mais 200 este ano? A resposta também é obvia: Foi o calor de 2020. 

E o calor é coisa de deus e a covid é coisa do diabo. Que porra de pensamento este!

Calor esse que nos vai fustigar nos próximos dias. E, possivelmente, não irá matar apenas 100 ou 200 portugueses. Vão ser bem mais que os de covid.

Ah mas estes não são filhos de deus! Falemos então de covid e mais covid. Escusamos de pensar nos outros e dar-lhes água e algum fresco que os grandes laboratórios não vendem. Nem precisam ser testados, é visível a olho nu.

Siga a grande hipocrisia...    


      Gráfico de mina autoria, dados da DGS
 

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Difícil de explicar!

No Gráfico em baixo podemos observar a evolução de testes positivos em 2 dos países com maiores taxas de vacinação da covid 19 em todo mundo:

- Malta tem cerca de 90% da sua população vacinada e é uma ilha onde se torna mais fácil o controlo dos contactos com o exterior;

- E Israel que que nos dizem ser dos países que há mais tempo atingiu altas taxas de vacinação.

No entanto, isto não os livra das altas taxas de incidência de testes positivos que aí se continuam a verificar. Por exemplo nos últimos 14 dias:

- Malta: 295 casos/100 000 habitantes

- Israel: 428 casos/100 000 habitantes

- Portugal: 330 casos/100 000 habitantes

Quanto ao nº de mortos? Até aqui a situação é preocupante. Por exemplo, em Israel, na última semana registaram-se 69 óbitos. Em Portugal registaram-se 98; mas Israel tem menos 1 milhão de habitantes que Portugal. Logo, fazendo as contas por milhão de habitantes em Portugal morreram 9,8 pessoas/milhão de habitantes; e em Israel 7,4 mortos/milhão de habitantes. A diferença não é assim tanta.

Isto é que os "covideiros" nos deviam explicar...



domingo, 8 de agosto de 2021

Ponto de Situação da pandemia em Portugal a 8 de Agosto de 2021

Na semana que terminou a 8 de Agosto continuámos a assistir à tendência decrescente de praticamente todos os Indicadores que aqui temos monitorizado.

Pena é que, juntamente com os casos de incidência e mortalidade diárias, a DGS não nos forneça, em simultâneo, quantos destes casos tinham a vacinação completa, agora que a taxa de vacinação mais o nº de afetados se aproxima dos 70%. Levando a que os “covideiros” tipo Marques Mendes continuem a especular com estes números, ao usarem universos diferentes para os numeradores e denominadores. Uma vergonha! Isto sim, que merecia a aplicação do tal artigo 6º da tal legislação censória. Mas como é um protegido do Balsemão e do Costa, naturalmente, não se aplica.

Continuo a pensar que, a divulgação desses indicadores, seriam o melhor método de motivação e adesão para ao programa de vacinação. Assim, nem sabemos esses indicadores, nem o motivo porque o não fazem!

São 50%, são 10%? Ou é 1%, como diz o “covideiro” Marques Mendes?

Entretanto fiquemo-nos com estes:

- Na última semana registaram-se em Portugal 16 030 testes positivos à covid 19, menos 2 298 casos do que na semana anterior. Quantos destes tinham vacinação completa?

- Nos últimos 14 dias registaram-se em Portugal 330 casos/100 000 habitantes; menos 57 casos do que há duas semanas;

- A média da última semana foi de 2 290 casos/dia; menos 328 casos/dia que na semana anterior;

- Ao dia 8 de Agosto encontravam-se internados 849 pessoas; menos 74 internamentos do que há uma semana.

- Os internamentos em cuidados intensivos no dia 8 de Agosto eram 184 internados; menos 16 do que há uma semana.

- Durante a última semana registou-se um total de 98 76 óbitos associados à covid. Mais 22 que na semana anterior. Falta saber, destes quantos tinham a vacinação completa.

- A Taxa de Positividade, que mede a percentagem de testes positivos encontrados, foi de 3,8 %. Isto é, por cada 100 testes efetuados, encontraram-se menos de 4 testes positivos. 

- No período de 31/7 a 6/8 realizaram-se em Portugal cerca de 422 227 testes, que de grosso modo, correspondem a cerca de 43 milhões de euros de custos aos contribuintes portugueses. 

No Quadro que se se segue apresento a evolução destes Indicadores nas últimas 6 semanas:

    Quadro de minha autoria, dados da DGS.

Também quando olhamos para a curva dos casos semanais, podemos verificar o seu sentido descendente. Esta situação verifica-se há 3 semanas consecutivas.

Na semana que agora termina verificaram-se menos cerca de 6 700 casos do que há 3 semanas atrás, como podemos observar no Gráfico em baixo.

  Gráfico de minha autoria, dados da DGS

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Ponto de Situação da pandemia em Portugal a 1 de Agosto de 2021 (2)

Duas semanas após a última publicação, volto a divulgar o conjunto de indicadores, sobre a covid 19, que aqui venho monitorizando.

Nas duas últimas semanas a tendência destes indicadores, tem sido decrescente, com exceção dos internamentos que correspondem aos casos já registados há 2 ou 3 semanas. Provavelmente, dentro em breve, também estes indicadores de internamentos começarão a diminuir.

Assim:

- Na última semana registaram-se em Portugal 18 328 testes positivos à covid 19, menos 4 046 casos do que na semana anterior;

- Nos últimos 14 dias registaram-se em Portugal 387 casos/100 000 habitantes; menos 17 casos do que há duas semanas;

- A média da última semana foi de 2 618 casos/dia; menos 578 casos/dia que na semana anterior.

- Ao dia 1 de Agosto encontravam-se internados 923 pessoas; mais 44 internamentos do que há uma semana.

- Os internamentos em cuidados intensivos no dia 1 de Agosto eram 200 internados; mais 7 do que há uma semana.

- Durante a última semana registou-se um total de 76 óbitos associados à covid. Menos 9 que na semana anterior.

- A Taxa de Positividade, que mede a percentagem de testes positivos encontrados, foi de 4,3 %. Isto é, por cada 300 testes efectuados, praticamente 13 deram positivo.

- No período de 24/7 a 30/7 realizaram-se em Portugal cerca de 445 984 testes, que de grosso modo, correspondem a cerca de 45 milhões de euros de custos aos contribuintes portugueses.

No Quadro que se se segue apresento a evolução destes Indicadores nas últimas 6 semanas:


 

domingo, 1 de agosto de 2021

Ponto de Situação da pandemia em Portugal a 1 de Agosto de 2021 (1)

Como se pode ver no Gráfico em baixo, assistiu-se em Portugal, pela segunda semana consecutiva, à diminuição de casos semanais de testes positivos de covid 19.

Na semana que hoje termina registaram-se menos 4 383 casos do que há 2 semanas. Isto quer dizer que a 4ª vaga que nos afectou, entrou em fase descendente. A exemplo das anteriores, podemos verificar que tal sucedeu ao fim de 6 a 7 semanas a crescer (sensivelmente desde 31 de Maio).

Gráfico 1 – Curva de testes positivos de covid 19 em Portugal durante a 4ª onda (24 Mai. - 1 Agt. 2021)

   Fonte: DGS, gráfico de minha autoria


Apontam-nos os nossos governantes diversas “teorias” para o decréscimo. No passado foram: os confinamentos parciais e totais, as cercas sanitárias, as mascaras, etc. Agora é vacinação.

Não nego algum desses efeitos sobre a frequência (nº de casos) do fenómeno, mas tenho muitas dúvidas sobre os seus efeitos para o momento em que se dá a inversão. E digo isto baseado na comparação que podemos fazer do que sucedeu até agora nas investidas anteriores. Olhemos para o 3 gráficos seguintes, e não será necessário ser grande epidemiologista para o verificar.

Nas 4 vagas o comportamento da evolução de casos, apesar de medidas tão diferentes para seu controlo, foi sempre idêntico: 6 -7 semanas de ascensão, inicio decrescente. Todos os epidemiologistas sabiam que assim seria. Mas nunca nos disseram.

Preferiram, muitos deles, contar loas aos governantes duas semanas antes do inicio da curva descendente (que eles sabiam quando seria), para depois virem colher os louros que tal se devia às suas brilhantes competências e respectivas medidas. Inclusivamente, a maioria desses conselheiros nem foram os epidemiologistas nem os especialistas em saúde pública.

Hoje, quando olhamos para as 3 primeiras vagas, podemos verificar que o seu desenvolvimento foi muito semelhante (tal como nesta 4ª), como podemos observar no Gráfico 2.

Gráfico 2 - Curva de testes positivos de covid 19 em Portugal durante as 3 primeiras ondas

                Fonte: DGS, gráfico de minha autoria

Olhando para estes gráficos, podemos ter alguma condescendência para com as medidas para a 1ª vaga, porque não sabíamos o que iria acontecer. Mas depois, na segunda e sobretudo na terceira, podemos e devemos questionar: se acreditavam tanto nas medidas que implementaram, então porque não fizeram por volta  de 18 de Setembro  de 2020, e antes do Natal de 2020, respectivamente, quando as curvas começavam a crescer? Aconselho os covideiros a verificarem as datas de quando se tomaram as medidas. Pois é, por mero acaso, sempre 2 semanas antes das curvas começarem a decrescer!

Quantas vezes aqui escrevi isso? Pois será só verificarem, e não sou “especialista”, nem bruxo.

Também como já aqui escrevi uma vez, citando o Professor Jorge Torgal, “sempre que se faça avaliação da pandemia, convém sempre olhar para o lado e para trás”.

Quantos dos nossos especialistas estudaram a evolução da pneumônica ou “gripe espanhola” de 1918/1919? Talvez bastasse olharem um pouco para os gráficos desse tempo. Infelizmente, os que publico a seguir, são apenas da mortalidade (porque outros não havia por aqueles tempos), Mas estes fazem-nos inferir sobre como seriam os de incidência, possivelmente, muito idênticos no seu perfil.

        Gráfico 3 – Curva de mortalidade da pneumónica em Inglaterra entre 1918 e 191


 

      Gráfico 4 – Curva de mortalidade associada à covid 19 em Inglaterra entre 2020 e 2021