Origens da família Toureiro, da Ribeira de Marvão
Um contributo do meu amigo Fernando Mota
Um contributo do meu amigo Fernando Mota
Não
há dúvidas que a família «Toureiro» que vamos encontrar na Ribeira do Sever, em
Marvão, no início do século XVIII é originária de Alpalhão.
Poderemos
conjecturar bastante sobre a origem do apelido, mas basta ler o mais antigo
livro de registo de baptismos da vila de Alpalhão para percebermos que, as
alcunhas, eram uma das principais formas de distinguir famílias e indivíduos com
apelido comum e, no caso em concreto, as famílias «Dias».
O mais antigo
«Toureiro» registado nos Arquivos Distritais viveu em Alpalhão entre cerca de 1560 a 1620 e chamava-se
António Dias Toureiro e estava casado com Margarida Fernandes (nascida por
volta de 1560 e falecida a 14 de Setembro de 1624 (63.tif, Óbitos, Alpalhão).
O apelido Toureiro de António Dias seria, com certeza, uma alcunha já que no mesmo período
em que ele viveu, existiam outros cinco homens com o nome «António Dias», em
que, a distingui-los nos assentos temos apenas as suas alcunhas, que além do
nosso «Toureiro» eram: Preto, Delicado, Manço, Carpinteiro e Forcado. Este
último apelido, tal como «Toureiro» remete para o mundo da tauromaquia e, tal
como o apelido «Bugalhão», lembra a ousadia, coragem e valentia. A tradição da
lide de touros é ancestral e estava particularmente em voga no final do século
XVI.
No
Portugal do século XVI, onde a maioria dos seus habitantes tinham apenas um
nome próprio e apelido, o uso de alcunhas e a sua assimilação, eram muitos
comuns e são a origem de muitos dos apelidos portugueses de hoje.
Como
vimos, a partir de certa altura a alcunha torna-se apelido, e os «Toureiro» de
Alpalhão terão tido várias ocupações, muitas delas estariam relacionadas com as
mais comuns na zona como a agricultura, pastorícia e criação de gado (daqui
também poderia vir a alcunha). Contudo, apesar da alcunha deste António Dias ser
«Toureiro» essa poderia não ser a sua profissão. Muitos dos habitantes de
Alpalhão, trabalhavam já sazonalmente em Castelo de Vide nos seus moinhos e, será
a profissão de moleiro, que os seus descendentes irão desempenhar no século
XVIII na Ribeira de Marvão.
Mas,
infelizmente é raro encontrar a referência à profissão nos registos de baptismo, casamento ou óbito. Contudo, um dos «Toureiro» de Alpalhão (sobrinho de António
Dias Toureiro) no assento de óbito, o pároco da vila deixou registada a sua
ocupação: era “soldado de cavalo” e foi morto pelos castelhanos em 28 de
Janeiro de 1666 (30.tif, Óbitos, Alpalhão) quando tentava regressar à vila. A
sua morte ocorreu no final da «Guerra da Restauração» num período em que as
tropas portuguesas tinham em seu poder Valência de Alcântara, mas em que as
escaramuças e incursões rápidas dos dois exércitos eram muito comuns.
É
preciso lembrar o papel de Alpalhão como uma das principais Vilas fortificadas
do Alto Alentejo, junto da fronteira espanhola e o seu papel nas rotas
comerciais do interior português, como encruzilhada de estradas que ligavam
Castelo de Vide, Portalegre, Crato, Alter e, as localidades a norte do Tejo pelas
“Portas do Rodão”.
Alpalhão
e o seu castelo no século XV segundo o livro das Fortalezas de Duarte de Armas
(1509)
As
razões da partida de Alpalhão de elementos da família «Toureiro» poderiam ser muitas, mas
tendo em conta a conjuntura política e militar de Portugal no início de
setecentos podemos alvitrar o seguinte:
- A vila de Alpalhão em 1704 - num período em que ainda não se verificou a
imigração dos «Toureiro» - é invadida e tomada pelo exército franco-espanhol, no
contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714). Em Maio de 1704 a vila foi ocupada por
tropas franco-espanholas sob o comando de James Fitz-James, 1.º duque de
Berwick, quando se dirigiam de Castelo Branco para Portalegre. Na ocasião as
defesas da vila e do seu antigo castelo foram arrasados. Segundo os registos de
óbito de Alpalhão há combates e morte de soldados até pelo menos 1709[1].
Provavelmente o antepassado comum aos nossos «Toureiro» - Manuel Dias Toureiro
(avô de José António Toureiro) – foi morto durante esses violentos ataques a
Alpalhão (morre sem testamento, a 7 de Janeiro de 1707).
-
A extensa família do patriarca Manuel Dias Toureiro (10 filhos) tem de
encontrar formas de sobreviver quando em 1707, a sua mulher, Maria
das Candeias, fica viúva. Contudo, os filhos não abandonam a mãe. A saída da
família «Toureiro» de Alpalhão dá-se apenas depois da morte de Maria das Candeias em 1717.
-
O concelho de Marvão, em especial, as zonas de S. Salvador da Aramenha e Escusa têm nesse período um grande crescimento económico, graças às caleiras na Escusa
e à exploração de gado. Esse desenvolvimento não passou despercebido às Ordens
militares e religiosas da época, de facto, o Priorado do Crato (que tinha uma
influência relevante na zona de Alpalhão), constrói no Sever, um dos maiores
moinhos que chegaram aos nossos dias, colocando na fachada as armas da Ordem.
As
certezas da vinda da família Toureiro para o concelho de Marvão, e em concreto
para a Ribeira do Sever, podem ser comprovadas num individuo improvável, já que
este, não tem apelido «Toureiro», apesar de ser filho de um: tratou-se de Pedro
Caldeira (filho de Manuel Dias Toureiro e Maria das Candeias (111.tif, Baptismos, S. Salvador da Aramenha - 1730) casado com Catarina Martins (a mãe
era de Alpalhão: Ana Dias Candeias e o pai de Marvão: Manuel Lopes Reis [2]«o velho»).
Qual
seria a ocupação de Pedro Caldeira na freguesia de S. Salvador da Aramenha? Num
registo de baptismo de um dos seus filhos datado de 17 de Novembro de 1725 o
casal vivia no «moinho das Águas Paradas» (32.tif, Baptismos S. Salvador da
Aramenha). O morador deste deste moinho de água, situado perto das ruínas romanas de Ammaia,
apresenta-nos já aquela que será a ocupação dos «Toureiro» na Ribeira, e mais
tarde, dos «Bugalhão»: Moleiros.
O
Casal Pedro Caldeira e Catarina Martins foi dos primeiros casais oriundos de Alpalhão
a instalar-se na Ribeira [3]. A
22 de Março de 1723 este casal é padrinho de baptismo de outros recém-chegados
de Alpalhão: José (António Toureiro), filho de António Dias Toureiro e Maria
Inchada, descritos pelo pároco no registo de baptismo como «naturais da vila de
Alpalhão, mas ora moradores nesta freguesia na Ribeira» (86.tif, Beatismos S.
Salvador da Aramenha). Esta criança foi o primeiro filho do casal António Dias
Toureiro e Maria Inchada nascido na paróquia de S. Salvador da Aramenha. O
casal já tinha tido outros três filhos, nascidos em Alpalhão: Maria
(n.1.1.1715, 15.tif, Baptismos, Alpalhão); Ana (n.5.1.1719,92.tif, Baptismos,
Alpalhão); e Vitoriano (n.23.2.1721, 133.tif, Baptismos, Alpalhão).
A 2 de Março de 1726 Pedro Caldeira e Catarina
Martins voltaram a ser padrinhos de baptismo do sobrinho «António», filho do
irmão de Pedro. O sucesso da partida de Pedro Caldeira, não passa despercebido
em Alpalhão. Mais elementos da sua família estão nessa altura a chegar à
Ribeira, como a sua irmã Maria Rovisca (n.15.12.1698, Baptismos, Alpalhão) que
casa já em S. Salvador da Aramenha com Manuel Tavares a 13 de Janeiro de 1726,
que é também referida pelo pároco como «hora moradora na Ribeira».
A
provável data da chegada de elementos da família «Toureiro» à Ribeira seria – cerca
de 1715/17- é-nos fornecido no registo de casamento de João Dias Toureiro,
filho de Manuel Dias Toureiro e irmão de Pedro Caldeira e Maria Rovisca, datado
de 7 de Outubro de 1731, onde o padre João Rodrigues Ramilo, afirma ser João
natural de Alpalhão (de facto, assim era, onde nasceu a 24 de Janeiro de 1709)
mas «morador nesta freguesia [S. Salvador da Aramenha] desde tenra idade»
(85.tif, casamentos, S. Salvador da Aramenha). Foram testemunhas deste
casamento Manuel Lopes Reis (pai de Catarina Martins, a mulher de Pedro
Caldeira) e António Dias Toureiro, tio de João.
Aspecto importante a registar neste registo de
casamento é o facto de ambas as testemunhas terem assinado, o que era raro.
Na
Ribeira, viviam no início do século XVIII (em especial depois de 1720), pelo
menos, mais 4 famílias que tinham viajado de Alpalhão, o que releva uma
concentração de pessoas num local onde já estão familiares ou conhecidos, como
o casal João Gonçalves Calado e Maria Delicada; casal Timóteo Lopes e Isabel Mendes,
etc.
Curiosamente
encontram-se nesta paróquia outros personagens que mais tarde cruzaram os
caminhos com a família «Toureiro»: em concreto quando a 10 de Agosto de 1690
(11.tif, Baptismos, S. Salvador da Aramenha) nascia «Lourenço» filho de Domingos
Fernandes (ainda sem a alcunha de «Serrano») e Maria Gonçalves, que mais tarde
voltaremos a encontrar com na família Serrano e a cruzar-se com a família «Toureiro», de onde "nascerá" o apelido «Bugalhão». O curioso e relevante é a
referência do pároco: a viverem na Ribeira e decerto terá sido no moinho Olival,
onde depois viverá um dos seus filhos. Este casal continuou a ter filhos
registados nesta paróquia até, pelo menos, a 14 de Março de 1726 (Baptismos, S.
Salvador da Aramenha), quando nascia também nesta freguesia Catarina (mais
tarde Catarina Gonçalves Serrana, casada com Agostinho Fernandes), residindo o
casal na altura em Porto da Espada.
Podemos assim considerar que, a primeira metade do século XVIII na Ribeira é um período de
grande crescimento populacional, fruto de uma imigração oriunda de concelhos
limítrofes, que durante um período de relativa paz com Espanha, desenvolvem ao
longo do rio Sever entre os Olhos de Água e a Ponte Velha, vários novos moinhos,
não esquecendo o igual desenvolvimento da Escusa com a exploração das caleiras.
Este
crescimento é caracterizado e influenciado, no entanto, pelas consequências das frequentes
incursões castelhanas, como é exemplo a referência no casamento de Belchior
Fernandes Rosa e Ana Gonçalves de 11 de Novembro de 1726 ao facto de viverem na
Ribeira, no «moinho queimado»[4]! De
certa forma temos de seguir os moinhos da Ribeira do Sever para percebermos as
relações familiares entre os indivíduos que fazem parte desta família.
As
ligações familiares entre moleiros, e o papel que as viúvas desempenharam,
voltam a verificar-se em 1733 (23.tif, Baptismos, S. Salvador) quando Catarina
Martins (agora viúva de Pedro Caldeira) volta a casar com Manuel Gonçalves
Nogueira, residindo o casal no «moinho das águas paradas». Para esta propriedade
estar nas mãos da viúva diz-nos que a propriedade seria do seu pai Manuel Lopes
Reis, que foi padrinho de muitos habitantes da Ribeira nesse período.
Situação
semelhante ocorreu com a morte de João Dias Toureiro em 1745, com a viúva Joana
Carrilho a accionar os mecanismos legais de partilha, e a casar novamente com
Manuel Antunes (também moleiro do Sever). É preciso não esquecer que Joana
Carrilho tinha 6 filhos menores a seu cargo e quando faleceu, a 3 de janeiro de
1759 na freguesia de S. Tiago, Marvão (apesar de no registo reconhecer que é de
S. Salvador da Aramenha) deixou como testamenteiro o seu filho mais velho João
Dias Toureiro, que estava casado com Maria Pinheira: todos moleiros.
Tal se verificou novamente quando, Antónia Serrana, viúva de José António Toureiro (pais do 1º Bugalhão), volta a casar
com António Rodrigues Pantaleão, que em 1760 vivia com o pai no «moinho da
Amoreira» em S. Salvador e era proprietário em 1775 do «moinho das Águas
Partidas», viúvo da irmã Antónia Maria e parente dos Carrilho que viviam nos
moinhos da Ponte Velha e Balcão.
Também
em 1752 segundo os Inventários Obrigatórios existentes no Arquivo Distrital de
Portalegre, verificamos que Maria Vaz (avó de José Bugalhão), viúva que ficou de António Gonçalves Serrano,
moleiro, foi inventariante (ou seja, novamente accionou os mecanismos legais
para dividir os bens do falecido marido)[5].
Ainda não tivemos acesso a esse documento, mas dado o local onde foi lavrado -
«moinho da Malpica» - e que o neto de Maria Vaz viveu neste moinho, podemos
depreender que ficou em partilhas com este moinho. Não é assim desprovido de
sentido o pedido que José Gonçalves Bugalhão fez na hora de escrever o seu
testamento em mandar rezar algumas missas pela avó[6], foi
graças a ela que sendo filho único de um casamento que durou pouco tempo, teve educação e sobreviveu,
além de que, ainda herdou bens.
As
ligações entre moleiros verificam-se também através na sua presença como
padrinhos em casamentos ou baptismos de outros moleiros. São muitos os exemplos
dessa situação, mas deixamos aqui alguns exemplos directamente relacionados com
a linha paterna directa de José Bugalhão: a 18 de Abril de 1751, o casal José
António Toureiro e Maria Antónia Serrana foram padrinhos, do «José» filho de
João da Costa e Maria Antunes (esta família tinha moleiros na Ribeira no ramo
paterno com Manuel Costa e a já aqui referida Maria Pinheira e no ramo materno,
originário da localidade dos padrinhos - Alpalhão).
A
família «Toureiro» cresce em número ao longo do século XVIII. Mas, por vezes,
os registos paroquiais não são tão infalíveis como poderíamos pensar. Entre
1730 e 1734, João Dias Toureiro casado com Joana Carrilha, é referido algumas
vezes sem o apelido «Toureiro» (53.tif, Baptismos, S. Salvador) e noutras com
(58.tif, Baptismos, S. Salvador). Pior é quando se trocam nomes, por exemplo
duas vezes «Isabel», em vez de «Joana Carrilha» (171.tif e 294.tif, Baptismos,
S. Salvador) ou Maria das Candeias, em vez de Maria Rovisca.
No
casamento de José António Toureiro com Antónia Maria Serrana (pais de José Bugalhão), realizado a 29 de
Maio de 1748, o pai do noivo é referido apenas como António Dias, sem o
«Toureiro» (37. Tif, Casamentos, Santo António das Areias). Depois
praticamente que desaparece a sua referência durante 3 anos, até que o seu
nome, desta vez completo - José António Toureiro – surja de novo: será como
padrinho de batismo de José, um dos filhos dos também moleiros e residentes na
Ribeira e originários de Alpalhão, o casal João da Costa e Maria Antunes (26.
Tif, Batismos, Santo António das Areias).
Não
foi possível encontrar o registo de óbito de José António Toureiro. Sabemos que
casou com Antónia Maria Serrana em 1748; que em 1754 nasce o seu primeiro e
único filho[7]; mas em 1762 Antónia Serrana tinha casado de novo com António Pantaleão. Contudo, pode haver uma
explicação para o sucedido: a «Guerra Fantástica». Durante esse período
Portugal está em guerra com Espanha que invade o território de fronteira e
cerca Marvão. Sabemos isso porque a fortaleza fica cheia de residentes de
Galegos, Areias e S. Salvador. Infelizmente essa sobrepopulação e o cerco
fizeram as suas vitimas, já que foram muitas as dezenas de crianças que morrem
em poucos dias. É precisamente através do registo de óbito de Maria Pinheira,
mulher do João Dias Toureiro (primo de José António Toureiro) que morre na
freguesia de S. Tiago em Marvão no dia 20 de Novembro de 1762 (410.tif, óbitos,
S. Tiago) que sabemos que «os quais eram da freguesia de S. Salvador da
Aramenha, e por causa da guerra moravam nesta freguesia». O facto de não
conseguirmos encontrar o óbito de José António Toureiro pode estar relacionado
com o ter sido feito prisioneiro dos espanhóis e por terras de Espanha ter
morrido. São conhecidas as queixas dos moradores da Raia ao Rei, quanto ao
grande número de homens que eram feitos prisioneiros e levados para Espanha.
Mas,
porquê terá mais tarde o apelido «Toureiro» sido substituído pelo apelido «Serrano»?
Aqui é novamente a família da mulher que tem mais peso, provavelmente por terem chegado antes a estas paragens e terem maior poder económico. Já o amigo João
Bugalhão tinha suposto, com provável razão, que o filho do casal José António
Toureiro e Antónia Maria Serrana deve ter sido educado pela avó (razão pela
qual no seu testamento ainda lhe manda rezar missas) e daí poder ser tratado
como o João “da Serrana”. Mas, poderá haver ainda razões mais fortes e essas
têm a ver com a transmissão de bens e da propriedade, em particular moinhos de
água. Pela morte do marido de Maria Vaz (António Gonçalves Serrano em 2 de
janeiro de 1752 [8])
o registo da sua morte faz curiosamente referência a um testamento que o
defunto fez, em que deixa a sua «terça» parte à mulher, e por sua vez, na morte
desta, aos seus filhos.
Como já vimos em casos anteriores, as famílias de
moleiros protegiam a sua propriedade, e muitas vezes, esta ficava do lado
feminino. Consultando os Inventários Obrigatórios existentes no Arquivo
Distrital de Portalegre em 1752 verificamos, como já dissemos, que Maria Vaz,
viúva de António Gonçalves Serrano, moleiro, foi inventariante[9].
Foi esta atitude que permitiu ao primeiro «Bugalhão» continuar a residir na
Ribeira, a ter uma família e a deixar-nos o actuais descendentes.
[1]
Muitos dos soldados e sargentos mortos são referidos como pertencendo à
Companhia do capitão Bento Felix da Veiga e do Terço Vermelho de Chaves.
[2]
Apesar de Manuel Lopes ser referido como natural de Marvão, na Ribeira da Ponte Velha a
família Lopes no mesmo período (1720-1730) é originária de Malpica, Castelo
Branco. Terá sido ele o dono ou construtor do moinho da Malpica?
[3]
Analisando o registo de baptismos da freguesia de S. Salvador a partir de 1690
até 1713 não há nenhuma referência nos progenitores ou nos padrinhos a uma
origem de Alpalhão, apesar de serem referidas muitas outras. Podemos assim
afirmar, com alguma certeza que, este casal foi dos primeiros habitantes na
Ribeira com origens em Alpalhão.
[4] Muito interessante em relação aos moleiros, são as relações familiares entre indivíduos com o mesmo ofício. Ora casando entre si, ora sendo padrinhos em testemunhas ou padrinhos de baptismo. Tal aconteceu obviamente com este casal quando em 19 de Dezembro de 1743, o casal João Dias Toureiro e Joana Carrilha foram padrinhos do seu filho «Francisco» (280.tif, Baptismos, S. Salvador da Aramenha).
[5]
Código de referência: PT/ADPTG/JUD/TCCVD/082/0005
[6]
Testamento de 2 de Abril de 1810.
[7]
Foram feitas pesquisas nos baptismos em Alpalhão, S. Salvador, Areias, S. Tiago
e Santa Maria e nada se encontrou.
[8]
(29. Tif, Óbitos, Santo António das Areias).
[9]
Código de referência: PT/ADPTG/JUD/TCCVD/082/0005
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